Com a arma apontada para a platéia. Foi assim que Tropa de elite, maior sucesso de público e crítica do cinema nacional nos últimos anos, se encerrava. Como seguir adiante depois de um final tão eloquente? Tão definitivo? José Padilha, Marcos Prado e Bráulio Mantovani, as três principais mentes por trás do primeiro filme (e do segundo), sabiam que precisavam apresentar algo genuinamente novo. Alguma coisa que escapara, de alguma forma, ao primeiro filme. Mas o quê? Tropa de elite é um filme coeso e muitíssimo bem resolvido, com arestas aparadas e discurso multifacetado. “A primeira coisa foi desenvolver um arco dramático para o personagem Nascimento”, revelou o roteirista Bráulio Mantovani em entrevista à revista Preview. Mantovani alude com sua resposta ao fato de que o protagonista legítimo do primeiro filme era Matias (André Ramiro). “Houve uma mudança na sala de edição. Percebemos que o Wagner (Moura, intérprete do capitão Nascimento) havia roubado o filme. Então mudamos o foco narrativo. Ele se tornou o narrador da história, mas a transformação era do Matias. O Nascimento termina o filme como começou”. Essa então é a primeira diretriz do novo filme. O protagonista de Tropa de elite 2 é Nascimento, promovido a coronel e, logo, a integrante da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Agora ele é mesmo o cara: em Tropa de elite 2, a transformação ocorre com Nascimento...
O personagem de maior ressonância do cinema nacional na última década vai “sofrer como protagonista” garante o roteirista do filme. Era necessário ampliar o escopo da crítica que Tropa de elite pretende ser. Depois da corrupção no âmago da Policia Militar era hora de focar as relações escusas entre polícia e governo. As politicagens que desembocaram nas organizações criminosas conhecidas como milícias.
José Padilha admite que o mais complicado foi elaborar o segundo filme. A realização não foi tão problemática. “Tivemos apoio”, declarou o diretor ao programa Starte da Globo News. O diretor argumenta que teve acesso ao equipamento e as instalações do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), algo que de certa forma faltara ao primeiro filme. Padilha lembra, também, que só realizou este segundo Tropa porque tinha o que dizer. “Detesto a sensação de estar me repetindo.”
O advento do cenário político carioca provocou muitas mudanças no roteiro do filme. “A primeira versão foi minha. Depois o Zé (Padilha) reescreveu. E na sala de edição mudamos algumas coisas, mas nada tão profundo quanto no primeiro filme”, explica Mantovani.
O "Nascimento da vez": no novo filme vemos Matias operando como seu mentor
Invariavelmente, Tropa de elite 2 chega sob altas expectativas. José Padilha armou um verdadeiro esquema de guerra para evitar o que ocorreu na ocasião do lançamento do primeiro filme: uma cópia pirata nos camelôs um mês antes do filme nos cinemas. A primeira exibição da fita ocorreu nesta terça-feira em Paulínia para uma platéia selecionada composta pelo elenco do filme, alguns jornalistas e muita gente do cinema. As primeiras críticas que surgem apontam para um filme vigoroso e que em certos aspectos supera a ousadia do primeiro filme.
José Padilha, as vésperas de se lançar na produção de Nunca antes na história desse país (um filme sobre corrupção à brasileira) não pede para sair. Ele segue provocando o debate na sociedade brasileira. Em recente entrevista à Veja disparou: “Com todo o respeito por quem faz, mas cinema puramente comercial não me interessa”.
O ingresso já está comprado hoje para a estreia das 17h! o/
ResponderExcluirgosto muito do original, e conhecendo a astúcia dos envolvidos no projeto, não me surpreenderia que essa tão elogiada sequência supere a coragem e ousadia do 1!
abs!
Não acredito que me atrasei e não consegui ingresso para esse fim de semana. Ficou para a quarta promocional e fila gigantesca de cinéfilos desesperados!
ResponderExcluirCultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Belo apanhado, Reinaldo. Acabei de voltar da sessão e digo: José Padilha é o cara. A platéia aplaudiu no final.
ResponderExcluirElton, supera a coragem do primeiro, porque mostra que o problema da corrupção no país é mais embaixo.
bjs
Ótimo texto! Com certeza, este filme chega com altas expectativas ao cinema e eu espero poder conferí-lo em breve! Espero que a continuação seja melhor que o primeiro! E José Padilha tem talento pra isso!
ResponderExcluirBeijos!
Tô querendo ver. Preferi comer rezar e amar com a Julia Roberts, rs! Mas quero sim conferir o Tropa 2.
ResponderExcluirO Tropa 1 é bom. Não é excelente na minha opinião, como Cidade De Deus e até qualquer outro nacional com a temática da violência urbana.
Tenho aquele nó na garganta sobre o episódio da pirataria do primeiro que me fez não apreciar tanto o filme. Enfim sem querer fazer polêmica aqui, mas o Padilha é caó na auto promoção. É um cineasta foda (ótimo documentarista), mas que tem certas atitudes que não me agradam na cara de pau!
Vou assistir tbm pelo Wagner Moura que arrasa!
Abs.
Rodrigo
Elton:Valeu Elton.Espero que tenha tido uma boa sessão. Abs
ResponderExcluirPseudo autor:Putz cara, que azar... mas quarta tá aí...rsrs. abs
Amanda:Sem querer bancar o advogado do Diabo, mas já era esperado aplusos. Eu vi apluasos com o capitão Nascimento dando tapa no fogueteiro no primeiro filme... Mas concordo com vc. bjs
Kamila: Valeu Ka. Que suas expectativas possam ser cumpridas ou, quem sabe, superadas! Bjs
Rodrigo Mendes:Tb acho Cidade de Deus superior na radiografia que faz das mazelas brasileiras, mas acho Tropa de elite sim um grande e excelente filme. Concordo também quanto ao fato de José Padilha ser osso duro de roer. Abs
PS: Segunda-feira a crítica de Tropa de elite 2 pinta aqui em Claquete.
TROPA DE ELITE 2 não sinaliza o nascimento de um novo Capitão, reitera o Capitão de sempre. “Promovido” a subsecretário de segurança, e o BOPE rebaixado a coadjuvante, ele abandona o uniforme preto, embora embaixo do terno e gravata haja uma caveira.
ResponderExcluirNão sei se é bem assim não Porque você faz poema?. De qualquer maneira seuu comentário é legítimo. Uma visão de mundo como a que Nascimento nutria no primeiro filme não é tão facilmente mutável. Grande abraço!
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