Um dos filmes mais esperados no mundo todo em 2013 tem
Wagner Moura como um dos protagonistas. Essa afirmação diz muito sobre o status
de Wagner Moura que, efetivamente, ainda verá nascer sua careira internacional
quando Elysium for lançado no próximo mês de agosto. O convite para estrelar ao
lado de Matt Damon e Jodie Foster a ficção científica que dá sequência à
carreira de Neil Blomkamp após o estardalhaço de crítica elogiosas e bilheteria
surpreendente que foi Distrito 9 aconteceu depois que o diretor sul-africano
viu Moura em Tropa de elite. Era aquela energia, irreprodutível segundo afirmou
o cineasta em entrevista coletiva realizada no México há algumas semanas, que
ele queria para o personagem mais ambíguo de seu novo filme. Os bons
observadores reconhecem que o capitão Nascimento é o personagem mais ambíguo da
história do cinema nacional, a despeito de sua maciça popularidade.
Wagner Moura, que já declarou com graus distintos de
sutileza que não quer saber mais de novela, projeta devagarinho, com seu jeito
baiano que adentra qualquer sotaque, uma carreira internacional. O faz com a
parcimônia de quem quer correr riscos artísticos, se testar comercialmente,
afagar a vaidade inata de todo ator, mas sem perder de vista sua identidade
como intérprete. Até o momento, Moura está vinculado a outros dois projetos
internacionais diversos na forma e no conteúdo. Fellini black and white está em
pré-produção e motivou Moura a fazer aulas de italiano. Trata-se de um filme
americano pequeno dirigido e roteirizado por Henry Bromell – nome quente em
virtude dos engenhosos textos da série "Homeland" – e que tem no elenco os ótimos
Terrence Howard (No ritmo de um sonho) e Peter Dincklage ("Game of Thrones').
Trata-se de um projeto de extrema importância para Moura. Pode içá-lo ao
patamar dos atores mais quentes do cinema contemporâneo. No filme, Moura será
Fellini na trama que mostra a viagem do cineasta italiano para Los Angeles em
1957 para participar da cerimônia do Oscar. O diretor se perdeu de sua comitiva
por 48 horas e o filme acompanha justamente esse período. Interpretar Fellini é
uma oportunidade rara que pode brindar o ator com o reconhecimento
internacional. Moura é o tipo de ator capaz de cavar personalidades complexas e
Fellini é um gênio que favorece o processo criativo de Moura.
O outro projeto ao qual Moura está vinculado é Trash, novo
filme do premiado Stephen Daldry (As horas, O leitor). Wagner Moura será um
policial no filme que será parcialmente rodado no Rio de Janeiro. Embora não
haja maiores detalhes sobre seu personagem, a natureza da trama – sobre meninos
que vivem no lixão e descobrem uma bolsa com documentos e dinheiro – sugira que
ele possa ser o principal antagonista.
Moura ao lado de Matt Damon e Diego Luna em Elysium: um começo promissor no cinema americano
São filmes em que se percebe com clareza que mais do que um
bom agente, Moura tem um bom olho para projetos que além de expandir sua
carreira internacionalmente podem fomentar desafios mais encorpados para seus
dotes como ator.
Parece razoável crer que se esses filmes forem bem
sucedidos, e Moura cercou-se de pessoas que indicam que essa é a realidade mais
palpável, Wagner Moura deve se tornar rapidamente uma referência brasileira no
cinema internacional.
Se continuar assim, Moura vai deixar Rodrigo Santoro no chinelo, rs
ResponderExcluirBela análise, Reinaldo. Wagner Moura tem mesmo tudo para brilhar no exterior, as coisas estão simplesmente acontecendo para ele. Fico feliz, gosto muito do ator. E por ter sido meu contemporâneo de colégio, ainda fico orgulhosa, hehehe.
ResponderExcluirQuanto ao que Alan falou acima, acho que a grande diferença das duas carreiras foi o fato de Moura fazer aqui um personagem de destaque internacional e ir para sua primeira experiência lá fora como convidado. Apesar de alguns bons papéis por aqui, Rodrigo Santoro foi para lá como um desconhecido, bater na porta dos estúdios e procurar oportunidades. Só agora, ele começa a fazer algumas coisas interessantes. Uma pena, porque também é um ótimo ator.
bjs
Para mim, o Wagner Moura é o melhor ator em atividade no cinema brasileiro, nosso Ricardo Darín, alguém capaz de fazer qualquer tipo de papel em qualquer tipo de filme e fico muito feliz de vê-lo fazendo a transição para o cinema estrangeiro. Espero e torço para que ele seja muito bem-sucedido nisso. Numa primeira análise, acho que ele tem tudo para dar certo lá fora, principalmente por causa das escolhas que têm feito. Seus filmes estrangeiros são escolhas diferentes, com bons diretores e elencos e espero que isso abra muitas portas para ele.
ResponderExcluirComo a comparação com o Rodrigo Santoro é inevitável, acho que os caminhos que eles decidiram percorrer, internacionalmente, são bem diferentes. Por isso, a comparação é meio imprópria. Mas, torço pelos dois.
Acrescentando o comentário do Alan: Moura, neste primeiro momento e inteligentemente, Moura esta fazendo escolhas mais acertadas do que Rodrigo Santoro, que infelizmente, caiu no gosto popular das comédias românticas igual o também ótimo Gerard Butler. Desperdiço. Uma tristeza e raro alguns filmes satisfatórios com meu xará no exterior. Santoro é mais feliz, sinceramente, em produções nacionais. Vide "Heleno".
ResponderExcluirAnsiosos por esses filmes aí...não sabia deste do Daldry e "Fellini black and white" tem tudo para ser um sucesso, se não de grande público por ser um projeto pequeno, ao menos de crítica. Assim espero.
Não sou mega fã de "Tropa De Elite", mas aprecio muito o trabalho do Wagner. Dispensa mais comentários.
Ótimo texto.
Abs.
Ótima análise, Reinaldo. Dos atores que temos atualmente, desculpe-me Santoro, Moura é quem tem mais versatilidade e talento para ganhar o mercado internacional. Torço por ele, de verdade.
ResponderExcluirAlan: em termos de referência brasileira no mercado americano sim,
ResponderExcluirAbs
Amanda:Vc salientou bem parte das diferenças entre os projetos internacionais de Moura e Santoro. Vou preparar para o mês que vem uma repercussão especial sobre o tema.
Bjs
Kamila:Tb acho que a comparação é um tanto desequilibrada, mas podemos medir conceitos. O faremos em junho aqui em Claquete.
Bjs
Rodrigo: Obrigado Rodrigo. A diferença crucial, ao meu ver, é que Santoro tentou penetrar no mercado americano como qualquer ator em início de carreira, mesmo que ele já tivesse uma carreira consolidada na tv brasileira. Moura segue um caminho um tanto distinto. Fique ligado em junho que vamos repercutir isso aqui.
Abs
Aline: Acho Santoro excelente ator, mas concordo que Moura é melhor.
Bjs