+ O único chamado “lock” (quando uma categoria é fechada antes do anúncio dos indicados) entre as categorias de atuação que o sindicato dos atores previu foi mesmo na disputa entre os atores coadjuvantes. Em todas as outras categorias houve uma mudança. A academia também promoveu uma mudança em relação a lista do sindicato dos diretores. Os irmãos Coen por Bravura indômita “roubaram” a vaga de Christopher Nolan por A origem.
+ Cisne negro já não apresenta o fôlego de outrora. Apesar de ostentar cinco indicações (filme, direção, atriz, montagem e fotografia), as chances do filme triunfar parecem se resumir mesmo a protagonista Natalie Portmam.
+ É aquele típico caso de atuação tão exacerbada que se impõe a qualidade do filme. Não chega a ser um aspecto negativo, mas certamente não é de todo positivo.
+Aliás, Natalie Portman terá que enfrentar mais do que a concorrência (nem tão equiparada assim), a disposição de muitos membros da academia em premiar a injustiçada e querida Annette Benning.
+ O problema é a candidatura de Annette. Muito fraca se comparada ao desempenho de Portman. Justamente por isso, negar o prêmio a Portman este ano pegaria muito mal...
+ Em 2011, a academia conseguiu o equilíbrio tão perseguido em outros anos. Tem blockbusters indiscutíveis (A origem, Toy story 3 e A rede social), independentes festejados (Minhas mães e meu pai, Cisne negro, 127 horas e Inverno da alma) e dois filmes “pequenos” de estúdio, mas com boas bilheterias (O vencedor e Bravura indômita).
+ Mike Leigh conseguiu sua nomeação. Another year concorre a melhor roteiro original.
+Teoricamente, Another year roubou a vaga de Cisne negro entre os finalistas de roteiro original. O filme de Aronofsky é o único indicado a melhor filme que não concorre como melhor roteiro.
+ O escritor fantasma e Ilha do medo foram completamente ignorados. Nenhuma menção sequer. Clint Eastwood teve melhor sorte. Seu Além da vida foi lembrado na categoria de efeitos especiais.
+ O fato garantiu a Clint uma curiosa estatística. Desde 2003, quando lançou
Sobre meninos e lobos, o veterano cineasta emplaca um filme no Oscar. Apenas em 2005 não esteve na disputa, mas porque não lançou nenhum filme naquele ano.
+ Com a confirmação de John Hawkes (Inverno da alma) e Jacki Weaver (Reino animal) na briga entre os coadjuvantes, a academia continua com a máxima de consagrar atores pouco conhecidos nestas categorias.
+ Crescem os entusiastas da animação
O mágico (em cartaz nos cinemas brasileiros). Contudo, o filme não deve roubar de
Toy story 3 o Oscar de melhor animação.
+ Estranha a exclusão de A origem dos finalistas a melhor montagem. A categoria, embora tenha fortes candidatos, fica sem favorito. Concorrem A rede social (virtualmente favorito), O discurso do rei (um trabalho eficiente), O vencedor (editado de uma forma que agrada a academia), Cisne negro (edição instigante e provocante) e 127 horas (outro trabalho vistoso).
+ A exclusão de A origem, no entanto, é criteriosa. Já que o filme cumpre tabela entre as dez produções que disputam o prêmio principal. A ausência de Bravura indômita da disputa, por sua vez, destaca a força de A rede social na categoria principal.
+ Já os trabalhos de cinematografia destacados são realmente os melhores. Difícil discordar de uma lista que traz Cisne negro, A origem, A rede social, Bravura indômita e O discurso do rei. Talvez este último pudesse ceder a vez para Ilha do medo, mas não é de todo injusta sua inclusão aqui.
+ Javier Bardem derrotou forte concorrência para ser indicado a disputa de melhor ator do ano por sua atuação em Biutiful. Estavam cotados para essa quinta vaga Ryan Gosling (Namorados para sempre), Mark Wahlberg (O vencedor) e Robert Duvall (Get Low). Menos cotados, mas com as mesmas expectativas de Bardem, estavam Michael Douglas (O solteirão) e Leonardo DiCaprio (Ilha do medo).
+ Javier Bardem deve ter gasto um bom tempo em uma chamada internacional para agradecer Julia Roberts hoje. A atriz, que assumiu a bandeira de cabo eleitoral, ofereceu um jantar em homenagem ao ator em Hollywood há cerca de duas semanas atrás.
+ Explique como A rede social conquistou uma indicação ao Oscar de melhor som e nenhuma para os ótimos coadjuvantes do filme, em especial Andrew Garfield?
+ Aliás, a razão da exclusão de Garfield só se justifica pela percepção de que o novo homem aranha vai longe.
Nós também estamos aqui
Salt, Homem de ferro 2, Country Strong, O lobisomem, Incontrolável, Enrolados, Como treinar seu dragão, Além da vida, Harry Potter e as relíquias da morte: parte 1, Tron: o legado, Eu sou o amor, The tempest e Minha versão para o amor também podem se orgulhar de serem filmes indicados ao Oscar. Ainda que poucos tenham reparado.
Ano de vacas gordas
Os filmes com menos indicações ao Oscar que concorrem a melhor filme são Minhas mães e meu pai (4) e Inverno da alma (4). Ano passado Um sonho possível e Um homem sério tinham duas indicações cada.
O número de indicações dos dez melhores filmes do ano no Oscar:
O discurso do rei → 12
Bravura indômita → 10
A rede social → 8
A origem → 8
O vencedor → 7
127 horas → 6
Toy story 3 → 5
Cisne negro → 5
Inverno da alma → 4
Minhas mães e meu pai → 4
+ Biutiful teve sua candidatura a melhor filme estrangeiro impulsionada pela indicação de Javier Bardem. Mas o dinamarquês Em um mundo melhor, que acaba de ganhar o globo de ouro, também tem na figura da diretora Susanne Bier algo cativante em Hollywood.
+ Com exceção da disputa por atriz coadjuvante, todas as outras categorias de atuação tem um ou mais ganhadores do Oscar em disputa.
+ Trent Resnor e Atticus Ross, indicados pela trilha sonora de A rede social, debutam na categoria. A concorrência é pesada. Entre os demais indicados estão dois favoritos da academia: Hans Zimmer (A origem) e Alexandre Desplat (O discurso do rei).
+ Pela ótica da academia, Christopher Nolan é melhor roteirista do que diretor. Ele tem a companhia de gente como Woody Allen, Quentin Tarantino e Stanley Kubrick, cujas incidências se deram mais nesta categoria.
+ De mansinho, Amy Adams crava sua terceira indicação ao Oscar em seis anos. Um senhor desempenho para uma atriz que poucos prestam atenção.
A volta dos que não foram
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Jeff Bridges, Colin Firth e Jeremy Renner estavam na disputa pelo Oscar ano passado e estão de volta neste ano. Moral alta é isso aí!