As arestas existem porque Bastidores de um casamento
acompanha o fim de semana do casamento do filho mais velho de Lynn (Ellen
Barkin em atuação assombrosa). Filho com o qual ela não teve uma convivência
próxima em virtude da turbulenta separação de Paul (Thomas Haden Church), o pai
de Dylan (Michael Nardeli) e Alice (Kate Bosworth). Alice ficou com a mãe e
desenvolveu o hábito de se auto-mutilar durante o período em que não mais viu
seu pai. Lynn casou de novo e teve outros filhos com Lee (Jeffrey DeMunn). Mas
Elliot (Ezra Miller) e Ben (Daniel Yelsky) também padecem de alguns distúrbios
psicológicos. Como se toda essa bagagem não fosse suficiente, durante o fim de
semana do casamento de Dylan, Lynn terá que lidar ainda com a virulência de sua
família que não a acolhe da maneira que Lynn gostaria e com a presença de Paul
e Patty (Demi Moore), sua nova esposa.
Levinson tem um olhar apurado para os conflitos familiares e
intrafamiliares que emergem em circunstâncias de convívio geralmente forçado como
o que move Bastidores de um casamento.
O filme abre com um inusitado diálogo entre Ben e Elliot,
por o primeiro querer saber se o segundo acha a mãe sexy. “Você sabe, tem quem goste
de McDonald´s e tem quem não goste”, explica Elliot que, aos 17 anos, acaba de
sair de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. Mais adiante, em
face dos eventos que tornam o fim de semana do casamento de seu irmão um
verdadeiro filme de horror, Elliot espanta sua avó como uma elaboração
filosófica: “não deixa de ser irônico que a morte reúna as pessoas de forma mais
efetiva do que o amor”. Acusado por sua irmã Alice de ser imaturo e indagado
quando iria crescer, ele responde: “em algum momento próximo do fim”. É no
comportamento autodestrutivo de Elliot que Levinson expõe a mordaz visão que
enuncia com seu filme. Em um mundo em que o amor não se impõe à morte, Levinson
faz muito sentido ao reunir uma galeria de personagens que evocam a autopiedade
e sublinhar o fato de que Elliot, com toda a sua fúria, é o único a não
fazê-lo. O fim, afinal, em crises familiares, é um conceito distante.
Nem imaginava que fosse um bom filme! Vou correndo vê-lo, com certeza!
ResponderExcluirAinda não tinha ouvido falar desse filme, mas olha teu texto me deixou curiosíssima. Espero poder conferir este filme.
ResponderExcluirEsses dramas de famílias são sempre bem interessantes, só não sei se eu estou preparada para eles agora, rsrsrs
ResponderExcluirEngraçado que no começo de sua resenha achei que você fosse falar daquele filme novo com o Pierce Brosnan... Pelo menos as críticas que li até agora foram bem legais - fico então esperando pelo seu veredicto sobre ele.
É, o título me afastou dele, mas seu texto me deixou curiosa, vou procurar também.
ResponderExcluirbjs
Alan: Tb me surpreendi com a força do filme.
ResponderExcluirAbs
Kamila: Vale a pena, mas é um filme emocionalmente exigente. Ainda mais para quem já vivei crises familiares relacionáveis com as do filme...
Bjs
Aline: rsrs. I know what you mean! Ainda estou para ver "amor é tudo o que você precisa", o novo estrelado por Pierce Brosnan...Obrigado, mais uma vez, pelo prestígio!
Bjs
Amanda: Obrigado pelo prestígio Amanda.
Bjs
Uau! Que belo texto e elogioso! Lembro que o filme foi exibido em Sundance, Tribeca, sei lá, algum festival de cinema independente e rendeu críticas positivas, mas não sei te dizer o quê, mas não dei muita bola para o filme e segui adiante.
ResponderExcluirVi alguns blogueiros comentando os méritos dele e agora com seu texto matador, estou me obrigando a assistir.
Valeu a dica, meu velho!
Abs!
Elton: Obrigado pelos elogios meu caro. Espero que goste do filme!
ResponderExcluirAbs
Eu assisti ontem e, particularmente, gostei, mas com alguns temperamentos.
ResponderExcluirOs conflitos vivenciados pelos personagens são intensamente dramáticos. E alguns não são tão abordados. Como é o caso do conflito entre Paul e Alice.
Tudo é levado às últimas consequências: há uma briga de tapa entre as esposas de Paul,o pai de Lynn morre em um acidente no dia do casamento do neto, Elliot capricha na travessura, também no dia do casamento...
Enfim, um pouco mais de leveza contribuiria para a fluidez do filme.
A sua resenha ressalta pontos altos, o que contribui para que as pessoas assistam o filme.
Liana Alencar
Obrigado pelo ótimo comentário Liana. Concordo com vc. Acho, inclusive, que a opção por "pesar" foi da realização e com tantos personagens é natural que haja um desequilíbrio na abordagem deles. Agora estamos de acordo que um pouco mais de leveza faria bem a fluidez do filme.
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