quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Quando (algumas) imagens valem mais do que palavras...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Critica:Jogando com prazer
Ashton Kutcher, o eterno Kelso de that´s 70th show, e mais conhecido atualmente pelo status de marido de Demi Moore, vira e mexe faz algum filme em que busca primeiramente seu próprio entretenimento; e se possível, agradar a um considerável séqüito de fãs que o seguem via paparrazi ou twitter. Jogando com prazer ( Spread EUA 2009) é um caso célebre.
No filme, Kutcher vive Nikki, um jovem que descobre na vida de gigolô uma vocação. A vida idílica de mulheres, farras, bebidas e vadiagem é uma realidade para Nikki. Ele não tem casa, vínculos nem responsabilidade. De casa em casa, de companhia em companhia, a rotina de Nikki é tão volúvel quanto seus sentimentos a primeira vista. Ele se vende como brinquedo sexual para mulheres poderosas e carentes de uma Los Angeles fashionista e fetichista.
Enquanto o diretor David Mackenzie observa a rotina boa vida e desprovida de responsabilidades de Nikki, Jogando com prazer é interessante de um ponto de vista meramente voyeour, mas quando cede a um moralismo torto e capenga, o filme se anula.
O diretor David Mackenzie, que já havia feito filmes sobre a falta de perspectiva de certos tipos jovens em O jovem Adam, muda o tom de seu registro muito bruscamente e confunde seu público. Vemos ali um drama sobre a urgência de amadurecer ou os delírios de um misógino mal resolvido?
De qualquer forma, Jogando com prazer tem a cara de Ashton Kutcher. Fotogênico, colorido, sexy e cheio de corpos torneados a mostra. O ator, que produz o filme, realiza cenas picantes, em sua maioria junto a atriz Anne Heche, que até então não o havíamos visto fazer. Essas cenas também servem para emaranhar a percepção da platéia, já que parecem totalmente descartáveis, embora bem filmadas.
Kutcher disse, certa vez, ter a curiosidade de rodar um filme pornô. Chegou bem perto disso aqui. Jogando com prazer, mais uma vez, é um filme para satisfazer, primeiramente, os caprichos de Kutcher. Para justificar a produção do ponto de vista comercial, incutiram um moralismo ululante na fita. Essa esquizofrenia acaba por diminuir a diversão de quem quer que seja.
Notas
Polanski, no entanto, foi pego em um ato falho. O diretor viajara para a Suíca para receber um prêmio em honra a sua carreira. Preso, desde sábado, o diretor protagoniza um incidente diplomático entre França e EUA. Há pressão da diplomacia francesa para a libertação do diretor. O governo federal americano evita comentar o assunto. O estado da califórnia, que condenou Polanski, tem dois meses para elaborar a documentação necessária para viabilizar a extradição.
* Quentin Tarantino não virá ao Brasil para divulgar Bastardos inglórios. Chegou hoje, via assessoria do estúdio Universal aqui no Brasil, o pedido de desculpas do diretor que alega cansaço extremo como razão de sua omissiva. Tarantino frustra mais de 300 cinéfilos que esgotaram os ingressos da pré - estréia do filme que teria Tarantino como host. E o festival do Rio perde um de seus maiores hypes esse ano.
* Os ingressos para This is It, documentário sobre os últimos ensaios de Michael Jackson, já esgotaram nos EUA. Recorde impressionante que supera o melhor dos prognósticos. Há de se imaginar, se os produtores e distribuidores não vão aumentar o prazo de exibição da fita das atuais e divulgadas duas semanas.
domingo, 27 de setembro de 2009
Insight
Um dos gêneros mais amados e contestados do cinema é a comédia romântica. Já foi aventado ser um dos poucos gêneros, dito feminino por excelência, que resiste a evoluções e que vive de reciclar a mesma fórmula. Diz-se também que é onde a criatividade menos se prolifera e que as comédias românticas só sobrevivem no carisma das atrizes e atores que as estrelam. Outro senso comum sobre comédias românticas é acerca de sua previsibilidade.
Bem, nada disso deixa de ser verdade. Mas não há absolutismo aí. Se tivesse, teria de ser estendido a outros gêneros que experimentam das mesmas mazelas que acometem as comédias românticas, menos a implicância.
Matthew e Kate que dividiram a cena em dois filmes: A química entre dois atores ainda é, e sempre será, um elemento poderoso
Fato é que como em todas os parâmetros e estruturas do cinema, enquanto linguagem, e especialmente dentro da engenharia hollywoodiana, existem fórmulas, conceitos bem estabelecidos e margens de produção a serem cumpridas e obedecidas. Não é diferente com as comédias românticas. Mas então por que tanto alarde?
Primeiro porque em uma produção mais ajustada ao interesse de um público jovem e masculino, a comédia romântica é uma dicotomia que resiste a efeitos especiais e tendências de comportamento. Há portanto algum ressentimento aí. Depois do preconceito de viés mercadológico, há o preconceito em sua mais vã forma. Homens não gostam, porque supõe ali se tratar de um absurdo maior do que um super homem alienígena e os estúdios ao invés de tentar estreitar seu produto a um público mais universalizado, seguem, ou seguiam, no contra fluxo.
Meg Ryan simula um orgasmo em Harry e Sally- feitos um para o outro: o sexo e suas neuras também podem ser engraçados
Mas ambos os preconceitos começam a ser superados. Se Harry e Sally - feitos um para o outro de 1989 trazia o sexo, e suas variantes, para o centro das atenções, diversificando a casta produção romântica americana, filmes como Terapia do amor ( 2005), Separados pelo casamento (2006), A verdade nua e crua ( 2009), Nunca é tarde para amar (2007), Ligeiramente grávidos (2007) e Como perder um homem em dez dias (2003) completam o ciclo. Não só o sexo passou a ser parte proeminente de filmes do gênero, como as histórias se pluralizaram e ganharam contornos mais sofisticados.
Terapia do amor: As vezes um relacionamento não precisa ser para sempre...
Separados pelo casamento assume uma verdade que parecia pecaminosa, a de que depois do final feliz nem sempre vem mais felicidade...
Não é que finalmente a comédia romântica esteja mudando. Em seu cerne, continua a mesma. A fórmula e os preceitos seguem imutáveis. Duas coisas mudaram. Primeiro, nossa tolerância a esses conceitos e fórmulas. E a segunda mudança, talvez a mais significativa, produção e público estreitaram suas preferências. Se o sexo vinha a calhar, por que não temperar nossos filmes com histórias regadas a sexo? Se homens e mulheres inventaram uma nova modalidade de relacionamento e estão menos ansiosos pelos finais felizes, por que não refletir isso em nossos filmes?
20 anos depois de Harry e Sally, um orgasmo( dessa vez real) volta a render uma cena célebre em A verdade nua e crua
Não se espante se daqui a uns 5 ou 10 anos surgirem as primeiras comédias românticas de teor homossexual. Pode parecer exagero, como parecia um orgasmo encenado em um filme com censura 16 anos há alguns anos atrás. Não mudam os filmes, mudamos nós. Tudo o mais vêm a reboque.
TOP 10
Para assistir o trailer de cada filme, é só clicar no título de cada um.
10 -It´s complicated
Se você é daqueles que assistiu inúmeras vezes Do que as mulheres gostam, que amou de paixão o romântico O amor não tira férias, que se divertiu e emocionou-se com Alguém tem que ceder, esse é o seu filme. Em comum, todos eles têm a diretora e roteirista Nancy Meyers. Seus filmes abordam os relacionamentos amorosos sob uma perspectiva sofisticada e com graça - até nas situações mais incômodas. No novo filme, Merly Streep vive uma mulher recém divorciada, com filhos naquela idade que querem tudo menos saber da mãe, que vive um momento de extrema carência. Ela se aproxima de seu vizinho(Steve Martin), gentil, atencioso e que secretamente sempre nutriu interesse por ela. Contudo, seu ex-marido (Alec Baldwin), sentindo-se sufocado em um relacionamento com uma mulher mais jovem, resolve se aproximar dela novamente.
Estréia prevista nos EUA: 25 de dezembro
Estréia prevista no Brasil: janeiro de 2010
9- Código de conduta (Law abding citizen)
A justiça é morosa. Isso é pacífico.Mas há pessoas que podem reclamar mais. De que a justiça, afinal de contas, não é tão justa assim. É o que acontece com o personagem de Gerard Butler em Código de conduta. Sua família foi brutalmente assassinada, seus algozes sairão impunes em virtude de um acordo com a promotoria para pegar criminosos de maior estatura. Butler, então, inicia uma caçada sem voltas contra tudo e todos que embargam o sentido de justiça. Promete ação e catarse coletiva dentro dos cinemas.
Estréia prevista nos EUA: 2 de outubro
Estréia prevista no Brasil: 23 de outubro
8 - Substitutos (Surrogates)
Nova fita de ação de Bruce Willis. Só por isso já vale. Contudo, essa ficção científica promete adentrar a galeria dos filmes cult. Em Substitutos, nos deparamos com uma realidade em que humanos não saem de casa para nada. Seus avatares (versões perfeitas de cada humano na terra) vivem e fazem tudo para nós.Contudo, o detetive vivido por Willis terá de se arriscar em um mundo que não conhece (pessoalmente) para investigar um crime.
Estréia nos EUA: na sexta feira passada
Estréia prevista no Brasil: 16 de outubro
7- A estrada ( The road)
Ficção apocalíptica com pedigree. O livro, no qual o filme se baseia, é do mesmo autor do neo – clássico Onde os fracos não tem vez. Em uma época pós-desastre nuclear, a humanidade está em extinção. Um pai (Viggo Mortensen) faz de tudo para manter seu filho, e a si próprio, vivos.
Estréia prevista nos EUA: 25 de dezembro
Estréia prevista no Brasil: 10 de fevereiro
6- Up in the air
Nova fita de Jason Reitman, o homem por trás dos badalados Obrigado por fumar e Juno. Em Up in the air, George Clooney faz um especialista em demitir pessoas. Ingrata tarefa que ele faz em escala planetária.Vive viajando e não tem tempo para o amor e outras coisinhas. A proposta do filme é investigar a angústia vivenciada por esse personagem trágico.
Estréia prevista nos EUA: 10 de Dezembro
Estréia prevista no Brasil: fevereiro de 2010
5- 2012
Nova fita catástrofe de Roland Emmerich, diretor de Godzilla e O dia depois de amanhã. No filme, cumpre-se uma profecia maia que dá conta do fim do mundo em 2012. Seguem-se os tradicionais clichês, personagens dispensáveis e efeitos especiais, esses sim, cada vez mais elaborados.
Estréia prevista nos EUA: 13 de novembro
Estréia prevista no Brasil: 13 de novembro
4 - Lua nova ( New moon)
Se você estava no planeta terra no último ano, sabe que ele foi tomado por vampiros e seus adoradores. A frente dessa nova mania mundial estão os vampiros, e lobisomens a partir de agora, de Crepúsculo. A saga continua em Lua Nova. No filme Bella é confrontada com as limitações da natureza de sua relação com Edward. Como resultado se aproxima do amigo Jacob, que também guarda segredos, digamos cabeludos.
Estréia prevista nos EUA: 20 de novembro
Estréia prevista no Brasil: 20 de novembro
3 -Invictus *
O novo drama de Clint Eastwood (e só essa frase, já torna Invictus obrigatório) é sobre a luta de Nelson Mandela por uma Africa do Sul unificada, livre do pesadelo do apartheid. Aqui conta-se a história da união entre Mandela (Morgan Freeman) e um distinto esportista branco (Matt Damon) que compartilhavam do mesmo ideal.
Estréia prevista nos EUA: 20 de novembro
Estréia prevista no Brasil: Fevereiro de 2010
2 -Avatar
O novo filme do homem que conquistou o mundo com Titanic 12 anos atrás. E que ainda detém o recorde de bilheteria da história do cinema. James Cameron finalmente lança seu novo trabalho. A ficção científica rodada inteiramente em 3D com tecnologia, diz-se, revolucionária. Em um planeta distante, seres humanos usam avatares para iniciar um processo de colonização. Cameron argumenta que esperou esse tempo todo, porque não havia tecnologia disponível para rodar seu filme. Então tá.
Estréia prevista nos EUA: Dezembro de 2009
Estréia prevista no Brasil: Dezembro de 2009
1-Nine
Daniel Day Lewis, Fergie, Nicole Kidman, Judi Dench, Penélope Cruz e Marion Cotillard em musical dirigido por Rob Marshal. Precisa dizer mais alguma coisa? Bem, Nine é uma adaptação de uma peça teatral inspirada na obra máxima de Frederico Fellini, 8 e ½. Os delírios, desamores e vícios de um cineasta de status. Espere números musicais vibrantes, um Daniel Day Lewis intenso e alguma critica ao glamaouroso mundo das celebridades.
Estréia prevista nos EUA: 25 de novembro
Estréia prevista no Brasil: janeiro de 2010
* ainda não há trailer disponível
ON TV
Domingo
Daylight às 23:30 na globo
Filme movimentado com Silvester Stallone e, um ainda não famoso, Viggo Mortensen.
True Blood (penúltimo episódio da segunda temporada) às 22:00 na HBO
Está chegando ao fim a segunda temporada da série mais comentada da atualidade. Muitas surpresas e revelações vem por aí.
Segunda:
O procurado ás 19:30 no telecine premium
James McAvoy faz um pobre diabo que tem sua vida mudada ao descobrir ser filho de um grande assassino internacional. Com Morgan Freeman e Angelina Jolie.
Terça:
Lie To me ás 22:00 na FOX
Mais uma grande sensação da TV americana chega ao Brasil. Lie to me, estrelada por Tim Roth, mostra um homem capaz de ler todo e qualquer sinal do corpo humano. Essa elevada observação, ele põe a disposição de quem pagar. Ironia, inteligência e muita sagacidade em 12 episódios.
Quarta - feira:
As duas faces da lei às 21:00 na HBO
Filme que reuniu em quase todas as suas cenas Robert De Niro e Al Pacino. Basta por isso. A história é fraquinha, mas o que vale é esse meeting.
Quinta- feira:
Tropa de Elite às 22:00 no telecine Premium
Precisa dizer alguma coisa? Quem não viu, tem mais uma chance. Quem já viu, nunca é demais rever.
sábado, 26 de setembro de 2009
De olho no futuro...
Muitos dizem que ele já fez uma participação, não creditada, no blockbuster do fim de ano Sherlock Holmes, dirigido pelo inglês Guy Ritchie. Verdade ou marketing pipoqueiro, fato é que Brad Pitt está em negociações avançadas para estrelar a continuação da fita, como o antagonista do famoso detetive, vivido por Robert Downey Jr. A notícia revela duas realidades. Uma, o estúdio está para lá de confiante no sucesso de seu produto. E a segunda, dá conta da vontade cada vez mais flagrante de Brad Pitt em cercar-se de companhias igualmente pop. Depois de George Clooney e Tarantino, nada melhor do que Downey Jr. e Guy Ritchie.
He´s back!
Divulgada a primeira foto de Michael Douglas caracterizado como Gordon Gekko, na continuação de Wall Street. Em Money never sleeps, Gekko estará de volta ao jogo das finanças, da manipulação de contratos e outras tantas fraudes. O filme de Oliver Stone, que estréia ano que vem, promete incendiar a já chamuscada percepção que se tem da responsabilidade dos yuppies de Wall Street na gestação da pior crise econômica dos últimos anos.
Cameron nas mãos de Tom
Depois de dividirem a cena em Vanilla Sky, Tom Cruise e Cameron Diaz voltam a contracenar. Mas agora o tom é mais ameno. Wichita, dirigido por James Mangold, contará a história de uma testemunha (Cameron) com dificuldades de relacionamentos, cuja proteção é incumbência do agente secreto interpretado por Tom Cruise. Apesar de obviamente haver fragmentos de romance, Mangold esclareceu ao Hollywood Reporter, se tratar de uma comédia mais física. A conferir.
Contexto
Uma prova de amor, novo drama de Nick Cassavetes, em cartaz nos cinemas, é daquelas fitas que se ocupam do ofício de emocionar. Apelando a dramas exemplares da vida familiar. É um tipo de filme que sofre algum preconceito devido ao seu alto teor manipulativo - argumenta-se que as emoções não surgem naturalmente, elas são forçadas para fora pela mão pesada do diretor. Pondo essa discussão de lado, ela é mais indicada para seção insight, é indiscutível que Uma prova de amor dá um passo a frente na mise - en - scène característica de famílias as voltas com uma doença terminal.
Na fita, Kate tem uma espécie rara de leucemia, seus pais, orientados extra- oficialmente por seu médico, decidem ter uma nova filha, manipulando o embrião geneticamente, para que possa ajudar na recuperação de Kate. Nasce Anne. Quando Anne, que durante toda a sua vida serviu como estoque de tecidos e sangue para sua irmã, decide entrar com uma ação contra seus pais pelo direito de decidir o que fazer com seu próprio corpo, estabelece-se o confronto mais doído e passível de perplexidade que o cinema já construiu em torno do tema. Passamos então a observadores incrédulos e compadecidos da chaga que acomete aquela família.
A despeito dos rumos dramáticos aventados no filme de Cassavetes, o debate que propõe, em um primeiro momento, é riquíssimo. Não só por abordar o ponto de vista dos pais diante do esfacelamento de uma família, não só pela absurda sensação de impotência que se tenta evitar, mas também por discutir até que ponto é lícito e humano os esforços para combatê-la.
Se a doença que acomete Kate é tão cruel, qual a melhor forma de lidar com ela? Impor a Anne, além do sofrimento de ver a irmã em tal estado de degradação, a condição de ser ela, a responsável direta por qualquer chance de sobrevida da irmã às custas de procedimentos cada vez mais dolorosos e invasivos? Isso é algo válido? Pertinente? Algo que possa vencer ou adiar as inelegibilidades da vida?
Cassavetes, é bom que se diga, não vilaniza os pais ou qualquer outro personagem na fita. É tudo muito real. Infelizmente. O mais desolador - para o espectador- é que não se pode condenar ninguém por tentar fazer o melhor para sua família. No meio do caminho há negligencias, desafetos, mágoas, mas isso há em toda e qualquer família. Mas há também momentos de redenção e cumplicidade sublimes como na cena, a mais poética do cinema nesse ano, da praia. Em que uma família despedaçada pelas imposições da vida se conforta uns nos outros.
É dessa cena, que talvez possamos extrair algum fiapo de resposta para esse tão delicado tema. Encarar a morte, se preparar para o luto, não é algo fácil, polido, natural. Demanda uma força estúpida e muitos descompassos pelo caminho.
Se você gostou de Uma Prova de amor ou tem interesse em aprofundar o tema abordado no filme, Claquete recomenda:
Menina de ouro( Million Dollar baby EUA 2004, de Clint Eastwood)
Mar adentro (Mar adentro ESP 2004, de Alejandro Amenábar)
Lado a lado ( Stepmon EUA 1998, de Chris Columbus)
O tempo que resta (FRA 2002, de Francois Ozon)
P.S, eu te - amo( P.S, I love you 2007, de Richard LaGravinese)
Peixe grande e suas histórias maravilhosas ( Big fish EUA 2003, de Tim Burton)
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Cenas de cinema
Ele começou a chamar atenção quando protagonizou, ao lado de Kim Basinger - que viria a ser sua mulher, o romance de ação A fuga no longínquo 1991. Hoje, quase 20 anos após sua badalada aparição e após muitas e turbulentos percalços com sua ex –mulher Basinger, Baldwin experimenta o auge.
Após seguir uma imaginável trilha nos filmes de ação, policiais e congêneres, o ator descobriu-se na comédia. É hoje um dos comediantes mais festejados da América. Pelo terceiro ano seguido ganhou um Emmy por seu papel na cultuada série 30th rock, é o colaborador mais freqüente, e mais celebrado, do humorístico Saturday Night live e desfruta de papéis coadjuvante matadores em filmes de grande apelo comercial.
Essa reinvenção, apesar de não ter sido inteiramente planejada, recoloca Baldwin no topo. Ele é um dos artistas mais requisitados e venerados hoje no mainstream. E faz por merecer todo o hype em torno de sua persona.
Baldwin versão anos 90...
E agradecendo a acadêmia depois de faturar seu terceiro Emmy no domingo passado
World wide Jackson
E acaba de se tornar oficial. This is it, documentário sobre os últimos dias de Michael Jackson e sua rotina de ensaios, terá lançamento mundial. A fita ficará em cartaz apenas duas semanas e os ingressos, nos EUA, já estão a venda. A estratégia dos produtores da fita é lotar os cinemas, gerar uma boa receita e lançar o dvd na esteira do sucesso que, crêem, a curiosidade por ver Jackson em ação vai proporcionar.
A estratégia reforça uma tendência do mercado distribuidor de diminuir o hiato entre as plataformas de lançamento dos filmes. This is it pode ser o fiel da balança dessa tendência.
Megan Fox não tem a força
A aguardada estréia de Garota infernal, primeiro filme, de fato, protagonizado por Megan Fox, aquela que chama mais a atenção do que os robôs de 2 metros de Transformers, e roteirizado por Diablo Cody, primeiro trabalho dela depois do Oscar por Juno, foi um fracasso amplo geral e irrestrito. Pelo menos sob a ótica do mercado. A despeito de prometer ser uma perola do terrir (gênero de filmes que alia terror e comédia escatológicas), Garota infernal não entusiasmou nem mesmo os garotos com hormônios em ebulição a ver Megan em trajes sumários perseguindo meninões pelo campus de uma faculdade para comê-los, literalmente, vivos.
Os delírios de Mel
Mel Gibson, que muito em breve retoma sua carreira de ator no filme Edge of darkness, protagonizou essa semana mais um de seus vexamosos infortúnios. Convidado do programa de Jay Leno, apresentador de um famoso talk show exibido em horário nobre na TV americana, Gibson apareceu completamente fora de si. Como a participação fora exibida em um telão, o ator não estava presente no auditório, foi mais fácil para a produção do programa contornar a saia justa. Aos que assistiram Gibson não falar coisa com coisa, restou a dúvida se o ator estava embriagado ou se envereda pelos tenebrosos caminhos da loucura.
Esclarecimento 2!
Meu sofá
Coluna mensal, editada no primeiro dia de cada mês. Meu sofá, lista para você os principais lançamentos do mês em DVD, disponibilizando as datas que os filmes chegarão às locadoras e avaliando-os.
Perfil
Coluna quinzenal, editada as terças. Perfil é uma coluna pautada pelo leitor de Claquete. Em enquete promovida durante a semana anterior, o leitor escolhe uma personalidade do cinema que gostaria de ver perfilada em Claquete. Na terça – feira da semana seguinte, o mais votado ganha perfil no blog.
Cenas de cinema
Coluna semanal, editada todas as sextas. Aqui as estrelas, seus deslizes, seus projetos e seus, claro, amores ganham os holofotes de Claquete. Toda a sexta é hora de fazer fofoca. Sempre, claro, com o cinema como foco, parâmetro e prioridade.
De olho no futuro...
Coluna semanal, editada aos sábados. Ganham destaque em De olho no futuro... os lançamentos mais aguardados, os bastidores de uma produção comentada, e tudo que agita a movimentada cena hollywoodiana.
Movie Pass
Coluna semanal, editada as quintas. Em Movie Pass, o leitor conhecerá, ou para o que já conhece, repercutirá, sobre um filme cult. Além do trailer da fita, há um breve comentário contextualizando a obra. Justificando o porque dela ser objeto de culto.
ON TV
Coluna semanal, editada aos domingos. ON TV tem a incumbência de trazer os destaques da tv para o cinéfilo. Nem sempre serão filmes. Podem ser séries, programas sobre filmes ou até mesmo eventos esportivos. Afinal, há muita vida lá fora.Já dizia o poeta.
TOP 10
Coluna semanal, editada aos domingos. Top 10 traz toda semana uma lista diferente pertinente ao universo cinéfilo.Os melhores filmes sobre casamento, as melhores frases, os melhores diretores e tudo o que você imaginar.
Insight
Coluna semanal, editada aos domingos. Insight repercute temas, tendências e assuntos inerentes a cinefilia. Uma analise conjuntural sobre variados aspectos do mundo do cinema.Desde a vida e obra de um diretor até o comportamento do público nos cinemas. Sempre buscando proporcionar reflexão ao leitor.
Radiografia
Coluna semanal, editada as sextas. Radiografia destaca, de maneira muito simples - em tópicos, a carreira de um ator ou atriz, cujo mais recente trabalho esteja estreando nos cinemas brasileiros.
Quero ser star
Coluna mensal. Destaca algum ator ou atriz que promete, muito em breve, virar um grande astro ou estrela do cinema.
Contexto
Coluna mensal, editada sempre na última sexta do mês.Contexto põe em destaque um tema abordado em algum filme. Pode ser um filme em cartaz ou um filme já disponível em DVD. A coluna aprofunda o tema, abordado no filme, emite uma opinião a respeito e sugere filmes de temática semelhante e/ou que abordem a questão sob um ponto de vista diferente. Na coluna de estréia está o filme Uma prova de amor, em cartaz atualmente nos cinemas.
Esclarecimento!
Duas colunas passarão por mudanças. A primeira delas é a coluna Cenas de cinema, dedicada a destrinchar com humor e sagacidade a rotina dos famosos. Cenas de cinema era editada até hoje quinzenalmente. A partir de agora, no entanto, sua periodicidade passa a ser semanal.
Movie Pass, sobre filmes cult, também sofrerá um ajuste. A coluna continuará sendo editada semanalmente, só que ao invés de ser postada duas vezes na semana (segunda e quinta) será postada apenas às quintas. Sua configuração muda também. Continuam o trailer do filme sugerido e um comentário meu sobre ele. Sai a minha critica que muitas vezes representa um excesso, já que seu teor é freqüentemente antecipado pelo meu comentário, que por sua vez, será mais específico. Não se preocupem. As criticas continuarão sendo postadas regularmente, sem periodicidade definida, a medida que eu for vendo os filmes. Lembrando que os filmes no cinema têm a primazia aí, ao contrário do que ocorre com os filmes sugeridos no Movie Pass, em sua maioria disponíveis em DVD.
Todas essas mudanças visam o aprimoramento da relação com esse blog cinéfilo. A minha e a de vocês. Continuem sentindo-se a vontade. Dúvidas, sugestões, criticas e tudo o mais, por favor encaminhem para mim pelo e-mail cariocagood@uol.com.br ou postem aqui mesmo nos comentários.
Obrigado e muito cinema para vocês!
Radiografia
Nome completo: Anne Celeste Heche
Idade: 40 anos
Natural de: Ohio (EUA)
Filme de estréia: Vidas perdidas (1991)
Maior sucesso de bilheteria: Seis dias, sete noites (1997)
Maior fracasso de bilheteria: Reencarnação (2004), Psicose (1998), O terceiro milagre (1999)
Maior sucesso de critica: Mera coincidência (1997), Donnie Brasco (1997), O preço de uma escolha (1996)
Maior mico: Psicose (1998)
Filme em que passou despercebida: As aparências enganam (1994), Eu sei o que vocês fizeram no verão passado (1997), Geração Prozac (2001) e A jurada (1996)
Filme em que roubou a cena: Um ato de coragem (2002), Volcano - a fúria (1997), O barato de Grace (2004) e Nas garras do crime (1995)
Filme em que foi leading lady: Corações em trânsito (1996), Além da suspeita (2000), Sexual Life (2005), Seis dias e sete noites (1997) e Desejo fatal (2006)
Pincipais parceiros com quem trabalhou: Denzel Washington, Johnny Depp, Robert Duvall, Harison Ford, Demi Moore, Vince Vaughn e e Nicole Kidman
Desde 2006 a atriz ingressou na TV americana. Fez a série Men in trees, exibida no Brasil
pela warner channel e está atualmente no elenco regular do mais novo hit da HBO, Hung(com estréia prevista no Brasil para 3 de outubro).
Escreveu em seis semanas sua autobiografia, intitulada, Call me crazy
Já foi indicada uma vez ao Globo de Ouro e uma vez ao Tony( o Oscar do teatro)
A atriz é bissexual assumida e por muito tempo, teve sua vida devassada pela indústria de fofocas americanas
Entre seus namorados famosos figuram, Steve Martin – com quem namorou por dois anos – e Ellen DeGeneris, seu relacionamento mais duradouro até hoje, 4 anos.
Isto é Anne:
Sobre trabalhar com uma lenda viva:
"Working with Harisson is so cool"
Sobre sua sexualidade:
"I´ve always kind of gone with my heart"
"What I learned from my father´s death is that if you don´t accept your sexuality, it ´ll kill you"
"We do not fall in love with the package of a person, we fall in love with the inside of a person"
Movie Pass
A seguir o trailer e aminha critica do filme:
Filme de primeira qualidade!
Existem filmes que de tão enigmáticos, promovem-se a uma espécie de Olimpio cinematográfico. É o caso desse filme independente com alguns rostos famosos e outros que ainda serão, um diretor de estilo arrojado e um argumento para lá de original. Os suspeitos (The usual suspects EUA 1995) é daqueles filmes de trama intrincada que só desvela seu mistério na última cena. Contudo, apesar de pertencer a um sub-gênero tradicional do cinema, não há nada de banal na fita dirigida por Bryan Singer.
Após um crime, alguns tipos (que não poderiam ser mais díspares entre eles e mais propensos a carapuça de suspeitos) são conduzidos para a prisão. A estrutura do filme então se monta, assim como o investigador, vivido com histrionismo por Chazz Palmienteri, busca a verdade tateando pistas desencontradas, nós, a platéia, fazemos o mesmo.
Singer e seu roteirista, Christopher McQuarrie brindam o espectador com um suspense da mais alta voltagem. Com diálogos ambíguos, cenas tensas e personagens muito bem delineados. O elenco é um charme a parte. Nomes como Kevin Spacey, Benicio Del Toro, Stephen Baldwin, Kevin Pollack e Gabriel Byrne abrilhantam o já qualificado material.
Os suspeitos é desses filmes para se apreciar mais de uma vez. Seu impacto é impossível de ser plenamente digerido de primeira, ou mesmo de segunda. É um filme rico em camadas, que trabalha muito bem com todos os elementos do gênero, sabendo precisamente, quando subvertê-los. Um trabalho de direção impecável desse interessante Bryan Singer.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Critica: A verdade nua e crua
As comédias americanas estão vivendo um bom momento. Um sopro de originalidade e uma ventilação de idéias acomete as mentes por trás da maquinação desses produtos. Fenômeno, em parte produzido pelo sucesso do diretor e produtor Judd Apatow, que mostrou que homem também pode ser material e público de comédias românticas, em parte, pela própria cadeia evolutiva dos relacionamentos entre homens e mulheres. No fundo no fundo, todos querem as mesmas coisas de outrora, só não precisa ser de forma casta e conservadora.
É justamente esse, o maior mérito de A verdade nua e crua ( The ugly truth EUA 2009). A fita do diretor Robert Luketic, que tem no currículo sucessos do gênero como Legalmente loira e A sogra, é perspicaz ao manusear as expectativas geralmente atribuídas as mulheres em um relacionamento e contrastá-las aquelas geralmente atribuídas aos homens. A velha batalha dos sexos ganha assim mais um capitulo. Com o diferencial de que o politicamente correto não faz intervenções aqui. A verdade nua e crua tem momentos de grosseria que há alguns anos eram impensáveis em uma comédia romântica, mas que se ajustam perfeitamente a demanda de um público mais desavergonhado.
Sexo, afinal de contas é muito importante. E não faz sentido tirá-lo da equação. É esse o maior acerto do filme. Equilibrar perfeitamente os clichês do gênero ( mocinho e mocinha se detestam, tem que trabalhar juntos, firmam pacto de cooperação, um passa a reparar mais o outro, dançam, se atraem, tentam evitar a verdade e acabam juntos) com as expectativas de uma platéia que quer sim, um final feliz e hollywoodiano, mas em uma embalagem diferente da de seus pais.
O resultado satisfatório é alcançado em grande parte pela química apimentada entre os protagonistas Gerard Butler, cada vez mais confortável no centro das atenções, e Katherine Heigl, que cada vez mais se afasta da pecha de estrela da TV e adquire status de diva da comédia.
Butler faz Mike, tipíco grosseirão que tem um programa em que dá dicas para os casais ajustarem seus relacionamentos. Sempre de uma forma machista e transloucada, o que vai de encontro não só às crenças de Abby (Heigl), sua produtora, como a forma dela de fazer tv. É a partir dessa desagradável situação que nasce o mais novo, quente e perfeito casal made in Hollywood.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Perfil: Charlie Kaufman
Exite uma teoria corrente no cinema, em voga desde o surgimento da Nouvelle Vague, de que os diretores são os autores de um filme. Se há uma pessoa no mundo que pode relativizar essa, que é a mais consistente e mais aceita, teoria do cinema, essa pessoa é Charile Kaufman. O roteirista Nova iorquino de 50 anos sempre chama mais atenção do que o diretor, ou mesmo atores, dos filmes. Seus roteiros são tidos como únicos e sempre são uma atração a parte.
Kaufman começou escrevendo para tv. Foram especiais, jornalísticos e seriados de tv. Até que em 1999 o mundo parou ante um filme de premissa amalucada. Quero ser John Malkovic trazia uma Cameron Diaz feia e um John Cusack hiper ativo que haviam descoberto uma passagem secreta para a cabeça do ator, e passaram a comercializa-la. O filme foi recebido com louvores pela critica e indicado a muitos prêmios. Colocou Kaufman no mapa. Seu celular começou a tocar.
Contudo, o roteirista não aceitava projetos já encaminhados. Gostava de criar. De ser o responsável direto pelo brilho do filme. Se isso é compensador é também muito desgastante. A natureza quase humana, filme experimental que escreveu para o francês Michel Gondry dirigir em 2001, não repetiu o sucesso de Quero ser John Malkovic e muitos passaram a ter Koufman como um engodo.
Em 2002, o roteirista viveria uma dicotomia muito particular em sua carreira. Escreveu Confissões de uma mente perigosa para que George Clooney, uma das figuras mais queridas em Hollywood, pudesse estrear na direção. O filme foi recebido com reservas e Koufman e Clooney se desentenderam profundamente. Há registros de discussões e trocas de ofensas. Houve inclusive algumas farpas trocadas entre os dois, através da imprensa, na ocasião do lançamento do filme. Tudo porque Clooney teria recusado creditar Kaufman como autor supremo da fita. Uma questão de ciúmes, enfim. Fato é, que Kaufman até hoje carrega o estigma de ser a única inimizade de Clooney no mundo de Hollywood.
Ainda em 2002, o roteirista daria a volta por cima. Adaptação, nova parceria com Spike Jonze, de Quero ser John Malkovic, fez grande carreira comercial, agradou muitos críticos e participou de muitas premiações, ganhando inclusive alguns prêmios. Em Adaptação, o roteirista aproveitou-se de um infortúnio. Tinha que adaptar um livro, mas estava se sentindo bloqueado. Fez então um roteiro sobre esse bloqueio. Inseriu-se como personagem e ainda criou um irmão fictício com todas as características que gostaria de ter. Nicolas Cage viveu os dois no filme. O filme foi um sucesso e protagonista de uma gafe da acadêmia. Que o nomeou a categoria de melhor roteiro adaptado - quando tratava-se de um roteiro original, sobre a dificuldade de se adaptar a obra a Orquídea selvagem. Não importava. Kaufman havia conseguido recuperar seus status.
Em 2004, viria o Oscar. Brilho eterno de uma mente sem lembranças, nova colaboração com Michel Gondry, é ,talvez, a história de amor mais triste e romântica já produzida. No filme Kate Winslet participa, após romper namoro com Jim Carrey, de um tratamento revolucionário. No qual pode apagar memórias indesejadas. Carrey, ciente disso, resolve fazer o mesmo. Durante o processo se arrepende e tenta esconder as memórias. O filme ganhou o Oscar de roteiro original e muitos outros prêmios. É saudado como um dos melhore filmes da década e é, de fato, o melhor trabalho de Kaufman que ali atingira um índice de popularidade impensável para um roteirista.
Confiante e ambicioso, Kaufman se lançou em um novo desafio. A direção. Sinedoque Nova Iorque (2008) é um filme muito pessoal. Preserva as idiossincrasias comuns a sua persona, mas de alguma maneira a escrita de Kaufman acabou diluída. Percebe-se então, que para o texto de Kaufman brilhar tanto, é necessário um diretor que saiba filtrá – lo parcimoniosamente. Kaufman mostrou-se incapaz disso. A declaração de amor ao teatro e a reavaliação das escolhas tomadas presentes em Sinedóque Nova Iorque não tem a propulsão dos outros temas aventados por Kaufman.
Kaufman momentaneamente não está envolvido em nenhum projeto. Após a má acolhida da critica a seu último filme, imagina-se que esteja reavaliando, tal qual seu alter ego em Sinedoque, suas escolhas. Kaufman é sem dúvida alguma um autor. Perturbado e amargurado, como manda o figurino. Esperamos apenas que volte logo de seu retiro.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Movie Pass
A seguir, o trailer original do filme e a minha critica:
Clássico americano!
Poucos filmes têm a ressonância de Casablanca (EUA 1943). O que para muitos é até mesmo motivo de espanto. O romance, em preto e branco, é estrelado por um Humphrey Bogart abusando da canastrice, por uma Grace Kelly momentos antes de adentrar a realeza sueca e dirigido por um Zé ninguém, o cineasta Michael Curtiz, que mesmo depois do longa manteve sua fama de pouco expressivo. Esses fatores, a despeito de seus fundamentos, são o que constituem o charme dessa fita que encontrou muitos problemas durante sua produção.
Casablanca , que teve seu lançamento ameaçado inúmeras vezes, conta a história de um casal foragido em Casablanca, domínio francês na África, durante a segunda guerra mundial. Ocorre que a esposa (Grace Kelly) já estivera amorosamente envolvida com o americano (Bogart) dono do principal bar da cidade. E lá, eles rememoram tudo enquanto o casal (judeu) precisa se esconder da perseguição nazista. O filme é, de fato, um belo tratado do amor e de suas estroinices. Contudo, Casablanca é ainda mais feliz em sua ambientação. Aquela mesma história em outro contexto, e possivelmente com outro desfecho, não reclamaria para si tal notoriedade.
O filme que por muitos críticos e entidades ligadas ao cinema é considerado o melhor do século 20, é na verdade, uma fita zelosa - conservadora até, e preocupada em atenuar as sensações provocadas por uma guerra ainda em vigência. Renúncias, bebidas, cigarros e memórias. Eis o painel pintado, maravilhosamente, por Casablanca.
domingo, 20 de setembro de 2009
Insight
Na última sexta-feira, 18 de setembro, foi divulgado o filme escolhido pelo ministério da cultura para representar o Brasil na luta por um indicação ao Oscar 2010. Salve geral, de Sérgio Rezende, reproduz o ambiente de terror e caos provocado por uma série de atentados terroristas orquestrados pela facção criminal paulista denominada PCC. Em 2006 eles pararam São Paulo, para que tivessem suas reivindicações atendidas.
Rezende, a partir desse momento de consternação social, mostra o drama de uma mãe (Andréa Beltrão) para libertar seu filho. Ela acaba, por razões que só uma mãe pode entender ( é o argumento do filme), colaborando para que a invasiva do PCC tome forma.
A escolha de Salve geral reforça a sensação de descompasso da produção cinematográfica brasileira e da percepção que temos dela. O júri designado pela ministério da cultural para nomear o representante brasileiro era plural e bastante diverso, do ponto de vista do olhar dispensado ao cinema. Tinha critico de cinema, tinha cineasta, tinha distribuidor, tinha exibidor, enfim era um júri heterogêneo e capaz. Um júri diferente do que escolheu Ônibus 174, de temática muito similar, como o pleiteante brasileiro à maior cerimônia do cinema no ano passado.
cena de ônibus 174: Um filme que recupera vícios da dramaturgia brasileira
Como eles chegaram a esse consenso? Não se desmerece aqui as qualidades de Salve geral. Deve, de fato, ser um filme bom. Contudo, talvez não fosse a melhor escolha. Que o Oscar é um prêmio de indústria é notório, que devemos ajustar nossas expectativas as do mercado, pacífico; contudo, parece cada vez mais robusta, a certeza de que esse comitê responsável pela escolha do candidato brasileiro (todo ano um grupo diferente) tenta realizar um exercício de adivinhação. Considerando fatores tão improváveis como relevância social e o sucesso internacional de fitas similares. Foi por isso que após esnobarem o magnífico Cidade de deus, algo corrigido pela própria acadêmia que contemplou o filme de Meirelles em outras quatro categorias, empurraram Carandiru no ano seguinte.
O Brasil, como qualquer país emergente (econômica e cinematograficamente falando) , tende a cristalizar em sua produção a realidade. O que já gerou muitos debates e criticas construtivas ou meramente virulentas, é um reflexo contumaz de uma produção ainda atrelada a um sistema truculento e superado. A burocracia e o enorme dispêndio de energia desestimulam qualquer inovação nesse campo. Contudo, há artistas se mobilizando contra isso, e isso já pode ser conferido na produção nacional mais recente. Porém, há ainda um ranço demagógico e maniqueísta.
O sucesso de Tropa de Elite, um dos melhores filmes da década de qualquer angulo que se observe, gerou bons frutos e maus frutos. Um aspecto negativo, foi essa nova onda, deflagrada pelo mitificado capitão Nascimento, de permitir à classe média uma catarse generalizada no cinema. Outro, foi capitalizar a violência como um desses "elementos da realidade" que o Brasil tem de redimir nas telas de cinema.
Salve geral integra esse rol. Sem o hype de Tropa de Elite, esse filme não veria a luz do dia. É um filme com uma (falsa) agenda política e social que, a despeito da forma como foi realizado, reúne tudo o que se deve evitar em uma cinematografia viva, pensante e original. Difícil acreditar que a acadêmia de Hollywood irá dar voz a tamanha pequenez.
Outro aspecto que corrobora essa percepção, foi a dificuldade encontrada por José Padilha e Marcos Prado para arranjar financiamento para Tropa de elite 2. Mesmo com a garantia de sucesso, os investidores fugiram. Por que? Ao invés da violência dos morros cariocas, o capitão Nascimento estaria agora as voltas com a corrupção nos altos escalões do poder. Algo que ainda não estamos prontos para expiar nos multiplexes.
capitão Nasimento em ação: Herói e vilão do cinema brasileiro
Fotos: Divulgação
Top 10
Dizemos que cinema também é cultura. Aqui jaz mais uma manifestação disso.
10 – “ Keep your friends close, keep your enemies closer”
“Mantenha seus amigos próximos, mantenha seus inimigos ainda mais próximos”
Don Corleone ( Marlon Brando) em O poderoso chefão de 1972
9 - “Honestly dear, I don´t give a damn”
“Francamente querida, não estou nem aí”
Rhett Butler (Clark Gable) em E o vento levou de 1939
8 – “It´s tough to get mad when there´s so much beauty in the world”
“É difícil ficar zangado quando há tanta beleza no mundo”
Ricky Fitts ( Wes Bently) em Beleza americana de 1999
7 – “History is done by those who break the rules”
“A história é feita por aqueles que quebram as regras”
Carl Brashear ( Cuba Gooding Jr.) em Homens de honra de 2000
6- “If a machine, a terminator, can learn the meaning and importance of a human life, I think so can we.”
“Se uma máquina, um exterminador, pode aprender o sentido e importância de uma vida humana, nós também podemos.”
Sarah Connor ( Linda Hamilton) em O exterminador do futuro 2 de 1992
5- “People say that the best weapon you can have is the one you don´t need to fire. I respectfully desagree. I say, the best weapon is the one you only have to fire once”
“As pessoas dizem que a melhor arma é aquela que você não precisa atirar. Eu respeitosamente descordo. Digo que a melhor arma é aquela que você só tem que disparar uma vez”
Tony Stark ( Robert Downey Jr.) em Homem de ferro de 2008
4 – “What really matters isn´t what you know, but what you can prove”
‘O que importa não é o que você sabe, mas o que pode provar”
Alonzo Harris (Denzel Washington) em Dia de treinamento de 2001
3 – “Happiness is only real when it´s shared”
“Felicidade só é real, quando compartilhada”
Ron Franz ( Hal Harbrook) em Na natureza selvagem de 2007
2 – “We are a generation without weight in history. Without purpose or place. Our war is spiritual. Our depression, our lives.”
“Somos uma geração sem peso na história. Sem propósito ou lugar. Nossa guerra é espiritual. Nossa depressão, nossas vidas”
O narrador (Edward Norton) em O clube da luta de 1999
1- “Sometimes people deserve more than the truth, they deserve to have their faith rewarded”
“As vezes as pessoas merecem mais do que a verdade, merecem ter sua fé recompensada.”
Batman (Christian Bale) em Batman – o cavaleiro das trevas
ON TV
Na próxima quarta feira às 21:00, a HBO exibe o grande sucesso de bilheteria e critica Batman - O cavaleiro das trevas. Vale a pena ver, ou rever esse grande momento de Heath Ledger, que rouba o filme para si.
Na terça feira,22 de setembro, será exibido o último episódio da sétima temporada de 24 horas na Fox. O derradeiro episódio de uma das mais elogiadas temporadas do programa vai ao ar às 22:00h.
sábado, 19 de setembro de 2009
De olho no futuro...
Matt Damom, que tem dois aguardados lançamentos para esse fim de ano - a comédia de humor negro O desinformante e o drama Invictus, acaba de assinar contrato para estrelar hearafter, de acordo com informe da Variety.
A sinopse ainda não foi divulgada pelo estúdio, contudo, a trama dirigida por Clint Eastwood, diretor de Damom em Invictus, e roteirizada por Peter Morgan ( A rainha e Frost/Nixon) promete ser da mesma linha de O sexto sentido.
Eastwood colaborará novamente com Spielberg que já o produziu em A conquista da honra e Cartas de Iwojima
Robert De Niro e Edward Norton voltam a contracenar oito anos depois de dividirem a cena no hypado A última cartada. Em Stone, suspense dirigido por John Curran , que já dirigiu Norton em O despertar de uma paixão, eles novamente vivem antagonistas. Norton vive um presidiário ávido por sua liberdade condicional e De Niro vive um funcionário da prisão, ávido por evitá-la. Stone chega as telas americanas no começo de 2010.
Quarteto fantástico
Foram reveladas algumas imagens do filme The imaginarium of doctor Parnassus esta semana. Nas fotos divulgadas pelo site commingsoon.net, o destaque, obviamente, é Heath Ledger. O filme de Terry Gillian é de fato o último trabalho do ator. Ocorre que diferentemente de Batman – O cavaleiro das trevas, seu trabalho aqui ficou inconcluso.
A morte de ledger quase dinamitou a produção, de baixo orçamento, que só ganhou sobrevida com as entradas de Johnny Depp, Colin Farrel e Jude Law para o elenco. Os atores não cobraram cachê, e doaram para Matilda, filha de Ledger, todo o ganho financeiro que possam eventualmente obter com a fita.
Heath Ledger: Último ato da breve carreira
Mamãe quero um Oscar!
O que Lenny Kravtiz e Mariah Carey têm em comum, além do fato de serem dois super stars da música americana? Ambos têm grandes chances de estarem na festa do Oscar esse ano. Como concorrentes. Ambos fazem pequenos, mas intensos papéis no drama Precious, que desde o último festival de Sundance, de onde saiu vencedor, reúne criticas positivas e amealha apostas para o maior prêmio do cinema. Na trama, menina negra obesa tenta acertar sua vida. Lenny faz um enfermeiro solidário à protagonista e Mariah uma assitente social em seu caminho. Precious ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
Critica: Uma prova de amor
Nick Cassavetes têm se especializado em fazer filmes que levam a audiência as lágrimas. Não há demérito nisso. Também não há virtude. Cassavetes, a exemplo de seu pai, é um contador de histórias habilidoso e prova isso mais uma vez com seu novo trabalho. Uma prova de amor ( My sister´s keeper EUA 2009) é um filme bonito, delicado, agregador e, ainda assim, extremamente doloroso.
Uma prova de amor captura uma família em sua mais amargurada batalha. A luta pela sobrevivência. Em todos os sentidos etimológicos que a palavra oferece. Kate, nasceu com um tipo raro de leucemia, seus pais desesperados e itinerantes em fazer de tudo para não perder sua filha, decidem ter outro filho, manipulando o feto geneticamente para que possa, sendo compatível, ajudar a salvar a vida de Kate. Anna ( Abigail Breslin) é o fruto dessa experiência. Durante onze anos ela serviu tecidos e sangue para que sua irmã pudesse continuar lutando pela vida. Contudo, Anna, sentido-se desprotegida, insegura e desamada entra com uma ação contra seus pais pelo direito de resguardar seu próprio corpo.
Cassavetes estrutura sua narrativa de uma forma muito interessante. Alternando pontos de vista e explorando, ou ao menos tentando, a perspectiva dos diferentes membros da família. Esse processo se dá em "offs" dos personagens. São momentos de reflexão intensa e esse recurso aproxima a platéia daquela família em deterioração.
Cameron Diaz que faz a mãe e Jason Patric que faz o pai estão muito bem, assim como todo o elenco. Mas é realmente Cameron quem impressiona. Em um papel incomum em sua carreira, mais ligada a ação ou a comédia, a atriz se segura em uma atuação contida e cheia de energia. Cameron brilha como dificilmente se imaginava possível.
Contudo, Uma prova de amor não é só acertos. Apesar do tema espinhoso e dá vontade incontrolável de fazer chorar, Cassavetes esmorece. Ao fim, cede às soluções fáceis. Evita expor seus personagens a um desgaste tão irreversível quanto o que se anunciava. Cede ao convencionalismo de maneira polida, mas ainda assim, contestável. Apesar de realizar um filme bonito, que não dá vontade de largar, Cassavetes opta por ajustá-lo ao discurso corrente e não levar adiante o doloroso debate que propunha.
Festival de Toronto: ponto final
O festival de Toronto difere de seus congêneres por não entregar nenhum prêmio. É um festival sem competição. Ali, o objetivo é apresentar os grandes lançamentos, e apostas, para a temporada de ouro de hollywood.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O eleito!
A fita estréia nos cinemas em 2 de outubro. Mais informações sobre Salve geral domingo na seção Insight.
Radiografia
Apresento-lhes Radiografia. Aproveitem!
Nome completo: Gerard James Butler
País de nascimento: Escócia
data de nascimento: 13 de novembro de 1969
Primeiro papel de destaque: Lara Croft: Tomb Raider - a origem da vida (2003)
Filme que poucos sabem que fez: 007, o amanhã nunca morre (1997)
Filme que lhe fez astro: 300 (2007)
Maior sucesso de bilheteria: 300 (2007)
Maior fracasso de bilheteria:Atila (2001)
Filmes em que passou despercebido: Linha do tempo, Querido Frankie,Reino de fogo, O resgate de Harrison e Sua majestade Ms. Brown
Filmes em que foi leading man: 300, P.S, Eu te amo, A verdade nua e crua e Gamer
Ator favorito: Christian Bale
É formado em direito pela universidade de Glaslow
Foi eleito pela revista Empire como uma das 100 estrelas mais sexies da história do cinema
Personagem clássico: Leonidas de 300 e Drácula de Drácula 2000
Principais atrizes com que dividiu a cena: Maria Bello ( Encurralados), Angelina Jolie ( Lara Croft: Tomb Raider), Hillary Swank ( P.S,eu te-amo) e Katherine Heigel ( A verdade nua e crua)
Próximos trabalhos: Gamer (estréia prevista no Brasil para outubro), Law abiding citizen ( previsto para dezembro nos EUA) e The bounty ( ainda em gravação)
Isto é Butler:
Sobre atuar :
“Just make them feel something, because I think so many of us, including myself, spend too much time not feeling enough, you know?”
Sobre Jenifer Aniston, sua parceira em Bounty:
“ She makes me want to do some dirty things, you know...”
Fonte: arquivo pessoal e site IMDB
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Movie Pass
Dirty Dancing é cult por excelência. Agora, passará a ser mais do que nunca. É, afinal, a melhor síntese que se pode obter da carreira e do talento de Swayze.
A seguir o trailer e a minha critica do filme:
Apoteose musical
Existem filmes que fazem você vibrar. Existem filmes que fazem você querer viver aquela história. Existem filmes que fazem você se apaixonar.O que dizer de um filme capaz de provocar tudo isso? Dirty dancing – ritmo quente (Dirt dance EUA 1987) é um filme até certo ponto banal. Mas há certos elementos de pura magia em seu escopo. Obviamente, alguns saltam aos olhos. É o caso de Patrick Swayze. O ator está, não só confortável, na pele de galã, como generoso em cena. Brilha e permite que os outros brilhem. Se não na mesma intensidade, algo muito próximo disso.
O sucesso acachapante de Dirty dancing se deve em parte a sincronia entre Swayze e Jennifer Grey. Contudo, existe um outro componente arrasador nessa fórmula. A música. Poucas vezes a música foi tão bem utilizada em um filme. É o caso de um musical, com números musicais, que não parece um musical. Algo que só agiganta o apelo da fita, uma vez que se distancia do maior problema dos musicais (alguns números absolutamente gratuitos). E quantas músicas boas. Uma inclusive, she´s like the Wind, composta e interpretada por Swayze.
No filme, o ator vive um instrutor de dança muito boa praça que se vê romanticamente envolvido com a filhinha de papai vivida por Jennifer Grey. A tensão entre os dois é construída como nos grandes clássicos do cinema. Primeiro, não se suportam, depois, passam a admiração, logo, estão interessados um no outro.
A atemporalidade de Dirty dancing, porém, se deve a sua monumental cena final. Toda ela foi concebida para impactar. As frases de efeito, a determinação de certos personagens, e claro, aquela maravilhosa cena de dança ao som de (I´ve had) the time of my life.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Critica: Os normais 2
Brasileiro gosta de sacanagem. No cinema nacional ela sempre deu ibope, que o digam as pornochanchadas setentistas. Os normais 2 - a noite mais maluca de todos os tempos ( Brasil 2009) é sintoma indelével dessa realidade. O filme, é bem verdade, envereda mais para o humor grosseiro dos dias atuais, do que para o tipo desavergonhado que fazia o gênero das antigas.
José Alvarenga Jr. desenvolveu um filme para fazer homens e mulheres discutirem no bar, após a sessão. Sexo, sexo e mais sexo. Que o filme seria um episódio prolongado da série já se sabia. Mas esperava-se algo genuíno, que justificasse a ida ao cinema. Não. São meia dúzia de boas piadas e um verdadeiro desfile de grosserias e descompassos. Até quando intenciona ser sarcástico e parodial, Os normais 2 falha. Há ecos de algumas esquetes que só funcionam no cinema americano e outras que simplesmente não fazem sentido na estrutura do filme.
Para variar, a fita se assenta sobre a química da dupla de protagonistas. Mesmo essa, já viveu melhores dias. Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres parecem já estar cansados de seus personagens. Luiz Fernando ainda consegue tirar algo com seu humor de deslocamento, Fernanda, por sua vez, cede ao histerismo. Uma pena. Uma série tão bem bolada não merecia um fim(?) tão melancólico quanto esse.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Critica: Up - altas aventuras
O primeiro filme da Pixar rodado inteiramente em 3D, têm na comentada tecnologia seu menor atrativo. Up - altas aventuras (UP EUA 2009) é um filme poético e cheio de humanidade. A fita co-dirigida por Pete Docter e Bob Peterson acompanha a história de Carl Fredricksen, um senhor bastante ranzinza que resiste as mudanças que uma construtora promove na vizinhança.
Up, no entanto, não se limita a esse mote já convidativo. Carl teve um grande amor que partiu antes que pudessem realizar o sonho de suas vidas - algo explicado em um belo interlúdio de 4 minutos sem diálogos. Só, desamparado e temendo a melancolia que lhe parece inescapável, Carl se lança na mais surpreendente e desafiadora aventura de sua vida. Com balões inflados, ergue sua casa rumo a América do Sul, rumo ao sonho que compartilhava com sua doce Ellen.
O lirismo da história é embriagante. Uma casa voadora, cachorros falantes e um paraíso perdido, como alegoria da busca pela felicidade, imprimem, a despeito do tom fabular, algo de melancólico no registro. Poucas vezes um filme para a família adotou um registro tão vaticinante. A casa de Carl flanando rumo ao paraíso sonhado é uma metáfora visual poderosa que o 3D ajuda a potencializar.
Existem momentos cômicos é verdade. Mas a comédia aqui, claramente não é a prioridade. Up - altas aventuras é mais um triunfo incontestável da cada vez mais robusta Pixar, que não cansa de encantar, sem precisar do 3D para isso.
Um ano depois do começo da crise financeira...
O diretor, a esquerda, orienta seu par de atores em cena rodada no Central Park em Nova Iorque
Frank Langella, Shia LaBeouf e Oliver Stone em momento sombra e água fresca
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Movie Pass
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Será o amor o remédio ou o problema?
A nova fita de Philippe Garrel, diretor que costuma falar das coisas do amor, A fronteira da Alvorada (Frontière de L´aube FRA 2008) é o mais vistoso de seus trabalhos sobre o tema. É sobre como a percepção do amor pode variar de acordo com a fase da vida vivida.
Na fita, atriz jovem e de sucesso (Laura Smet), casada com diretor que atua e venera Hollywood se envolve com fotógrafo nostálgico e mulherengo (Louis Garrel, filho do cineasta). O casal enamorado irreversivelmente põe-se a conjecturar sobre o futuro. Os efeitos da paixão, embora considerados por Garrel, não são sua prioridade. A mutabilidade de humor e estado de espírito provocadas pelo amor em todas as suas fases e encarnações é o que move o interesse do diretor.
Nesse sentido, a fotografia em preto e branco, a busca pela face dos personagens e as divagações que os mesmos lançam na hora e meia de filme, funcionam como a mais legítima expressão dessa ambição de Garrel. O diretor, a despeito dos rumos de sua história, busca estabelecer uma conexão entre seu filme e o público que independa dos sentimentos de seus personagens. Por isso, lança mão desses recursos que tornam a experiência de se assistir A fronteira da Alvorada mais prazerosa para o expectador. Seu filme, mais do que oferecer uma resposta, oferece uma indagação. Pode parecer simplista, não é. Quando se trata de amor, muitos se confrontam com a dificuldade em se situar.
Adeus a mais um valente!
domingo, 13 de setembro de 2009
Insight
E o verão de 2009 acabou. Nos EUA é claro. Junto com ele o período de maior rentabilidade para os estúdios americanos que desde Tubarão, e seu acachapante sucesso nas férias de 1975,programa seus principais lançamentos do ano para a temporada de calor e férias no hemisfério norte.
Se em 2008 o mundo conheceu um sucesso arrasador, em termos de impacto e longevidade, como Batman - o cavaleiro das trevas, em 2009 não houve um filme que pulverizasse as cifras e dominasse a temporada.
O que pode ser tomado como algo positivo. O faturamento da temporada foi 0,16% maior em relação a 2008. Filmes como Transformers: A vingança dos derrotados e Harry Potter e o enigma do príncipe garantiram o aumento do faturamento na primeira temporada pós - greve de roteiristas. Os efeitos da greve na temporada eram motivo de preocupação para estúdios e artistas que viram muitos lançamentos, como Anjos & Demônios, o sexto Harry Potter e o Star Trek de J.J Abrans, deslocados do fim do ano passado para o verão desse ano, com vistas a garantir a rentabilidade da temporada.
Hugh Jakman esteve no Brasil em maio para divulgar Wolverine
Foto: site G1
O verão abriu sob o fantasma da pirataria .X-men origens:Wolverine da Fox teve sua estréia mundial ameaçada quando um mês antes o filme, ainda incompleto, caiu na internet. Contudo, em um movimento muito parecido com o que se deu no Brasil com Tropa de elite, a performance da fita não foi abalada. Nos EUA, o filme com Hugh Jackman rendeu U$ 180 milhões e ficou na intermediária posição de oitava maior bilheteria da temporada. No resto do mundo a fita angariou outros U$ 183 milhões, totalizando uma bilheteria mundial de U$363 milhões de dólares.
Comparando o rendimento entre bilheterias americanas e internacionais, chega-se a conclusão de que pouco muda. Se nos EUA o campeão do verão foi o segundo Trasnformers com pouco mais de U$ 400 milhões em caixa, no resto do mundo o filme mais visto foi Harry Potter e o enigma do príncipe com faturamento aproximado de U$ 620 milhões, o que faz do último filme da saga do bruxinho o maior filme do ano com U$ 917 milhões de dólares em caixa. Dando a Warner Brothers, pelo segundo ano consecutivo, o titulo de estúdio mais lucrativo da temporada. É da Warner também, a maior surpresa das bilheterias no ano. A comédia Se beber não case que tomou de assalto os cinemas americanos e acumulou impressionantes U$ 275 milhões de dólares. Número que fica ainda mais vistoso se considerarmos que o filme teve censura nos EUA. Menores de 17 anos só podiam entrar acompanhados dos pais.
Se alguém fez frente a Warner no agitado mercado de verão, foi a Paramount. Star Trek conseguiu atingir todas as expectativas do estúdio, e embora não tenha tido uma boa performance fora dos EUA, não chegou aos U$ 150 milhões, conseguiu uma distinta quinta posição no ranking doméstico com U$ 257 milhões de dólares. E teve Trasnformers , em co-produção com a Dreamworks, que liderou o ranking americano.
As animações novamente fizeram bonito. Up da Pixar, chegou perto dos U$ 300 milhões nos EUA, no Brasil, onde acaba de estrear, o filme levou mais de meio milhão de pessoas aos cinemas no primeiro fim de semana. A era do gelo 3, da Fox/Blue Sky e Monstros vs alienígenas da Dreamworks também se destacaram com bilheterias que beijaram os U$ 200 milhões.
Os protagonistas de Se beber não case: A surpresa do ano
Foto: Divulgação
Os coadjuvantes
Entre aqueles filmes que deveriam brilhar mais e aqueles que brilharam um pouco mais do que se imaginava, algumas novidades e outros velhos conhecidos. Ben Stiller reuniu um time de comediantes mas não conseguiu muitos dólares em Uma noite no museu 2, que acabou faturando menos do que o original, algo incomum para sequências de verão. Já Sandra Bullock voltou a liderar as bilheterias depois de 10 anos. A proposta, em que faz uma megera carente, faturou expressivos U$ 165 milhões nos EUA. Para efeito de comparação ,U$ 5 milhões a menos do que a antecipada continuação de Uma noite no museu.
Filmes cercados de expectativa como Exterminador do futuro e Anjos & Demônios não fizeram boa carreira comercial nos EUA. Só conseguiram se pagar com o faturamento internacional, algo cada vez mais corriqueiro para essas produções inflacionadas.
Já os filmes que pouco tem a ver com o verão, mas que sabe-se lá Deus porque foram lançados em meio a guerra entre robôs e bruxos, fizeram uma boa carreira.Bastardos inglórios de Quentin Tarantino e Inimigos públicos de MichaelMann, ambos ainda em cartaz, estão perto de chegar aos U$ 100 milhões. Quantia necessária para viabilizar o lucro de um filme em Hollywood. Há de se considerar que esses filmes custaram bem menos do que seus concorrentes e estrearam em menos salas, portanto sua margem de lucro tem de ser calculada por critérios proporcionais.
Michael Bay no set de Transformers 2: O mais rentável do verão americano
Foto: Divulgação
A bem da verdade, o verão de 2009, a despeito do crescimento nas bilheterias, foi inferior ao de 2008. Se no ano passado tivemos filmes que aliavam entretenimento à inteligência como O cavaleiro das trevas, Trovão Tropical, Wall E e Homem de ferro, esse ano tivemos apenas filmes medianos com efeitos especiais em profusão. É possível que isso afete negativamente o verão do ano que vêm. Poderemos ver filmes melhores do que esses não renderem tanto. Uma gangorra em que Hollywood ainda não aprendeu a se equilibrar.
Fonte: Site Boxofficemojo
TOP 10
10- Brett Ratner
O diretor se notabilizou com a trilogia A hora do rush,em que punha o comediante Cris Tucker e o astro chinês Jacke Chan em maus lençóis. A trilogia capitalizou Ratner, que não teve medo de experimentar. O diretor entregou fitas muito bem sucedidas em outros gêneros. Um homem de família, drama estrelado por Nicolas Cage é um bom exemplo. Dragão vermelho, talvez a melhor aparição de Hannibal Lecter depois de O silêncio dos inocentes, também foi cortesia de Ratner. O diretor ainda assumiu a difícil tarefa de substituir Brian Singer a frente do terceiro X-men. O confronto final, dirigido por Ratner, é considerado por muitos o melhor da trilogia. Ratner não é excepcional, mas mantém uma regularidade impressionante. Saí-se bem em qualquer trabalho.
Sou um charme ou não sou?
9- Gus Van Sant
É verdade que Sant não variou tanto assim. Contudo poucos diretores transitam com tamanha habilidade entre o cinema dito comercial e sua vertente independente. Sant vai mais longe. Em suas obras independentes, experimenta como poucos. Filmes como Elefante, Últimos dias e Paranoid Park, pouco têm a ver com filmes como Gênio indomável, Psicose e Garotos perdidos.
8- Alfonso Cuáron
O mexicano ganhou a pecha, tal qual o dono da posição anterior, de cineasta investigador da adolescência. São seus A princesinha, Harry Potter e o prisioneiro de Askaban e E tua mãe também. Filmes, que a despeito de suas particularidades, retratam essa fase de mudanças e desapegos. Contudo, Cuáron já demonstrou talento ao se enveredar por histórias radicalmente diferentes. Como no romance em tom fabular Grandes esperanças e na ficção apocalíptica Filhos da esperança.
7- Mike Newell
O inglês têm seu maior sucesso atribuído a Quatro casamentos e um funeral, até pouco tempo o filme inglês de maior faturamento mundial. Contudo, essa afirmação é fruto de desinformação. Newell, diretor versátil, realizou filmes tão díspares como Harry Potter e o cálice de fogo, Donnie Brasco, O sorriso de Monalisa e Amor nos tempos de Cólera. Sempre com um resultado acima do meramente positivo.
6- David Fincher
Muitos pensam, erroneamente, que Fincher só sabe realizar filmes sobre serial Killers. Culpa de seu mais retumbante sucesso, Seven. Fincher é muito mais completo do que em um primeiro momento se supõe. Perfeccionista e centralizador, o diretor faz filmes tecnicamente perfeitos. É o caso do recente O curioso caso de Benjamin Button, do polêmico O clube da luta, do incompreendido Zodíaco e do apavorante Aliens 3.
Fincher fazendo pose de sério
Grande diretor, certamente o dono da carreira mais longeva dentre os listados, Nichols se alterna entre as comédias e os dramas mais robustos. Contudo, nunca se repete. Suas comédias são sempre diferentes. Em estrutura, em narrativa, em ambientação, em discurso. Pegue por exemplo, Uma secretária de futuro e Jogos do poder . Não poderiam ser mais díspares. Ele também já rodou dramas intensos, como Closer e Quem tem medo de Virgínia Wolf?
O diretor ao lado de Tom Hanks no set de Jogos do poder
4- James Mangold
Mangold talvez seja o mais versátil da lista. Já fez comédia romântica de época (Kate & Leopold), westerns ( Os indomáveis), suspenses psicológicos (Identidade) e dramas biográficos (Johnny & June). O diretor sempre realiza um trabalho notável com forte rigor narrativo, mesmo que nunca tenha ingressado no gênero anteriormente.
3- Steve Soderbergh
Assim como Gus Van Sant, Soderberg gosta de manter um canal aberto entre o cinema independente e o comercial. Só que Sodebergh é ainda mais arrojado do que Sant nas duas frentes. Por vezes funde os dois gêneros e alcança resultados inesperados. Julia Roberts em um filme independente? Dê uma olhada em Full Frontal. Um filme estreando ao mesmo tempo na TV por assinatura e nos cinemas? Dê uma olhada em Bubble. Elenco estelar em filme divertidíssimo? A trilogia Onze homens e um segredo. Drama oscarizado sobre o mundo das drogas? Traffic – ninguém sai ileso. Sucesso em Cannes? Tem! Conhece Sexo, mentiras e videotape? Filme de gênero? Tem também. Já viu Erin Brockovic? Ah, e têm filme de guerrilha também! As duas partes de Che foram rodadas na marra. Soderbergh é um verdadeiro entusiasta do cinema em toda a sua representatividade.
Te cuida, Spielberg! Quero ser o Steve mais poderoso da cidade!
2- Ridley Scott
O diretor inglês não conhece fracassos. Todas as suas incursões nos variados gêneros cinematográficos foram bem sucedidas. Desde Alien – o oitavo passageiro até Rede de mentiras. Passando por sucessos de público e critica tão diferentes quanto indispensáveis como Gladiador, Blade Runner, Os vigaristas, O gangster, Thelma & Luise e Falcão negro em perigo. Scoot é daqueles diretores que merecem ser estudados em toda a sua plenitude.
Poxa, não fiquei em primeiro...
1- Steven Spielberg
Será que alguém imaginava um número um diferente? O censo comum manda apontar Spielberg como o maior diretor da atualidade. E um dos maiores de todos os tempos. Por que? Certamente não é só pelo seu tino para os negócios. Spielberg é genial em qualquer gênero que se aventure. Eis uma pequena demonstração. Tubarão, E.T, Os caçadores da arca perdida, A lista de Shindler, Parque dos dinossauros, O resgate do Soldado Ryan, A volta do capitão guancho, Munique, Prenda-me se for capaz e Minority Report. Tá bom, ou quer mais?
criador e criatura em momento pop