Nesta edição de Em off, as melhores séries em cartaz na tv e aquela que já não é mais a mesma; os destaques da cerimônia do Emmy do próximo domingo; a sina dos remakes; uma brincadeira cinéfila que é o maior barato; alguns bons filmes para ver no conforto de sua casa e as últimas do festival de cinema de Toronto.
Toronto updated!
Com o fim já à espreita, indústria e crítica já começam a elaborar o saldo do festival de Toronto 2011. A primeira assunção traz um componente tão alarmante quanto entusiasmante. O não surgimento de “front runners”, como o metiê costuma delimitar aqueles filmes cujo burburinho em Toronto lhes encaminham rumo ao Oscar, esboça um cenário um tanto diferente. Ano passado, para se ter uma ideia, Cisne negro, 127 horas e O discurso do rei surgiram como oscarizáveis em Toronto. Para veículos como The Guardian, Empire e The Hollywood reporter, esse quadro denota dois possíveis cenários. No primeiro deles, o ano apresentaria um novo alvorecer dos filmes de estúdio (J.Edgar, de Clint Eastwood, Tudo pelo poder, de George Clooney, Os homens que não amavam as mulheres, de David Fincher e Moneyball, de Bennett Miller – o filme que mais polarizou atenções em Toronto até o momento). No segundo cenário, a hipótese aventada é de que o ano prima por um equilíbrio maior, afinal produções como Shame, de Steve McQueen, Killer Joe, de William Friedkin, Anonymous, de Roland Emmerich e Friends with the kids, de Jennifer Westfeldt se não arrebataram, causaram ótimas impressões.
Previsões para o Emmy!
No próximo domingo serão entregues os prêmios Emmy que consagram o que de melhor foi produzido no ano na TV americana. Diferentemente do que ocorreu no Globo de ouro e no SAG, Mad men deve prevalecer como melhor série dramática e manter sua hegemonia. Boardwalk Empire, que traz a grife Martin Scorsese e prevaleceu nos outros dois prêmios, continua sendo uma ameaça. A mesma proporção se dá na disputa dos atores dramáticos. Jon Hamm, por Mad men, parece ser a bola da vez. Indicado e preterido por três anos consecutivos, ele parece um nome mais certo do que o de Steve Buscemi que debuta por Boardwalk Empire.
Juliana Marguiles (The good wife), que não venceu no ano passado contrariando prognósticos da crítica, não parece ter desafiante à altura esse ano, senão a sempre competente Elizabeth Moss da prestigiada Mad men.
Entre as comédias, Modern Family deve prevalecer novamente e valer a seu elenco de coadjuvantes prêmios. Carlos e Mildred Pierce, com destaque para a segunda, centralizam as atenções em filmes e minisséries feitos para a TV. Contudo, o elenco de The Kennedys pode roubar alguns prêmios.
Brincadeira de cinéfilo
Uma das maiores diversões de cinéfilos criativos é fazer mash ups. A ideia é juntar um ou mais filmes sob critérios tão díspares como um ator em comum, um diretor, uma frase, um gênero e por aí vai... Existem mash ups célebres na internet com trailers, músicas e tudo o mais. A revista
Empire promove, já há algum tempo, um concurso de mash up de pôsteres entre seus leitores. São muitas as categorias. De Alfred Hitchcock a Quentin Tarantino.
Claquete selecionou alguns dos melhores para seus leitores:
Remakes e remakes
Geralmente elas são amaldiçoadas pela desconfiança e provocam todo o tipo de calúnia e difamação. De vez em quando, salvam o dia e relegam o original ao escrutínio dos historiadores. Estamos falando das refilmagens. Neste fim de semana estréia no Brasil mais uma polêmica. Conan – o bárbaro é dirigido por Marcus Nispel, que tem em seu currículo só refilmagens. A especialidade do diretor alemão não salvou guardou sua mais recente cria do infortúnio com a crítica. Outra refilmagem de um clássico dos anos 80 deve chegar por aqui no mês que vem. A hora do espanto traz Colin Farrel no papel do vampirão que fez a fama de Chris Sarandon. Diferentemente de Conan, esse remake agradou. Outras refilmagens de fitas de terror daquele período, no entanto, não tiveram a mesma sorte. Um exemplo é A hora do pesadelo, que apesar da boa bilheteria que vez no verão americano do ano passado, não agradou à crítica.
Mas refilmagem também é coisa de diretor sério. Steven Soderbergh chamou o chapa George Clooney e pôs Frank Sinatra no bolso com sua reimaginação para Ocean´s eleven (Onze homens e um segredo). E se Martin Scorsese pôde ganhar seu sonhado Oscar com uma refilmagem (Os infiltrados), por que não David Fincher? Talvez isso tenha passado pela cabeça do diretor de Seven na hora de aceitar o desafio de rodar a versão americana de Os homens que não amavam as mulheres – que estréia em dezembro nos EUA. Fincher também estará a frente das continuações – também refilmagens.
O olho gordo de Hollywood não deixa nem mesmo o tempo passar. A Warner Brothers acabou de anunciar que irá produzir uma refilmagem americana para o vencedor do Oscar de filme estrangeiro O segredo dos seus olhos. O filme argentino, de dois anos atrás, terá sua contraparte americana dirigida por Billy Ray e pode ter Denzel Washington como o “Ricardo Darín americano”. Resta saber se esse remake está destinado a glória ou ao ridículo.
Rooney Mara em cena de Os homens que não amavam as mulheres, de David Fincher: "o final é diferente", garantiu o diretor americano
Sessões em casa!
Os próximos dias trazem ótimas pedidas para o bom e velho cineminha em casa. Neste sábado, 17 de setembro, o Telecine Premium estréia o excelente Wall street: o dinheiro nunca dorme, de Oliver Stone. O filme, que entrou no TOP 10 dos melhores filmes de 2010 no blog, mostra o regresso de Gordon Gekko (Michael Douglas) ao mundo das finanças na esteira da crise econômica global de 2008. A HBO estréia, no mesmo dia e horário, a boa comédia de ação Os perdedores. O filme tem no elenco Chris Evans, Jeffrey Dean Morgan e Zoe Saldana e será reapresentado na quarta-feira, dia 21 de setembro, às 22h.
Segunda-feira, dia 19 de setembro, o Telecine Premium exibe Vício Frenético, de Werner Herzog. Uma boa pedida para quem deseja ver uma das últimas boas atuações de Nicolas Cage no cinema.
Já no sábado, dia 24 de setembro, o Telecine Cult destaca dois filmes do grande Charles Chaplin. Às 20h25min será exibido Tempos modernos e logo depois, às 22h, O grande ditador. Para fechar o pool de indicações, no dia seguinte, às 22h no mesmo canal, será exibido A conversação, um dos melhores filmes de Francis Ford Coppola.
As melhores séries na sua TV...
Em tempos de Emmy, convém apontar o que de melhor está em exibição na TV brasileira em termos de séries. Três programas chamam a atenção pela qualidade narrativa, ousadia da proposta e pelo esmero na produção. "Os Bórgias" (em cartaz no TCM), "Prófugos" (em cartaz na HBO) e "Spartacus: blood and sand" (em cartaz no FX) guardam muito pouco em comum.
A primeira trata de um dos papados mais polêmicos de toda a história da igreja católica. Com produção e direção do cineasta Neil Jordan e com Jeremy Irons a frente de um elenco sofisticado, "Os Bórgias" é uma série inteligente, intrigante e com alta voltagem sexual. “É como se fossem Os Sopranos no Vaticano”, explicou Jordan em uma coletiva para divulgar a série que já teve sua segunda temporada confirmada. O TCM exibe a primeira temporada aos domingos às 22h com reprises as terças no mesmo horário.
"Prófugos" é a nova produção original da divisão latina da HBO. A primeira série chilena do canal é um exemplar de ação que não fica nada a dever aos melhores filmes de espionagem dos anos 70. Com excelente direção de arte, fotografia impactante, roteiro envolvente, personagens bem delineados e uma trama vertiginosa, "Prófugos" acompanha um quarteto de traficantes caçados por polícia e congêneres após uma mal sucedida transação. Mas a sinopse não cobre nem metade do potencial da série.
"Spartacus", que já foi exibida no país no canal Globosat HD, é a mais desprovida de predicados. O que não faz dela menos emocionante. Com cenas de ação maravilhosamente coreografadas, e um argumento capaz de cativar fãs de épicos, a produção do canal americano Starz tem fôlego de sobra. Resta saber como será a segunda temporada sem o protagonista Andy Whitfield, que faleceu recentemente de um câncer linfático.
Os Bórgias é um dos oásis de criatividade e inteligência na tv americana atualmente
... e aquela que já não é mais a mesma
A quarta temporada de "True blood", que já foi a série mais viciante da tv, acabou na última semana nos EUA. No Brasil, restam ainda dois episódios para o desfecho da temporada mais anêmica da série. Alan Ball, criador e produtor do programa, já declarou que o quinto ano deve ser focado na política vampírica; o que na prática representaria um regresso aos principais arcos do primeiro e melhor ano do programa. De qualquer forma, dificilmente algum outro ano será inferior a este. O hype ficou tão grande que nem bruxas, fadas, lobisomens, panteras e metamorfos podem ajudar os vampiros de Bom temps com seu sex appeal.