O talento da francesa Juliette Binoche é inegável. Já era
inegável em 1997, quando ganhou um Oscar em uma década que os atores europeus
não ganhavam tantos prêmios nos EUA. Há algo de hipnótico nessa mulher, hoje
com 49 anos, que vive tão bem uma amante fogosa como uma dona de casa receosa,
passando pela amante receosa, a mulher insegura, a mulher confiante e tantas
outras variações ao longo de uma carreira com mais de 50 títulos.
Expressiva, sensual, poderosa. Juliette Binoche é uma
conquistadora. Há cineastas que fazem filmes só para ela. Há diretores – sejam
homens ou mulheres – que creditam muito do sucesso de seus longas à presença
cataclísmica de Binoche. Juliette Binoche é, ainda, um daqueles elos perdidos
da cinefilia. Atriz objeto de culto de quem fetichiza o cinema em movimentos e
paixões que transcendem à lógica mercantilista de quem vê na sétima arte apenas
negócio e entretenimento.
Isso tudo eleva Juliette Binoche a um patamar destacado
entre as muitas musas que o cinema atual dispõe. Da latina Penelope Cruz à
italiana Monica Bellucci, Binoche é quem melhor trafega pelo cinema de autor.
Sem deixar de comparecer, também, no cinema dito comercial. Estará na próxima
refilmagem americana de Godzilla – marcada para 2014.
Sempre responsável por personagens fascinantes – ainda que
em filmes banais – Binoche apresenta a peculiar habilidade de criar em cima de
cada personagem remontando um interesse que poderia não estar lá a priori.
Filmes postos em suspeição pela crítica como os recentes Elles (2011) e A vida
de outra mulher (2012) têm em Binoche uma curadoria cinematográfica que nenhum
outro intérprete, seja homem ou mulher, é capaz de apresentar. Não se trata de
afirmar ser Binoche a melhor atriz em atividade, embora seja claramente uma das
postulantes a este título (Meryl Streep, Kate Winslet e Isabelle Huppert seriam
as outras candidatas declaradas), mas de reconhecer o poder de afirmação
artística de uma atriz que sabe valorar projetos distintos com sensibilidade e
minúcia indecifráveis. Daí a origem da fascinação que provoca em cineastas tão
incensados pela crítica como Oliver Assayas e Abbas Kiarostami. Binoche é, em
uma analogia tão arrojada quanto o talento da atriz, uma tela em que um artista
pode expressar o seu olhar.
Esse não é um perfil de Juliette Binoche. É uma carta de
amor a sua representatividade no cinema contemporâneo.
ok, hehe, declaração lida. :) Juliette Binoche é mesmo incrível.
ResponderExcluirbjs
E vou fazer uma declaração para vc tb! rsrs. De longe quem mais comenta no blog! rsrs
ResponderExcluirBjs