quarta-feira, 8 de junho de 2011

Crítica - X-men: primeira classe

Um filme de primeira!

É sabido que o universo mutante é rico em metáforas e cheio de possibilidades cinematográficas com personagens de grande apelo e capazes de dimensionar os mais variados conflitos emocionais, sociais e culturais.
Depois do colapso aventado pelo sem foco X-men origens: Wolverine (2009), a Fox resolveu realinhar o universo mutante nos cinemas e para isso chamou Bryan Singer, a mente propulsora dos mutantes na tela grande, para supervisionar o roteiro de X-men: primeira classe, uma reimaginação do universo mutante na mesma linha da série ultimate nos quadrinhos.
Singer e Sheldon Turner esboçaram o argumento que foi desenvolvido por Jane Goldman, Ashley Miller e pelo próprio diretor Matthew Vaughn. A ideia? Mostrar os primórdios da equipe criada por Charles Xavier e um pouco mais daquela relação de respeito e admiração entre Charles Xavier e Erik Lehnsherr, aqui às vésperas de se tornar Magneto.
Se o mote é maravilhoso, a execução não fica por menos. Desde a reconstituição de época, passando pela oportuna apropriação da história, até o ensejo de momentos definidores do universo mutante nessa configuração.
Fassbender e McAvoy no clímax do filme: atuações de
alto nível
Matthew Vaughn é um cineasta com faro para o humor e atenção para o drama. Com bagagem pop, mostra-se oportuno na condução da história alternado a leveza de um filme pipoca com a urgência de um filme político. Um equilíbrio que caracteriza  Primeira classe como o melhor filme baseado em HQ abaixo de  O cavaleiro das trevas de Christopher Nolan. Não é pouca coisa.
E o personagem de Magneto, ainda chamado de Erik aqui, é crucial para que Primeira classe se torne essa obra ímpar em relevância dramática. O judeu que enxerga na vingança o único artifício que lhe viabiliza a vida não terminará o filme sem se alinhar ao pensamento da “raça superior” que tanto caos e dor lhe proporcionou. O pacifista Charles não esconde uma arrogância que pode ser confundida com charme, mas que para outros personagens está fecundada na incompreensão. X-men: primeira classe é uma obra de imenso potencial filosófico, ainda que seja um entretenimento de mão cheia em primeiro lugar.
Contribuem para essas duas frentes, um elenco caprichado e sintonizado. James McAvoy reveste seu Charles Xavier de cinismo e deboche, em uma caracterização que desperta mais interesse por essa figura do que jamais houve. Kevin Bacon brinca de ser mal como o megalomaníaco Sabastian Shaw e convence com seus tiques habituais. O grande trunfo da fita, no rol das atuações, é Michael Fassbender. Impossível não rememorar Bastardos inglórios quando ele surge falando alemão em uma taberna argentina. Erik é um personagem tão trágico e tão bem lapidado pelo talento de Fassbender que todas as outras inúmeras virtudes de  Primeira classe se apequenam ante sua magnética intervenção.
Outro grande mérito de Vaughn foi apoderar-se do componente político, não como pano de fundo, mas como catalisador da tensão social que o advento de uma evolução na espécie desencadeia. Um acerto que dá o tom desse filme de primeira qualidade.   

7 comentários:

  1. Oi Reinaldo!

    Parabéns pela crítica. Também gostei muito Primeira Classe. É como vc bem disse, trata-se de um filme filosófico e com personagens bem construídos. Não há dúvida que o grande destaque do filme é Michael Fassbender. É um ator que impressiona e tem presença.

    Acima de tudo, é um filme que descontrói essa coisa de bem e mal por mostrar um Xavier e um Magneto mais humanis. Fiz uma resenha apontando isso sobre o filme no Café com Notícias. Depois dá uma olhada, ok.

    Abraço,

    http://cafecomnoticias.blogspot.com

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  2. Só passei o olho na crítica porque ainda não assisti. Volto aqui quando conferir, o que, ESPERO, não passar de amanhã =P

    no mais, que bom saber do seu posicionamento positivo para o filme.


    abs!

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  3. Adorei o filme, com destaque para Magneto e Mística ( Jennifer Lawrence ) !!
    Abraços !

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  4. Para mim, "X-Men: Primeira Classe" é o melhor filme da série de mutantes. Achei uma obra muito bem dirigida e com um roteiro bem legal, especialmente na criação das motivações dos personagens e dos conflitos. Destaco ainda mais o elenco, especialmente a dupla James McAvoy e Michael Fassbender, que dão show, ao lado de Kevin Bacon, delicioso e caricatural como um vilão que merecia até um final mais triunfal! :)

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  5. Ótima crítica Reinaldo, sei que vc é fã. Só posso te dizer que finalmente fizeram um filme "Primeira Classe" do universo mutante da Marvel, os x-men! (afinal qual herói da Marvel que não é mutante?). Vc já sabe da minha frustração quanto aos filmes anteriores né? Abençoados o diretor de Kick-Ass e o ótimo Fassbender. Queria ter visto este tipo de filme no 1,2,3 e Origens!

    Bom filme, não obra prima na minha opinião, mas cumpre muito bem seu papel.

    Abs.
    Rodrigo

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  6. Wander: Obrigado pelo comentário Wander. Primeira classe é, inegavelmente, um dos melhores filmes de 2011.
    Abs

    Elton: Vc e essa sua mania de entrar virgem no cinema... rsrs. Abs

    Raphael Martins: Algo me diz que os seus destaques são super justificados.rsrs.
    Abs

    Kamila: É mesmo o melhor da série. O mais pensativo com certeza. Bjs

    Rodrigo: Concordo que não seja uma obra-prima. Mas Vaughn em momento algum desejou fazê-la. Se quisesse, tenho certeza que faria...
    Como vc disse, o filme cumpre brilhantemente seu papel!
    Abs

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  7. Pois é, Reinaldo, também adorei o filme. E Erik-Magneto é o nome desta história, que personagem rico, heim? E aquele final empolga, a gente quase se rende a ele.

    bjs

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