Cantinho do DVD

Jeff Bridges tem provado muito de seu valor no cinema independente americano. Recentemente foi premiado com o Oscar por Coração louco. A performance como o cantor country decadente também lhe valeu o troféu independent spirit awards. A primeira vez que ele recebeu este prêmio foi por seu desempenho em Provocação, destaque da seção Cantinho do DVD desta semana. O filme de Tod Willians é daqueles filmes de ritmo lento que não agradam a qualquer espectador, mas é também um filme de minúcias que se apreciado no devido espírito proporciona uma bela sessão de cinema em casa.

Ficha técnica:

Título original: The door in the floor

Direção: Tod Willians

Roteiro: Tod Willians

Elenco: Jeff Bridges, Elle Fanning, Kim Basinger e Jon Foster  
Gênero: Drama
Duração: 118 min
Estúdio: Focus
Status: disponível em DVD para venda e locação
Sell thru: (Preço médio)
DVD simples: R$ 19,90

Crítica

Traumas são insidiosos na vida cotidiana e é sobre os danos colaterais de um trauma familiar que trata o filme de Tod Willians, Provocação (The door in the floor, EUA 2007). Um casal que enfrenta um doloroso e silencioso processo de separação tem um verão que irá sacudir suas convicções e acelerar o processo de decomposição familiar. A chegada de um universitário (Jon Foster) para servir de assistente do escritor vivido por Jeff Bridges irá afetar o relacionamento do mesmo com sua esposa (Kim Basinger).

O despertar da sexualidade do jovem vai ao encontro do ócio do desejo vivido pela mulher inerte em seu trauma que vislumbra na entrega ao jovem, uma porta de redenção. Desejos reprimidos, culpa e um forte componente edipiano dão o tom da relação travada entre os três personagens.

Willians não faz questão de suavizar a carga dramática do filme, tão pouco de justificar seus personagens. Tudo fica meio solto em Provocação. Entregue as interpretações alheias como reforça uma bela passagem em que o personagem de Bridges lê sua mais famosa obra (que dá justamente o título original ao filme), um livro infantil dotado de inúmeras referências simbólicas que explora medos maternos e infantis. Provocação não chega a ser um filme primoroso, nem mesmo um drama que acelere os batimentos cardíacos. É um estudo de caso laborioso a que somos convidados a participar como figuras proeminentes, ou seja, somos tão responsáveis pelas emoções que sentiremos quanto aqueles atores em cena.