segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Especial Gravidade - Repercutindo o filme

Gravidade está tendo um desempenho comercial superior ao esperado por estúdio e analistas da indústria. A consagração crítica, embora esperada, está sendo bem mais ampla e elogiosa do que muitos criam. Gravidade é um filme que será repercutido com certa insistência nos próximos meses, até porque dificilmente não figurará entre os players do próximo Oscar, e merece a teimosia. “Acredite! Nada me fará mais feliz em ver outro filme que chegue a este nível, técnico e emocional. Mas não temos tanta sorte assim…”, finalizou o jornalista e crítico de cinema Robert Sadovski em seu blog hospedado no portal Uol tentando dimensionar uma sensação que muita gente que respira cinema está tendo com o novo filme de Alfonso Cuarón. “O que eu mais gostei no filme foi exatamente a sua simplicidade. Não tem vilão, inimigo no espaço. Apenas a banalidade da existência”, disse o jornalista e comentarista do programa Manhattan Connection, Pedro Andrade.
Amanda Aouad, mestre em comunicação e cultura contemporânea e responsável pelo blog CinePipocaCult, observa em sua crítica que Gravidade faz por merecer os eufemismos e adjetivos elogiosos por valorizar “essa construção detalhada, que nos deixa juntos, à deriva  com a personagem de Bullock”.

Cuarón lá: dificilmente o mexicano não será um dos cinco diretores indicados ao Oscar no próximo ano

“As imagens do espaço, do planeta Terra e toda a ambientação ali é bem realizada. A fotografia impressiona e ambientação é cuidadosa, desde o detalhe da gravidade em si que coloca até as lágrimas para voarem como bolinhas de água pelo espaço, até construções mais poéticas como o Sol nascendo por trás da Terra, ou o planeta refletido no capacete dos astronautas”, continua Aouad. Para ela, a euforia com Gravidade se justifica pelo fato do filme demonstrar ser fruto de planejamento, algo raro no cinema atual.
Sadovski pontua outros pontos fortes da fita de Cuarón. “É emocionante, é denso, tem muito mais camadas do que aparenta, é um filme de arte sobre solidão e sobrevivência, é um filme de ação sobre solidão e sobrevivência. Vai contra as expectativas. E salta acima delas como uma obra prima do cinema moderno”.
A.O Scott, principal crítico do The New York Times, põe mais lenha na fogueira. “Você tem que ver, para acreditar! A conquista técnica supera os feitos alcançados com filmes como Avatar e A invenção de Hugo Cabret”. O crítico do The New York Times, no entanto, faz ressalvas quanto ao roteiro – com algumas gorduras e clichês – mas admite que eles não ferem de morte o coração do filme. O Boston Globe assinala que “depois de Gravidade parece que não há nada que Cuarón não possa fazer”.
A grande diferença entre Avatar e Gravidade, dois filmes banais na essência e complexos na forma e no desenvolvimento, é que Cuarón soube trabalhar o aspecto imersivo da tecnologia em um grau de detalhamento e aprofundamento que escapou a James Cameron. Estética e narrativa jamais foram tão complementares em um filme desde que David Lynch deu as caras no cinema de arte. A diferença é que Cuarón ainda teve o mérito de fazer dessa arte, dessa ode ao banal, algo de imenso apelo comercial.


2 comentários:

  1. Adorando a repercussão do filme. Melhor ainda foi conferir numa sala com tela gigante e em 3D. Este acidente espacial ainda irá repercutir na década a seguir e creio que todos os elogios estão longe de serem superestimados. Ao menos Oscar técnico merecia levar. Edição de Som, Edição e fotografia, não acha. Não seria nada mal uma indicação para Cuarón como diretor.

    Preciso ler a crítica da Nanda!

    Abs.

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  2. Os oscars técnicos já tem dono meu querido. Não sei se é o filme do ano, as que figurará nas categorias de filme e direção, me parece certo...
    Abs

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