Gravidade está tendo um desempenho comercial superior ao
esperado por estúdio e analistas da indústria. A consagração crítica, embora
esperada, está sendo bem mais ampla e elogiosa do que muitos criam. Gravidade é
um filme que será repercutido com certa insistência nos próximos meses, até
porque dificilmente não figurará entre os players do próximo Oscar, e merece a
teimosia. “Acredite! Nada me fará mais feliz em ver outro filme que chegue a
este nível, técnico e emocional. Mas não temos tanta sorte assim…”, finalizou o
jornalista e crítico de cinema Robert Sadovski em seu blog hospedado no portal
Uol tentando dimensionar uma sensação que muita gente que respira cinema está
tendo com o novo filme de Alfonso Cuarón. “O que eu mais gostei no filme foi
exatamente a sua simplicidade. Não tem vilão, inimigo no espaço. Apenas a
banalidade da existência”, disse o jornalista e comentarista do programa
Manhattan Connection, Pedro Andrade.
Amanda Aouad, mestre em comunicação e cultura contemporânea
e responsável pelo blog CinePipocaCult, observa em sua crítica que Gravidade
faz por merecer os eufemismos e adjetivos elogiosos por valorizar “essa
construção detalhada, que nos deixa juntos, à deriva com a
personagem de Bullock”.
Cuarón lá: dificilmente o mexicano não será um dos cinco diretores indicados ao Oscar no próximo ano
“As imagens do espaço, do planeta Terra e toda a ambientação
ali é bem realizada. A fotografia impressiona e ambientação é cuidadosa, desde
o detalhe da gravidade em si que coloca até as lágrimas para voarem como
bolinhas de água pelo espaço, até construções mais poéticas como o Sol nascendo
por trás da Terra, ou o planeta refletido no capacete dos astronautas”,
continua Aouad. Para ela, a euforia com Gravidade se justifica pelo fato do
filme demonstrar ser fruto de planejamento, algo raro no cinema atual.
Sadovski pontua outros pontos fortes da fita de Cuarón. “É
emocionante, é denso, tem muito mais camadas do que aparenta, é um filme de
arte sobre solidão e sobrevivência, é um filme de ação sobre solidão e
sobrevivência. Vai contra as expectativas. E salta acima delas como uma obra
prima do cinema moderno”.
A.O Scott, principal crítico do The New York Times, põe mais
lenha na fogueira. “Você tem que ver, para acreditar! A conquista técnica
supera os feitos alcançados com filmes como Avatar e A invenção de Hugo
Cabret”. O crítico do The New York Times, no entanto, faz ressalvas quanto ao
roteiro – com algumas gorduras e clichês – mas admite que eles não ferem de
morte o coração do filme. O Boston Globe assinala que “depois de Gravidade
parece que não há nada que Cuarón não possa fazer”.
A grande diferença entre Avatar e Gravidade, dois filmes
banais na essência e complexos na forma e no desenvolvimento, é que Cuarón
soube trabalhar o aspecto imersivo da tecnologia em um grau de detalhamento e
aprofundamento que escapou a James Cameron. Estética e narrativa jamais foram
tão complementares em um filme desde que David Lynch deu as caras no cinema de
arte. A diferença é que Cuarón ainda teve o mérito de fazer dessa arte, dessa
ode ao banal, algo de imenso apelo comercial.
Adorando a repercussão do filme. Melhor ainda foi conferir numa sala com tela gigante e em 3D. Este acidente espacial ainda irá repercutir na década a seguir e creio que todos os elogios estão longe de serem superestimados. Ao menos Oscar técnico merecia levar. Edição de Som, Edição e fotografia, não acha. Não seria nada mal uma indicação para Cuarón como diretor.
ResponderExcluirPreciso ler a crítica da Nanda!
Abs.
Os oscars técnicos já tem dono meu querido. Não sei se é o filme do ano, as que figurará nas categorias de filme e direção, me parece certo...
ResponderExcluirAbs