OSCAR WATCH 2011 - Insight

As faces por trás das melhores atuações do ano – parte II

Dando sequência a análise do status da corrida pelo Oscar nas categorias de atuação, na seção Insight deste domingo o foco está nas categorias de ator e atriz coadjuvantes. Nesse sentido, o filme que está gerando todo o buzz é O vencedor. O tal do filme que o elenco puxa a carroça, nesse caso a atenção. Christian Bale está sendo premiado a torto e a direito pelas associações de críticos por seu papel como Dick Ecklund, o problemático e leal irmão do protagonista vivido por Mark Wahlberg no filme que conta a história do pugilista “irish” Mick Ward.

Bale não é do tipo afável, como também não eram Sean Penn e Tim Robbins, dois atores premiados recentemente. Contudo, Bale ainda não tem a seu favor a filmografia dessas duas figuras. Mas quem está assim, digamos, apto a justificar uma não premiação a Bale? Mark Ruffalo é um ator querido, reverenciado por seu talento e que nunca foi indicado ao Oscar. Sua indicação, embora não seja certeza irrevogável, uma vez consumada poderá complicar as chances do ator que é o atual Batman no cinema. Mas a disputa por uma vaga entre os coadjuvantes está bem mais movimentada do que o domínio de Bale até aqui sugere. John Hawkes, um ator veterano, vem obtendo elogios e lembranças sólidas por sua atuação em O inverno da alma e nesta categoria, a academia costuma lembrar de atores com a estatura artística de Hawkes. Mas antes de Hawkes se enfileiram na disputa por uma vaga de candidato ao Oscar Geoffrey Rush (que dizem está soberbo em O discurso do rei) e Andrew Garfield (que está soberbo em A rede social). Jeremy Renner, que ano passado concorreu na categoria principal por Guerra ao terror, parece vir forte com Atração perigosa. Se seu papel em muito lembra o que fez no filme de Kathryn Bigelow, ele o faz com a densidade necessária para manter o expectador sempre alerta. Matt Damon é outro que esteve no Oscar ano passado (justamente nesta categoria) e que pode retornar esse ano. Sua performance em Bravura indômita dos irmãos Coen está recebendo muitos elogios e pode ser uma surpresa na lista, já que Damon não vem sendo lembrado. Com bem menos chances, embora merecedores de atenção, estão Justin Timberlake e Armie Hammer, ambos de A rede social, que frequentaram as listas dos críticos (mas não apareceram nas premiações major até aqui). Certos na lista do Oscar estão Bale (mas ainda não como favorito) e Rush; Hawkes e Ruffalo aparecem com mais chances e Garfield, a priori, fecha a lista. Os outros estão pelas beiradas.

John Hawkes ao lado da companheira de elenco em O inverno da alma, Jennifer Lawrence: nomes fortes na disputa por uma vaga no Oscar

As atrizes

Como já foi dito, o filme do momento (em matéria de atuações) é O vencedor. E isso se cristaliza por duas atrizes do filme estarem sendo constantemente lembradas e revezando-se em vitórias. Melissa Leo e Amy Adams devem engrossar as estatísticas de que é na categoria de atriz coadjuvante que mais vezes ocorre de um mesmo filme emplacar duas candidatas. Amy Adams, recentemente, se beneficiou dessa peculiaridade em 2008, quando foi lembrada junto com sua colega Viola Davis pelo filme Dúvida.

Outra que parece certa entre as indicadas é a inglesa Helena Bonhan Carter. Por dois fatores que prescindem da qualidade de sua interpretação em O discurso do rei. Primeiro é britânica, e uma inglesa sempre tem vez nessa categoria, e teve um ótimo ano (quem não acha que ela é a melhor coisa no delirante Alice no país das maravilhas?). Seria, portanto, uma indicação homenagem. Justamente por isso, sem chances de vitória. Jacki Weaver, por Animal Kingdon, depois das lembranças da HFPA e do Critic´s choice awards vê suas chances crescerem (ainda que tenha sido esquecida pelo SAG). Quem não foi esquecida pelo sindicato dos atores e deve mesmo marcar presença na noite de 27 de fevereiro é Hailee Steinfield. A adolescente pode se beneficiar de outras duas coqueluches da categoria que são indicar jovens atrizes e atrizes em trabalhos de estréia. Ela que divide a cena com Jeff Bridges em Bravura indômita deve ser outra lembrança do filme dos irmãos Coen. Na briga pelas últimas duas vagas ainda estão Mila Kunis por Cisne negro (com certo favoritismo) que deve se beneficiar do alto rendimento junto à crítica que seu filme, e sua atuação, estão tendo. Dianne West (Rabbit Hole), uma atriz querida pela academia e um tanto esquecida nessa temporada de premiações, e até mesmo Rebecca Hall (muito bem em Atração perigosa) e Marion Cottilard (negligenciada ano passado por Nine e que está novamente hipnotizante em A origem) não devem ser esquecidas.

Hailee Steinfield em cena do filme dos irmãos Coen: a crítica caiu de amores por ela e sua presença é quase certa no Oscar