O Rio de Janeiro está dominado: os zumbis invadem a cidade maravilhosa em um dos muitos e impressionantes cartazes do filme que chega aos cinemas brasileiros na sexta-feira (28)
“Estou ansioso. Adoraria voltar para dirigir uma sequência”,
disse o diretor Marc Forster na premiere de Guerra mundial Z em Paris há
algumas semanas. A frase exalta um espírito colaborativo e satisfação que até
pouco não circundavam o filme. A Paramount e Brad Pitt, principal produtor do
filme, ficaram insatisfeitos com o corte final do filme e o clímax que se
passava em Moscou e resolveram mudar. Para isso, o lançamento foi adiado de
novembro de 2012 para junho de 2013, o roteirista Damon Lindelof acionado para
reescrever o terceiro ato do filme e novas filmagens agendadas para as
primeiras quatro semanas do ano. Não obstante o estouro do orçamento e o
vazamento das constantes discussões entre Forster e Pitt, Guerra mundial Z
rapidamente ganhou a pecha de filme maldito. O buzz negativo foi contornado com
o intenso e agressivo marketing lançado pelo estúdio que espera consolidar uma
nova franquia. Afora Transformers, em que divide os lucros com a DreamWorks, o
estúdio não tem nenhuma franquia com fôlego para posteriores temporadas de
verão. O fato dos zumbis gozarem de certo prestígio na cultura pop
contemporânea e de não protagonizarem nenhuma franquia no cinema, como ocorre
com os vampiros, por exemplo, atiçou o estúdio que firmou parceria com outras
companhias menores, inclusive a de Pitt, para bancar o projeto.
Todo mundo sabia que o primeiro fim de semana seria crucial
para saber se havia, afinal, possibilidade de futuro para Guerra mundial Z ou
se tudo acabaria aqui. E não era um fim de semana qualquer. O lançamento ocorreu na janela mais apertada do verão. O homem de aço, principal carro chefe da
temporada da Warner Brothers, havia sido lançado há uma semana e Guerra mundial
Z seria lançado ainda com a concorrência de Universidade Monstros, da sempre
festejada Pixar.
O fim de semana mais lucrativo do ano, no entanto, foi de
boas notícias para a Paramount, Brad Pitt e demais envolvidos em Guerra mundial
Z. O filme não conseguiu o topo das bilheterias, que ficou com Universidade
monstros que arrecadou impressionantes U$ 82 milhões, mas ficou com um
distintíssimo segundo lugar com U$ 66 milhões arrecadados. Foram U$ 16 milhões
a mais do que a mais otimista estimativa do estúdio previa. A boa performance do filme
no primeiro fim de semana nos EUA, aliada às boas críticas que vem recebendo,
já garantiu as duas sequências.
Meu filho é um zumbi
Guerra mundial Z garantiu a maior bilheteria de abertura da
carreira de Brad Pitt e o ator trabalhou arduamente para que isso ocorresse.
Não obstante a mais insana e incrível maratona promocional que já enfrentou
(mais detalhes no post abaixo), o ator,
insatisfeito com o terceiro ato do filme, bateu o pé e fez questão de mudar
conforme pedia sua consciência. O final descartado pode ser conferido acima.
“Fiz esse filme para meus filhos”, disse Pitt em entrevista
na Austrália, um dos muitos países que visitou para divulgar a produção.
“Queria fazer alguma coisa que eles pudessem se divertir e se relacionar”. Um
dos filhos de Pitt, Maddox, o mais velho, está no filme. “É verdade. Ele leva
uma saraivada de tiros na cara”, ri Pitt em coletiva de imprensa em Nova Iorque. “Ele faz
uma ponta como um zumbi”, esclarece.
As entrevistas desencanadas, o filho zumbi e o protagonismo
de Pitt nos bastidores revelam o controle do astro sobre a produção, o que
talvez explique a fragilidade da relação com Marc Forster, desabituado a esse
tipo de relação.
Fato é que Guerra mundial Z é o único grande lançamento da
temporada que não é sequência ou refilmagem. “Pode ser uma vantagem”, disfarça
Pitt, ainda no controle, quando perguntado a respeito por um repórter de uma tv
australiana.
Pitt e Forster nos bastidores de Guerra mundial Z: quem orienta quem?
"Guerra mundial Z é o único grande lançamento da temporada que não é sequência ou refilmagem". - Caramba, a que ponto nós chegamos, né? E se levarmos em conta que é uma adaptação de um livro, o cenário fica ainda mais assustador. Não tinha me tocado para isso, parece que as ideias originais estão fugindo da mentes dos roteiristas de Hollywood. Tristeza.
ResponderExcluirDe qualquer maneira, entre tapas e beijos, Pitt e Marc Forster conseguiram fazer um bom entretenimento.
bjs
Não tem jeito. Blockbuster que se preze, hj, dificilmente é 100% original. A Pixar e Chris Nolan é que ainda conseguem experimentar...
ResponderExcluirBjs