terça-feira, 9 de julho de 2013

Crítica - Truque de mestre

Sem muita mágica

A ideia de cinema relacionada à ilusão não é nova e data dos primórdios da sétima arte com o mestre Georges Méliès. Contudo, vez ou outra, surge um filme disposto a estreitar as margens entre cinema e ilusão. É o caso do novo Truque de mestre (Now you see me, EUA 2013), de Louis Leterrier. O filme é um grande truque que garante o interesse ao brincar com a percepção da plateia a todo tempo. Nesse sentido, Leterrier – diretor de Carga explosiva 2 e O incrível Hulk – se mostra habilidoso, mas não esconde as muitas falhas do roteiro escrito por Boaz Yakin e Ed Solomon.
Na trama, quatro mágicos (Jesse Eisenberg, Isla Fischer, Woody Harrelson e Dave Franco) com habilidades diferentes são retrucados por um financiador misterioso para bancarem Robin Hood em versão David Copperfield.  No primeiro show, em Las Vegas, eles roubam três milhões de euros de um banco em Paris. A ação os coloca na mira do FBI e da Interpol, representados na figura dos agentes vividos por Mark Ruffalo e Mélanie Laurent. A investigação, sempre consideráveis passos atrás, segue a trupe de mágicos por pontos importantes dos EUA como Nova Orleans e Nova Iorque. De acordo com o guru obstinado em desvendar os truques do grupo (papel de Morgan Freeman), eles irão fazer três atos, um mais surpreendente do que o outro, e então desaparecer. A corrida contra o relógio está, portanto, estabelecida.
É tudo truque: Jesse Eisenberg e Woody Harrelson tentam reaver a
química dos tempos de Zumbilândia
O problema de Truque de mestre está em querer parecer mais esperto do que é. É um filme ágil, charmosão, bem articulado no humor e na ação, mas não é, de maneira alguma, um filme inventivo ou mesmo original. Ao querer se passar por tal aferindo novo sentido ao slogan “quanto mais de perto você olha, mais distante da verdade você está”, o filme peca pelas reviravoltas que desafiam à lógica e irrita ao propor uma solução pouco factível, ainda que potencialmente inesperada. A sucessão de trucagens no roteiro cansa já nas proximidades do desfecho, ressaltando a irregularidade narrativa do filme, até então disfarçada de reviravolta dramática.

O caprichado elenco, que ainda conta com Michael Caine e o rapper Common, garante o bom nível do entretenimento. O destaque, mais uma vez, vai para Woody Harrelson que como um mentalista intrometido responde pelos melhores momentos do filme.

4 comentários:

  1. É, a resolução tem seu lado inverossímil, mesmo. Mas, eu gostei de ser levada pelo "truque" da mágica. Porque é isso que o filme é, um truque que se tenta iludir que é mais do que é na verdade.

    bjs

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  2. Eu tb gostei Amanda. Só estava objetivando. rsrs
    Bjs

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  3. Ótimo entretenimento! Produção de qualidade que traz boa diversão. O filme não se leva a sério e tem a função clara de entreter com imagem, som, mágica e bons atores. Estão faltando filmes despretensiosos e ágeis como esse.

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  4. É um bom entretenimento mesmo. Concordo que o cinema precise de filmes dessa estirpe.
    Abs

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