Ode ao gore!
O remake de A morte do demônio (Evil dead, EUA 2013) não é
um filme para quem tem “nojinho”. Dito isso, a produção dirigida por Fede
Alvarez deve agradar ao público que vê no terror hardcore a grande manifestação
do gênero. Se essa versão perde no humor, na comparação com o filme original,
ganha na tensão crescente injetada por Alvarez na trama. O roteiro, que teve
supervisão de Diablo Cody, apresenta preocupações incomuns para o gênero como
justificar a presença de um grupo de jovens em uma cabana isolada no meio da
floresta. O roteiro, no entanto, falha na pretensão nítida de
relacionar a possessão demoníaca ao ônus de uma intervenção em viciados em drogas. Não se trata
de uma comparação efetiva, mas de uma insinuação mal dosada que acaba
empobrecendo o que poderia ser apenas um destacado mérito.
Sem búúú: o buraco em A morte do demônio é mais embaixo
Se há esse “porém”, A morte do demônio não economiza no
sangue e nas mutilações, constituindo-se como uma ode ao gore. O aspecto trash,
essência da trilogia original, parecia não fazer parte do pacote até a meia
hora final, quando a tensão é tamanha que a realização, com a audiência já
fisgada, manda ver no absurdo. No entanto, Alvarez não faz essa transição de
maneira sofisticada – o que também compromete o final do filme. Uma vez que o
público que desconhece o material original e vinha acompanhando um terror sem
concessões ao risível – à parte a bem sacada (que vem do original) cena do
estupro de uma das mulheres por uma árvore – pode não reagir bem à mudança de
tom que caracteriza o desfecho do filme.
Esse ruído não depõe contra o talento de Alvarez, que merece
um impulso em Hollywood, mas diminui sensivelmente a qualidade do
entretenimento que A morte do demônio objetiva ser.
Como remake funciona tanto por preservar o espírito do
original como por ser reverente a ele, mas como produto de seu espaço tempo se
apequena ante produções que tem o original como referência. Um paradoxo que
somente por existir tira o brilho do filme.
Como eu não gosto de filmes de terror/suspense e, muito menos, tenho estômago para isso, vou dispensar "A Morte do Demônio".
ResponderExcluirPois é, talvez por ter o original em mente, gostei exatamente dessa meia hora final, hehehehe. O meio do filme foi muito cansativo para mim. E viu a cena pós créditos? Acho que foi o que mais gostei. :p
ResponderExcluirbjs
Perdi a cena pós créditos e já falei pra Nanda que lamento, rs! O que não contei é que estava apertado pra fazer pipi. Fica pra quando assistir em DVd mesmo. rsrsrs
ResponderExcluirO filme acabou me satisfazendo, claro que em comparação com o clássico, principalmente com a superengraçada segunda versão que é o de 1987 que de desdobra na Idade Média, enfim, nunca chegará aos pés. Mesmo assim, Alvarez compensa no suspense e tensão criada nesta nova moda de terror pesado estilo "Saw". Este Evil Dead é bem realizado em minha opinião.
Abs.
Kamila: entendo...
ResponderExcluirbjs
Amanda: Eu tb gostei Amanda. Mas é uma mudança de tom muito brusca e mal desenvolvida. Não vi a cena pós-créditos. Mesmo problema do Rodrigo... rsrs
Bjs
Rodrigo Mendes: Concordo que é bem realizado, acho que poderia ser um filme melhor.
Abs