Em mil anos, quem sabe?
Dizem as más línguas que Depois da terra foi feito a
pretexto de uma extravagante terapia familiar entre o paizão Will Smith e o
filho pródigo (?) Jaden, a quem Will prepara para ser uma espécie de sucessor
no mainstream americano. Dando uma olhada na trama de Depois da terra (After
Earth, EUA 2013) dá para averiguar certa procedência na boataria. No filme,
papai Will - como o general Cypher - também prepara seu filhote – aqui
denominado Kitai – para o futuro.
A ideia de Depois da terra, o argumento foi escrito pelo
próprio Will, é boa. Mil anos no futuro, a humanidade colonizou outros planetas
depois da Terra ter se tornado inabitável. Durante uma viagem espacial, a nave em que Cypher e Kitai
estão cai na Terra e o pai, com uma grave lesão nas pernas, tem que guiar o
filho em um planeta inóspito para recuperar um dispositivo capaz de sinalizar
onde eles estão para que possam ser resgatados.
O problema é que o desenvolvimento é tão pobre que se custa
a acreditar que Depois da terra seja, também, um filme de M. Night Shyamalan,
sob qualquer perspectiva o cineasta mais maldito da Hollywood atual. Apesar de
uma produção cara, cerca de U$ 150 milhões de orçamento, não há preocupação em
dimensionar esse universo e como Depois da terra chega depois de Avatar (2009),
tudo parece rascunho descartado do filme de James Cameron. Até mesmo os efeitos
especiais pouco entusiasmantes.
Não bastasse tudo no planeta Terra (tudo entende-se por
fauna) ter evoluído para matar humanos, Kitai e Cypher ainda têm de lidar com
uma Ursa, espécie alienígena que persegue humanos e é capaz de identifica-los
pelo cheio do medo.
Haja oxigênio: Depois da terra tem seus momentos, mas não cativa...
Não há qualquer razão de ser do filme que não promover Jaden
Smith, cujo nome surge nos créditos antes mesmo do de Will, e consagrar essa
custosa terapia entre pai e filho. Não há porque ter medo da sombra do papai,
parece dizer Will. Mas vai na conta de quem o fiasco que é esse filme? Do pai
que idealizou ou do filho que parece ter perdido carisma desde Karate kid
(2010)? Ou Shyamalan assume mais essa?
Depois da terra é pobre e capenga enquanto ficção
científica; raso e entediante enquanto filme de ação e ultrapassado enquanto
conceito de cinema videogame (quem diria que a franquia Resident evil poderia
ensinar algo?). O único mérito de Depois da terra é o de se inscrever, com
certa dose de favoritismo, na disputa dos piores filmes de 2013.
Esse filme é uma grande porcaria, fiquei mito decepcionado, eu era fã do Will Smith. Nunca mais vejo nenhum filme dele.
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