quinta-feira, 14 de março de 2013

Crítica - Amigos inseparáveis


Louca escapada!

Existem filmes que se justificam pela afetuosidade que dispensam aos personagens e há aqueles que se justificam por personagens que clamam pela afetuosidade da audiência. Amigos inseparáveis (Stand up guys, EUA 2012), nesse contexto, é de uma felicidade pouco comum; pois converge as duas vertentes.
O filme de Fischer Stevens acompanha Val (Al Pacino) e Doc (Christopher Walken) em uma jornada de nostalgia e amizade. Val acaba de sair da prisão, onde cumpriu 28 anos, e é recepcionado por Doc que proporciona um “dia de celebração” para Val. O que logo fica claro é que o empregador (Claphands) de Val e Doc incumbiu o segundo de matar o primeiro por entender que Val foi responsável, ainda que indiretamente, pela morte de seu filho.
Val logo percebe, pela aflição do amigo, que Doc também é uma vítima da crueldade de Claphands. Juntos decidem aproveitar a noite que lhes resta para curtir a vida, já que o prazo para Doc cumprir seu serviço expira às 10h da manhã seguinte. Eles resgatam do asilo um amigo (Alan Arkin), ajudam uma garota vítima de estupro a se vingar, dirigem em alta velocidade, voltam a um bordel dos bons tempos e providenciam ternos mais apropriados para o momento que vivem.
Há sérios problemas no roteiro de Amigos inseparáveis, mas há também um indefectível apelo à tolerância do público, já que os personagens são caras confiáveis, honrados (o stand up do título original, um conceito difícil de equalizar em português). O filme, mesmo com os eventuais exageros, está repleto de carinho e é muito fácil entender o porquê de ter atraído atores como Pacino, Walken e Arkin para viver esses personagens dispostos a viver experiências intensas no último ato de suas vidas.
A última cena da fita, em que balas se misturam aos raios do sol, expressa com assertividade e afetuosidade sentimentos que, a esta altura, já não estão contidos apenas no filme.

2 comentários:

  1. Por mais que o trio central de atores de “Amigos Inseperáveis” seja formado por grandes atores, não tenho a mínima curiosidade em relação a esse filme e acho até constrangedor ver gente do porte do Al Pacino. Ele precisa encontrar o seu “O Lado Bom da Vida”, como ocorreu com seu amigo Robert de Niro, para poder dar “a volta por cima”.

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  2. Kamila: Não sei Ka. É um filme honesto. Se a gente for levar à risca esse critério, a gente não vê 80% dos filmes que são lançados em um ano...
    Bjs

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