Para se ter uma ideia do rigor da lista dos dez atores mais
cults da atualidade, que marca o TOP 10 do mês em Claquete, há uma pluralidade
de nacionalidades – com o esperado predomínio francês com três menções. Há
atores da Argentina, Brasil, Alemanha, Canadá, México, EUA e China. Não há
muita margem para discussão. Estão aí os dez atores mais tchan da cinefilia
contemporânea. Os critérios vão desde a famigerada predileção por papéis
desafiadores à constante colaboração com cineastas identificados como autores.
10 – Mathieu Amalric
O ator e cineasta francês é quase uma grife. Daquelas que
poucos conhecem, mas que quem conhece não abre mão. Dono de uma carreira já
consolidada, e relativamente longa (estreou como ator em 1984), Amalric alterna
participações no cinema autoral americano (Munique de Spielberg, Maria
Antonieta de Sofia Coppola, Comóspolis de David Cronenberg) com o trabalho com
grandes cineastas franceses como Roman Polanski, Alain Resnais, Jean-François
Richet, Arnaud Desplechin e Claude Miller.
9 – Ryan Gosling
Ele está ficando popular, mas não dá sinais de que pretende
renunciar sua aura cult. Ryan Gosling desenhou-a com filmes como Namorados para
sempre, Tudo pelo poder, Drive, Half Nelson e Tolerância zero. O lado pop surge
em produções como Amor a toda prova e Diário de uma paixão, projetos que de
alguma maneira ajudaram a sedimentar sua veia cult. Em 2013 com os filmes The
place beyond the pines e Only God forgives deve atingir novos picos nessa
“Gosling fever”.
8 – Gael Garcia Bernal
O mexicano é mais cult no Brasil do que em qualquer outro
lugar, mas é certo que as opções de Bernal reforçam sua vocação para culto. Ele
já colaborou com cineastas brasileiros no cinema americano, diretores
argentinos no cinema brasileiro, ajudou a levantar o cinema chileno e é
responsável direto pela elevação do cinema mexicano à festivais e festejos da
crítica. Até em suas incursões pelo cinemão mais comercial, Bernal denota apelo
cult em produções como Babel, Cartas para Julieta, Sonhando acordado, Jogo de
sedução e Ensaio sobre a cegueira.
No, Má educação, Sem notícias de Deus, Diários de
motocicleta, O crime do padre Amaro, Amores brutos e E sua mãe também, no
entanto, manterão para sempre seu status de ator cult.
7 – Irandhir Santos
Ele não tem o charme de Wagner Moura ou a carreira longeva
de Selton Mello, mas se isso o afasta do grande público, de certa forma o
aproxima de um público mais interessado no talento. Nesse departamento, Santos
se equivale aos outros dois, mas se destaca pelas escolhas ousadas. A que lhe
deu certa notoriedade foi antagonizar com o herói nacional capitão Nascimento
no segundo Tropa de elite. A experiência valeu a Santos respeito e admiração
que lhe renderam convites para filmes menores como Febre do rato e O som ao
redor que ajudaram a firmar seu nome como do ator nacional que melhor se
assenta sobre a pecha de cult.
6 – James Franco
Ele até pode ser popular, mas só o é porque é cult. E James
Franco investe pesado na aura de cult. Tem um homem aranha e Oz no currículo,
mas é a geração beat, a cena homossexual e o sexo, de maneira geral e também em
suas muitas particularidades, que interessa a Franco que projeta uma carreira
como cineasta enquanto surge em filmes como Milk – a voz da igualdade, Tar,
Lovelace, 127 horas, Uivo e Segurando as pontas.
5 – Ricardo Darín
Ele é muito popular na Argentina, mas no Brasil veste a
indumentária de cult. Darín é um baita ator e o principal termômetro da bonança
do cinema argentino. No Brasil é lembrado principalmente por seus maiores acertos,
não necessariamente por seus melhores trabalhos. Destacam-se em sua filmografia
O filho da noiva, Abutres, Um conto chinês, O segredo dos seus olhos, Nove
rainhas e Kamchatka.
4 – Tony Leung
Quem admira a cinematografia asiática sabe que não há hoje
ator mais cultuado e venerado do que Leung, nascido em Hong Kong e colaborador
assíduo do cineasta Wong Kar Wai, ele marca presença nos filmes mais marcantes
do oriente nos últimos anos. É dos atores mais premiados dessa lista e sinônimo
de sofisticação seja qual for o gênero, seja o filme de gangster – como em
Infernal affairs (filme que deu origem ao vencedor do Oscar Os infiltrados) –
ou em um drama de época com fundo de espionagem, como Lust, Caution de Ang Lee.
3 – Michael Fassbender
O alemão de ascendência irlandesa é poliglota, o que ajuda a
capitalizar como ator cult. Apareceu falando alemão e inglês em Bastardos
inglórios de Quentin Tarantino, mas alcançou a glória mesmo em 2011 com os
elogiados trabalhos em Um método perigoso, X-men: primeira classe, Jane Eyre e,
principalmente, Shame. Consegue ser cult até nos filmes mais comerciais como
Prometheus e A toda prova. Colaborando com cineastas como Terrence Malick,
Ridley Scott e Steve McQueen – que o colocou no mapa com o tenso Hunger –
Fassbender quer a primeira posição em uma nova edição da lista.
2- Vincent Cassel
O segundo francês da lista, e segundo poliglota (já atuou em
inglês, italiano, português, espanhol e até em russo, além do nativo francês),
é um ator que não tem medo de ousadias e experimentações. Já trabalhou com
cineastas consagrados ou iniciantes, já fez filmes contestados ou louvados por
seu valor artístico e enobreceu produções comerciais com vocação cult - como o recente Em transe. Cassel,
que recentemente mudou com mala e cuia para o Rio de Janeiro, é um ator que
privilegia o cinema, lhe aferindo dimensão e estatura. Entre seus principais
trabalhos se destacam Cisne negro, À deriva, Inimigo público nº 1, Senhores do
crime, Doze homens e outro segredo, Irreversível e Rios vermelhos.
1- Louis Garrel
Se ser cult é ser francês, o pódio fica com Garrel. O cinema
corre em suas veias, já que pai, mulher e mãe também estão imersos nesse
universo. Garrel é o ator fetiche do cinema que se pretende intelectual,
passional e, por que não, europeu. Entre seus principais trabalhos estão A bela
Junie, A fronteira do alvorada, Canções de amor, Amores imaginários, Um verão
escaldante e Os sonhadores.
Boa lista, apesar de estar começando a "ceder" à indústria, acho que Ryan Gosling ainda é cult sim, hehe. Mas, o meu preferido é mesmo Michael Fassbender.
ResponderExcluirbjs
Da sua lista, acho que nomes como Vincent Cassel, Ryan Gosling, Michael Fassbender e Ricardo Darín não podem mais ser considerados cults. A carreira deles já pode ser considerada bem sólida, especialmente no cinema dito mainstream. Se bem que Cassel, ainda mantém uma carreira muito bem sucedida longe de Hollywood. E o Darín é uma verdadeira estrela do cinema latino-americano.
ResponderExcluirAdoro seus TOP´s Reinaldo! Bem comentado cada um deles. Lembrou dos essenciais com maestria. Adoro o Mathieu Amalric desde o excelente "O Escafandro e a Borboleta", tudo bem, ele foi o mais fraco vilão de James Bond, mesmo assim, adoro a alternância deste ator. Garrel é sexy, legal vê-lo em primeiro lugar. Ele é de fato um ator cult e fetiche é a palavra chave!
ResponderExcluirAbraços.
Amanda: Gosling é o exemplo perfeito, talvez junto a Fassbender, de como adquirir popularidade sem deixar de ser cult...
ResponderExcluirbjs
Kamila: Como assim Ka? Me desculpe, mas não creio que um ator só é cult até sua carreira se consolidar no mainstream. Os predicados, na minha avaliação são outros. Como citados lá no parágrafo que abre o ranking.
Bjs
Rodrigo Mendes: Obrigado Rodrigo, pelo endosso e referencial.
Abs