O diretor Marc Forster e Brad Pitt em Seul, na Coréia do Sul, parte da massacrante maratona promocional de Guerra mundial Z
A produção de Guerra mundial Z foi problemática. Brad Pitt,
protagonista e produtor, se envolveu em célebres discussões com o diretor Marc
Forster, cujo afastamento da produção chegou a ser dado como certo. A principal
celeuma entre os dois, segundo boatos, seria sobre certas motivações do personagem
de Pitt e constantes atrasos no cronograma de filmagens. O bafafá midiático
chamou atenção de quem acompanha o cinema de perto e rapidamente impregnou o
filme. Guerra mundial Z, no entanto, é um filme muito caro (o orçamento beijou
os U$ 200 milhões) e uma aposta muito alta de Pitt – que investe de seu próprio
dinheiro por meio de sua produtora no filme.
Justamente por isso, era necessário demover a percepção de
que o filme foi feito aos “trancos e barrancos”, mesmo que tenha sido feito aos
trancos e barrancos. A primeira providência, feita após consulta à Paramount
que distribui o filme, foi adiar a estreia. Guerra mundial Z estava
originalmente programado para o fim de 2012, mas foi reagendado para o verão de
2013 no hemisfério norte. A mudança, além de esfriar o bafafá negativo em cima
do filme, possibilitaria a refilmagem de cenas inteiras mal sucedidas em
exibições testes. A segunda providência foi a ampliação das responsabilidades
de Pitt na obrigatória maratona promocional de todo e qualquer blockbuster. A
agenda foi ampliada e países distantes como Japão e Brasil, que não costumam
figurar entre os destinos do ator, foram incluídos nas escalas de divulgação.
São mercados que crescem a cada temporada e hoje são responsáveis secundários
pela boa performance internacional de muitos filmes fracassados nos EUA. Ao
Brasil*, Pitt virá inclusive com sua esposa Angelina Jolie, o que certamente
potencializará sua exposição na mídia local e gerará mais interesse pelo
filme.
Brad Pitt, e seus seguranças, surpreende público em uma exibição teste agendada pela Paramount em uma cidade da Pensilvânia nos EUA
Nos EUA, o marketing do filme tem sido mais agressivo e
específico. Enquanto clipes promocionais estão sendo despejados quase que
diariamente na internet, docs especiais são produzidos para exibição em redes
de tv por assinatura como HBO e Pitt tem aparecido de surpresa em pré-estreias
promovidas pela Paramount ao redor do país para interagir com fãs. Ele já
compareceu a cinco eventos do tipo. O ator nunca havia participado de uma
campanha promocional nesses moldes.
A estratégia está se provando acertada. A parte o fato das
primeiras críticas serem positivas, o que não faz mal nenhum, o nível de
interesse pelo filme tem aumentado como apontou uma enquete informal que o site
do The Hollywood Reporter fez com seus leitores.
Vender um filme ruim é complicado, mas o marketing de Guerra
mundial Z conseguiu desgalvanizar essa teoria. O que está se vendendo é um
“filme que parecia que seria ruim, mas que na verdade é o filme da temporada”.
Essa dualidade é irresistível!
* o ator desmarcou a viagem que faria ao Brasil em virtude dos protestos que tomam conta do país
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