segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Crítica - Conexão perigosa

Conexão falha

Harrison Ford e Gary Oldman medindo forças em um filme que pretende discutir os alcances da espionagem industrial em uma roupagem pop com o protagonismo de um novo bonitão das massas, o competente Liam Hemsworth. Uma boa ideia? Uma ótima ideia. Infelizmente, executada com preguiça e pela pessoa errada. É bem verdade que roteiro de Conexão perigosa (Paranoia, EUA 2013), de autoria de Jason Dean Hall e Barry Levy a partir do romance de Joseph Finder, faz todas as escolhas equivocadas que pode em matéria de evolução dramática, mas Robert Luketic, responsável pelos esquecíveis Quebrando a banca (2008) e Par perfeito (2010), que brincavam com a arte da dissimulação, não era o nome apropriado para um filme com potencial de ir além do simples entretenimento.
No entanto, mesmo que não alcance todo o seu potencial e se resolva como um eficiente filme de gênero, Conexão perigosa não é a bomba que sua irrisória bilheteria no mercado americano e as críticas pouco dispostas fazem crer.
O irmão mais jovem de Thor é Adam Cassidy, garoto de ambição e extrovertido, funcionário de uma gigante da tecnologia. Ele quer crescer, mas entra no radar de seu chefe para outros propósitos. Nicolas Wyatt (Oldman), que está com sua empresa à deriva, quer que ele vá trabalhar para seu concorrente e ex-mentor, Jock Goddard (Ford) na EikeCorporation e roube detalhes sobre a mais nova criação da rival, um celular chamado Occura. A trama se desenvolve a partir desta equação entre moral e ambição apresentada a Adam e como ele se põe a resolvê-la. Os clichês não chegam a incomodar, mas afastam o filme de sua potencialidade logo na primeira hora. De qualquer maneira, é um prazer ver Oldman e Ford, com aquele visual careca estranho, se divertindo. Os diálogos dos dois personagens são os melhores da linha “trash chic” e certamente garantem a diversão para quem é fã dos atores.

Jogo de cartas marcadas: é fácil descobrir para onde vai Conexão perigosa e este é apenas um dos problemas do filme que tem atores bem alinhados


Há um comentário muito mal alinhavado sobre a paranoia – que batiza o filme originalmente – dos tempos modernos de super lançamentos e super competição entre gigantes da tecnologia. Mas fica um tanto explícito para o público que há muitas formas de se manipular o mercado, a concorrência e desafetos em uma fogueira de vaidades que o filme Duplicidade (2009), de Tony Gilroy, dá conta com muito mais propriedade e charme.

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