Claquete mergulha nos bastidores de um dos filmes mais comentados da temporada e decifra para o leitor a razão de todo o sucesso do novo filme do diretor de Três reis
Mark Wahlberg já estava ligado ao projeto há pelo menos dez anos. O ator indicado ao Oscar por Os infiltrados via na história de Mickey Ward um ótimo material para seu pulo do gato como ator. “Sempre simpatizei pela trajetória de Mickey e seria uma grande satisfação poder vivê-lo no cinema”, disse Mark Wahlberg ao USA Today quando O vencedor ainda era um projeto. Como outro filme sobre uma figura desgarrada e com o mundo das lutas como palco estava em evidência, Darren Aronofsky (diretor que colhia os frutos por O lutador com outro Mickey, o Rourke) foi relacionado ao projeto. Na verdade, Mark Wahlberg (que além de viver o protagonista é um dos produtores do filme) havia enviado o roteiro do filme a Martin Scorsese (que havia lhe arrancado a melhor atuação da carreira no filme sobre a máfia irlandesa) e, afinal, era o diretor de Touro indomável. Scorsese não se interessou pelo projeto. Não que Wahlberg tenha ficado cabisbaixo com a negativa de Marty (ambos juntaram forças e produziram a série Boardwalk Empire para a HBO americana). O projeto então foi oferecido pela Paramount (que só aprovou o roteiro depois do sucesso de O lutador) a Aronofsky. O diretor aceitou a proposta, mas pouco depois se retirou para dirigir um filme mais pessoal (Cisne negro que, ironicamente , é um dos oponentes de O vencedor nessa Oscar season).
“Para mim o balé e a luta livre guardam muitas semelhanças”, justificou; “e eu já tinha essa ideia há muito tempo”. Argumentou Aronofsky que acrescentou à negativa, o fato de já ter dito o que tinha a dizer com um filme ambientado no mundo das lutas. Sem Aronofsky e com as filmagens marcadas para agosto de 2009, Wahlberg – que já se preparava para o papel desde 2005 segundo o próprio – temeu pelo futuro da produção. Foi aí que teve a ideia de oferecer o filme a outro diretor chegado seu. David O. Russel que o dirigira em Três reis (divertida alegoria política ambientada na primeira guerra do Iraque) e Huckabees – a vida é uma comédia (fita de humor negro incompreendida). Russel não era exatamente a referência que o estúdio estava buscando, mas quando Brad Pitt demonstrou interesse em viver o problemático irmão do personagem de Wahlberg, Dicky Eklund, a Paramount deu o sinal verde para que a produção começasse.
Wahlberg em cena clássica dos filmes de boxe: a fita que estréia em 11 de fevereiro nos cinemas brasileiros pode ser considerada o projeto da carreira do ator
Se Pitt saiu do projeto, não se pode dizer que o elenco ficou defasado. Christian Bale assumiu o papel de Dick Eklund (que segundo boca pequena em Hollywood é o tipo de papel que resulta em prêmios) e outros prestigiados nomes como os de Melissa Leo (que faz a mãe dos dois personagens centrais e de outros seis filhos no filme) e Amy Adams, como a namorada de Mickey, agregam valor a produção.
Com seis indicações ao Globo de ouro (inclusive para ator dramático para Mark Wahlberg e diretor para Russel), 4 indicações ao SAG e indicado a melhor elenco no Critic´s choice awards, O vencedor mostra que sua força está em seu conjunto de atores. Melissa Leo, Amy Adams e Christian Bale vêm fortes para o Oscar. Os três devem ser lembrados. O filme frequentou listas de melhores de 2010 de prestigiados críticos como A.O Scott do New York Times e Peter Travers da Rolling Stone. Não é pouca coisa para um filme que ficou na berlinda por anos e que dependia do interesse de um ator de baixa estatura dramática para ver a luz do dia.
Em dezembro, O vencedor recebeu aquela que deve entrar para a história como a maior distinção recebida pelo filme. A revista Sports Illustrated deu capa ao filme e vaticinou na reportagem: o melhor filme de boxe da década.
Capa da derradeira edição de 2010 da Sports Illustrated: melhor filme de boxe da década para a publicação
Não simpatizo sinceramentel com a obra (rsr). Não gosto do Mark nem muito da cara do Bale nesse filme. Fora que tá pegando indicações a coadjuvante de Mila Kunis (sou defensor e #teamswan). Brincadeiras a parte. Adoro O Lutador de Darren e mesmo não estando muito curioso para vê O Vencedor, acredito que ele tenha méritos reconhecidos.
ResponderExcluirBoa reportagem, Reinaldo. Confesso não estar com tantas expectativas, mas parece mesmo que o filme tem seus méritos.
ResponderExcluirbjs
Legal, gostei da intervençao de "Black Swan" com o filme de O. Russell.
ResponderExcluirMinhas expectativas estão bem baixas quanto a "O Vencedor" pelo que vi por aí, como falando que é uma mescla de "Rocky" com "Um Sonho Possível". Nossa, nem parece que estão querendo promover o filme positivamente com essa triste junção, não é mesmo? rs
abs!
Estou curiosa pela produção, mais por trazer a Amy Adams num papel diferente do que costumamos ver dela.
ResponderExcluirBeijos! ;)
Luis Galvão: Concordo que o filme pareça mais do mesmo, mas eu vou dar uma chance. Ruim não é, afinal, está crescendo de tamanho na Oscar season. Ah, e eu tb sou #teanswan.rsrs. abs
ResponderExcluirAmanda: Valeu Amanda. Tb acho. Bjs
Elton: Qualquer comparação com Um sonho possível gera animosidade cinéfila.rsrs. Bem, o filme não faturou tanto assim nas bilheterias, o que pode indicar que não é tanto "Um sonho possível" assim... #hámalesquevemparabem
Mayara:Não acho que seja um papel tão diferente assim Ma. Mas vamos que vamos... Bjs
Rei, (começando a intimidade rsrsrsrs)
ResponderExcluirAdorei a crônica com que presenteaste O VENCEDOR. Não sabia de nada disso! Como sempre, o leitor de Claquete só sai ganhando.
Acho que, se Amy Adams for indicada ao Oscar, ela acabará levando. Não que eu torça a favor, mas também não faço objeção...
Grande abraço,
;)
Cássio: Que isso, fique a vontade. Intimidade é a ordem da casa. Obrigado pelos elogios. Fico feliz que tenha gostado da matéria. Durante o especial Oscar watch, todos os filmes e personalidades que gravitam a premiação e, finalmente, os que irão ao Oscar receberão reportagens do genêro aqui no blog. Espero que goste.
ResponderExcluirAbs
Pelo que você argumentou, creio que vou gostar deste filme, mais um na temática do Boxe. Acho que Aronofsky tomou a decisão certa, pq Black Swan é um filmaço. Vamos ver agora esta temporada de prêmios. Quem leva e qual fita será aclamada em 2011.
ResponderExcluirAbs.
Rodrigo
Rodrigo: Pois é Rodrigo.Tb acho que vou gostar do filme. Mas acho que Black Swan será mais festejado e, ao que tudo indica, com toda a justiça.
ResponderExcluirAbs