Sem grande alarde, uma baita mudança com potencial de
rearranjar a divisão de forças em Hollywood está em curso. A Warner
Brothers, que apesar do ano fraco em matéria de lucro, há anos se consolidou
como o principal estúdio de cinema da atualidade com prêmios e franquias
campeãs de bilheteria mudou a direção do estúdio com uma guerra de foice vencida pelo
executivo Kevin Tsujihara. Bruce Rosenblum, um dos afetados pela ascensão de
Tsujihara ao posto de CEO da Warner, foi para a Legendary Pictures principal
parceira de produção da Warner desde 2005 que se encontrava em meio a
negociações para a renovação do contrato com o estúdio. A chegada de Rosenblum
deu relevo à perspectiva de que a Legendary – estúdio que financiou filmes como
Fúria de titãs (2010), O homem de aço (2013), 300 (2006), Se beber, não case!
(2009) e a trilogia do cavaleiro das trevas – deveria buscar um acordo de
parceria que lhe fosse mais vantajoso e que lhe proporcionasse abertura de
expansão para outras mídias e plataformas.
Esse parceiro é a Universal Pictures. Há anos na lanterna
dos grandes estúdios de cinema – além da Warner, Fox, Disney, Paramount, Sony e
Dreamworks, - a Universal prevaleceu sobre suas concorrentes (Sony e Fox também
estavam no balcão de negociações) porque compreendeu o momento que vive a
Legendary e ofereceu uma parceria que fazia sentido para ambas as empresas. A
Universal colocou na mesa a possibilidade da Legendary atuar na TV, as
emissoras de tv NBC, USA e Bravo fazem parte da holding que controla a
Universal, nos parques temáticos que a empresa detém ao redor do globo e uma
porcentagem mais satisfatória em termos de remuneração pelos lucros dos filmes
financiados pela Legendary.
Com todo esse charme, o acordo entre Universal e Legendary
foi confirmado oficialmente na última quarta-feira (10).
O homem de aço, que marca uma das últimas colaborações entre Warner e Legendary custou U$ 225 milhões, valor que a Warner não arcaria sozinha...
O que muda
A Warner se movimenta para buscar parcerias que viabilizem
suas produções. Na ausência de fundos de private equity (atividade financeira
que pressupõe investimento especialmente em empresas que ainda não são listadas
na Bolsa de valores, no caso aqui o investimento se dá em filmes) com musculatura
suficiente para bancar produções caras, o estúdio busca consubstanciar-se com
bancos. Não há nada fechado no momento. No curto prazo, o que se pode
visualizar é um abalo no poder de fogo da Warner, uma vez que os grandes
carros-chefes do estúdio nos últimos anos eram produzidos em até 60% pela
Legendary Pictures.
Já a Universal fez um movimento substancial para se
recolocar no emergente, e ainda não completamente decifrado, cenário de
produção cultural que se materializa com a era de ouro da tv, o ocaso dos
blockbusters e a ascensão de plataformas alternativas de distribuição de
conteúdo cultural.
Em miúdos, o estúdio que hoje é refém da franquia Velozes e
furiosos precisava do boom que uma parceria como essa pode deflagrar.
Interessante. O logo da Legendary após a Universal, rs! A Fox e a Dreamworks Animation parecem que são parceiras agora, né? Turbo será distribuído pela Fox.
ResponderExcluirAbs.
Ótimo artigo e análise, Reinaldo. Muito explicativo e esclarecedor. Pois é, fiquei surpreso pela Universal ter vencido esse cabo de guerra. Será muito bom para o estúdio, já que não dá pra sobreviver só de Fast & Furious, né?
ResponderExcluirLi também que o Guillermo del Toro está super interesado na Legendary... é pra ficar de olho!
Abs!
É, pra ficar de olho mesmo nessa briga de cachorro grande. Ótima reflexão, Reinaldo.
ResponderExcluirbjs
Rodrigo: Valeu meu caro. Pois é, Fox e Dreamworks firmaramum acordo de distribuição no mercado internacional. Na prática, apenas formalizaram acordos pontuais que se intensificavam.
ResponderExcluirAbs
Elton: Obrigado meu brother. Pois é, a Universal teve um apelo, e visão, que outras holdings não tiveram. Vamos ficar de olho sim!
Abs
Amanda: Obrigado Amanda.
Bjs