Mais barulho, explosões, Shia LaBeouf gritando "não", som do Linkin Park e efeitos especiais de primeira categoria. Os Transformers estão de volta...
Michael Bay enviou uma carta com recomendações ao mercado exibidor sobre como manipular a fita em 3D de Transformers – o lado oculto da lua. Mas Bay não era esse curador do 3D durante a pré-produção do terceiro Tranformers – o filme que é a aposta da Paramount para fazer frente ao bruxo Harry Potter nessa temporada de verão.
O diretor era contrário à ideia de rodar o filme em 3D. Foram intensas negociações e, finalmente, após um bate papo franco com o produtor Steven Spielberg, Bay cedeu as demandas do estúdio – mas não sem descolar um providencial aumento de U$ 50 milhões no orçamento. O inflado orçamento do terceiro Transformers beijou os U$ 230 milhões sem considerar o gasto com o marketing. É muita segurança de que os decepticons e os autobots irão arrasar nas bilheterias mundiais. O precedente é positivo. O primeiro Transformers (2007) arrecadou U$ 710 milhões nas bilheterias, mas o custo foi consideravelmente inferior: U$ 150 milhões.
A vingança dos derrotados, lançado em 2009, já apresentava um orçamento mais gordo. Os U$ 200 milhões gastos na produção renderam elogios ao apuro dos efeitos especiais e valeram ao filme a liderança nas bilheterias americanas naquele ano com U$ 403 milhões. Internacionalmente, o filme de Bay perdeu a disputa para o sexto exemplar da saga Harry Potter, mas os U$ 836 milhões arrecadados deixaram a Paramount mais do que satisfeita.
E as projeções de bilheteria são otimistas. Analistas apontam que é O lado oculto da lua o filme que pode reverter a tendência de queda na procura pelo 3D nos cinemas americanos. Mas a Paramount não descuidou de outros mercados estratégicos. O Brasil, por exemplo, é um deles. Segundo levantamento do portal Filme B, o país é um dos principais consumidores de 3D no planeta. O dado corrobora pesquisa de mercado das principais distribuidoras (entre elas FOX, Sony e Warner). Enquanto o interesse pelo 3D nos EUA cai, aqui ele se mantém em crescimento moderado.
Semana passada Bay chegou ao Rio de Janeiro acompanhado pelos atores Josh Duhamel e Rosie Huntington-Whiteley para promover o filme. Do Rio seguiram para Moscou, e lá se reuniram a Patrick Dempsey e Shia LaBeouf, para prestigiar a premiere russa do filme. Japão e Inglaterra são outros destinos da entourage.
Patrick Dempsey, Shia LaBeouf, Rosie Huntington-Witheley, Michael Bay e Tyrese Gibson na premiere da fita em Moscou na última semana
Michael Bay observa Rosie Huntington-Whitley e Josh Duhamel em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro durante campanha de divulgação do terceiro filme
Sem medo da sombra de Megan
Além do 3D e da pressão por lucro, o terceiro filme enfrentou outro revés muito mais midiático. A saída de Megan Fox. E foi uma saída turbinada por boatos e troca de farpas na imprensa de celebridades. Megan Fox comparou Michael Bay a Hitler – em analogia infeliz a suas exigências em um set de filmagens. Um punhado de profissionais ligados à produção dos filmes soltou nota criticando Megan por seu comentário e chamando-a de “estúpida”. A coisa não melhorou e Megan Fox foi demitida, embora ela não goste de usar essa palavra quando rememora o episódio. Fato é que o posto de “a próxima Megan Fox” foi dos mais disputados em Hollywood e a modelo inglesa Rosie Huntington-Whiteley, uma das angels da Victoria´s Secret, ficou com a vaga. O debute como atriz da namorada de Jason Statham logo se tornou uma das atrações do novo Transformers. Rosie, que na passagem pelo Rio de Janeiro mostrou-se simpática, disse que não teme as comparações e que é grata a Michael Bay pela oportunidade. A atriz, que demonstrou mais polidez do que sua antecessora, revelou que alimenta o desejo de ser Bond girl um dia.
Outras adições no elenco desse terceiro filme são o já citado Patrick Dempsey, John Malkovich e Frances McDormand. Todos pela diversão. Afinal, Transformers é mesmo um gigante do entretenimento. O blog de cinema NextMovie teve o cuidado de destrinchar um pouco desse gigantismo em números. Entre tantas outras fábulas apurou os seguintes dados referentes aos dois primeiros filmes: cada Chevrolet Camaro (um em cada filme) custou U$ 500 mil; foram aproximadamente 200 carros estilhaçados no primeiro filme; Optimus Prime é composto de aproximadamente 10.008 partes nos computadores da Industrial Light Magic (empresa responsável pelos efeitos especiais dos filmes); 38 horas é o tempo de renderização dos efeitos especiais; no primeiro filme foram 420 efeitos especiais, no segundo 580 e no terceiro algo em torno de 800.
Prepare as aspirinas! Os robôs voltaram para fazer ainda mais barulho.
Um dos muitos carros destruidos durante a produção do terceiro Transformers: uma aula de como torrar U$ 230 milhões