Não empolga!
A ideia era ótima. Falar da vida de duas mulheres que foram pioneiras no rock´n roll e mostraram que dominar guitarras elétricas não era uma virtude exclusivamente masculina. Colocar Kristen Stewart e Dakota Fanning, duas atrizes que dividem os sets na saga Crepúsculo, para dar viço a esse registro só fez aumentar o hype que The runaways – garotas do rock (The runaways, EUA 2010) pretendia ser. Mas não é. A fórmula não deu certo primeiro porque a direção de Flora Sigismondi é burocrática e pouco inventiva. Segundo porque o roteiro não colabora. A história remonta alguns clichês de filme de rock, com uma má tentativa de esboçar um erotismo capenga entre meninas desvirtuadas e uma má articulação do desarranjo familiar com o qual pretende justificar uma de suas protagonistas.
Kristen Stewart, talvez a grande razão de ser deste filme (pelo menos em termos de viabilização orçamentária), até que surpreende. Ela sabe usar seu jeito desengonçado a favor de sua atuação e compõe uma Joan Jett que não fica mal na fita. Já Dakota Fanning não convence como a sensual Cherry Currie. Falta a loirinha desenvoltura e, ora pois, sensualidade. Dakota em momento algum parece disposta ou capaz de nos fazer crer ser a mulher que vive nos cinemas. Mesmo que essa mulher ainda seja uma menina. É aí que o roteiro e o casting se cruzam em uma bifurcação das mais infelizes. The runaways não consegue empolgar nem quem é fã das atrizes, muito menos quem é fã das figuras biografadas. Um filme que só não é um total desperdício pela enérgica, e porque não assustadora, interpretação de Michael Shannon como o produtor musical que coloca as garotas no mapa da música e dos escândalos. Shannon mostra que leva jeito para viver figuras desgarradas que falam doideras verdadeiras. Após viver um doente mental que falava verdades incomodas em Foi apenas um sonho, ele vive aqui um tipo que pede para as garotas pensarem com os seus respectivos paus. Puro rock´n roll. É em Shannon, e só em Shannon, que se vislumbra uma faísca do espírito que o filme deveria ter.
Tenho muita curiosidade desde quando o filme era apenas notícia. Adoro cinebiografias, hehehe
ResponderExcluirAinda não vi, mas pelo jeitão do filme percebe-se que não é grande coisa, a começar pela divulgação aqui no Brasil (sem contas nos adiamentos). Vou ver sem expectativas, afinal espero apenas encontrar uma biografia que poderia ser uma história qualquer...
Até que não é bomba arrasadora que esperava que fosse. Continuo achando Kristen sei-lá-o-que meio torta e não acho que "incorporou" toda a ferocidade da Joan original. Por incrível que pareça, prefiro Dakota. Talvez o melhor do filme seja a sua trilha sonora e, claro, a alegria e prazer de ter David Bowie (o homem-perfeito) lembrado a todo instante. Afinal, o que seria de Cherie Currie sem sua admiração incontestável por ele?
ResponderExcluirE aí Reinaldo!
ResponderExcluirAssino embaixo de quase tudo o que disse. O filme realmente não decola. E o roteiro é muito mal desenvolvido e simplista, as garotas parecem que conquistam o estrelato num estalar de dedos, mas qualquer um que conhece minimamente a história do rock sabe que os obstáculos, os preconceitos e os percalços que enfrentaram (e superaram) foram grandes. "The Runaways" é uma banda fantástica e muito importante para a história da música e é realmente triste ver que a banda recebeu um filme tão chinfrin e medíocre.
O roteiro, acima de tudo, me decepcionou total, porque além de diversas passagens terem sido omitidas, como vc bem apontou na crítica, vááários clichés foram abordados, desde a desunião da família até as menininhas se pegando - cena que foi usado como um marketing ferrado para o filme, mas que não possui a vigorosidade que prometia.
concordo quanto a Stewart e Shannon (melhor coisa do filme), mas também gostei de Dakota. como mulher sexy, realmente fica devendo - mas Cherry tinha apenas 15 anos... -, no entanto, ela protagoniza as melhores (e nmais deslocadas) cenas do filme, como a apresentação na escola e a ida a um supermercado.
Comportado e pouco sem graça, "The Runaways" não tem a ousadia que prometia. E se tratando da "história" da maior banda feminina da história da música, a realidade aí foi mais maquiada do que a face de David Bowie. Em breve, crítica no Pós-Première ;)
[***]
abraço!
Alan:Não é grande coisa mesmo Alan. Abs
ResponderExcluirAnnastesia:Realmente o filme poderia ser bem pior. Concordo que a trilha sonora e a contante menção a Bowie são grandes prazeres, mas o filme é fraquinho sim. Quanto a Kristen e Dakota, as duas estão aquém do necessário para mim. Contudo, acho que Kristen se saiu melhor. O que não quer dizer que seja melhor atriz que Dakota. A loirinha é muito mais atriz que a cada vez mais eterna Bella.Bjs
Elton:E eu não preciso referendar mais vc. Apoiado em seu desabafo.rsrs. Abs meu amigo!