Uma das tônicas do noticiário que cobre os bastidores da
indústria cinematográfica nessa semana que passou foi especular as razões que
levaram Charlie Hunnam a desistir do “papel dos sonhos” da carreira. Por que,
afinal, depois de longas e intensas negociações, Hunnam desistiu de viver o
excêntrico milionário e adepto de sexo sadomasoquista Christian Grey na versão
cinematográfica de "50 tons de cinza"?
Há muitas hipóteses e poucas certezas. A justificativa
oficial é de que o ator estava preocupado em prejudicar a série "Sons of
Anarchy", da qual é um dos protagonistas, com o apertado calendário de filmagens
bifurcando as duas produções. Uma rápida pesquisa mostra que não é esse o caso.
O estúdio Focus, os representantes legais de Hunnam e os produtores da série já
haviam discutido e traçado um cronograma para “dividir” o ator que havia
agradado a todas as partes. A imprensa de celebridades logo ventilou a “razão
oficial” para todos os imbróglios desse tipo. Hunnam estaria insatisfeito com o
grau de exposição ao qual fora submetido antes mesmo das filmagens (ele não queria virar um "novo Robert Pattinson"). Boatos
davam conta de que a esposa de Hunnam, a designer de joias Morgana McNeils
estava atribulada com o número de cenas sensuais do marido e, por que não,
ligeiramente enciumada. Para fontes de publicações como People e US Weekly, ela
exercia, ainda que sutilmente, pressão sobre o marido para abandonar o projeto.
Pressão, hesitação e um sorriso bonito: Hunnam: entre as muitas especulações, uma dá conta de que Hunnam está de olho em um grande papel que só seria seu se ele se desvinculasse de 50 tons de cinza
Outra vertente, ainda que relacionada a esta última, dá
conta de que Hunnam teria uma série de restrições ao roteiro. Essa versão
ganhou força pelo fato dos produtores terem anunciado Patrick Marber,
roteirista de produções impecáveis como Notas sobre um escândalo (2006) e
Closer - perto demais (2004). A troca de guarda na roteirização não teve maiores
explicações, mas reforça a percepção de que a pré-produção do filme é muito
mais conturbada do que os produtores deixam transparecer. Kelly Marcel, a
roteirista que foi exatamente o primeiro nome confirmado na produção, não foi
demitida, mas perde o controle criativo sobre o roteiro. Universal e Focus limitaram-se
a informar que essa mudança foi ajustada, ainda que não anunciada, antes da
saída de Hunnam do projeto.
Outros boatos dão conta de que Hunnam ficou com receio de
ficar estigmatizado com o papel e outros de que abandonou o projeto
para ficar a disposição de Guillermo Del Toro, seu amigo e que o dirigiu em
Círculo de fogo, para projetos que ambos já vinham conversando.
Todos esses boatos são muitos superficiais, justamente
porque se esmeram em considerações que um ator, ainda mais um ator que já tenha alguma experiência no ramo, faz antes de assinar um contrato e assumir um
papel. Há, lógico, momentos em que o comportamento desejado não se impõe e uma
atitude impensada põe todo um projeto a perder. Recentemente, e Claquete também
cobriu isso de perto, a produção do filme Jane got a gun sofreu com uma série
de dança das cadeiras e baixas injustificadas e muito mais midiáticas do que os
entreveros que ocorrem aqui. Acontece que o tamanho de 50 tons de cinza torna
tudo muito mais dramático.
1- Christian Cooke, 2 - Alexander Skarsgard, 3 - Scott Eastwood, 4 - Jamie Dornan: os novos bonitões comentados para estrelar o filme
O anúncio do novo protagonista deve ocorre nos próximos
dias. São muitas as possibilidades e os nomes aventados são tão ou mais
desconhecidos do grande público do que Hunnam. O que se percebe é o cuidado do
estúdio em escolher um ator que já tenha feito cenas sensuais antes e que não
apresente objeções a esse tipo de cena, abundante nos livros e, em teoria, no
filme. Esse contexto favorece a interpretação de que houve, na verdade, uma
combinação de fatores – com a preponderância da versão apontada pela imprensa
de celebridades – que levou Hunnam a rescindir seu contrato.
Entre os nomes aventados se destacam Alexander Skarsgard
("True Blood"), Jamie Dornan ("The fall"), Christian Cooke ("Magic city") e François
Arnaud ("The Borgias").
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