“Você deveria perguntar a seu marido, por que ele é tão bom em matar pessoas”
Sinopse:
Tom Stall leva uma vida tranquila e feliz na pequena cidade de Millbrook, no estado de Indiana, onde mora com sua esposa e seus dois filhos. Um dia esta rotina de calmaria é interrompida quando Tom consegue impedir um assalto em seu restaurante. Considerado um herói, Tom tem sua vida inteiramente transformada a partir de então. Surge em sua vida Carl Fogarty, um misterioso homem que acredita que Tom não é exatamente quem diz ser.
Comentário:
David Cronenberg realiza aqui o melhor filme sobre o conceito psicanalítico do duplo. Sobre a personalidade que se tem e aquela que se deseja. Marcas da violência é um filme que se ocupa de desconstruir uma identidade forjada. O quanto de nós é instinto e o quanto de nós é manipulável? Controlável? As intensas cenas de sexo, assim como as surpreendentes e rompantes cenas de violência se prestam a potencializar esse comentário de Cronenberg. O diretor extrai outras sutilezas da brutalidade. O interesse que sempre moveu o cineasta, sobre as transformações -sejam elas físicas ou emocionais- que formam o caráter de um homem, está preservado. Contudo, Cronenberg amplia o escopo de sua análise. Ele questiona se é possível criar uma nova vida e ignorar completamente a que se tinha antes. Se os impulsos podem ser domados. E se segredos são tão sagrados quanto laços familiares. Como sugere o título do filme, as respostas que Cronenberg aventa não são aprazíveis.
Prêmios:
2 indicações ao Oscar (ator coadjuvante e roteiro adaptado); indicado ao Bafta de melhor roteiro adaptado; competição oficial pela Palma de ouro em Cannes; melhor diretor e melhor atriz coadjuvante pela associação de críticos de Chicago; 2 indicações ao Globo de ouro (filme/drama e atriz/drama); 6 indicações ao prêmio do círculo de críticos de Londres; melhor ator coadjuvante pela associação de críticos de Los Angeles; melhor ator e melhor atriz coadjuvantes pela associação de críticos de Nova Iorque;
Curiosidades:
- O filme é adaptado de uma história em quadrinhos escrita por John Wagner
- Willian Hurt, que foi indicado ao Oscar pelo filme, só aparece em uma cena e ela soma cinco minutos.
- O filme marca o inicio da parceria entre o ator Viggo Mortensen e o diretor David Cronenberg
- Harrison Ford recusou o papel principal
- A revista francesa Cahiers du cinema elegeu a cena inicial (em um único take) como uma das mais belamente filmadas de toda a história do cinema
Ficha técnica:
título original:A History of Violence
gênero:Drama
duração:01 hs 36 min
ano de lançamento:2005
estúdio:New Line
distribuidora:New Line Cinema / PlayArte
direção: David Cronenberg
roteiro:Josh Olson, baseado em graphic novel de John Wagner e Vince Locke
produção:Chris Bender, David Cronenberg e J.C. Spink
música:Howard Shore
fotografia:Peter Surschitzky
figurino:Denise Cronenberg
edição:Ronald Sanders
elenco: Viggo Mortensen, Ed Harris, Maria Bello, Willian Hurt e Jessé Eisenberg
Fonte: Arquivo pessoal
Reinaldo, só para resumir mesmo, o filme é sensacional. Lembro de ter visto esse filme por acaso na HBO, e ainda bem que peguei desde o início. É mais uma prova do talento de Viggo Mortensen!
ResponderExcluirAbraço!
É isso msm Raphael.Por isso conquistou essa honrosa 13a posição. É mais uma prova do talento de Mortensen e de Cronenberg. ABS
ResponderExcluirNossa, adoro Marcas da Violência. Lembro que ficava chocada a medida que o filme desenrolava. Um soco no estômago mesmo.
ResponderExcluirMe tornei fã do Viggo Mortensen depois desse filme.
Abs.
Me lembro de conversarmos sobre sua adoração por esse filme na seção contexto do mês passado, quando estabeleci uma comparação entre os protagonistas de amor sem escalas e desse filme. Tb adoro Marcas da violência. Foi o primeiro filme que Mortensen mostrou que queria ser ator e não astro. Depois vieram outros grandes trabalhos.
ResponderExcluirBjs