Pois é, por mais antecipado, esperado e comentado que fosse o último trabalho de Christopher Nolan, A origem não conseguiu repetir o feito do box office americano e prevalecer nas bilheterias brasileiras. A animação Meu malvado favorito, também com cópias em 3D, derrotou a fita protagonizada por Leonardo DiCaprio com folga. E na dúvida, confirmou a vitória no final de semana seguinte. Para ninguém alegar que a arrecadação do 3D fez a diferença.
O paraíso do 3D
No Brasil, mais do que em qualquer outro país, o 3D pegou de jeito. Os filmes exibidos no formato rumam para a liderança das bilheterias sem dificuldade. Filmes como Meu malvado favorito, Shrek para sempre, Alice no país das maravilhas, Toy story 3 e, atualmente, O último mestre do ar têm dominado as bilheterias brasileiras desde o inicio de Abril (Karatê Kid quebrou a sequência no último fim de semana de agosto). E antes deles, era Avatar quem dominava. Nos EUA, grande referencial em termos de tendências de mercado, isso não ocorre. Pelo menos não com esse ímpeto e com essa visibilidade. O 3D devolveu aos brasileiros o gosto da experiência de ir ao cinema em família.
Porrada!
Ninguém dava crédito para eles. Aliás, a maioria ainda não dá. Mas como diria o velho lobo Zagallo: tiveram que engolir. Os mercenários se não foi um sucesso retumbante, foi um sucesso maior do que se poderia supor. O filme estreou fazendo U$ 35 milhões nas bilheterias americanas e se pagando (com a arrecadação combinada de outros países). Algo que muitos temiam que não fosse acontecer.
O desempenho do filme de Stallone impressiona ainda mais pela forte concorrência em seu fim de semana de estréia. Os mercenários derrubou a comédia romântica existencial estrelada por Julia Roberts, Comer, rezar e amar, e a ficção nerd da vez Scott Pilgrim contra o mundo. Ou seja, uma vitória na base da porrada!
A virada de Julia
E ninguém esperava que Julia Roberts fosse perder a liderança do fim de semana para o bombado, ultrapassado e sessentão Stallone. Mas foi o que aconteceu. O que mostra que a ex- namoradinha da América não é capaz de arrastar multidões aos cinemas. Embora nos últimos anos tenha estado envolvida apenas em boas produções, Julia parece ter perdido seu poder de atração. Mesmo contracenando com bonitões (e na faixa dos 40), como Clive Owen e Javier Barden, que as mulheres adoram fantasiar, a atriz não tem conseguido atingir seu público. Ou o público que ainda acredita ser seu.
Os vampiros chuparam!
Em um duelo de sangue (eta trocadilho infame), Os mercenários de Syvester Stallone fizeram os vampiros da paródia Vampire sucks (Os vampiros que se mordam no Brasil) chuparem. Em um fim de semana (do dia 20 a 22 de agosto) com 5 estréias, Stallone e sua trupe lideraram novamente. A bilheteria de U$ 16,5 milhões representou uma queda de 52% em relação ao primeiro fim de semana, mas foi suficiente para mostrar que o filme pegou. Mais do que as novas produções que pintaram no box Office.
Quem quer ver peitos em 3D?
Pois é, esse era o hype que os produtores de Piranha 3D tentaram passar ao público. Mas tudo indica que não pegou. O filme que mostra peitos em profusão (e mordidas também) não fez uma estréia marcante nos cinemas americanos. Embora tenha tido um baixo custo de produção (U$ 25 milhões), os produtores esperavam melhor sorte na largada. A sexta posição com U$ 10 milhões não foi das melhores coisas do mundo. Na semana seguinte, desapareceu do ranking, mas a continuação já está garantida. Vai entender!
Mais Avatar
James Cameron relançou no último fim de semana, em cerca de 900 salas 3D nos EUA, Avatar. O filme de maior bilheteria da história chega com menos de um ano aos cinemas novamente com 9 minutos de cenas estendidas. Segundo o diretor, “é uma homenagem aos fãs”. Afinal, não se trata de dinheiro.
Não é o último exorcismo
A grande novidade no final de agosto nas telas americanas foi O último exorcismo. A fita de terror com orçamento barato e rodada naquela estilo documentário que A bruxa de Blair celebrizou, arrecadou U$ 21 milhões em sua estréia. Orçada em U$ 2 milhões, o filme que promete carreira vitoriosa (já que coleciona boas críticas) já se pagou com folga.
*Esta é a última edição de Numerologia. A partir do mês que vem, o conteúdo da seção será integrado a Claquete destaca.