Páginas de Claquete

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Crítica - Depois da terra

Em mil anos, quem sabe?

Dizem as más línguas que Depois da terra foi feito a pretexto de uma extravagante terapia familiar entre o paizão Will Smith e o filho pródigo (?) Jaden, a quem Will prepara para ser uma espécie de sucessor no mainstream americano. Dando uma olhada na trama de Depois da terra (After Earth, EUA 2013) dá para averiguar certa procedência na boataria. No filme, papai Will - como o general Cypher - também prepara seu filhote – aqui denominado Kitai – para o futuro.
A ideia de Depois da terra, o argumento foi escrito pelo próprio Will, é boa. Mil anos no futuro, a humanidade colonizou outros planetas depois da Terra ter se tornado inabitável. Durante uma viagem espacial, a nave em que Cypher e Kitai estão cai na Terra e o pai, com uma grave lesão nas pernas, tem que guiar o filho em um planeta inóspito para recuperar um dispositivo capaz de sinalizar onde eles estão para que possam ser resgatados.
O problema é que o desenvolvimento é tão pobre que se custa a acreditar que Depois da terra seja, também, um filme de M. Night Shyamalan, sob qualquer perspectiva o cineasta mais maldito da Hollywood atual. Apesar de uma produção cara, cerca de U$ 150 milhões de orçamento, não há preocupação em dimensionar esse universo e como Depois da terra chega depois de Avatar (2009), tudo parece rascunho descartado do filme de James Cameron. Até mesmo os efeitos especiais pouco entusiasmantes.
Não bastasse tudo no planeta Terra (tudo entende-se por fauna) ter evoluído para matar humanos, Kitai e Cypher ainda têm de lidar com uma Ursa, espécie alienígena que persegue humanos e é capaz de identifica-los pelo cheio do medo.

Haja oxigênio: Depois da terra tem seus momentos, mas não cativa...

Não há qualquer razão de ser do filme que não promover Jaden Smith, cujo nome surge nos créditos antes mesmo do de Will, e consagrar essa custosa terapia entre pai e filho. Não há porque ter medo da sombra do papai, parece dizer Will. Mas vai na conta de quem o fiasco que é esse filme? Do pai que idealizou ou do filho que parece ter perdido carisma desde Karate kid (2010)? Ou Shyamalan assume mais essa?
Depois da terra é pobre e capenga enquanto ficção científica; raso e entediante enquanto filme de ação e ultrapassado enquanto conceito de cinema videogame (quem diria que a franquia Resident evil poderia ensinar algo?). O único mérito de Depois da terra é o de se inscrever, com certa dose de favoritismo, na disputa dos piores filmes de 2013.

Um comentário:

  1. Esse filme é uma grande porcaria, fiquei mito decepcionado, eu era fã do Will Smith. Nunca mais vejo nenhum filme dele.

    ResponderExcluir