Despedidas são, em geral, desajeitadas. Não seria possível fugir ao script. Em razão de forças maiores do que a vontade de continuar, a jornada de Claquete chega ao fim. O que fica dessa maravilhosa experiência de editar esse apaixonado e apaixonante blog de cinema é o carinho dos leitores e, também, meu sincero e devotado agradecimento. Muito obrigado a todos vocês que fizeram de Claquete mais do que um hobby.
E que o cinema esteja sempre conosco...
Grande abraço!
Reinaldo Matheus Glioche
domingo, 29 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
ESPECIAL OS VINGADORES - O marketing de Os vingadores
Muito já foi dito, inclusive neste Especial Os vingadores,
sobre o ineditismo da proposta da Marvel em seu bem urdido e ousado projeto de
levar seu universo dos quadrinhos para o cinema, mas muito pouco foi comentado
desse projeto sob a perspectiva do marketing. Afinal de contas, o que a Marvel
Studios está introduzindo no cinema é algo genuinamente novo e não menos
megalomaníaco. O “projeto Os vingadores” revela um componente essencial à
indústria cinematográfica e que pode se pavimentar como vanguarda em termos de
marketing. Ao longo de quatro anos, quatro filmes e muitos personagens serviram
a uma inusitada plataforma de promoção deste filme que flerta com todos os
superlativos do cinemão ianque.
Os executivos Kevin Feige e Avi Arad praticamente erigiram o
estúdio de cinema Marvel Studios da ação marketeira de “possivelmente” ter o
filme dos vingadores. O próprio Feige admitiu em entrevista recente que quando
colocou Samuel L. Jackson na cena pós-creditos de Homem de ferro em 2008 ele
tinha uma bela ideia em termos narrativos de como levar os vingadores aos cinemas,
mas não tinha a menor ideia se aquilo seria viável em termos comerciais.
Joss Whedon, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth e Chris Evans bate um papo no set de Os vingadores: projeto fortalecido por ação pioneira no cinema que fundiu estrutura narrativa ao marketing
Não fosse a sementinha da curiosidade plantada na cabeça
de milhões de fãs e de uma indústria ciosa por desafios, Os vingadores não
aconteceria. A estratégia de criar um universo Marvel nos cinemas vingou e
possibilitou que aquela “brincadeirinha” virasse uma valiosa estrutura de
negócios que, entre outras realizações, possibilitaria a aquisição da Marvel
pela Disney – conferindo novo fôlego à empresa também nos quadrinhos. Um adendo
precisa ser feito: a DC comics faz parte do conglomerado de comunicação Time
Warner e a Marvel, que ainda estava solo, enfrentava dificuldades com a crise que
o setor enfrentava com a popularização dos tablets e smartphones. O setor, tal
qual a indústria da música, já dá sinais de recuperação e, no caso particular
da Marvel, a negociação com a Disney foi providencial.
A estrutura desenvolvida pela Marvel para levar Os
vingadores aos cinemas, no entanto, exige planejamento efetivo de gastos, tempo
e narrativa. Thor, Capitão América- o primeiro vingador, O incrível Hulk e os
dois Homem de ferro renderam juntos quase U$ 2 bilhões nas bilheterias e
geraram muito mais em merchandising e home video.
Outro aspecto interessante dessa empreitada é o próprio
conceito de filme–evento. O conceito de blockbuster foi algo criado por Steven
Spielberg na década de 70. O que Os vingadores, via Marvel Studios, sugere é
uma evolução desse conceito. Como se fosse possível adicionar massa muscular a
ele. Pelos menos em termos de marketing, isso já aconteceu.
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terça-feira, 24 de abril de 2012
Questões cinematográficas - Na era do digital, é possível surgir um novo Fellini?
A pergunta que enuncia esse texto, aparentemente tão abrangente quanto provocativa,
busca, na verdade, confrontar essa noção de que a “era do digital” democratizou
o cinema. O que não necessariamente indica que o contrário se verificou. Parece
pacífico nessa era da convergência de mídias que o formato digital facilitou o
acesso, a produção e a distribuição de filmes.
Federico Fellini é um dos expoentes do cinema italiano de
todos os tempos. Cineasta que tão bem acampou traços biográficos em seu cinema,
sem abdicar de uma forte visão crítica da sociedade, Fellini se tornou um autor
de cinema que por meio de filmes imortais como A estrada da vida, Oito e meio,
A doce vida e Roma de Fellini logrou a película como parte essencial da
experiência cinematográfica. Não está em discussão apenas a riqueza e força das
imagens concebidas pelo diretor, mas também a independência artística das
mesmas.
Inegável que o formato digital possibilita experiências
narrativamente inovadoras como verificadas em filmes como Poder sem limites,
Cloverfield – o monstro e A casa, filmes gravados com câmeras de celulares ou
pequenas câmeras digitais que modificam a estrutura narrativa dos filmes; mas
até onde essas imagens podem chegar? Surgirá um novo Fellini na era digital?
Improvável. O filme A vida em um dia, atualmente em cartaz nos cinemas de São
Paulo e Rio de Janeiro, demonstra que o formato não comporta nada além de si
mesmo. O projeto desenvolvido pelos cineastas Ridley Scott e Kevin McDonald reúne
diversos vídeos filmados e postados por usuários do site de compartilhamento de
vídeos Youtube com a finalidade de gerar esse longa-metragem agora nos cinemas.
A ideia da democratização é deverás atraente, para não falar que é
incrivelmente generosa. Mas a efemeridade dessa democratização é um perigo em
termos históricos. É fatídico que existem cineastas que dominam o digital com
invejável fôlego. Caso de gente como Michael Mann e James Cameron, mas nenhum
deles é um Fellini em todo o peso histórico e conceitual que este nome carrega.
Nenhum deles será.
O que está em pauta não são os aspectos positivos da “era
digital”, já largamente debatidos e há muito consentidos pelos principais
pilares do cinema enquanto arte e indústria. Está em pauta o que talvez seja o
grande aspecto negativo dessa catarse digital e que poucos parecem realmente
conscientizados do fato.
Parece factível supor que surgirão novos “James Camerons” e
“Michael Manns”, mas um novo Fellini está cada vez mais distante de nosso
futuro. Eis um anseio que parece relegado ao mesmo passado, ao qual a película
está fadada a caminhar.
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
Crítica - American pie: o reencontro
Piadas antigas temperadas pela nostalgia
Quem gosta e quem não gosta de filmes como American Pie
apresenta, basicamente, os mesmos argumentos como justificativa. O que difere é
a valoração dada a eles. American pie – o reencontro (American reunion, EUA
2012) faz valer a máxima, mas apela à nostalgia para convencer os descrentes
dos “teen movies”. A turma do filme original se reúne, 13 anos depois do filme
que marcou a geração dos anos 90, para a tradicional reunião da turma do ensino
médio. O reencontro, como mote, é providencial para os rumos do roteiro e,
também, para a condescendência do expectador. É portanto, uma excelente solução
para disfarçar as piadas requentadas que caracterizam a série, ainda que o
filme apresente conflitos muito mais interessantes e adultos para todos os
personagens.
O filme abre com uma das tradicionais gags constrangedoras
de Jim (Jason Biggs) e começa com todo mundo seguindo para o fim de semana do reencontro
da turma do colegial.
Jim e seu pai: personagens que alternam momentos grotescos com momentos de ternura |
Jim e Michelle (Alyson Hannigan) tentam conciliar a vida
conjugal com os afazeres parentais. A falta de desejo ou de tempo para
alimentar esse desejo é o principal conflito do casal em O reencontro. Já Oz
(Chris Klein) é o apresentador de um programa esportivo, mora em Los Angeles e namora
uma atriz fútil decalcada de Paris Hilton (como são todas nesse tipo de filme).
O rapaz, ao reencontrar Heather (Mena Suvari), terá a certeza que sua vida está
um tanto desajustada do que ele objetiva para si. Kevin (Thomas Ian Nicholas)
ajeitou-se como um legítimo representante da classe média americana. Consumidor
assíduo de programas de tv, ele se sente especialmente nostálgico e inseguro ao
rever seu primeiro amor, Vicky (a botoxada Tara Reid). Finch (Eddie Kaye
Thomas) é outro ressentido de sua vida profissional e resolve esconder suas
frustrações nesse fim de semana que se revelará bem atrapalhado. Até mesmo
Stifler (Seann William Scott) está um pouco diferente desde a última vez que o
vimos. Como estagiário de uma importante empresa financeira, o rapaz, no entanto,
preserva todas as suas idiossincrasias características.
A grande graça de American pie - o reencontro é promover o
reencontro desses personagens com o público marcado por eles; e algumas piadas
internas tornam a experiência mais satisfatória. O pai do Jim (Eugene Levy)
continua roubando cenas e protagoniza um arco muito interessante junto com a
mãe de Stifler (Jennifer Coolidge).
É verdade que você sabe exatamente o que esperar de American
pie- o reencontro. O mesmo ocorre com todas as confraternizações do gênero as
quais este último American pie busca referência. Essa clarividência, no
entanto, não torna as coisas menos divertidas.
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domingo, 22 de abril de 2012
ESPECIAL OS VINGADORES - O buzz
A menos de uma semana da aguardada estreia de Os vingadores,
as primeiras críticas do filme começam a surgir (a Marvel Studios havia imposto
um embargo e as críticas só poderiam ser publicadas a partir de 20 de abril) e
elas são, de maneira geral, positivas.
Para a Variety, o filme é um “robusto entretenimento que
resulta em escapismo sofisticado”. Para o The Hollywood Reporter, “Whedon é bem
sucedido em equilibrar esse circo sobre-humano e seduzir igualmente fãs e
expectadores ocasionais”.
A britânica Empire observa que “o filme é uma joia de
heroísmo e humor que eleva o nível do entretenimento ainda que mantenha bem
estabelecido aquilo que faz os filmes de herois individuais funcionarem”.
Já o The Gaurdian reforçou a percepção do The Hollywood
Reporter ao indicar que o filme “irá transportar o expectador casual para duas
horas e meia de nirvana nerd”.
Se o australiano Daily Telegraph considera o filme “um
verdadeiro épico de ação que pulsa em emoção e excitação durante toda a sua
extensão”, a americana Box Office Magazine entende que “ Os vingadores precisa de mais
ambição”. Para a publicação, tudo aquilo que se vê na fita com entidades
alienígenas metalizadas, já foi visto antes.
No Brasil
A crítica brasileira, comparada aos principais veículos
internacionais, tem sido mais condescendente com a fita. Por vezes,
indubitavelmente, entusiasmada com o filme. O que pode ser um bom ou mal sinal
dependendo da perspectiva do leitor e de que parâmetros estão sendo abalizados
para o exercício da crítica.
O site Omelete, um dos principais da internet brasileira,
sacramenta a fita como “muito bem humorada e aventuresca”, no texto que expõe
as primeiras impressões do site em relação ao filme. Na avaliação do Omelete, o
filme acerta em cheio. “Os Vingadores é, assim, extremamente fiel ao
espírito das primeiras HQs do grupo, de Stan Lee e Jack
Kirby, modernizando a propriedade sem entrar na onda do ‘sombrio’ que
9 entre 10 produtores em Hollywood que adaptam obras pop estão procurando.
Melhor, impossível. Os Vingadores devem mesmo ser coloridos, extravagantes e
explosivos. Deixemos as lamentações e problemas humanos para os outros filmes
de super-heróis que virão este ano. Há espaço pra todos”.
Para o Cineclick, a fita é “digna de aplausos”, pois
“realmente diverte e funciona com o bom humor usado na hora e medida certas”.
Para o Cineclick, Whedon dá conta da complexidade de cada
personagem e de apresentá-los ao público. “A apresentação dos
complexos personagens, cada um com histórias e motivações muito diferentes,
procura dar a base que uma pessoa não iniciada no universo precisa e o sentido
que os fãs esperam. Sem falar que a parte final tem mais ação do que todas as
adaptações da Marvel juntas – ou quase isso”.
A crítica de Claquete será publicada no próximo domingo.
sábado, 21 de abril de 2012
Em off
Nesta edição de Em off, Jason Reitman escala Kate Winslet
para seu novo filme; January Jones sai dos anos 60 e vai ao faroeste; David
Cronenberg enquadra Robert Pattinson, Michael Douglas aceita proposta para
“causar” em Las Vegas ,
um novo programa no Canal Brasil que merece ser visto e a luz verde para a
aguardada sequência de Sin city.
Uma nova Sharon Stone?
Vamos combinar: January Jones sabe ser sexy. Até mesmo com a
frígida Betty Draper de Mad men, a loira provoca. Depois de debutar na franquia
mutante com trajes vintage em X-men: primeira classe, Jones estrelará um
faroeste. Isso mesmo. A loira irá repisar os passos de outra loira fatal:
Sharon Stone. Em Sweetwater ela fará uma viúva em busca dos assassinos de seu
marido. Ed Harris fará o xerife que lhe prestará assistência.
Vale lembrar que Sharon Stone protagonizou um dos melhores
filmes de faroeste da década de 90, justamente quando estava na crista da onda.
Resta saber se Sweetwater será o Rápida e mortal de January Jones.
Novo drama de Jason Reitman ganha forma
Jovens adultos não foi aquela unanimidade crítica
experimentada pelo diretor e roteirista Jason Reitman em seus três filmes
anteriores (Obrigado por fumar, Juno e Amor sem escalas). Mas, ainda assim, foi
um filme que frequentou premiações e colheu bastante elogios. Reitman já se
prepara para seu novo trabalho, uma adaptação de um romance de Joyce Maynard.
Em Labor day, Reitman desenvolverá uma história passada no início dos anos 80.
O foco será em uma mãe atravessando um conflituoso divórcio e seu filho de 13
anos. O plot gira em torno do impacto que a figura de um homem misterioso que
surge na vida deles irá desenvolver. Reitman escreverá e dirigirá a fita que
ainda não está negociada com nenhum estúdio. Mas a Universal, que distribuiu os
dois últimos longas do diretor, tem prioridade. O elenco já está se formando.
Josh Brolin, James Van Der Beek e Kate Winslet já estão certos.
A sinopse sugere uma curva na articulação dramática dos
filmes de Reitman, mas o tema de ebulição interior, no entanto, pode surgir
renovado.
A crônica dos diretores de prestígio
Houve uma verdadeira boataria na internet a respeito do
diretor da sequência do sucesso de bilheteria Jogos Vorazes. O diretor do
original, Gary Ross, não retornará por questões salariais e em virtude de
priorizar um projeto de própria autoria no cinema independente.
Essa negativa, porém, não impediu a Lionsgate, estúdio
responsável pelas adaptações dos livros da escritora Suzanne Collins, de sonhar
alto. Foram considerados para o posto de diretor de Em chamas, gente do calibre
de David Cronenberg, Alejandro Gonzáles Iñarritu, Bennett Miller e Alfonso
Cuáron. Francis Lawrence (Água para elefantes e Eu sou a lenda) acabou sendo o
escolhido.
De todos os aventados, o último e Alfonso Cuáron, que já
dirigiu um filme da série Harry Potter, são os nomes mais compatíveis com as
aspirações do estúdio. Contudo, não seria surpreendente se um dos outros
tivesse sido contratado. Vale lembrar que Gus Vant Sant e Sofia Coppola
externaram interesse em dirigir o último capítulo (que seria dividido em dois)
da saga Crepúsculo. O posto acabou preenchido pelo não menos prestigiado Bill Condon.
São muitas e distintas as razões que levam cineastas
autorais e com forte ligação ao cinema independente manifestar desejo de servir
ao cinemão; mas parece ainda mais notável a tendência dos estúdios buscarem
esses profissionais. Imaginem o que David Cronenberg não poderia fazer com um
livro da série Jogos vorazes? Mas a verdadeira questão que se impõem com esse
modismo é: até que ponto esses cineastas estariam dispostos a renunciar a bem
caracterizada liberdade criativa em prol dos anseios dos estúdios? Mais sobre
isso em uma futura seção Insight.
E finalmente...
Sin city 2 vai acontecer. Depois de anos com boatos,
tentativas e negativas, a produção da sequência do filmaço de 2005 já está em andamento. E para
alegria geral, Mickey Rourke confirmou que voltará a viver Marv – principal e
mais carismático personagem do primeiro filme. Sin city: a dame to kill trará
histórias inéditas e será novamente co-dirigido por Robert Rodriguez e Frank
Miller. A estreia deve acontecer em 2013.
O que David Cronenberg fará com Robert Pattinson?
Pense em Leonardo DiCaprio antes de Martin Scorsese?
Pensou? Era ouuutro ator, certo? É inegável que Scorsese foi um importante
catalisador para DiCaprio; fazendo com que o novo pupilo maturasse como
intérprete e desenvolvesse gosto por projetos desafiadores. David
Cronenberg pode ter o mesmo papel para Robert Pattinson, ator de talento, mas preso
a um personagem muito específico e a uma idolatria exacerbada. Isso, porém, já
foi dito aqui em Claquete em outras oportunidades. O novo trailer de
Cosmopolis, filme confirmado no próximo festival de Cannes, adensa essa
percepção. Duvida? O trailer está logo abaixo!
O papel da vida
Estreia na próxima quarta-feira (25), às 21h no Canal
Brasil, um dos programas mais inventivos e bem vindos com o cinema nacional
como foco. “O papel da vida” é um projeto desenvolvido em parceria pela
cineasta e apresentadora Marina Person e seu marido, produtor e diretor do
programa, Gustavo Rosa de Moura. A ideia é debater o papel mais importante de
atores e atrizes que marcam o cinema nacional. O programa de estreia destaca
Alice Braga que fala sobre seu trabalho na produção hollywoodiana Eu sou a
lenda. A atriz topou fazer o piloto antes da confirmação de que o programa
seria aprovado para entrar na grade do canal. Serão episódios inéditos todas as
quartas-feiras. A primeira temporada vai até 18 de julho, com um total de 13
episódios.
Se beber não case de grife!
Não há como negar que Se beber não case é uma ótima comédia.
Não há como negar, também, que sua sequência é pavorosa. Pois bem, a CBS films
e a Mandate pictures, dois estúdios de média projeção em Hollywood, estão
articulando um projeto que tem tudo para colocar Se beber não case 1, 2 e o 3 – que está em produção – no chinelo. Last Vegas, que vem sendo
apropriadamente chamado de “Se beber não case da terceira idade”, terá Michael
Douglas como um mulherengo inveterado que, prestes a se casar com uma mulher
com metade da sua idade, organiza uma despedida de solteiro em Las Vegas. Robert
De Niro e Christopher Walken estão em negociações para estrelarem como os amigos
de Douglas. Os produtores sonham com Jack Nicholson para a quarta vaga. A
direção será de Jon Turteltaub (Enquanto você dormia e A lenda do tesouro
perdido) e o roteiro é de Dan Fogelman, um dos responsáveis pelo ótimo Amor a
toda prova. Prometer, promete!
Quarteto fantástico: Se esse time fechar, o porre em Las Vegas vai ser de lascar...
Cantinho do DVD
Kevin Spacey é daqueles atores que costumam justificar qualquer filme. Em O super lobista, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana, ele é o principal atrativo de um filme que não corresponde às expectativas e acaba por não atingir plenamente suas potencialidades. A crítica, o leitor confere abaixo.
Fazer lobby em prol de alguma coisa ou contra alguma coisa é uma contingência humana. Principalmente em um ambiente político. Nos EUA, a
atividade é legalizada e rende verdadeiras fortunas. No Brasil, há lobistas
informais na figura de advogados e consultores com trânsito nas esferas do
poder.
Ainda que haja alguns filmes sobre lobby, são poucos aqueles
que focam na figura do lobista. O super lobista (Casino Jack, EUA 2010) é um
desses filmes. Cheia de potencialidades, a fita de George Hickenlooper só não
mergulha no marasmo graças às performances cheias de vitalidade de Kevin Spacey
como Jack Abromoff (um lobista que sucumbiu à própria ganância) e Barry Pepper como Michael Scanlon (o lobista melhor amigo do outro lobista).
O problema de O super lobista é sua previsibilidade e a
falta de um arco dramático mais palatável ao espectador. Ainda que Abramoff
seja um personagem e tanto (fã de cinema vive a soltar frases famosas em suas
negociatas), o filme não apresenta o mesmo fôlego do personagem. Em parte pela
condução trivial de Hickenlooper e pelo texto sem sal de Norman Snider.
Abramoff é aquele tipo de sujeito que não se contenta com
muito. Quer muito mais. O filme é simpático com sua figura e, no que de melhor
tem a apresentar, mostra como os lobistas são decisivos para os rumos políticos
e econômicos da maior potência mundial.
Quem já está familiarizado com a profissão, no entanto,
corre o risco do enfado. Apesar de Kevin Spacey estar tinindo, há muito pouco
em O super lobista que valha a pena. A crônica de ganância e corrupção já foi mais
bem abordada em Hollywood.
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
Filme em destaque - American pie: o reencontro
Revendo os amigos
O filme que marcou uma geração, no final da década de 90, ganha uma nova sequência marcada pela nostalgia. Claquete ajuda a entender o que há além da nostalgia em rever esses velhos conhecidos nos cinemas novamente
Nostalgia talvez seja a principal palavra relacionada a
American Pie: o reencontro, que estreia nesta sexta - feira (20) nos cinemas
brasileiros. A fita reúne o elenco original 13 anos depois do primeiro American
Pie. São sete filmes, três oficiais, e um status quo difícil de ser reproduzível
pelos filmes adolescentes do começo do século XXI. Personagens como Jim, o pai
do Jim, Stifler e a mãe do Stifler ajudaram a transformar American pie – a
primeira vez é inesquecível em um marco geracional.
Dirigido com assertividade pelos irmãos Paul e Chris Weitz
que depois se interessariam por projetos diversos como Um grande garoto (2002)
e Tudo pela fama (2006), no caso do primeiro, e A bússola de ouro (2007) e Lua
nova (2009), no caso do segundo, a fita é um marco a sua maneira.
Ambos retornam, a exemplo do que fizeram com American Pie 2
– a segunda vez é ainda melhor (2001) e American pie 3 – o casamento (2003)
como produtores executivos.
A direção deste reencontro compete aos criadores de uma
franquia emaconhada chamada no Brasil de Madrugada muito louca, Hayden
Schlossberg e Jon Hurwitz. Esse é o primeiro trabalho da dupla, como diretores,
fora desse universo.
Retorno bem vindo
A bem da verdade, além de saudar um pessoal a beira dos 30
anos com reminiscências de sua adolescência, o novo American Pie – que o elenco
em entrevistas promocionais tem comparado ao primeiro em grau de satisfação e
qualidade da história – tem como objetivo ressuscitar algumas carreiras que iam
mal das pernas. Depois de servir de alter-ego para Woody Allen e de capitalizar
em cima de seu famoso personagem Jim, Jason Biggs vive ostracismo na TV, onde
não consegue emplacar nem mesmo séries de tv banais - como a recentemente cancelada Mad love.
Chris Klein não decolou e é, desde o primeiro filme, quem
mais sente falta de algum talento. Seann William Scott até tentou o cinema de
ação, mas não conseguiu se desvincular da imagem de eterno Stifler.
Diferentemente de outros atores que parecem ressentidos com suas carreiras, tal
qual seu personagem, ele não parece se importar muito com isso. Eddie Kaye
Thomas até andou fazendo coisas interessantes na TV, como How to make in
America, e no cinema independente, mas sem maiores sobressaltos de
expressividade. Thomas Ian Nicholas, Alyson Hannigan, Tara Reid e Mena Suvari
se não sumiram por completo, pouco se fizeram notar.
Jennifer Coolidge e Eugene Levy, as indescritíveis figuras
materna e paterna de Stifler e Jim respectivamente, conseguiram boquinhas na
comédia americana, também ancorados nas personas de seus personagens.
John Cho, que faz descoladas pontas nos três filmes oficiais
da série, talvez seja quem tenha se dado melhor. Emplacou, por exemplo,
Madrugada muito louca.
A nostalgia para essa turma de 99 é, portanto, muito mais do
que providencial. É uma questão de cuidar do presente também.
Cinco momentos que fazem a trilogia original:
Jim e a torta
Essa faz valer o nome da série. O desconcertante flagra que
o pai faz do filho desenvolvendo intimidade com uma torta de maça quentinha...
“A primeira vez” de Jim
Não chegou exatamente a acontecer, mas valeu muito... pelo
menos para a audiência
(Clique neste link para ver o vídeo no Youtube)
(Clique neste link para ver o vídeo no Youtube)
Stifler e Jim se beijam para que duas garotas se
beijem
Eles aceitam trocar carícias para que duas gostosonas façam o mesmo. O que eles nem desconfiam, e Finch também está no bolo, é de que elas estão tirando o maior sarro deles...
Stifler prova algo muito especial
A fim de preservar um segredo, Stifler extrapola todos os
limites do bom senso ao mastigar algo que não foi feito para ser mastigado...
O pedido de casamento
Como nosso herói não se cansa dos constrangimentos, já começa o terceiro filme caprichando....quinta-feira, 19 de abril de 2012
Cannes 2012 - Aposta em americanos e em velhos favoritos
Cena de Na estrada, filme do brasileiro Walter Salles que - confirmando expectativas - integra a seleção oficial do festival de Cannes 2012. Outros velhos conhecidos retornam à riviera francesa em uma edição com poucas novidades e muitos nomes cacifados
É notório entre os cinéfilos que o festival de cinema de
Cannes, que em 2012 chega a sua 65ª edição, é um clube do bolinha do meio
cinematográfico. Principal evento do cinema artístico se promove como
plataforma comercial e costuma prestigiar seus entes queridos. Há cineastas que
sempre estão em Cannes, seja como membros do júri, na competição oficial ou
exibindo filmes em mostras paralelas ou arcos promocionais. O festival desse
ano não abrirá mão dessa marca. Tão pouco de outra tendência crescente nos
últimos anos. A do predomínio de fitas americanas em competição. Se as
premieres mundiais são menos ostentosas do que em outros anos (apenas o
terceiro Madagascar, animação da Dreamworks – outra com lugar cativo na riviera
francesa), a seleção de produções ou co-produções americanas é de fôlego. São
seis filmes americanos na competição oficial que reúne um total de 21. O evento
ainda terá como filme de abertura outra fita americana, Moonrise Kingdom, de
Wes Anderson.
Um dos destaques da lista é a presença de Na estrada, nova
produção internacional de Walter Salles, que entra nessa conta de americanos
por ser co-produção daquele país e ter como principal produtor o cineasta
Francis Ford Coppola.
Cartaz do segunda longa de Lee Daniels: acolhimento em Cannes é boa notícia |
Outros prestigiados de Cannes voltam à disputa pela Palma de
ouro em 2012. David Cronenberg, depois de ficar de fora no ano passado com Um
método perigoso, entrou este ano com o antecipado Cosmópolis. O dinamarquês
Thomas Vinterberg assume a cota dos egressos do Dogma 95 com The hunt, que
marca seu retorno à Cannes, de onde saiu aclamado em 1998 com Festa de família
– um dos filmes inaugurais do referido movimento. O veterano cineasta francês
Alan Resnais, que costuma figurar nas mostras paralelas de Cannes, volta à
disputa principal com Vous n’avez Encore Rien.
O romeno Cristian Mungiu, que triunfou em 2007 com 4 meses, 3 semanas e 2 dias, retorna com Beyond the hills. O russo Sergei Loznitsa, que
casou furor em 2010 com o violento Minha felicidade, está na competição com In
the fog. O britânico Ken Loach, o iraniano Abbas Kiarostami, o franco alemão
Michael Haneke e os sul-coreanos Sangsoo Im e Sangsoo Hong também apresentarão
seus novos filmes na disputa pela Palma de ouro. Outro aguardado retorno é o de
Jacques Audiard, diretor do intenso e premiado em Cannes O profeta, com De
Rouille et D’Os, estrelado pela maior diva francesa da atualidade, Marion
Cotillard.
Três americanos causam curiosidade. Lee Daniels, após ir ao
Oscar com Preciosa-uma história de esperança, chega a Cannes com seu segundo
filme, The paperboy que promove a improvável colaboração entre Nicole Kidman,
Zac Efron e Matthew McConaughey. Jeff Nichols, celebrado em 2011 com o
independente O abrigo, apresentará The mud seguramente sob fortes expectativas.
O neo-zelandês Andrew Dominik apresentará seu terceiro longa-metragem, o
segundo em parceria com o ator Brad Pitt. Killing them softly, conhecido
anteriormente como Cogan´s trade promete ser para o filme de máfia o que foi O
assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford para o western.
Michael Haneke, que ganhou a Palma de ouro há três anos pelo excepcional A fita branca, retorna à disputa pela Palma de ouro com Amour. Outros vencedores também estarão na disputa como Ken Loach e Abbas Kiarostami
Brad Pitt e Richard Jenkins em cena de Killing them softly, do neo-zelandês Andrew Dominik: altas expectativas pela safra americana em Cannes
Outros destaques
A mostra “Um certo olhar” que costuma ostentar cineastas de
prestígio destaca alguns projetos interessantes em 2012. O filho de David
Cronenberg, Brandon, não acompanhará o pai à Cannes apenas por devoção
familiar. Ele exibirá seu primeiro filme Antiviral e rivalizará com, pelo
menos, outros dois prodígios da direção: o canadense Xavier Dolan, cujos
últimos dois filmes integraram a principal mostra paralela de Cannes, com
Laurence anyways e o mexicano Michel Franco que apresentará seu segundo
longa-metragem, Despues de Lucia.
O argentino Pablo Trapero, que em 2010 levou o excelente
Abutres à mostra, terá dois filmes em competição. O argentino Elefante Branco e o
coletivo Sete dias em havana, o qual assina com outros sete diretores; dentre
os quais Benicio Del Toro, Gaspar Noe e Laurent Cantet.
Outros dois vencedores em Cannes terão seus novos trabalhos
exibidos fora de competição. Apichatpong Weerasethakul que ganhou a Palma de
ouro há dois anos com o tailandês Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas
passadas, exibirá Mekong hotel e o turco alemão Fatih Akin exibirá Der Mull im
Garten Eden. A presença brasileira, além de Walter Salles, fica por conta da
exibição de A música segundo Tom Jobim em sessão especial e pela presença de
Rodrigo Santoro no filme Hemingway & Gellhorn, dirigido por Philip Kaufman
para a HBO.
Clive Owen e Nicole Kidman (ela de novo) em cena de Hemingway & Gellhorn, filme da HBO que terá exibição especial no festival. Não será a primeira vez que um filme feito para a TV terá destaque em Cannes. Há dois anos atrás, Carlos, de Oliver Assayas competiu pela Palma de ouro
Os filmes que compõem a seleção oficial
Moonrise Kingdom, de Wes Anderson (filme de abertura)
De Rouille et D’Os, de Jacques Audiard
Holy Motors, de Leos Carax
Cosmopolis, de David Cronenberg
The Paperboy, de Lee Daniels
Killing Them Softly, de Andrew Dominik
Reality, de Matteo Garrone
Love, de Michael Haneke
Lawless, de John Hillcoat
In Another Country, de Sangsoo Hong
Taste of Money, de Sangsoo Im
Like Someone in Love, de Abba Kiarostami
The Angel’s Share, de Ken Loach
In the Fog, de Sergei Loznitsa
Beyond the Hills, de Christian Mungiu
After the Battle, de Yoursry Nasrallah
Mud, de Jeff Nichols
Vous n’avez Encore Rien Vu, de Alain Resnais
Post Tenebras Lux, de Carlos Reygadas
Na Estrada, de Walter Salles
Paradise: Love, de Ulrich Seidl
The Hunt, de Thomas Vinterberg
terça-feira, 17 de abril de 2012
ESPECIAL OS VINGADORES - Painel
Quem é o melhor Hulk?
Se existe um vingador esquizofrênico em Os vingadores é o
Hulk. Em dez anos, é a terceira vez que o herói chega aos cinemas e pela
terceira vez é interpretado por um ator diferente. Na primeira incursão, em
2003, sob a batuta de Ang Lee, o então desconhecido australiano Eric Bana viveu
Bruce Banner. Em 2008, quando Hulk voltou aos cinemas em uma versão mais
anabolizada, o americano Edward Norton foi o responsável por sua forma humana.
Em 2012, em Os vingadores, Hulk e sua contraparte humana são responsabilidade
de Mark Rufallo. Mas quem é o melhor Hulk? Em termos de procedência artística,
Edward Norton além de mais tempo de contribuição detém mais reconhecimento
crítico – ainda que Mark Rufallo o siga bem de perto.
Eric Bana, talvez, tenha sido quem desfrutou de melhor
material. Foi, também, quem suscitou menos expectativas. A resposta, para o bem
ou para o mal, está diretamente relacionada a esses dois fatores.
Por que não deu certo?
Bana fez um ótimo Bruce Banner. Ator contido, soube explorar
as angústias que moviam o personagem. Foi prejudicado pela má aceitação ao
filme de Ang Lee e pelos efeitos especiais que faziam de seu Hulk algo
extremamente artificial.
Por que não deu certo?
É notória em Hollywood a intransigência de Edward Norton. O
ator gosta de controlar todas as etapas da produção, mesmo quando isso não lhe
compete. Entrou em atrito com a Marvel, com a Universal e com o diretor Louis
Leterrier, responsável por O incrível Hulk (2008), e nem sequer foi procurado
para integrar o elenco de Os vingadores. Ficaram mágoas de parte a parte.
Verdade seja dita, Norton foi subaproveitado em um filme que não tem a
preocupação de ser profundo.
Por que pode dar certo?
Pessoalmente escolhido para o filme após conversas com toda
a equipe criativa, Rufallo pode se beneficiar do fato de debutar em um filme
que não é do Hulk. Também é positivo o fato de atores de maior envergadura
comercial estarem ao seu lado como Robert Downey Jr. que, de acordo com os
trailers, irá levantar a bola para Rufallo cortar.
Cinco razões para Os vingadores dar errado
Todo mundo já está careca de saber porque Os vingadores pode
dar certo. Mas e se der errado? Claquete antecipa o que pode ser água no chope
da Marvel.
5 – Um diretor que não está acima de qualquer suspeita
Joss Whedon não é uma unanimidade. O criador de Buffy é
realmente reverenciado por uma parcela de fãs de ficção científica. Outra cria
sua, Firefly é o que chamamos de fracasso cult. Whedon, além de não ostentar
experiência com grandes orçamentos, não é um diretor propriamente dito. Ele só
dirigiu aquilo que criou. Os vingadores é seu primeiro grande trabalho fora
dessa “zona de conforto”. A Marvel sempre tomou cuidado na escolha dos
diretores a frente de seus filmes. Até mesmo Jon Favreau já tinha filmes de
médio porte com eficácia comprovada, caso de Um duende em Nova Iorque.
4 – Muito cacique para pouco índio
Thor, Capitão América, Homem de ferro e Hulk já tiveram seus
filmes. Além deles, a Viúva negra e Gavião arqueiro também constituem os
vingadores. É muito herói para pouca fita. Ao privilegiar a ação em detrimento
dos dramas desses personagens, Os vingadores pode se verificar um filme
extremamente superficial e ainda mais raso do que muitos suspeitam.
3 – E o que fazer com o vilão?
Problema semelhante ocorre em relação ao vilão do filme. É
sabido que Loki, irmão de Thor, precipitará a reunião do super grupo e que,
talvez, a Marvel esteja escondendo um outro supervilão, que seria uma entidade,
para dar mais molho à trama. Fato é que, cinematograficamente, essa mistura
pode não ser lá muito justificável em face de um super grupo como esse. Sem
contar que Loki, na construção do personagem feita em Thor, tem decalques
shakesperianos que não sustentariam a unidimensionalidade requerida por um vilão
meramente espalhafatoso.
2 - O fator
Robert Downey Jr.
O material promocional de Os vingadores tem focado em Robert Downey Jr.
e seu Tony Stark. Se isso é decalcado do filme ou meramente diretriz
publicitária em breve será revelado, mas fato é que focar em Robert Downey Jr.
pode dar a impressão de que se trata de um Homem de ferro anabolizado e o filme
não conseguir se manter competitivo nas bilheterias por mais de dois fins de
semana.
1 – Expectativa desestabilizadora
A espera por Os vingadores é grande. Se isso pode ser uma
baita de uma vantagem para o fim de semana de estreia, pode se mostrar um
problema em termos comerciais se o filme não corresponder às desmedidas
expectativas de fãs, indústria e crítica. O filme pode até ser bom, mas tem
muita gente esperando algo muito melhor que isso.
Nick “fucking” fury
Há quem acredite que Samuel L. Jackson nasceu para
interpretar Nick Fury, o agente especial da S.H.I.E.L.D, responsável pela
elaboração do supergrupo da Marvel, Os vingadores e que, no cinema, ganhou
ainda mais importância. Essa aptidão natural tem a ver com a persona que Nick
Fury ganhou na versão ultimate do universo Marvel. Nesta versão, uma
reimaginação do universo tradicional com algumas pontuais modificações, Fury,
propositadamente, ganhou os traços de Samuel L.Jackson. O desejo de um punhado
de roteiristas nerds virou realidade e Jackson finalmente agregou seu jeito
todo especial de falar “fuck” ao léxico do personagem.
O agente que é a cara de Jackson que por sua vez é a cara do
agente terá mais destaque na trama de Os vingadores.
O dono do martelo
Não que o nome de Chris Hemsworth tenha sido contestado
quando o ator foi anunciado como o escolhido para viver o Deus do trovão nos
cinemas. A bem da verdade, Hemsworth tem porte e semelhança física com a
descrição clássica do filho de Odin, nos quadrinhos pelo menos. A bem da
verdade, Hemsworth era um completo desconhecido. Seu principal crédito até
estrelar Thor, em 2011, tinha sido uma ponta na refilmagem de Star Trek.
Mas o ator provou ser digno do martelo de Mjolnir.
Carismático e com bom timing cômico, Hemsworth se garantiu no papel de Thor e
agora o revive em Os vingadores, com mais comodidade. Não obstante, já consegue
se proliferar no cinema. Estará em Branca de neve e o caçador, aguardada
superprodução desse verão, e em Rush, filme de Ron Howard com potencial para
prêmios sobre uma das mais famigeradas rivalidades da história da Fórmula 1,
entre os pilotos Nick Lauda e James Hunt. Hemsworth viverá este último.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
Crítica - À toda prova
Diversão com pedigree!
Ser Steven Soderbergh tem suas vantagens. O diretor
americano rodou dois longa-metragens com elencos recheados de estrelas de
primeira grandeza quase que simultaneamente. Um, Contágio, sobre um vírus
mortal e sem precedentes que põe em risco o futuro da humanidade, e outro esse
movimentado À toda prova (Haywire, EUA 2012); filme de ação que se vale de
alguns elementos relacionados ao cinema de espionagem e protagonizado por uma
lutadora de MMA, Gina Carano.
A grife Soderbergh atraiu atores de peso para figurar entre
os coadjuvantes e apanhar de Carano, que faz uma agente de uma empresa
paramilitar traída e em busca de vingança. Gente como Ewan McGregor, Michael
Fassbender, Michael Douglas, Antonio Banderas, Bill Paxton e Mathieu Kassovitz
abrilhanta esse filme de ação classudo com locações na Irlanda e na Espanha.
Carano e Fassbender em cena de À toda prova: filme de ação cheio de estilo e sofisticação |
De maneira não linear, Soderbergh estipula a jornada de
Mallory Kane (Carano) na busca pelos responsáveis por um intrincado plano para
matá-la. Ela precisa, obviamente, saber quem quis matá-la. Informação que ela
já detém na primeira cena do filme, mas que o público só terá plenamente na
meia hora final.
O diretor novamente esbanja técnica na arte de contar uma história
no cinema. Com trilha sonora envolvente, direção de arte sóbria e fotografia
não menos impactante, o cineasta faz de um filme de ação até certo ponto banal
um interessante e climático exercício de estilo. Tudo isso ainda com ótimas cenas de luta. O
embate entre Carano e Fassbender, por exemplo, é uma das melhores lutas do
cinema recente. Coisa do tipo que não se via desde O ultimato Bourne (2007).
Aliás, se tem uma coisa que À toda prova deixa transparecer com nitidez é o
grau de influência da trilogia Bourne no cinema de ação moderno. Até mesmo
Soderbergh quis fazer o seu Bourne. Fez e aferiu algumas marcas pessoais que
fazem da fita estrelada por Carano um entretenimento acima da média.
domingo, 15 de abril de 2012
ESPECIAL OS VINGADORES - Por que há tantos filmes sobre super-heróis e por que eles estão cada vez melhores?
Crise criativa é algo intrínseco ao próprio sistema
hollywoodiano. É um sintoma indesviável do gigantismo do maior símbolo da
indústria cultural de nossos tempos. Portanto, soa repetitivo afirmar que as
adaptações de HQ são boias salva vidas para a indústria do cinema americano.
Mas são isso mesmo. De quebra, por meio de cineastas inventivos e vanguardistas
como Christopher Nolan, Bryan Singer e Sam Raimi, se tornaram também modelos de
cinema comercial com vocação artística. Impossível não detectar, por exemplo,
profunda ressonância filosófica no Batmam de Chistopher Nolan; ou deixar de
identificar um bem articulado comentário político em alguns filmes da franquia
mutante. Dramas essencialmente humanos podem ser vistos em sombreamentos
distintos em filmes como Homem-aranha ou Homem de ferro. Sem escapar à
percepção artística de filmes como Marcas da violência e Estrada para a
perdição, também eles adaptações de quadrinhos.
O que ocorre é que, de uns anos para cá, Hollywood constatou
que não residia apenas na literatura uma fonte fidedigna para adaptações.
Outras mídias, além de universos igualmente fascinantes, ofereciam base
consolidada de fãs, potencial comercial expansível e possibilidades narrativas
inexploradas. Dentre essas novas fontes (videogames, peças, músicas), as HQs se
apresentam como as mais ricas em variações estéticas e discursivas – ainda que
tematicamente possam parecer uniformes.
Isso porque os super-heróis são valiosos espelhos para
nossas aflições cotidianas e ainda mais interessantes do ponto de vista
catártico. Dessa maneira, a partir do momento em que se dominou o conceito de
super-herói no cinema, nada mais previsível do que industrializá-lo.
Chris Evans, o Capitão América do cinema, e Stan Lee, o criador de boa parte dos heróis da Marvel, no set de Os vingadores: Marvel tenta levar para o cinema a dinâmica narrativa de seus quadrinhos
Mais e melhor?
Quantidade, já diz o famoso dito popular, não se relaciona
necessariamente, com qualidade. Mas nessa produção em escala, os erros são
imperiosos para que se possa convertê-los em acertos. A Warner
não retomaria o personagem Batman tão cedo e o confiaria a um diretor pouco
experimentado comercialmente como Christopher Nolan, se a Fox não tivesse tido
a mesma ousadia, e sido bem sucedida, com Bryan Singer no primeiro X-men
(2000). A Sony não daria o sinal verde para Homem-aranha, que tinha um roteiro
assinado por ninguém menos do que James Cameron rodando por Hollywood há pelo
menos dez anos, se não tivesse percebido que havia potencial criativo para um
personagem como Peter Parker, garoto que de uma hora para outra descobre que
grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Conforme atesta essa seção
Tira-teima, publicada em abril de 2011 no blog, desde os anos 2000 já foram
feitos mais de 20 filmes baseados em
HQ. Nem todos, é bem verdade, primam pela qualidade. O
recente Motoqueiro fantasma – espírito de vingança, é forte candidato a pior
filme dos últimos cinco anos. Mas existe, e não tão veladamente quanto alguns
podem supor, a percepção de que os filmes de super heróis podem vocalizar
muitas contradições humanas. Nesse sentido, a forma como Christopher Nolan
percebe Batman e suas reminiscências instituiu um novo patamar de qualidade
para esse perfil de produções. Passa por aí a baixa tolerância a fitas como
Motoqueiro fantasma atualmente. Nolan, Raimi e alguns outros mostraram que não
é preciso uma abordagem superficial para fazer milhões. É possível atender aos
anseios dos estúdios, agradar aos fãs, satisfazer o público e conquistar a
crítica ao explorar nuanças investidas na própria origem desses personagens.
Uma prova de que essa maturidade veio com o tempo é a recepção pouco amistosa
que o Hulk de Ang Lee recebeu em 2003. Lee fez um drama psicológico com toque
shakespeariano e nem público e crítica estavam preparados para isso. Nolan e
Raimi foram mais sutis e econômicos nessa constante decantação.
O britânico Christopher Nolan mudou definitivamente a percepção de indústria e crítica sobre as possibilidades narrativas de um filme de super-herói
2012, por muitas razões, será decisivo para a maturação
desse gênero cinematográfico – o filme de super- herói. Primeiro pela estreia
de Os vingadores – filme que é resultado e de certa forma prefácio – do mais
ousado projeto narrativo já instituído por um estúdio de cinema (Marvel
Studios). Que no caso não era nem mesmo estúdio antes desse projeto começar.
Segundo porque o Batman de Christopher Nolan terá seu
capítulo final e o desfecho da trilogia pode arrematar com chave de ouro todas
as conquistas a ela creditada ou por tudo em cheque. Terceiro
porque a Sony apresenta sua jogada de risco: um reboot da franquia Homem-aranha, que é a mais rentável da história do estúdio. São apenas dez anos
do filme original e a proposta nasceu, na verdade, de discordâncias com o
diretor Sam Raimi a respeito dos rumos da série. Se vingar, prova de vez as
imensas possibilidades narrativas proporcionadas por esses personagens tão
ricos. Se der errado, poderá comprometer toda essa estrutura erigida que o
presente artigo ilumina.
A expectativa é de que tudo transcorra bem. Mas existe a
possibilidade de os maias, pelo menos, derrubarem os super-heróis.
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Cantinho do DVD
Filmes franceses geralmente agradam pela sofisticação e qualidade com que as propostas são desenvolvidas. Não a toa, Crime de amor, destaque desta semana da seção Cantinho do DVD, já tem uma refilmagem americana engatilhada. Passion marcará o retorno de Brian De Palma ao cinema de suspense, seu habitat natural. A fonte não poderia ser melhor, como atesta a crítica que o leitor confere a seguir.
Crítica
Crime de amor (Crime d´amour FRA 2010) é um elaborado
exercício de narrativa. Em uma trama costurada com parcimônia por Alain
Corneau, o espectador tem acesso a elaboração de um crime tão perfeitamente
engendrado que só parece possível em um roteiro de cinema. À primeira vista, a
fita trata de uma relação de poder e manipulação entre Christine (Kristin Scott
Thomas), a chefe egocêntrica e possessiva, e Isabelle (Ludivine Sagnier), a
executiva fiel e pacata. Mas essa impressão rapidamente dará vez a uma
intrincada trama policial que joga brilhantemente com certezas e dúvidas. O
espectador é instigado por Corneau a adivinhar os movimentos que se darão antes
que eles sejam revelados. É um exercício muito saboroso para cinéfilos.
Outra grandeza do filme é nunca explicitar por completo seus
personagens. Os arquétipos que ganham forma frente a nossos olhos são mais
construções nossas do que algo delineado pela realização. Essa afortunada opção
de Corneau o coloca em pleno controle dos rumos do filme e possibilita que
surpreenda a platéia mesmo que o desenrolar da trama possa ser pressentido.
Crime de amor é altivo na articulação das ideias e na forma
que dá a elas. É um deleite contínuo testemunhar como Corneau bifurca os
gêneros cinematográficos com sutileza, sem deixar de ser firme no fluxo
narrativo do filme.
É verdade que a reviravolta final, que se dá precisamente na
última cena do filme, tira um pouco da força da fita. A consciência que se
revela era mais bem adornada como as cenas que precedem o desfecho sugeriam com
tensão Hitchcockiana. O poder da sugestão é algo poderoso na narrativa de Crime
de amor, maiormente concentrada em uma investigação policial minuciosamente calculada.
No entanto, Corneau opta por uma figuração de maior impacto. Ele narrou o crime
perfeito, mas se reservou o direito de não fazer o filme perfeito.
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
Causos de cinema - Os vingadores
Roberto sempre foi nerd, mas só recentemente aceitou essa
condição plenamente. Isso porque Roberto vem de uma época em que ser nerd não
era exatamente pop. Mudou a sociedade, mas não mudou Roberto. Para todos os
efeitos ele é um PHD em ‘nerdice’. E PHD em nerdice que se preze, precisa se
refugiar em HQs. No
caso do Roberto, os quadrinhos de heróis. Ele se lambuzava, metaforicamente por
favor, com as histórias do Super-homem, do Batman, do Homem-aranha, dos
X-men...
No aniversário de 20 anos de Roberto estreava nos cinemas
brasileiros o primeiro X-men. Foi um acontecimento. É difícil precisar a
euforia de Roberto. Foram noites mal dormidas, conversas pela neandertal rede
social ICQ com outros nerds que como ele pouco dormiam às vésperas do
lançamento do filme e muita expectativa. Roberto estava entusiasmado com o
promissor mercado para as adaptações de HQ no cinema americano. Durante a
faculdade de Letras foram lançados Homem- aranha 1 e 2, Hulk, X-men 2 e
Demolidor. Cada filme era um evento social na vida de Roberto. O equivalente a
um casamento ou mesmo a aprovação em um concurso público. Era tamanha a
ansiedade que os familiares temiam que o rapaz ficasse diabético ou hipertenso.
Sabe como é, a vida tem das suas ironias e Roberto era nerd, não super-herói.
Mas curioso mesmo foi quando Roberto começou a dar aulas.
Lembre-se: ele sempre foi nerd! Emendou a graduação em simultâneos mestrado e
doutorado. E ainda tinha tempo de devorar seus gibis!
Pois bem. O doutor Roberto se tornou docente de uma
prestigiada universidade paulista, em regime exclusivo, como prega a moda
européia. Não declinaremos a universidade para não incorrermos em propaganda. Fato
é que Roberto, aos poucos, foi se tornando um super vilão. Ainda que algumas alunas
vissem nele um “quezinho” de Tony Stark. Ah, essas alunas!
Roberto, para começar, era especialmente ardiloso com os
alunos valentões. Aqueles que costumam espezinhar nerds como Roberto. Mas Roberto agora era professor e essa autoridade, aparentemente, transformava a
nerdice em charme. O
folclore que movia as aulas do professor Roberto é que todas, de alguma
maneira, se relacionavam a super-heróis. E, naturalmente, quem apresentava
maior desenvoltura no tema se tornava imediatamente protegido do professor
Roberto. Homem afável e atencioso com quem sabia de cor todos os lanternas
verdes do universo ou a história de Krypton, mas sombrio com quem não era capaz
de indicar o nome do diretor de Quarteto fantástico.
Bartolomeu era quem mais sofria nas mãos do professor
Roberto. Muito nerd, Bartolomeu quebrava a corrente da qual Robert descendia.
Não entendia, ou pior, não fazia a menor questão de entender bulhufas de HQs e
todo o seu universo. Bartolomeu estudava horas e mais horas para conseguir
conceitos medianos com o professor. Ele e Roberto promoviam verdadeiros debates
histéricos a respeito da concepção sociológica econômica vigente, mas na
verdade discutiam veladamente sobre se quadrinhos eram ou não artisticamente
relevantes. O grupo teatral da faculdade de comunicação até encenou uma peça
sobre os dois. Tudo com licença poética é claro. O título da peça? Os
vingadores. Pois é, os nerds aprenderam a ser populares.
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Os vingadores
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Momento Claquete # 30
O bonitão Chris Evans desfilou simpatia em sua passagem pelo Brasil no início da semana. O ator veio prestigiar a premiere brasileira de Os vingadores, que tem estreia marcada para o dia 27 de abril e que é tema de especial em Claquete. A pré-estreia do filme foi realizada na segunda-feira (9) no shopping paulistano Cidade Jardim
Vale o trocadilho: Jeremy Renner, que também integra o elenco de Os vingadores, estampa a capa do semanário The Hollywood Reporter. Além de Os vingadores, Renner estrela outro grande blockbuster da temporada: O legado Bourne
Babai-vos: eis o primeiro cartaz de Django unchained, novo filme de Quentin Tarantino que tem estreia marcada para o natal nos EUA e deve chegar ao Brasil em janeiro de 2013
Turma de 99: e por falar em cartaz, está aí um dos mais bem sacados posteres de American Pie: o reencontro, que estreia nos cinemas brasileiros em 20 de abril.
Ela é um amor: 12 horas, primeiro filme do diretor pernambucano Heitor Dhalia em Hollywood, estreia na próxima sexta-feira (13). Na imagem o diretor dá um beijo carinhoso em sua protagonista, Amanda Seyfried, na premiere americana da fita. O diretor não poupou elogios à moça em entrevistas promocionais
E para fazer valer o nome de "Momento claquete", eis aí um flagra do cineasta sueco Ingmar Bergman em uma visita ao set de Tubarão...
... e Steven Spielberg em uma foto que ele despreza, mas que mostra o entusiasmo do então promissor diretor que se tornaria o maior nome do mainstream hollywoodiano
segunda-feira, 9 de abril de 2012
ESPECIAL OS VINGADORES - Os dez melhores filmes com personagens Marvel
Os vingadores é o maior projeto Marvel nos cinemas. É a
grande cartada do estúdio nessa nova e arriscada fase que foi iniciada em 2008
com Homem de ferro. É sabido que a Marvel não detém, no cinema, os direitos de
todos os seus personagens. Situação que começará a ser revertida no final dessa
década. De qualquer jeito, seus personagens foram ao cinema por outros
estúdios. Claquete, na antecipação de Os vingadores, lista os dez melhores
filmes com personagens Marvel.
10 – Blade 2, de Guillermo Del Toro (Blade 2, EUA 2002)
É fato que foi com o primeiro Blade, em 1998, que os
personagens da Marvel passaram a ser considerados fontes fidedignas para
produções hollywoodianas. Contudo, foi com o segundo filme do caçador de
vampiros, personagem de segunda linha do selo Marvel, que a ideia de que um
filme de herói poderia ser algo mais surgiu. O cineasta Guillermo Del Toto,
conhecido por seu requinte visual, fez do filme do caçador de vampiros algo
divertido, assustador e transbordante em ação. Tudo isso muito bem fundamentado
visualmente.
9- Capitão América –
o primeiro vingador, de Joe Johnston (Captain America: the first avanger, EUA
2011)
A maior prova de que filme de super-herói também pode ser
uma bela matinê. Conjugando muito bem a responsabilidade de ser a principal
ligação entre os filmes da Marvel Studios (os dois Homem de ferro, Thor e O
incrível Hulk) e Os vingadores, com a função de ser um filme de introdução ao
personagem, Capitão América – o primeiro vingador apresenta um ritmo
maravilhoso e personagens carismáticos. É daquele tipo de filme que se revê sem
cansar.
8 - X-men,
de Bryan Singer (X-men, EUA 2000)
Se o primeiro Blade mostrou que era possível a Marvel vingar
no cinema, foi o primeiro X-men que mostrou o caminho das pedras. O filme de
Singer disfarça, e muito bem, o orçamento modesto com cenas muito bem pensadas
para parecerem maiores do que de fato são. Um roteiro afiado e um astro, Hugh
Jackman, esperando para ser descoberto.
7- Hulk, de
Ang Lee (Hulk, EUA 2003)
Filme muito subestimado. Nem público, nem crítica reagiram
bem à investida psicológica que Ang Lee impetrou no filme. Uma introspecção
que, naquele momento, não parecia oportuna em um filme baseado em quadrinhos. Se o
filme fosse lançado hoje, depois do vanguardista Batman de Christopher Nolan, a
recepção a ele talvez fosse diferente. Lee fez do Hulk uma poderosa arma do
inconsciente de Bruce Banner e circunscreveu à tragédia familiar toda a sua
desgraça. Uma leitura shakespeariana para um personagem até certo ponto
simplório.
6 – Homem de ferro, de Jon Favreau (Iron man, EUA 2008)
O primeiro filme Marvel, mais do que ser um ótimo e
inteligente entretenimento, é a demonstração perene de como planejamento e
controle implicam em sucesso criativo e comercial. Esmerado pelo talento e
carisma de Robert Downey Jr., Homem de ferro se revela uma comédia de ação
dotada de invejável senso crítico. Uma combinação ímpar não só nos filmes
baseados em HQ, como nas produções hollywoodianas em geral.
5 – X-men
2, de Bryan Singer (X-men 2, EUA 2003)
Primeira prova viva de que uma sequência pode ser muito
melhor que o original nas adaptações de HQ. X-men 2 eleva a discussão intrínseca ao universo dos
mutantes (tolerância, preconceito, etc) e apresenta um filme muito mais atraente
e com personagens envoltos em dilemas ainda mais agonizantes.
4- Homem aranha, de Sam Raimi (Spider man, EUA 2002)
Era grande a expectativa pelo filme do cabeça de teia. Sam
Raimi deu uma aula de como fazer um filme de origem capaz de agradar aos fãs
sem alienar espectadores ocasionais. Apostando em um enredo simples e em
personagens carismáticos, o diretor foi fiel ao espírito dos quadrinhos e ainda
entregou um filme coeso e empolgante.
3 – Homem aranha 2, de Sam Raimi (Spider man 2, EUA 2004)
Entrou para a galeria de sequências superiores ao original,
assim como O poderoso chefão 2, O império contra-ataca e O cavaleiro das
trevas. É um filme que consegue sublinhar com eficácia inédita até então em um
filme baseado em HQ os dilemas humanos inerentes ao herói. Consegue ser mais
divertido, mesmo sendo mais sombrio. Uma combinação tão improvável quanto
certeira.
2 – Kick ass – quebrando tudo, de Mathew Vaughn (Kick ass,
EUA 2010)
Menos conhecido do que os companheiros de lista e integrante
de um selo especial da Marvel, Kick ass acabou recebendo tratamento de luxo no
cinema. O diretor Mathew Vaughn preservou o cinismo do material original e
investiu no humor negro sem diminuir a pegada violenta do material original.
Resultado? O mais divertido e anárquico filme baseado em HQ, sem deixar de ser
inteligente e repleto de ação.
1- X-men:
primeira classe, de Mathew Vaughn (X-men: first class, EUA 2011)
E Mathew Vaughn conseguiu novamente. Ele já deveria ter
dirigido o terceiro X-men, mas deu uma amarelada. Voltou à franquia mutante por
cima da carne seca após o sucesso de público e crítica alcançado com o barato e
underground Kick Ass. Resultado? Fez o filme mais político dos últimos anos e
ponto. Não é pouca coisa. X-men: primeira classe é vintage, é cool, é inteligente
e é puro carisma. Não a toa está em primeiro, não é mesmo?
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