A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Será o amor o remédio ou o problema?
A nova fita de Philippe Garrel, diretor que costuma falar das coisas do amor, A fronteira da Alvorada (Frontière de L´aube FRA 2008) é o mais vistoso de seus trabalhos sobre o tema. É sobre como a percepção do amor pode variar de acordo com a fase da vida vivida.
Na fita, atriz jovem e de sucesso (Laura Smet), casada com diretor que atua e venera Hollywood se envolve com fotógrafo nostálgico e mulherengo (Louis Garrel, filho do cineasta). O casal enamorado irreversivelmente põe-se a conjecturar sobre o futuro. Os efeitos da paixão, embora considerados por Garrel, não são sua prioridade. A mutabilidade de humor e estado de espírito provocadas pelo amor em todas as suas fases e encarnações é o que move o interesse do diretor.
Nesse sentido, a fotografia em preto e branco, a busca pela face dos personagens e as divagações que os mesmos lançam na hora e meia de filme, funcionam como a mais legítima expressão dessa ambição de Garrel. O diretor, a despeito dos rumos de sua história, busca estabelecer uma conexão entre seu filme e o público que independa dos sentimentos de seus personagens. Por isso, lança mão desses recursos que tornam a experiência de se assistir A fronteira da Alvorada mais prazerosa para o expectador. Seu filme, mais do que oferecer uma resposta, oferece uma indagação. Pode parecer simplista, não é. Quando se trata de amor, muitos se confrontam com a dificuldade em se situar.
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