Medão!
Guerra mundial Z é um filme que não esconde os problemas que
marcaram seus bastidores, mas é um filme, também, que se beneficia deles na
medida em que não deixa muito tempo para o público pensar nos quadros fora do
lugar (como voos civis acontecendo em meio a uma pandemia zumbi de procedência
desconhecida).
Dirigido com invejável senso de espetáculo por Marc Forster,
Guerra mundial Z é um valioso epíteto hollywoodiano; no sentido que é um filme
de zumbi clássico que afere às criaturas o aspecto primal de provocar medo e,
também, um colosso hollywoodiano que diverte e gruda na cadeira como poucos
nessa temporada pipoca.
Dessa combinação, improvável após tantas rusgas nos
bastidores, surge um filme cativante na forma como trabalha sua própria
mitologia e solvente na maneira como a apresenta ao público.
Brad Pitt vive com o devido esmero e pose Gerry Lane,
ex-funcionário de campo da ONU gabaritado que é recrutado quando uma epidemia
desconhecida varre a América em
horas. Ele aceita a difícil e arriscada missão de escoltar um
virologista à Coreia do Sul em troca de proteção a sua família. O objetivo da
missão é descobrir pistas sobre o hospedeiro original do vírus que transforma a
pessoa mordida em zumbi em questão de segundos. O que ascenderia a esperança de
descobrir uma cura.
Serão muitos os percalços enfrentados por Gerry nessa
jornada. E, aos poucos, o homem de família vai revelando talentos, instintivos,
intuitivos e treinados, de um homem de guerra.
Terror no ar: Brad Pitt se prepara para uma das cenas mais agonizantes do ótimo Guerra mundial Z
O grande barato de Guerra mundial Z é dar viço às teorias
conspiratórias que cercam eventos como esse, mas sem dar vazão central a elas. O mesmo
ocorrendo com o panorama político. A opção reforça o desamparo do protagonista
em face de uma escalada de terror e paranoia sem precedentes.
O filme de Forster se beneficia, ainda, dos melhores efeitos
especiais da temporada. Podem não ser os mais ostensivos, mas certamente são os
que melhor se ajustam à narrativa e a sua estratégia. O formigueiro de zumbis
que investe sobre a grande muralha em Jerusalém é das imagens mais impressionantes
do cinema nos últimos anos. Assim como é de provocar calafrios a invasão zumbi
em um voo comercial.
São desses momentos, que o filme de Forster se alimenta
melhor. O desfecho, bem fundamentado para dar margem às sequências já
confirmadas, enfraquece o todo. Em parte por destoar do ritmo frenético da
aventura e em parte por desconectar-se da espiral de tragédia e terror que
norteava o filme até o momento. Fez-se a opção por um desfecho mais otimista em
detrimento de um fim mais realista, apoteótico. Perdeu-se a oportunidade de
colocar-se na vanguarda em matéria de “blockbusters alternativos”. O que se leva a público é um
desfecho visivelmente retalhado. Não que haja prejuízo efetivo para o filme,
que funciona muito bem individualmente, mas instiga a imaginar se a versão alternativa
do terceiro ato do longa – a versão descartada por produtores – não faria do
filme algo muito maior e digno.
De qualquer jeito, os zumbis de Forster, em toda a sua
selvageria, são o ponto alto de uma temporada pipoca que se apresenta muito
melhor do que se anunciava.
Concordo muito contigo quando diz que esta é "uma temporada pipoca que se apresenta muito melhor do que se anunciava." Eu fiquei impressionado com a qualidade dos últimos blockbusters, sobretudo... este. Admito que estava reticente com o resultado de "Guerra Mundial Z" devido aos problemas de pós-produção e tal, mas depois que a crítica norte-americano se rendeu ao filme, acendeu uma luz de esperança aqui rs.
ResponderExcluirEu gostei do filme. Tem lá seus probleminhas e tal, claro, mas é envolvente e muita tenso! Na cena da queda do avião eu depois percebi que a minha respiração estava acelerada hahaha! Olha só!
Também não gostei do tom do final, muito mais otimista e tal, como que um alívio para o espectador, depois de tanto nervoso, sair do cinema satisfeito com a resolução. E curioso que a trilha sonora e as imagens eram suáveis, mas contrastava com a narração de Pitt, que dizia que aquele não era o fim... hummm... estranho.
No aguardo da sequência =)
Abs!
Elton: É tão bom quando concordamos né? Pois é, "Guerra mundial Z" é meu favorito da temporada até o momento.
ResponderExcluirAbs
Eu gostei muito
ResponderExcluire o homem de aço? será que é bom?
ResponderExcluirVivian: É bom, mas não se compara a "Guerra mundial Z" em matéria de entretenimento e efetividade dramática.
ResponderExcluirbjs