Oscar Watch 2012 - Como devem ser as indicações ao Globo de ouro nesta semana?

Prever indicados para premiações não é um mero exercício de futurologia. Há muito de método aí. Além de avaliar histórico, tendências e o comportamento da crítica e da indústria com relação aos potenciais candidatos, é preciso ser dotado de uma intuição muito calibrada com o universo do cinema. No entanto, prever os indicados ao Globo de ouro é uma tarefa que exige um pouco mais de intuição e, por que não, instinto. Isso porque a Hollywood Foreign Press Association (HFPA), que outorga os prêmios, é das organizações mais suscetíveis a influências externas. Ainda que preserve algumas idiossincrasias. Isso posto, o cenário para 2011 – sem favoritos declarados – se demonstra bastante convidativo para análises e especulações às vésperas das nomeações.

O ano foi particularmente especial para as comédias. Categoria modorrenta em 2010, tem pelo menos 8 candidatos fortes as cinco vagas para melhor filme. Meia noite em Paris, The artist, Missão madrinha de casamento, Toda forma de amor e Amor a toda prova largam na frente. Contudo, não dá para descartar as inclusões de Jovens adultos (que vem colhendo ótimas críticas dos correspondentes estrangeiros), Carnage, Uma semana com Marilyn, 50/50, Compramos um zoológico e até mesmo o politicamente incorreto Quero matar meu chefe.

Em um bom ano para comédias, aquelas que flertam com o drama largam na frente: É o caso de 50/50 (foto), Toda forma de amor, Jovens adultos e Carnage

Ainda na seara das comédias, alguns nomes podem ser dados como certo entres os postulantes ao prêmio. Joseph Gordon Levitt, indicado há dois anos por 500 dias com ela, deve voltar à disputa por 50/50. O francês Jean Dujardin deve vir com algum favoritismo por The artist. Outros possíveis concorrentes na categoria são Ewan McGregor (Toda forma de amor), Owen Wilson (Meia noite em Paris), Matt Damon (Compramos um zoológico), Steve Carell e Ryan Gosling (Amor a toda prova).

A disputa entre as atrizes parece mais definida. Michelle Williams (Uma semana com Marilyn), Charlize Theron (Jovens adultos), Kristin Wiig (Missão madrinha de casamento) podem ser apontadas como certezas. As outras duas vagas ficariam entre Kate Winslet, Jodie Foster – ambas por Carnage – e Cameron Diaz por Professora sem classe.

No eixo dramático da premiação, há pouco espaço para improvisos. Os descendentes, O espião que sabia demais e Cavalo de guerra parecem certezas. A briga pelas duas vagas restantes ficaria, portanto, entre Os homens que não amavam as mulheres, Hugo, Drive, O homem que mudou o jogo e Tudo pelo poder. A aceitação a J.Edgar, Tão forte e tão perto, A árvore da vida e a Histórias cruzadas ainda precisaria ser estudada. O primeiro, embora seja de Clint Eastwood – um favorito da HFPA, amealhou críticas desencorajadoras. Stephen Daldry, diretor de Tão forte e tão perto, não goza na HFPA do mesmo prestígio que ostenta na academia. A árvore da vida é um filme muito hermético para a premiação e seria uma surpresa figurar entre os cinco indicados. Já Histórias cruzadas, altamente popular, seria uma deferência ao público.

Alexander Payne e George Clooney em um  intervalo das gravações de Os descendentes: Ambos e o filme devem ser lembrados na quinta-feira, quando a HFPA anuncia os indicados ao Globo de ouro 2012

A disputa pela vaga de ator dramática se mostra especialmente difícil de prever. George Clooney (Os descendentes) e Brad Pitt (O homem que mudou o jogo) podem ser tidos como presenças certas. Gary Oldman (O espião que sabia demais) é outro nome quente junto a HFPA. Leonardo DiCaprio, ainda que tenha esfriado um pouco com J.edgar, pode ser outro nome. A quinta vaga seria disputada por Ryan Gosling com seus dois filmes (Drive e Tudo pelo poder), Michael Fassbender e seus dois filmes (Shame e Um método perigoso) e Woody Harrelson (Rampart).

É  improvável que Meryl Streep fique de fora das indicadas no segmento dramático por A dama de ferro. Mas a concorrência deve ser forte com Tilda Swinton (Precisamos falar sobre Kevin), Glenn Close (Albert Nobbs) e Rooney Mara (Os homens que não amavam as mulheres). Viola Davis deve fechar a lista por Histórias cruzadas.

Entre os diretores a disputa deverá ser intensa. Será que Woody Allen voltaria? E Roman Polanski? É mais prudente apostar no predomínio dos filmes dramáticos aqui. Steven Spielberg (Cavalo de guerra) não deve ficar de fora. George Clooney (Tudo pelo poder) pode ser lembrado nesta categoria também. Bennet Miller (O homem que mudou o jogo) e Tomas Alfredson (O espião que sabia demais) parecem apostas seguras. Stephen Daldry (Tão forte e tão perto), Martin Scorsese (Hugo), David Ficnher (Os homens que não amavam as mulheres) e Alexander Payne (Os descendentes) são outras possibilidades muito palpáveis. O último leva vantagem. Inclusive, é bem provável que Os descendentes lidere a disputa – ainda que não confirme favoritismo.