O amor é lindo, mas também é doloroso. Para honrar essa explosão sentimental que é o cálice sagrado das relações humanas, o TOP 10 desse mês dos namorados lista dez filmes que desconstroem a relação amorosa. A comédia e o drama se revezam em um ranking que une de Ingmar Bergman a Danny DeVitto. Todos eles dispostos a discutir a relação.
10 – Loucos de amor (She´s so lovely, EUA 1997), de Nick Cassavetes
Maureen acredita que seu ex-marido (Sean Penn) é o amor de sua vida. Um tipo complicado e problemático que não permite que ela se dedique plenamente a nova relação amorosa constituída com Joey (John Travolta). As incidências do destino só deixam essas relações entrepostas ainda mais conflituosas.
9 – Cenas de um casamento (Scener ur ett Äktenskap, Suécia 1974), de Ingmar Bergman
O mestre Ingmar Bergman descontrói o casamento sólido de Johan (Erland Josephson) e Marianne (Liv Ullmann), aquele tipo de casal tão perfeito que gera reportagens sobre ele. Johan e Marianne percebem uma crise silenciosa se levantar da aparente estabilidade. Paixões não declaradas, desinteresse sexual e a deterioração de uma relação parada no tempo não fogem ao escrutino do genial cineasta sueco.
8 – Minhas mães e meu pai (The kids are all right, EUA 2010), de Lisa Cholodenko
Um casal de lésbicas a frente de uma típica família de classe média americana. Esse é o mote, aparentemente subversivo, de uma das comédias mais elogiadas do ano passado. Suspeitas de infidelidade, egos inflamados e esmagados, carência, desatenção e outros pormenores característicos da rotina de qualquer casal constituem a rotina desse vivido pelas atrizes Julianne Moore e Annette Bening.
7 – Simplesmente complicado (It´s complicated, EUA 2009), de Nancy Meyers
Jane (Meryl Streep) foi traída por Jake (Alec Baldwin). O divórcio e a distância entre eles se impuseram. Mas com o tempo, uma nova aproximação se deu. E tudo parecia melhor. Como se posicionar frente a isso? Essa deliciosamente inteligente comédia assinada por Nancy Meyers se incumbe de imaginar algumas respostas.
6 - Amor em cinco tempos (5 X 2, França, 2004), de François Ozon
Ozon faz poesia ao desconstruir a relação amorosa de um casal. O filme começa com Marion (Valeria Bruni Tedeschi) e Gilles (Stéphanie Freiss) se divorciando e evolui (em cinco cortes temporais) até o momento em que se conheceram. Nenhum filme capturou a descompostura romântica com tanta propriedade.
5 – Separados pelo casamento (The break up, EUA 2006), de Peyton Reed
Brooke (Jennifer Aniston) e Gary (Vince Vaughn) viviam verdadeira lua de mel antes de casar. Foi trocar alianças para o conto de fadas terminar. Brooke e Gary que eram só sintonia como namorados, parecem não compreender as demandas um do outro quando casados. O filme assume uma postura corajosa e madura, dentro da seara das comédias românticas, em seu desenlace.
4 - Namorados para sempre (Blue valentine, EUA 2010), de Derek Ciafrance
Como aceitar o fim da relação amorosa? Ainda mais quando essa relação é tudo que a memória afetiva alcança? Esses são alguns dos questionamentos que esse filme pessoal, pesado e intimista que fez sucesso no festival de Sundance de 2010 e que estréia na próxima sexta-feira no país, tenta iluminar.
3 – A guerra dos Roses (The war of the Roses, EUA 1989), de Danny DeVito
Aqui está mais para destruição do que para desconstrução, mas o disparate conceitual não é tão grande assim. Essa comédia de humor negro que mostra um casal mergulhando no pior dos infernos conjugais demonstra como as miudezas do dia a dia são capazes de minar um relacionamento amoroso.
Apesar de fazer graça, o desfecho de A guerra dos Roses é dos mais pessimistas de todo esse ranking.
2 – A história de nós dois (The story of us, EUA 1999), de Rob Reiner
Esse belo filme de Rob Reiner evita o deboche da fita de DeVito, mas preserva o ponto de partida: a fratura na relação proporcionada por idiossincrasias cotidianas. O fim de um ciclo se apresenta para Ben (Bruce Willis) e Kate (Michelle Pfeiffer), mas eles não sabem muito bem como lidar com a montanha de sentimentos que se ergue em suas vidas.
Um filme doído, sincero e que mimetiza muito bem o que atravessam muitos casais mundo afora.
1 – Closer-perto demais (Closer, EUA 2004), de Mike Nichols
Não poderia ser outro filme a encabeçar essa lista. Mais completa a cada revisão, essa obra prima de Mike Nichols foge dos clichês ao violentar os estereótipos de forma apaixonada. Cortante, prolixo e honesto – sem se desviar do componente da crueldade que se nivela à verdade – Closer é o filme que melhor captura a ambiguidade humana no tocante às relações amorosas. O filme, literalmente, as desconstrói com avanços temporais sempre justificados nas escolhas que testemunhamos os protagonistas fazerem. Um filme referencial que cresce de tamanho à medida que se ganha experiência de vida.
Closer é muito bom
ResponderExcluir!!!
Adorei a lista inusitada, Reinaldo, não vi ainda Amor em cinco tempos e estou doida para ver Namorados para sempre. O resto está bem condizente e realmente Closer não poderia estar em outro lugar.
ResponderExcluirbjs
Apesar de vc me ver resmugando sobre essa sua escolha, rsrsrs adorei a lista. Ela me surpreendeu porque eu estava esperando escolhas mais amargas e no final vc pegou filmes que eu poderia dizer "essenciais". Nem só de risadinhas é o amor.
ResponderExcluirE Closer é um dos filmes da minha vida, daqueles que vou adorar ver mesmo sabendo quão triste e agudo ele é em algum momentos. Fiquei morrendo de vontade de ver "O cenas de um casamento" e até esse com a Jennifer Aniston.
E é isso!
Beijos
Da sua lista, assisti "Separados pelo Casamento" que tem um boa idéia, mas uma execução irregular.
ResponderExcluirNão gostei de "A Guerra dos Roses", talvez por ser não muito fã deste tipo de humor negro, que mais irrita do que faz rir.
Já "A História de Nós Dois" é um típica história de casal, muito bem representada por Bruce Willis e Michelle Pfeiffer.
Finalizando, "Closer" é o retrato dos relacionamentos do novo século, com diálogos repletos de ironia.
Abraço
Poxa, faltou "Um Caminho Para Dois" nessa sua lista, hein???
ResponderExcluirUma lista acertada Reinaldo. Cansado de ver coisas à la amore no dia dos namorados como (Dia Dos Namorados Macabro, saca?) Rs!
ResponderExcluirA guerra dos Roses é fantástico. Meu favorito da lista. Abs.
Rodrigo
Hahahaha, ótima lista Reinaldo. Closer merece, e muito, o primeiro lugar...
ResponderExcluirCloser é obra-prima nê? Um filme magnifico mesmo. Mandou bem na lista, ainda não assisti esse Simplesmente Complicado e Namorados para Sempre ta entre os melhores desse ano. Abs!
ResponderExcluirHum, interesssante... Na minha lista, sairiam alguns títulos, e entrariam outros. Por exemplo, não deixaria de fora jamais "Beleza Americana", "Quem tem Medo de Virginia Woolf?" e "Sexo, Mentiras e Videotape". No caso de escolher apenas um filme do Mike Nichols, ficaria com o mais antigo, que me deixou muito, muito, muito mal mesmo após a exibição, inclusive sem coragem nenhuma de repetir a sessão nesta vida, ao contrário de Closer que já revisitei um montão de vezes. Baseado no mesmo paradigma, incluiria um filme do ano passado (nesse caso, a tua lista, que foi elaborada em 2011, não poderia mesmo o ter contemplado) - trata-se de Amour de Michael Haneke, outro que certamente não terei a audácia de (re)ver quando (ou se) eu próprio alcançar a 3ª idade, mas ainda assim um inestimável presente para a humanidade.
ResponderExcluirAbraço, meu caro.