segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Bomba no mundo do entretenimento!
Toda a negociação se deu em absoluto sigilo. E suas implicações ainda estão para ser mensuradas. De inicio é possível afirmar que a Disney assume uma empresa, cujo potencial de crescimento é imenso. A Marvel, que vem dominando o mercado editorial de comics nos últimos anos, recentemente se firmou como um poderoso estúdio de cinema. Em 2008, lançou com extremo sucesso seu primeiro filme solo, Homem de ferro (a Paramount apenas distribuiu).
Exitem alguns pormenores que devem ser analisados e alguns precedentes considerados.
A Disney é conhecida por seu conservadorismo. A interferência no processo criativo sempre foi uma realidade para executivos e artistas. No entanto essa politica tem mudado. A Pixar, última empresa de destaque comprada pela Disney, teve toda a sua liberdade criativa preservada. O que tem sido a receita do sucesso. Resta-nos saber se essa mesma politíca será aplicada nos comics, que tem algumas séries mais adultas e passíveis de polêmicas.
Em realação ao cinema, os contratos vigentes entre marvel e outros estúdios devem ser honrados. A Fox por exemplo detém os direitos sobre Demolidor, Quarteto fantástico e X- men, A Sony sobre Homem - aranha e Motoqueiro fantasma. A universal, sobre o Hulk e também tem em seu parque temático brinquedos com os personagens da editora. A principio esses contratos permanecem na configuração vigente e não devem, por razões óbvias, serem renovados.
Agora, resta-nos aguardar o desdobramento desse cataclisma no mundo do entretenimento.
Movie Pass
Pulp Fiction - tempos de violência é considerado por muitos a melhor obra da década passada. Ajudou a defenir o novo, e ainda vigente, modelo de cinema independente. Estabeleceu o estilo "tarantinesco" de fazer cinema. Verborrágico, violento, repleto de referências e com uma forte influência musical.
Pulp Fiction é, em última análise, um daqueles felizes casos de filme certo na hora certa. Se lançado em outro momento da história, não teria o impacto alcançado. Sua projeção se deve em parte pela necessidade que se tinha de se apegar a algo fora dos padrões desgastados da Hollywood da década passada, e em parte pelo conjunto de paradigmas que Tarantino intencionava quebrar. Visto hoje, percebe-se que nesse sentido, a " revolução " atribuída ao filme à época, era, por demais, exagerada.
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Violência e cultura pop dão o tom do novo cinema independente americano
Quentin Tarantino já havia chamado a atenção com seu debute Cães de aluguel. A consagração viria com essa fita de extrema voltagem que se debruça sobre as veias do gangsterismo de esquina. Pulp Fiction – tempos de violência ( Pulp Fiction EUA 1994) foi o grande vencedor do festival de Cannes de 1994. Brilhou na cerimônia do Oscar do ano seguinte e conferiu a seu diretor um status de cult que beira a irreversibilidade.
O filme, é bem verdade, inova em muitas frentes. É de um primor narrativo excepcional, mesmo reformulando a estrutura narrativa clássica. O personagem mais perto do que se convenciona chamar de principal morre no meio do filme, para aparecer no final em eventos que se deram antes de sua morte. A trilha sonora da fita é quase que um apêndice da obra. E a violência nunca esteve tão estilizada em uma produção americana. Tarantino faz excelente uso do humor negro. Seus personagens recitam diálogos impagáveis e que proporcionam grandes momentos cinematográficos.
Essa colagem pop, muitas das vezes se sobrepõe ao retrato de uma sociedade em estado de agonia constante.
Pulp Fiction também recupera a carreira de John Travolta que andava meio esquecido e revela o talento quente de Samuel L. Jackson, aqui na pele de um gangster desbocado. Completam o elenco afiado, Ving Rhames, Bruce Willis, Harvey Keitel e Uma Thurman que junto a Travolta entrega uma das cenas mais emblemáticas da década.
É a partir desse trabalho que a competência de Tarantino será medida. O ex – balconista de locadoras é agora um dos diretores mais venerados da hollywood atual. Ajuda a estabelecer um novo modelo de negócios no cinema e inscreve-se na história com um dos vanguardistas de uma produção independente americana oxigenada e pensante.
Quem diria que um filme exacerbado na violência, com drogas, palavrões e com uma estrutura narrativa inusitada fosse deflagrar tamanha comoção.
domingo, 30 de agosto de 2009
Insight
Espero que gostem de Insight.
Por que tanto sucesso?
Chegou na última sexta – feira ao país a mais nova comédia do cinema nacional. Os normais 2 - a noite mais maluca de todos os tempos, de José Alvarenga Júnior estreou em 430 salas. Recorde para um filme nacional. Equiparável a blockbusters americanos como Homem – aranha 3 ( 510 salas) e Piratas do caribe 2 ( 480 salas). Esse dado reforça não só o crescimento do cinema nacional, passível inclusive de comparações como a que abre o artigo, como denota o sentimento de produtores, distribuidores e exibidores de que essa força reside nas comédias populares.
É bem verdade, que é difícil dissociar esse sucesso da globo filmes. Afinal de contas, todas as últimas grandes bilheterias de comédias brasileiras vem com o selo da produtora e com artistas da casa. Só nesse ano Seu eu fosse você 2 quebrou todos os recordes possíveis e se estabeleceu como o filme mais rentável da retomada do cinema nacional que data de 1995. Para efeito de comparação, Daniel Filho, diretor da fita, acaba de lançar um outro filme, Tempos de paz, drama oriundo do teatro, que após duas semanas em cartaz e com público sofrível já amarga redução de salas exibidoras.
Os normais 2 também é da Globo filmes. É um filme com público cativo, o seriado o qual o filme se baseia fez grande sucesso, e reproduz um humor muito próximo dos outros filmes que levaram multidões aos cinemas esse ano. Casos de A mulher invisível, de Claúdio Torres e Divã do mesmo Alvarenga Júnior.
A explicação mais palpável do sucesso das comédias nacionais, especialmente nesse 2009, se encontram em dois eixos. O primeiro deles é fruto de um paradoxo. Existe ainda uma grande parcela dos freqüentadores de cinema que alimentam preconceito quanto ao cinema nacional. Mas são flexíveis quanto a comédia. Em parte por ela emular( as vezes por demais) a estrutura dos programas televisivos do horário nobre, em parte por representar em escala geral e planetária, (são raras as comédias indicadas ao Oscar ou participantes de um festival, por exemplo) um gênero menos ostensivo e por conseqüência menos passível de despertar frustração em quem se experimenta à assisti-la.
No outro eixo, espremem-se a constatação de que a produção nacional está evoluindo no sentido da profissionalização e a constatação de que o público brasileiro ainda prescinde de um cinema mais ousado, artístico e abrangente.
As comédias não fazem tanto sucesso pela qualidade inequívoca que apresentam. Até porque não a apresentam. Seria também uma falácia afirmar que isso é tudo que o brasileiro sabe fazer. Heitor Dhalia, Fernando Meirelles e Claúdio Assis são alguns exemplos de que isso não é verdade. As razões estão aí. Resta-nos a incerteza do que fazer com elas.
Top 10
A atriz sul africana tem não só um Oscar em sua prateleira, como prova de seu talento, como coleciona muitos contratos publicitários. Theron é dona de uma beleza única, com seu olhar expressivo e postura sofisticada, Charlize perece uma deusa caminhando entre mortais.
A americana que viveu a loira pela qual o gorila King Kong se apaixona no remake de Peter Jackson, provoca os instintos mais primitivos. A atriz está sempre bem vestida, embora não seja uma habitue do mercado publicitário,Naomi sempre cativa quando aparece. Mesmo quando não lhe interessa impressionar. Seja fazendo as compras ou na fila do banco. Óculos escuros e jeans nunca ficaram tão perfeitos em alguém.
O eterno vai e vêm com Jude Law suscita tantos comentários no show business quanto a impressionante habilidade de Sienna de se vestir bem. Roupas de verão, de inverno, tudo fica bem na doce inglesa. A atriz não poupa o guarda roupa e está sempre renovando o visual. Raras vezes erra.
Ela tem uma grife. E já veio até mesmo ao Brasil, mais precisamente a Daslu em São Paulo, para divulgá-la. Isso pode não significar muita coisa, mas é o atestado que faltava para proclamar Liz Hurley como diva do fashionismo. Liz é daquelas que é mais reconhecida pelos entornos de sua celebridade do que por seu trabalho como atriz. Pelo menos ela investe em seu inegável talento para se vestir bem. Compensando o pouco brilho como atriz.
A italiana é certamente uma das mulheres mais belas do mundo. Isso já lhe garante aura fashion. Bellucci portanto, em um misto de vocação pessoal e engenharia marketeira, se rendeu ao poder de sua imagem. A atriz é referência na relação, por vezes canibalesca, entre cinema e moda.
Ela é a mulher mais invejada e vigiada do planeta. Seus gostos, seus hábitos e predileções são devassados por uma indústria sedenta de fofocas diariamente. O poder de lançar tendências, o qual Angelina Jolie usufrui, é algo sem precedentes na história da cultura de celebridades. Fenômeno potencializado pela internet. Angelina é bonita, tem atitude e veste-se bem, mas seus status fashion advém mais da união com o astro Brad Pitt, do que por suas demais escolhas.
Scarlett e sua sensualidade voraz: Too sexy for my love?
Certa vez Valentino disse que não era Keira quem vestia seus vestidos e sim seus vestidos que vestiam Keira Knightley. Tal distinção vindo de um dos papas da moda mundial já justifica a posição de Keira nessa lista. A atriz de beleza clássica potencializa qualquer ambiente em que esteja. É a preferida da década para filmes de época. Por que? O palpite de Claquete é porque todos os figurinos ficam bem nela.
Quem disse que eu só fico bem de vestido?
On TV
Atração fatal no Telecine Cult as 22:00 hs
Essa fita do diretor Adrian Lyne marcou época. Nos anos 80, e ainda hoje, qualquer confusão oriunda de um relacionamento extraconjugal provocava a rememoração do percalço vivido pelo personagem de Michael Douglas no filme. Ele durante um fim de semana sem a mulher- viajando - se envolve com a personagem de Glenn Close. Para ter sua vida transtornada pela obsessiva amante.
Terça-feira 1
No vale das sombras no telecine action nas 19:50
Segunda incursão na direção de Paul Haggis, esse libelo contra o revanchismo militar é também um poderoso drama sobre perda e angústia. Tommy Lee Jones, indicado ao Oscar por esse papel, faz um pai engajado em descobrir o paradeiro do filho desaparecido após retornar de missão no Iraque.
Quarta-feira 2
Quatro irmãos na TNT as 19:40hs
Esse filme de ação, com valorosos componentes dramáticos, de John Singleton é um remake do western estrelado por John Wayne Os filhos de Kate Elder. Filme edificante, a despeito da violência, sobre quatro irmãos adotivos que voltam à Detroit natal para vingar a morte da mãe. Destaque para um Mark Wahlberg mais furioso que o habitual.
Quinta-feira 3
O ano em que meus pais saíram de férias no Cinemax as 20:05hs
Esse bonito filme do brasileiro Cao Hamburger sobre o período da ditadura fez sucesso devido ao inusitado tom do registro. Tudo é mostrado a partir do ponto de vista de uma criança apaixonada pelo futebol ás vésperas da copa do mundo. Um filme de coração.
Sexta-feira 4
O diário de Bridget Jones na MGM as 22:00
O filme que consagrou Reneé Zellwegger é também uma das mais eloqüentes comédias românticas da década. Bridget carrega um pouco de todas as mulheres consigo. Assim como todas as mulheres carregam um pouco de Bridget. Ótima oportunidade para rever essa deliciosa comédia ou para conhecê-la.
Sábado 5
Proibido proibir no canal Brasil as 18:20
Outro filme brasileiro que aborda um período conturbado da história do país. Mas se a ditadura foi registrada de forma serena e romântica na sugestão de quinta. Aqui a idéia é registrar aquele momento emulando o máximo das sensações vivenciadas no período retratado. Proibido proibir é barulhento e não acrescenta muito. Vale mais a pretexto de comparação com o trabalho de Hamburger.
sábado, 29 de agosto de 2009
Novidades em Claquete
A outra coluna será Meu sofá. Listando os lançamentos em dvd do mês.
Aguardem!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Movie Pass
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Um exercício de sadismo com estilo
Gaspar Noé foi muito vaiado após a exibição de seu último filme no festival de Cannes, no qual concorreu a Palma de ouro. Após assistir Irreversível(FRA 2002), se tem uma noção exata do por que isso aconteceu. A nova fita do diretor francês é um exercício de sadismo, embora rodado e desenvolvido com estilo, Irreversível é, em seu âmago, um filme cheio de ressentimentos, de uma visão bastante restrita e que abraça sem pudores um fetichismo virulento e perigoso.
Não é somente a famosa e forte cena de estupro envolvendo a atriz italiana Monica Bellucci que incomoda. Todo o filme é ambientado em uma Paris modorrenta, asquerosa e por vezes surpreendente. Em um submundo que choca e provoca adrenalina, Noé talvez quisesse falar de inconseqüências. De como um mundo atolado em drogas e relações superficiais se perde em si mesmo. Não conseguiu. Apesar dos bons atores Vincent Cassel e sua mulher Monica Bellucci estarem em plena forma, Irreversível cede ao exercício de estilo de seu diretor. Contando sua história de trás para frente, a elaboração do suspense não advém da ansiedade por saber o que, e de que forma, fora desencadeada a louca busca por vingança a que se lança o personagem de Cassel. O que angustia o espectador, é a espera sufocante pelo arroubo de violência que virá a seguir. E a imperativa pergunta que emerge: Se há de se ter estômago para ela.
Tarantino no Brasil!
Será a segunda vez do diretor no Brasil. Antes da fama internacional, Tarantino apresentou o seu inovador, e para Claquete seu melhor filme, Cães de aluguel na Mostra de São Paulo de 1991.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Critica: Se beber, não case
A maior comédia do ano, também é o filme mais surpreendente da temporada. Com o custo de módicos(para o padrão hollywood) 35 milhões de dólares, o divertido Se beber, não case (The hangover EUA 2009) já faturou mais de 230 milhões só nos EUA. A fita conta a inusitada história do dia seguinte de uma despedida de solteiro daquelas em Las Vegas.
O grande barato é que nós não vemos nada do que aconteceu na famigerada noitada. Acompanhamos os amigos Stu (Ed Helmes da série de Office), Phil (Bradley Cooper de Ele não está tão a fim de você) e Alan (Zack Galifianakis de Jogo do amor em Las vegas) tendo que superar uma ressaca daquelas enquanto tentam entender o que diabos aconteceu na noite anterior. O noivo( Justin Bertha de A lenda do tesouro perdido) sumiu. Um tigre está no banheiro da suite. Um bebê no armário, uma galinha perambulando pela casa e um deles perdeu um dente.
Todd Philips vai revelando os mistérios a medida que o filme avança. Assim instaura-se um conceito um tanto incomum para comédias. Um mistério amarrando a trama. Obviamente que apenas como mais um elemento de elaboração de climax. Mas é o suficiente para isolar Se beber, não case no cenário das comédias adultas. Há apelação sim, mas há um humor genuíno que não deriva exatamente de baixarias. Phillips não se preocupa em fazer sentido a todo o tempo, algumas soluções são até mesmo mal resolvidas. Mas a graça que surge delas, compensa os desacertos.
O elenco responde em grande parte pelo sucesso da fita. Atores de talento comprovado previamente, tanto na tv americana quanto em papéis menores em outras comédias, o conjunto de protagonistas brilha intensamente e consegue aliar o melhor da comédia física com a escatologia inerente a produção atual.
Já há uma continuação garantida. Muito provavelmente não terá o êxito desse filme. Eficiente e correto com seu público, Se beber, não case agrada por se ater estritamente ao seu objetivo. Mostrar o day after de uma balada daquelas.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Notas
James McAvoy( O procurado) está perto de viver Bilbo bolseiro, personagem vivido por Iam Holm na trilogia O senhor dos anéis, no aguardado O hobbit.
A Paramount adiou para fevereiro a estréia do novo filme de Martin Scorsese. Ilha do medo (Shutter Island, no original) estrearia em outubro nos EUA. Mas o estúdio preferiu mudar a data, abrindo mão de uma briga pelo oscar(!) alegando que a crise financeira esvaziou o número de boas estréias do estúdio para o início do ano. Será verdade? Ou acharam o filme fraco para uma temporada tão quente? Fato é que a quarta colaboração entre Scorsese e Leonardo DiCaprio continua sendo muito aguardada.
As reações ao trailer de Avatar, novo filme de James Cameron, não foram exatamente as esperadas. O avatar day, como foi classificado o dia 21 de agosto, dia da estréia mundial dos trailers do filme-pois é Cameron marcou data para a estréia dos trailers de seu filme - não causou o frenesi esperado pelos executivos da Fox. Cameron no entanto minimizou. Ao Hollywood reporter comparou ao descaso ao aqual fora vitíma antes da estréia de Titanic. A pergunta que fica é: Será? Ou Cameron perdeu a mão nesses 12 anos que se retirou do movie business?
Perfil: Sharon Stone
Sharon Stone começou sua carreira como atriz no início dos anos 80, a fama no entanto, só chegou no começo da década seguinte quando lançou um punhado de filmes em que sua beleza saltava aos olhos. O vingador do futuro(1990) em que dividiu a cena com Arnold Schwarzenegger, ficção científica hoje clássica, Invasão de privacidade(1993) trama em que é alvo de um vizinho voyeur vivido por William Baldwin e o seu, ainda hoje, grande momento nas telas, Instinto selvagem(1992). Dirigida por Paul Vehoeven e contracenando com Michael Douglas no thiller erótico que definiria seu status em Hollywood, Stone nunca esteve tão bela. Catherine Trammel, sua personagem é uma ninfomaníaca manipuladora e passou á história como uma das grandes personagens do cinema. É nesse filme também que Sharon protagonizou a cena pela qual é mais famosa e que seguramente é a mais lembrada do filme. Durante um interrogatório na delegacia, apesar de ser ela a interrogada, Catherine Trammel controla aquela sala cheia de homens e demonstra isso no cruzar de pernas mais famoso da história.
Sharon em sua cena mais célebre
Ainda em 94 esteve no blockbuster O especialista ao lado de Silvester Stallone. No ano seguinte a atriz evoluiria ainda mais. Rápida e mortal, foi seu primeiro filme como produtora. Um western que aliava todos os clichês do gênero a uma quebra de paradigma, o " mocinho" era vivido pela atriz. Teve o oportunismo de revelar Russel Crowe para a América, foi a atriz quem chamou-o para rodar o filme, seu primeiro nos EUA. E deu a Sam Raimi, então um diretor underground, a chance de exibir seu talento.
No final daquele ano a estrela lançou Cassino, filme de gangster de Martin Scorsese e que traz a atriz em seu grande momento dramático. Foi por esse filme, que ela recebeu seu único globo de ouro e sua única indicação ao Oscar como atriz coadjuvante. Ao lado de Robert De Niro e Joe Pesci, Stone conseguiu driblar sua inebriante beleza e convencer público e critica de seu talento.
Infelizmente, a partir daí, os acertos passaram a ser cada vez mais esparsos. Para cada Flores partidas (2006) e Bobby(2006) havia um Mulher gato (2003) e Questão de lealdade (2004). A atriz passou a prestigiar a produção independente. Além de Bobby e Flores partidas, esteve nos aclamados Desejo proibido(2000), Sempre amigos (1998) e Alpha dog(2007).
Sharon Stone, é verdade, está longe da forma de outrora. Seus últimos dois trabalhos nem sequer chegaram aos cinemas, Alpha dog foi o último a ser distribuído internacionalmente. Contudo, a atriz ainda suscita suspiros. Há dois anos leiloou um beijo no festival de Cannes e sagrou-se a grande atração do festival. Há pouco posou de topless para o editorial de uma revista de moda. Sharon Stone está diante do dilema de muitas mulheres do cinema. Continuar relevante quando a beleza começa a desaparecer. Uma batalha que a estrela ainda parece postergar. Pois como se vê, aos 51 anos, ainda está divinamente bela.
Sharon na capa da Paris Match
Fotos:Divulgação
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Movie Pass
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Retratos de família
O novo trabalho do diretor Heitor Dhalia, traz segundo o próprio, alguns elementos auto biográficos. Contudo, a produção de elenco internacional também tem um tema universal. À deriva ( Brasil 2009) acompanha, do ponto de vista de uma menina de 14 anos, o fim do relacionamento de um casal. Filipa ( a estreante Paula Neiva) é testemunha ocular do desmoronamento do relacionamento de seus pais, Clarice ( Débora Bloch) e Matias ( Vincent Cassel).
O tom do registo é sereno e minimalista. À deriva assume o ponto de vista de sua protagonista e o diretor utiliza-se muito bem da expressão poderosa de Paula Neiva. Aqui o diretor fala, na verdade, mais do que o processo de ruptura pelo qual passa aquela família sobre fases e circunstâncias. Sobre como uma se ajusta à outra, e eventualmente, como acabam se metaformoseando em uma identidade irrevogável para uma pessoa. É isso o que está acontecendo com Filipa. No momento em que descobre a pior das verdades ( a de que a vida adulta é muito mais doída do que se imagina quando criança) é também quando descobre o interesse pelos meninos, e com ele, pelo sexo.
É, em uma última análise, essa a matéria prima de Dhalia aqui. E é da confluência desses dois mundos que se desvelam para Filipa que surgirá a mulher que já começa a dar sinais dentro da incontida e curiosa adolescente.
Heitor Dhalia, realiza aqui, não só seu trabalho mais pessoal e maduro, realiza seu melhor e mais eloqüente trabalho como diretor. Aproveitando muito bem os silêncios, fazendo grande uso da música e, principalmente, transferindo significado até mesmo na mais banal das cenas. Um exemplo valioso ocorre logo no princípio do filme. O diretor explicita toda a cumplicidade entre pai e filha em um gesto banal – em um almoço na casa da família,o pai come a carne da filha que não a queria, para logo depois a mãe descobrir a arte e colocar outro pedaço de carne no prato.
Em uma cena simples e rápida, Dhalia economiza e fala muito. Assim são todas as cenas do filme. Pensadas. Contemplativas. À deriva é repleto de subtextos e cabe ao espectador à sensibilidade para percebê-los.
Os atores potencializam o excepcional trabalho da direção. Paula Neiva ilumina a tela com vigor acachapante. Filipa é comum e única. Em uma dicotomia captada com extrema minúcia pela atriz, estreante, descoberta no orkut pela produção e que atesta uma vez mais a excelência de Dhalia em seu ofício. O francês Vicent Cassel impressiona. Não só por atuar em português perfeito, mas por revestir seu personagem de camadas insuspeitas. O ator brilha na pele de um homem apaixonado por seus filhos e ao mesmo tempo entristecido de sua vida. Não menos brilhante está Débora Bloch, talvez a maior surpresa da fita. Pouco afeita ao cinema, a atriz está contida e compõe sua personagem no tom desejável. Débora evita os atalhos largamente conhecidos e confortáveis que uma personagem como a que tem em mãos oferece, e atém -se ao registro minimalista. Um acerto que se multiplica quando contracena com Cassel que atua apaixonadamente, como de costume.
Dhalia realiza aqui um filme notável. O melhor brasileiro do ano. E seguramente um dos melhores filmes da temporada.
domingo, 23 de agosto de 2009
Bilheterias
Também estreou nesse fim de semana a comédia romântica Post Grad, da qual Rodrigo Santoro faz parte. O filme, com muito menos cópias do que Bastardos estreou no distinto décimo lugar com U$ 2,8 milhões em caixa.
Top 10
Não podia faltar em uma lista como essas, o nome do atual intérprete do espião mais famoso e charmoso do mundo. Muito criticaram quando Craig foi anunciado como o novo James Bond, mas é inegável que o ator ajudou a revitalizar a franquia. Com seus músculos definidos e com aquele ar rude, Craig veste bem todas as roupas e acessórios que fazem parte do guarda - roupa de 007.
Owen já foi o protagonista de campanhas de perfumes das mais variadas marcas, de carro, de ternos... O ator pode não ostentar uma beleza acachapante, mas simboliza o ideal de macheza e preenche com elegância toda e qualquer roupa. Explora muito bem sua sensualidade.
O terceiro inglês da lista é magro e usa o cabelo desgrenhado na maior parte das vezes. No entanto, Law pertence aquela estirpe de que parece fashion não importa o que esteja vestindo. Seja jeans e camiseta branca, ou terno e sobretudo. Law é fashion, mesmo sem fazer questão de sê-lo.
O australiano, atual detentor do título de homem mais sexy do mundo pela revista People pode parecer uma escolha inusitada para essa lista. Contudo, o ator tem muita personalidade na hora de se vestir, se não dita tendências, ao menos mantém os olhos da indústria, e das mulheres, atentos.
Até que ponto o fato de ser charmoso influi em ser fashion? Obviamente, é uma pergunta subjetiva. Mas pousar os olhos em George Clooney ajuda a ter uma idéia. O astro é o arquétipo mais vivaz do que significa essa lista. Bom gosto, charme, atitude e influência. Clooney rules.
O francês é outro que vira e mexe está estrelando alguma campanha publicitária voltada para o universo masculino. Casado com uma verdadeira beldade, poliglota, talentoso, viajado e veste-se muito bem. Cassel seria o mais próximo daquilo que pode-se chamar James Bond da vida real.
Por muito tempo tido como o esquisitão de Hollywood. Até aparecer Jack Sparrow. Se o capitão cheio de trejeitos de Piratas do Caribe mudou o status de Depp na meca do cinema, também colocou o ator no mapa dos fashionistas. De cabelos longos ou curtos, de paletó e jeans ou colete e colares indígenas, Depp passou a ser lembrado também pela forma como se vestia. E a ser reconhecido por isso. Poucos em Hollywood ligam tão pouco para a forma como se vestem e são tão louvados por isso.
Ele é o furor das fofocas. Tudo sobre Brad Pitt vende. Era natural que sua forma de se vestir também causasse alvoroço. O ator foi ficando mais vaidoso com o tempo. Já desfilou variados penteados, roupas das mais variadas estirpes e acessórios descolados ou escabrosos. Pitt gosta de fazer sua própria moda. Recentemente andou por aí com o bigodinho horroroso de seu personagem Aldo Raine de Bastardos inglórios. Gostou tanto, que mesmo após o fim das gravações permaneceu com o bigodinho. Tem coisas que só ficam bem em Brad Pitt.
O bigode da discórdia
O Mr. Demi Moore é o ator preferido para modelar para marcas jovens. Barato, tem identificação com o público alvo e usa de fato os produtos que anuncia. Foi ele a primeira celebridade de grande porte a adotar o twitter- nova mania da internet, foi ele quem admitiu morrer de vontade de fazer um filme pornô com sua esposa e é ele quem usa as combinações mais improváveis e sempre cria um ótimo look. Kutcher é fashion e fez da arte de ditar tendências, um hobby.
Mr. I do whatever I want
Ele é hoje o rei do pop. Cantor, produtor, proprietário de sua própria grife e ator. Justin é hoje o exemplo de celebridade mais bem sucedida fazendo uso de sua própria persona. E para tanto ele capricha. Canta, dança, faz piada – é o convidado mais frequente dos últimos anos no humorístico Saturday Night live, atua e namora as mulheres mais lindas do mundo. O segredo? Ele se veste muito bem. Ajuda na confiança.
Am I the fucking man or what?
On TV
Domingo 23
Medo da verdade na HBO as 20:30 hs
Filme de estréia de Ben Afleck como diretor. E é um ótimo trabalho. Afleck conduz com mão firme a história de um detetive particular (Casey Afleck) que tenta descobrir o paradeiro de uma menina seqüestrada nos arredores de Boston. O filme é impactante e tem um final que suscita reflexões posteriores. Adaptado da obra de Dennis Lehane, autor de Sobre meninos e Lobos.
Segunda- feira 24
Fargo – uma comédia de erros no telecine Cult às 22:00hs
Esse filme de humor negro dos irmãos Coen é um acerto dos mais vistosos. Um marido endividado, decide seqüestrar a mulher para que o sogro pague o resgate. Não é preciso dizer que as coisas não saem como o planejado.
Terça – feira 25
O inferno de Dante no FX às 16:00hs
Pierce Brosnan estava na crista da onda quando rodou esse filme. O então intérprete de 007 vive aqui um geólogo que é chamado em uma cidade para investigar o possível despertar de um vulcão. Depois de dar seu diagnóstico é desacreditado. Fita de ação muito bem desenvolvida. Traz ainda Linda Hamilton em um de seus últimos papéis destacados.
Quarta-feira 26
A cor púrpura no TCM às 22:00hs
Drama poderoso de Steven Spielberg acerca das condições do racismo nos interiores da América. Um grande elenco negro, com destaque para a hoje poderosa apresentadora de TV Oprah Winfrey, abrilhanta uma história milimetricamente calculada para levar o espectador as lágrimas.
Quinta-feira 27
O último beijo no cinemax às 16:35hs
Filme italiano que levou o diretor Gabielle Muccino para Hollywood e também rendeu um remake americano. Homem as vésperas de se casar relativiza seus sentimentos e pesa a qualidade de suas escolhas. Um filme sensível que captura muito bem o estado de espírito daqueles que estão perto de dar o maior passo de suas vidas.
Sexta-feira 28
V de vingança no Warner channel às 23:00hs
Esse filme que reproduz as idéias anárquicas do quadrinista Alam Moore em uma Inglaterra futurista, foi desautorizado pelo próprio. Contudo, além das ótimas cenas de ação, a fita dirigida por James McTiegue - afilhado artístico dos irmãos Watchoski – tem bons componentes dramáticos. O ponto alto é a relação cheia de conflitos entre os personagens do ótimo Hugo Weaving e Natalie Portman.
Sábado 29
Um beijo a mais no telecine premium às 23:45hs
Para quem tiver o interesse em comparar o filme italiano, indicação de quinta, e seu remake americano, também de alto nível. Há algumas alterações pontuais, mas o cerne da história é o mesmo. Vale pelo competente elenco, capitaneado por um Zach Braff surpreendentemente contido.
sábado, 22 de agosto de 2009
Amor devassado
Notas
Deborah Secco irá substituir Karen Junqueira na adaptação do best seller brasileiro O doce veneno do escorpião(memórias da ex-garota de programa Bruna surfistinha). A atriz global substituirá a estrela da Record que alegou "dificuldades de agenda" para se retirar da produção. O filme está orçado em R$ 5 milhões e deve ser lançado no final do ano que vem.
Distrito 9, ficção científica de orçamento modesto mas que tem o dedo de Peter Jackson como produtor, recebeu o maior número de criticas elogiosas da temporada segundo informe do site Hollywood reporter, superando o drama criminal de Michael Mann, Inimigos públicos.
Distrito 9 se passa em um futuro apocalíptico em que alieniginas são mantidos reféns no norte da África. O filme, que liderou as bilheterias americanas no fim de semana passada, estréia no Brasil no dia 30 de Outubro.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Movie Pass
Em parte o elenco sofisticado que poucas vezes se contemplou em sintonia tão plena. Depois a forma artesanal e econômica com que o diretor Sodebergh dirige a história. Ainda há ,obviamente, a aura de Las Vegas -cidade mitológica que contribui e muito para o sucesso do filme.
A seguir o trailer legendado da fita e a minha critica:
Charme e diversão e um golpe incrível!
Muitos crêem que não é possível uma refilmagem superar o filme original. Onze homens e um segredo (Ocean´s eleven EUA 2001) desmonta esse argumento. Dirigido com sofisticação e muita desenvoltura por Steven Sodebergh (Traffic – ninguém sai ileso), a fita que reúne um time dos mais estrelados de Hollywood(George Clooney, Andy Garcia, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, Bernie Mac, Scoot Cann, Casey Affleck, Elliot Gould e Don Cheadle) é um deleite.
Com um roteiro cheio de auto referências ao mundo das celebridades e excelentes gadgets, Onze homens e um segredo é inteligente, sexy, divertido e traz astros se divertindo como há muito não se via em uma fita Hollywoodiana. Clooney em especial, consagra-se. É aqui que o ator prova definitivamente, não só o seu apetite pelo estrelato, como a tarimba para sê-lo. Na pele do ladrão inconformista Danny Ocean, que fora vivido por ninguém menos que Frank Sinatra no original, Clooney seduz, cativa, e finalmente, deixa suas digitais na cultura pop.
No filme, Ocean sai da prisão pensando em se vingar do homem que roubou sua garota. O dono de cassino Terry Benedict, vivido com muita canastrice por Andy Garcia. Recorre ao amigo Rusty (Brad Pitt) para juntos articularem um assalto ao cassino de Benedict. Ocean, alimenta ainda a esperança de reaver sua paixão, Tess - vivida por Julia Roberts.
Um desfile de esquetes então se dá. O interessante é que não há discursos subliminares. Não há uma agenda ou um tema maior na película. O propósito é diversão. Sodeberg é reverente ao filme original na medida certa. Não teme no entanto, subjuga-lo com uma história muito mais fluida, bem humorada e cativante. Uma grata surpresa da engenharia hollywoodiana.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Troca de guarda na academia
Ganis se retira depois de ter devolvido ao Oscar todo o prestigio que andava titubeante na década anterior. Sob sua presidência, filmes independentes e de temáticas mais adultas foram protagonistas das cerimônias e foi sob sua presidência que filmes independentes prevaleceram pela primeira vez. Crash em 2006 e Quem quer ser um milionário esse ano.
O ator Tom Hanks foi mantido no cargo de primeiro vice-presidente. A última "inovação" proposta por Ganis foi aumentar de cinco para dez o número de filmes indicados para o oscar de melhor filme. A pretexto de "fazer justiça a filmes que acabam preteridos em um último momento" o presidente articulou que a academia retomasse essa tradição abandonada em 1943.
Critica: G.I Joe - a origem do cobra
Brinquedo de homem!
O mais recente Blockbuster do verão americano a aportar nos cinemas é mais uma cria do casamento entre estúdios de cinema e empresas de brinquedos. Depois da bem sucedida parceria que resultou em Transformers, a Paramount e a Hasbro se unem novamente para levar paras as telas os comandos em ação. Febre nos anos 80 que agora ganha a sua vez nos cinemas.
A distribuidora brasileira achou por bem manter o G. I Joe do original, não importa. A despeito de rememorar a infância, o que a nova fita de Stephen Sommers( A múmia) quer, é divertir. E traz toda a artilharia pesada de Hollywood para tanto. Efeitos espaciais de última geração, pirotecnias das mais inusitadas, mulheres lindas e espevitadas, novos candidatos a astros do cinema de ação e, bem, a eterna luta entre bonzinhos e maus.
Aqui testemunha-se a unidade especial G.I joe, composta por soldados da elite de mais de 23 países, lutando contra uma ascendente organização terrorista. Muita ação e uma cena magistralmente elaborada. A destruição da torre Eiffel. Pelo menos aí, G. I Joe foi original, ao invés de Nova Iorque a principal cena de destruição se dá em Paris.
O filme é indicado para garotos. É um filme testosterona da melhor espécie. E eles tem comparecido. G.I Joe teve estréia mundial, no fim de semana retrasado, retumbante. Inclusive no Brasil, onde também liderou.
Vale destacar as boas presenças de Chaning Tatum, como o emocional Duke, o ator tem pinta de astro de ação, e Sienna Miller, além de linda, a atriz está magnética na tela. Convergindo fragilidade e sarcasmo, sua Baronesa é de longe a melhor e mais cativante personagem do filme. Não que isso acrescente algo a experiência de se ver G.I Joe.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Cenas de cinema
Foto: Agência estado
É charme?
O britânico Hugh Grant revelou nessa segunda - feira que irá se aposentar após concluir as filmagens, do ainda em pré- produção, O diário de bridget Jones 3. O ator se declarou "cansado do processo de atuar". E lembrou que já está velho demais para fazer pápeis de galã. Frizando que só recebe propostas para isso. Seria charme? Desilusão? Ou Grant estaria mesmo dando um hasta la vista para Hollywood?
Cai um gigante
Movie Pass
Em Arrasta-me para o inferno, acompanhamos como a ambiciosa Cristine lida com uma maldição que lhe fora rogada por uma velha cigana que se sentiu insultada por ela. Raimi utiliza vários artifícios comuns ao gênero, mas também emprega artíficios bastante particulares. É dessa combinação vitaminada que brota toda a força do filme. Apavorante, engraçado, inteligente, cult. Arrasta-me para o inferno é cinema de primeira qualidade.
A seguir o trailer legendado do filme e a minha critica:
Filme de clima!
A esperada volta ao terror do cineasta Sam Raimi se deu da melhor maneira possível. Depois da consagração comercial alcançada com a trilogia Homem Aranha, pela qual também obteve reconhecimento da critica, o diretor regressa ao gênero que lhe revelou com Arrasta-me para o inferno (Drag me to hell, EUA 2009).
Uma vez mais o diretor conjuga com sensibilidade e técnica os preceitos do cinema de terror com sua visão muito particular do gênero. Se em Evil Dead e suas continuações, conhecidas no Brasil como A morte do demônio 1e 2 e Uma noite alucinante, Raimi costurava momentos de extrema tensão e humor nonsense, em Arrasta-me para o inferno ele o faz com ainda mais domínio e astúcia.
No filme, a ambiciosa Cristine( Allison Lohman) visando obter uma promoção no banco em que trabalha, nega a extensão de um empréstimo para uma velha cigana de aparência asquerosa. A velha então, em uma cena das mais assustadoras e ainda assim ridículas do ano, amaldiçoa Cristine. Em três dias um espirito maligno virá reclamar sua alma. No ínterim, ela passa a ser atormentada por espectros e alucinações. Cristine, com a ajuda do namorado incrédulo, vivido pelo sempre competente Justin Long, irá recorrer a um medium na tentativa de se desviar da maldição.
Raimi não cede aos efeitos especiais, buscando sempre o minimalismo no que concerne a representação do mal. Truques de iluminação, montagem e longos travellings, além da ótima maquiagem são recursos muito bem aproveitados pelo diretor que mantém a tensão proveniente da história. Sempre dosando-a com humor. Rememorando os sucessos do gênero dos anos 80, como Sexta - feira 13 e o próprio Evil dead.
Poucos filmes provocaram tanto medo e petrificaram o espectador na cadeira quanto Arrasta-me para o inferno. É seguro dizer que o filme é o melhor exemplar do gênero produzido na década. Raimi ainda é capaz de sutilezas e paralelismos. Como em uma cena em que demonstra o quão aterrorizante pode ser um jantar para conhecer os futuros sogros. A tensão experimentada ali atinge a mesma intensidade de quando um espirito maligno surge.
Arrasta-me para o inferno assume sua aura cult. E Raimi prova mais uma vez todo o seu talento como contador de histórias( o roteiro é assinado por ele e seu irmão). Se o quisesse, poderia ter feito um filme muito mais aterrador, no entanto, provavelmente seria menos divertido. Raimi acertou peremptoriamente no clima de seu filme. Imperdível.
domingo, 16 de agosto de 2009
Top 10
OBS:Clique no título do filme na lista de recomendados para ver o trailer do filme.
10 - Oliver Hirschbiegel (Alemanha)
O diretor alemão chamou a atenção do mundo com o epílogo da vida do mais aterrador e controverso líder da história da Alemanha. A queda -as últimas horas de Hitler concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O diretor, então recrutado por Hollywood enveredou para o cinema de terror, com o remake Os invasores. Os produtores não gostaram de sua abordagem por demais sombria e impuseram uma versão arrematada pelos irmãos Watchoski de Matrix. O filme foi um fracasso e a director´s cut é que salvou o filme em DVD. Agora o diretor finaliza Five minutes from heaven.
Recomendado:
A queda - as últimas horas de Hitler
9- Bernardo Bertolucci (Itália)
Dos poucos diretores a já ter ganho de tudo. Oscar, Veneza, Cannes, Berlim. O diretor já ganhou prêmios de todas as proveniências. E seu cinema se comunica candidamente as mais diferentes platéias. Entre seus principais filmes, o vencedor do Oscar O último imperador (1987), o clássico inconteste O conformista(1970) e aquele que pode ser definido como sua obra prima, o impactante O último tango em Paris (1972).
Avesso a grandiloqüencia, quando cedeu a ela, não obteve grande sucesso como em O pequeno Buda (1993), um arroubo de vaidade, mas quando a evita realiza filmes antológicos e eternos como Assédio(1998) e Prima del rivoluzione (1962) , ainda em inicio de carreira. Seu último trabalho foi o fetichista e auto emulante Os sonhadores (2003), filme envolvente e que rememora o exercício de erotismo que fascinou meio mundo em O último tango em Paris.
Recomendados:
O último tango em Paris
Assédio
Beleza roubada
O conformista
8- Philippe Garrel (França)
Diretor de longo currículo. É notório em seu trabalho a influência tanto do cinema de autor, endeusado pela Nouvelle Vague francesa, quanto do cinema de recursos e congruência de técnicas como montagem, roteiro e atuação. Garrel ultimamente tem se debruçado sobre o ócio das relações cotidianas. Investigado como as bifurcações do amor nos levam a sandices e negações. Seus trabalhos mais relevantes atualmente são aqueles em que colabora com seu filho o ator Louis Garrel.
Recomendados:
Amantes constantes *
Wild innocence *
A fronteira do alvorada *
7 – François Ozon (França)
Ozon é daqueles diretores que não teme em se experimentar. A verve de seu cinema remete a Hitchcock, de quem é admirador confesso. Contudo, seu cinema em parte, supera o de seu mentor artístico. Ozon demonstra a mesma habilidade na elaboração de um suspense( Swimming pool - À beira da piscina) quanto na sustentação de um drama pesado( O tempo que resta).
Sua intenção, obviamente nunca foi rivalizar com Hitch, ao construir uma galeria tão plural de filmes no entanto, ele excede a vã admiração que nutre por Hitch para se posicionar ao seu lado. São obras eloqüentes de Ozon o suspense com retoques cômicos 8 mulheres em que reúne todo o time de grandes atrizes francesas,Amantes criminais(2000) em que ri, embora não seja uma comédia, das formas em que criminosos entendem o amor e sua forma de se manifestar. E ainda o sublime Sitcom- nossa linda família (1998), sobre como a tragédia vista de longe pode ser engraçada.
Recomendados:
Swimming pool - à beira da piscina
8 mulheres
Angel
6- Michael Haneke (Austria)
O diretor naturalizado alemão acaba de ganhar a Palma de ouro pela segunda vez em cannes por seu novo trabalho, A fita branca. Drama em que investiga as raízes do nazismo em uma Alemanha pré – primeira guerra mundial, o filme deve chegar ao país ainda em 2009, e já é um dos fortes candidatos ao Oscar do próximo ano. O trabalho de Haneke divide opiniões. O diretor faz uso da violência em seus filmes como um recurso estilístico. O que é saudado por uns como despreendimento narrativo e discurso pacifista, é tido por outros como sadismo exacerbado. Fato é que seu Violência gratuita(1997) que ano passado ganhou um remake americano dirigido pelo próprio Haneke escancara uma classe média estática e suscetível ao incomodo que seu filme almejava. Caché(2005) filme francês do diretor que polarizou a atenção por onde quer que tenha passado também mira na classe média e nos preconceitos que nela jazem. Contudo, para muitos seu melhor filme é A professora de piano (2001), também violento, mas uma violência mais psicológica do que explicita. Para Haneke é a violência que melhor explica a condição humana.
Recomendados:
A professora de piano
Violência gratuita
5 -Zhang Yimou (China)
Diretor de extrema técnica, capaz de conduzir sets mínimos como em Tempo de viver (1994) ou grandiosos como em herói (2002). Yimou sabe como produzir belas imagens. Sempre buscando ângulos novos, o diretor recentemente se apaixonou pelo cinema de artes marciais. Mas também ali, encontrou beleza e poesia como em seus trabalhos mais notórios. O clã das adagas voadoras(2004), saga sobre guerreiros assassinos é tão belo e dono de tantas sutilezas quanto Nenhum a menos (1999), sobre professora que perdeu uma aluna. Yimou é hoje quem melhor faz o corpo a corpo entre o cinema do ocidente e do oriente.
Recomedados:
Herói
Nenhum a menos *
Lanternas vermelhas *
4- Domingos de Oliveira ( Brasil)
Ele não tem os prêmios que outros cineastas da lista tem. Mas a filmografia do diretor brasileiro é tão sólida quanto a de qualquer um na lista. Longe da ferverção da critica e do público, Oliveira tem a liberdade para criar e seguir suas obsessões. Os relacionamentos, conjugais principalmente, são a pedra filosofal de sua obra. Separações(2005), Deliciosas traições do amor (1973) e Juventude(2008) montam um painel bastante fiel da obra do diretor. Contudo há outros grandes momentos como feminices(2005) e seu mais recente filme todo mundo tem problemas sexuais (2009).
Recomendados:
Juventude
Feminices *
Todo mundo tem problemas sexuais *
3- Costa – Gravas (Grécia)
O diretor, também naturalizado alemão, ficou conhecido como cineasta da esquerda. Seu cinema é politico, mas o diretor admitiu recentemente em entrevista não entender o porque de ser definido como esquerdista. Z(1969) e Estado de Sítio(1973) são tidos como perolas da esquerda no cinema, mas foi o júri presidido por Costa – Gravas quem deu a Tropa de Elite, considerado um filme fascista pela Vanity fair, o urso de ouro em Berlim ano passado. Uma demonstração do quão desajustadas podem ser as convicções em torno de uma obra. Fato é que os melhores filmes de Costa – Gravas são mais recentes. O americano O quarto poder (1997), sobre a força que a imprensa representa, o francês O corte (2005), um curioso olhar sobre os desdobramentos do desemprego e o alemão Amém (2002), em que relativiza a função soberana da igreja.
Recomendados:
O quarto poder
O corte
Amém
Z
2- Alfonso Cuarón ( México)
Diretor de grande esmero visual. Cuarón também é conhecido por ser um competente interlocutor da fase mais alvoroçada de nossas vida. A adolescência. Foi seu trabalho em E sua mãe também(2001), filme mexicano sobre os pormenores de crescer, que lhe valeu o carimbo para dirigir o terceiro filme de Harry Potter, O prisioneiro de Askaban(2004). São dele também o romance com toques de fantasia Grandes esperanças(1998) e o thriller futurista Filhos da esperança (2006).
Recomendados:
Filhos da esperança
E sua mãe também
Grandes esperanças
1- Ang Lee (Taiwan)
Não há cineasta no mundo hoje que consiga imprimir sutilezas em temas tão espinhosos com a habilidade de Ang Lee. O diretor que já arranjou problemas com a censura chinesa e ganhou um Oscar por um filme sobre amor homossexual, construiu uma filmografia robusta e interessante. Com trabalhos nos EUA em que desafia a lógica comercial, o desvalorizado Hulk(2003) e o pouco visto Tempestade de Gelo (1998) e trabalhos em seu país que lhe permitem aprimorar seu ofício como em O Tigre e o dragão (2000) e Banquete de casamento (1993), Lee desenvolveu um repertório abrangente e ao mesmo tempo específico que encontra em O segredo de Brokeback Mountain(2005) seu grande momento.
Recomendados:
O segredo de Brokeback Mountain
Tempestade de gelo
Desejo e perigo
* Não há trailers disponíveis
Critica: A era do gelo 3
Já era esperado o retumbante sucesso de A era do gelo 3( Ice Age: Dawn of the Dinosaurs EUA 2009). Contudo os estrondosos números ostentados pelo filme surpreendem e revelam um fôlego que muitos criam que a franquia já não tinha mais.
Contudo, não há segredos par o sucesso do filme. Dirigido mais uma vez pelo brasileiro Carlos Saldanha, a fita aposta em todos os cânones da animação. Valorizando conceitos como família, amizade, amor e união. É bem verdade que esses elementos já haviam sido bem absorvidos nos outros dois filmes, porém, aparecem renovados nessa terceira aventura.
Aqui Sid, Diego e Manny se vêem as voltas com a paternidade. Uns diretamente e outros indiretamente. Fato é que todos são afetados pela cegonha. Sentindo-se preterido no bando, Sid “adota” três ovos de dinossauros e acaba sendo seqüestrado pela mãe dos pimpolhos. Os outros partem então em seu resgate.
A era do gelo 3 é bastante movimentado. Tem ação e humor. Mas são os valores, nele embutidos que fazem o sucesso do terceiro filme. Ah, é lógico que tem o esquilo Scrat, tão impagável quanto das outras vezes, agora às voltas com uma esquilinha cheia de charme que também quer aquela famigerada noz.
On TV
Como uma grande idéia se tornou um grande pepino?
Em 2004 tomou de assalto a TV americana e alguns meses depois todo o resto do mundo, um seriado de tv com premissa inovadora e cheio de referências que extravasavam a cultura pop. Lost, programa idealizado por J.J Abrams que se tornaria grife em virtude do êxito da série, Carlton Cuse e Damon Lindelof para a ABC, dos estúdios Disney, versa a principio sobre sobreviventes de um acidente aéreo perdidos em uma ilha deserta.
A pedido dos executivos do canal entretanto, Abrams acrescentou alguns elementos fantásticos que remetiam diretamente a clássicos da ficção científica como Twin Picks e Além da imaginação. Injetou ainda consideráveis componentes filosóficos e religiosos em uma trama segmentada e de narrativa fragmentada, como viria a ser marca tanto do programa quanto de Abrams que a reproduziria em seus outros projetos como o filme Missão impossível 3 e a série Fringe.
O vôo Oceanic 815 entrou para o âmago da cultura pop. Em uma ilha de paradeiro e origem desconhecidas, personagens de diferentes lugares do mundo e com personalidades conflitantes se viram obrigados a conviver e a lutar pela sobrevivência. Aos poucos a série ia revelando suas camadas, o recurso narrativo conhecido como flashback sugeria um propósito maior para aquela fatalidade que dava partida na série, já que não havia necessidade de lançar mão dele apenas para conhecer melhor os personagens.
Logo no episódio piloto, Abrams incutiu altas doses de mistério na trama. Como a existência de um urso polar em uma ilha tropical e coisas do tipo. A primeira e a segunda temporada foram proliferas em fabricar questionamentos; muitos dos quais distantes de qualquer lógica, mas foram exatamente essas duas primeiras temporadas que emularam melhor a representação filosófica a qual a série se predispusera.
Confrontando visões de mundo, promovendo de forma bastante intuitiva alteração de percepções, os personagens de Lost se mostraram um celeiro dos mais prósperos para toda e qualquer manifestação por parte de seus autores. A ciência e o ceticismo representados na figura de Jack ( Mathew Fox) contra a fé e a crença em um propósito maior representada na figura de John Locke ( Terry o´Quinn) deram o tom da segunda temporada.
Lost se mostrou pertinente também ao enfileirar criticas sociais a partir daquele contexto bastante específico. Seus criadores também foram eloqüentes na síntese dos elementos que buscavam trabalhar. Muitos episódios funcionavam maravilhosamente bem singularmente e também para a cronologia da série, algo que a própria série teria dificuldade de ostentar mais adiante.
A galeria de personagens era plural e aumentava a cada temporada, assim como os insolúveis mistérios, que começaram a inquietar e levantar suspeitas sobre a capacidade dos criadores de resolvê-los. Apesar destes assegurarem que tudo já estava delineado e que as respostas e os mistérios se resolveriam gradualmente, a terceira temporada de Lost sofreu com baixos índices de audiência e a reprovação da crítica.
Na terceira temporada, os produtores intensificaram o confronto entre Os Outros (habitantes que já moravam na ilha) e os sobreviventes do vôo Oceanic, na tentativa de renovar o interesse na série, não foi suficiente, o final da temporada contudo foi revigorante, Abrams e sua trupe surpreenderam e lançaram mão de flashforwards. Assim caia uma série de teorias sobre a série e resgatava-se um interesse legitimo de sua audiência.
A quarta temporada então foi desenvolvida para que a cronologia construída até ali se ajustasse a revelação do fim da temporada anterior. Nesse momento, a ABC em acordo com os produtores já havia fechado uma data para Lost terminar.2010. Seriam então 6 temporadas, e tornava-se imperativo portanto começar a amarrar as pontas. Só que a quarta temporada sofreu um revés. A greve dos roteiristas a diminuiu. Por consequência aumentando as duas últimas. Como de praxe no universo do seriado, muitas respostas surgiram( mais do que a média) mas junto com elas um sem número de perguntas, algo que continuava a impacientar os fãs, cada vez mais escassos.
A quinta temporada findada em maio último, foi aquela para por a história nos eixos. Os personagens agora não são mais o foco. Dar respostas é. Mas como? Como depois de semear tantas dúvidas com respaldo filosófico e verniz religioso, será possível saciar racionalmente algo que prescinde da racionalidade?
Da forma mais irracional possível, mas manipulando com argumentos que parecem lógicos. Assim, evocando O exterminador do futuro. Lost da inicio as viagens temporais em que relativiza tudo o que aconteceu, a ordem em que aconteceu e as responsabilidade de cada um acerca de tudo que gravita a ilha e o que ela significa.
Dessa maneira Lost, em sua quinta temporada, embora revigore o interesse por aquilo que tem de mais atraente - seu mistério escandescente, o faz de maneira pálida e rocambolesca, propositadamente confusa e contraditória para que não se possa alegar furos e omissões. Uma tacada de mestre de produtores espertos, inteligentes e muito bem informados, mas que inegavelmente não tinham noção de como terminar de maneira racional e satisfatória, tremendo fenômeno pop. Ao evitar uma lógica uníssona e clarividente, eles perpetuam o mito e garantem o sucesso de sua estratégia inicial.
O fim da quinta temporada resgata um pouco do elemento religioso que pautou a série no inicio. E dita também o tom daquilo que veremos na sexta temporada. No fim das contas, parece que Lost será uma alegoria filosófica para a terra e como Deus e o Diabo agem sobre ela. Ainda é precipitado afirmar isso, mas é a impressão deixada no fim do quinto ano. É preciso muita habilidade narrativa( o que há), e espaço para desenvolve-la( o que não há) para reverter essa impressão no último ano.
Fato é, que Lost não irá terminar sob o mesmo status que começou. E essa simples constatação já empobrece seu legado.
Filme do dia:
Segunda – feira 17
O suspeito na HBO às 20:15hs
Filme dirigido por Gavin Hood, que esse ano lançou Wolverine, sobre os efeitos devastadores que a guerra ao terror produz tanto na sociedade civil quanto nos valores americanos. Um cidadão de origem egípcia é barrado clandestinamente e interrogado por suspeita de terrorismo, sem que haja para tanto, uma prova sequer de sua participação. Existe um cena impagável entre a durona personagem de Meryl Streep, uma raposa do governo, e o assessor parlamentar vivido por Peter Saarsgard discutindo sobre os prós e os contras de tal politica de prevenção.
Terça – feira 18
A fantástica fábrica de Chocolate na TNT ás 19:30 hs
Remake visualmente arrojado de Tim Burton para a célebre e educativa história de Charlie e Willy Wonka. São os efeitos especiais e os malucados umpa lumpas que diferem essa versão de Burton da original. E como não poderia deixar de ser, Johnny Depp impressiona em uma composição andrógena e afetada.
Quarta- feira 19
A.I – inteligência artificial no Telecine Light ás 22:00hs
O filme de Steven Spielberg realizado a partir de uma idéia de Stanley Kubrick é um conto, entre outras coisas, sobre a capacidade de amar. E é na figura frágil do robô vivido por Haley Joel Osment e sua saga para ser amado, que Spielberg realiza o filme do pinóquio definitivo. Pois assim como a cria de Gepeto, o que impede a felicidade do protagonista aqui, é o fato dele nã ser um menino de verdade.
Quinta-feira 20
Evidências de um crime no MaxPrime ás 20:15 hs
Com elenco de peso, Ed Harris, Samuel L. Jackson e Eva Mendes, essa fita preenche suas expectativas. Jackson faz um ex -policial que toca um ramo em expansão, limpa cenas de crime, após a policia liberar é claro. Só que depois de não receber por um serviço e se ver suspeito do homicidio que ajudou a esconder, ele tem de voltar a rotina de investigações. Suspense básico sem grandes variações, mas bem delineado.
Sexta-feira 21
O amor nos tempos do cólera no Telecine Premium ás 17:40hs
Adaptado da obra de Gabriel Gargia Marquez, é improvável que o filme surta o mesmo efeito que o livro em quem leu. Contudo a obra de Marquez encontra dignidade no registro de Mike Newel e tem em um contido Javier Barden um bom catalisador da paixão inveterada de um homem por uma mulher que desconhece limites, até mesmo os do tempo.
Sábado 22
Até que a fuga os separe no Telecine Light ás 22:00hs
Grande momento dos comediantes Eddie Murphy e Martin Lawrence em que interpretam dois amigos que passam a vida inteira na prisão por um crime que não cometeram. Entre tentativas de fuga e treinos de beisebol, a dupla de comediante celebra os filmes de camaradagem com muito humor e bom gosto. Algo que ambos viriam a abrir mão com perolas escatológicas como Norbit e A vovozona 2.
sábado, 15 de agosto de 2009
Critica: Marido por acaso
Marido por acaso(Accidental Husband EUA/ING 2008), a mais recente comédia romântica em cartaz, não é nenhum supra sumo do gênero, nem mesmo se alinha a nova safra de romances que procuram se ater mais a realidade do que à fantasia. Contudo, a fita de Griffin Dunne cumpre o que promete com sobras.
Na trama, Uma Thurman faz Emma Llyod, psicóloga que faz sucesso dando conselhos amorosos em um programa de rádio de Nova Iorque. Prestes a lançar um livro novo no mercado e a se casar com seu editor o engomadinho Richard – interpretado com o habitual charme desengonçado por Colin Firth, ela tem sua vida virada do avesso quando descobre que já está casada. O que parece um engano, é na verdade uma vingança orquestrada por Patrick( Jeffrey Dean Morgan) que viu seu relacionamento ruir pelos conselhos de Emma.
Daí em diante a história segue os trilhos da previsibilidade. Contudo, tudo na mais perfeita harmonia. As piadas funcionam bem e o elenco está fantástico. Colin Firth, que parece não conseguir se livrar da pecha de Mark Darcy, seu personagem em Bridget Jones, consegue impor dignidade a um papel preso a limitações do gênero. Uma Thurman e sua beleza escandinava já haviam provado que também funcionavam em comédias, contudo, é aqui que são melhor aproveitadas. O grande destaque no campo das atuações no entanto, é Jeffrey Dean Morgan( o comediante de Watchmen), ator que cada vez mais atrai os holofotes para si. Cheio de carisma, o ator responde pelos melhores momentos do filme.
O interessante em Marido por acaso não é apenas a representação clássica dos arquétipos da comédia romântica. Sua mise-en-scène é muita próxima da que se dá na vida real. As certezas em relação as coisas do amor são tão efêmeras quanto elas aparecem na tela. As convicções nesse território não se ajustam as exigências do coração. Um filme simples mas com um discurso e tanto.
Importante
Filme do dia
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Filme do dia
Filme forte, pungente e de impacto devastador.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Movie Pass
O Movie Pass de hoje destaca um filme pertencente a um gênero cult por vocação. O nevoeiro, de Frank Darabont é no entanto, cult por outras razões. A primeira delas é pelo fato de ser baseado na obra de Stephen King, celebrado autor de contos de terror. A segunda razão é sua roupagem de filme B que se presta a alegoria politica, algo muito comum a cinematografia de horror dos anos 70 e 80. E finalmente pela eficiência de Darabont ao conduzir uma história que sempre se faz surpreendente, inclusive em seu final apoteótico.
O Nevoeiro é excelente entretenimento. Daqueles que divertem, assustam, cativam e provocam reflexão. Dificil, depois de todos esses elogios, dizer que é um filme B.
A seguir o trailer do filme e a minha critica:
Filme B, mas de primeira categoria!
É pacífico que Stephen King é o mestre do terror. Pelo menos na literatura, já que sua obra nem sempre foi adaptada a contento para o cinema. O próprio King difamou-a ao arriscar-se como diretor adaptando a si mesmo. Contudo, se há alguém que consiga capturar a essência do escritor no cinema é Frank Darabont. O roteirista e diretor fez sua fama ao adaptar King em 1994 com o suntuoso drama Um sonho de liberdade. Em 1999, Darabont voltou a carga adaptando outro romance prisional de King, A espera de um milagre (The green mile), removendo, porém, toda a premissa de horror. Focando no drama, Darabont novamente agradou público e critica.
Eis que o diretor após alguns fiascos, voltou a debruçar-se sobre o material de Stephen King. Porém, dessa vez, resolveu apostar na verve da obra do escritor. O nevoeiro( The mist, EUA 2007) é um filme de terror daqueles que fizeram a fama dos anos 80. Alegoria politica, criaturas medonhas, personagens que oscilam entre o clichê e o invencionismo, recheiam uma trama que se tem a cara de King, tem o DNA de Darabont.
É o diretor quem faz de O nevoeiro uma experiência ao mesmo tempo, aterradora, no sentido da tensão constantemente abastecida por Darabont, e inteligente, no sentido da alegoria politica que não se limita a convenções arcaicas do gênero e expande seu comentário social e sociológico com uma veemência espantosa.
Em O nevoeiro, acompanhamos uma gama profundamente diversificada de personagens presos em um supermercado de uma cidadezinha nos arredores de Portland, em virtude de um nevoeiro que se estabeleceu na cidade após uma forte tempestade. O que diferencia o fenômeno em questão, são estranhas criaturas que se misturam á névoa a caça dos humanos.
Darabont critica o governo, as fachadas sociais, o fanatismo religioso, e as fronteiras da civilidade sem perder o folego do terror. Uma senhora contribuição para a galeria das obras bem adaptadas de King, cujo maior colaborador é o próprio Darabont.
Santoro em English!
Clique aqui, para ver o ator dando uma entrevista em inglês sobre o filme. Rodrigo parece cada vez mais a vontade com o idioma. Post Grad estréia nos EUA no próximo dia 21. A previsão de lançamento no Brasil é para Novembro.
Filme do dia
O diretor Hany Abu Assad surpreendeu meio mundo com essa fita que acompanha dois homens bombas palestinos momentos antes de concretizarem sua missão. De formações e crenças conflitantes, eles compartilham o mesmo destino, mas divergem quanto a funcionalidade daquilo que estão prestes a fazer. O filme de Assad é obrigatório pelo olhar inusitado e pela resistência em militar. Paradise Now é um filme da Palestina para o mundo. Não é uma obra prima, mas é um eloquente retrato de uma realidade que parece subsistir.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Filme do dia
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Perfil: Philip Seymour Hoffman
Nascido em 23 de julho de 1967 no estado de Nova Iorque, Philip Seymour Hoffman começou a chamar a atenção para si em 1997 no primeiro filme do diretor Paul Tomas Anderson. Muito antes disso já dividia a cena com grandes nomes do cinema, como Al Pacino em Perfume de mulher de 1992.
Hoffman é daqueles atores que vai bem em qualquer papel. Isso em parte tem a ver com seu tipo fácil, gordinho, loiro, de traços simples e bem delineados. Contudo, é o talento que favorece indiscriminadamente o camaleônico Hoffman. O ator é dotado de uma sensibilidade ímpar, de uma intuição poderosa e um senso critico dos mais felizes. Essa combinação tem feito com que Hoffman seja o ator americano mais interessante do momento, superando até mesmo legendas ainda em atividade.
Se existe um tipo comum a sua filmografia são os personagens sob os quais paira algum tipo de desvio. Seja moral, seja de sexualidade, seja de conduta. Enfim Hoffman parece viver personagens desajustados com grande naturalidade, o que não quer dizer absolutamente nada sobre o ator como pessoa, mais um mérito de suas itinerantes criações.
Sempre compondo de dentro para fora, pode - se verificar a acuidade do trabalho do ator ao pegar um tipo de personagem que ele já tenha interpretado e fazê-lo de maneira totalmente diferente. Hoffman não se repete, mesmo que os personagens tenham muitas características em comum.
Por exemplo, o ator já viveu personagens gays inúmeras vezes. Boogie Nights - prazer sem limites, O talentoso Ripley, Ninguém é perfeito, Magnólia e Capote são apenas os filmes mais famosos em que o ator interpretou homossexuais. Em todos os casos o tom do registro é diferente. Seja na postura ou no tom de voz, o ator sempre lança mão de um recurso novo e muitas das vezes surpreendente. Como em Capote que lhe valeu entre tantos prêmios, o da acadêmia. Ali o ator incorpora trejeitos do biografado e alcança um timbre de voz totalmente diferente do seu. A integridade de sua atuação é notável. Ele cria um tipo efeminado, mas não afetado, debochado, mas não grosseiro - além de outras nuanças que o personagem pedia. Em Boogie nights- para estabelecer uma base de comparação- ele cria um tipo imaturo, afetado, atrevido até, em um caminho diametralmente oposto daquele contemplado em Capote.
E é justamente a partir de Capote que Hoffman tem se preservado mais e selecionado com mais apreço seus trabalhos. Depois da consagração artística, o ator parece disposto a adentrar a galeria dos grandes. Uma a uma suas atuações se aglomeram como melhores e melhores seja qual for o critério para aferi-las. Desde o oscar em 2006, o ator já voltou duas vezes a cerimônia por Jogos do poder em 2008 e Dúvida em 2009. Isso, porque houve uma peneira, informal obviamente, para que se chegasse a um denominador comum em relação ao filme pelo qual o ator seria indicado. Em 2007, além de Jogos do poder, o ator foi visto com a habitual competência em A família Savage e, devastador, em Antes que o Diabo saiba que você está morto. Ano passado além de Dúvida, Hoffman esteve brilhante em Sinédoque Nova Iorque.
O ator que já se experimentou em comédias (Quero ficar com Polly), também emprestou sua sofisticação ao Blockbuster Missão impossível 3. Aí está outra base para analisar a capacidade camaleônica de Hoffman. Ele vive com a mesma contundência um sujeito grotesco e pamonha como na comédia em que dividiu a cena com Ben Stiller e um terrorista internacional de fino trato na franquia capitaneada por Tom Cruise.
É prazeroso assistir Hoffman em cena. Ator capaz de hipnotizar uma platéias das mais dispares. Cheio de recursos e extremamente inventivo, Hoffman não parece se intimidar com desafios. Está sempre propenso a conquistar mais e enfileirar conquistas profissionais. Merece ser acompanhado de perto por quem gosta de cinema.
O ator no Oscar desse ano
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