Onde os fracos não têm vez!
O conselheiro do crime (The counselor, EUA 2013) é daqueles
filmes que incitam a polêmica se a autoria de um filme pertence ao diretor ou
ao roteirista. No caso deste filme, em seu primeiro roteiro original para
cinema, Cormac McCarthy impregna esse thriller pensativo e erguido sobre
elipses, divagações e violência crua de seu DNA, fazendo com que o diretor
Ridley Scott seja apenas um colaborador de luxo. Luxo, aliás, é o elenco do
filme que conta com Michael Fassbender, Javier Bardem, Brad Pitt, Penélope Cruz
e Cameron Diaz no melhor papel de sua carreira.
Fassbender faz um advogado que acha que é mais esperto do
que de fato é. Ele acredita que pode nadar com tubarões e não ser devorado. Ele
se envolve em uma negociação de uma carga de drogas que sairá da cidade de
Juarez, no México, com destino a Chicago, nos EUA. Seus conselheiros e
parceiros na empreitada são o exótico Reiner (Javier Bardem) e o não menos exótico
Westray (Brad Pitt). Penélope Cruz faz Laura, a doce, apaixonada e aparentemente
ingênua namorada do advogado vivido por Fassbender, cujo nome jamais é
pronunciado em uma tentativa da realização de tornar tudo mais anônimo e,
paradoxalmente, mais pessoal. Cameron Diaz surge como um affair de Reiner, que
aos poucos vai se revelando mais misteriosa e perigosa do que um primeiro olhar
faz crer.
O que difere O conselheiro do crime (mais um título nacional
ruim. O ideal seria a tradução literal “O advogado”) de outros thrillers e
tramas policiais é o seu ritmo e seu foco narrativo. A ideia de McCarthy e
Scott jamais é acompanhar a ação que invariavelmente dá errado, mas observar a
queda moral, psicológica e física de um homem que julgava compreender um mundo
ao qual não pertencia. Não obstante, a partir desse contexto, ergue-se uma
poderosa reflexão sobre morte – um dos temas mais estreitos e bem desenvolvidos
da obra de McCarthy na literatura.
Bardem e Fassbender: dançando com a morte sob o forte signo das palavras, ameaças e aflições...
A sofisticação do argumento de O conselheiro do crime pode
alienar boa parte do público já que os personagens se revelam pensadores
prolixos, aflitos, receosos e frequentemente o que falam não produz sentido
circunstancial, mas encaixa-se perfeitamente no todo, quando se tem o filme
completo. É o pensamento de O conselheiro do crime, enquanto cinema, que
se articula com força devastadora. Não por acaso, a única personagem do filme
que não apresenta nenhum tipo de apreensão é a de Cameron Diaz e isso se
tornará bastante ilustrativo de um comentário particularmente aterrador que
emerge ao final da fita.
O conselheiro do crime talvez não seja a apoteose que o
nome dos envolvidos fizesse crer, mas é um filme de inteligência rara e que
apresenta outro artigo de luxo no cinema contemporâneo: não se preocupa em
mastigar tudo para sua audiência. Muitas peças do quebra-cabeça falado, principalmente
pelos ótimos personagens de Pitt e Bardem, só se montam na cabeça do espectador
mais sagaz e compenetrado. É um tipo de cinema muito mais convidativo, sedutor
e do qual desesperadamente precisamos. Ainda que, no limiar, muitos não saibam
exatamente como apreciá-lo.
Achei o filme cansativo, chato, pessoas sairam antes de acabar o filme. Perdi meu dinheiro e nunca mais vou a um filme desse diretor.
ResponderExcluirMuito bom o filme
ResponderExcluirConcordo com Reinaldo. Entre tantas críticas Negativas ao filme, ninguém conseguiu sequer tentar descobrir o que esta obra esconde. Definitivamente não é um filme para os mentalmente preguiçosos.
ResponderExcluirconcordo, adorei o filme achei o filme fantástico.Cheio de diálogos filosóficos.Recomendo para os alunos de Ensino Médio assistirem
ExcluirNada de + no filme... Há melhores que predem a atenção das pessoas. Mas acredito, que quis mostrar algo, sutilmente...Mesmo assim, conseguiu ser chato!
ResponderExcluirUm filme tem o papel de além de entretenimento, tranamitir algum conteúdo. Falar que as pessoas que não gostaram do filme são mentes cansadas, que não pensam, é muito fácil. Na verdade, vi um roteiro fraco, com personagens sem profundidade e o uso da violência como justificativa para todo o enredo do filme. O advogado ficou assim por causa da ganância, ta e aí? Quem é ele? Quem é a mulher na prisão? Por que a Cameron dias matou todos? Por causa da ganância? Sinceramente, justifica, mas não dá para acreditar em justificativas jogadas do jeito que foram. Pareceu uma notícia do jornal nacional, onde só é dado o resumo dos fatos, sem nenhuma contextualização.
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