Crítica - Os especialistas

Por uma cena!

Os especialistas (Killer elite, EUA 2011) é um filme do século XXI que tenta mimetizar o que de melhor o cinema americano das décadas de 70 e 80 produziu. O cinema de espionagem foi um dos alicerces dos anos 70 com filmes como Operação França, A conversação, Os três dias do condor e Todos os homens do presidente. Nos anos 80, no alvorecer da era Reagan, o cinema americano se viu embrenhado no gênero de ação brucutu, no qual o grande expoente foi Rambo.

A fita de Gary McKendry busca provar que esses dois estilos de cinema de ação podem ser conciliados. McKendry consegue seu intento apenas parcialmente.

Jason Statham vive Danny, um mercenário que decide se aposentar e se vê na incumbência de fazer mais um serviço quando seu mentor, papel de Robert De Niro, é sequestrado por um xeique árabe em busca de vingança contra ex-agentes das forças militares especiais inglesas. Além do espetacular nível de dificuldade de sua missão, Danny ainda terá em seu encalço Spike (Clive Owen), cão de guarda de uma sociedade secreta poderosa que opera às margens do governo.

No limiar, a trama é apenas uma distração para o clima de perseguição que se estabelece entre os personagens de Statham e Owen. E é aí que a coisa pende mais para os anos 80 do que para os anos 70. Em compensação, o filme tem bem menos pancadaria do que se poderia supor. O que devolve ao filme o meio termo. No entanto, essa é uma falsa sensação de equilíbrio. Os diálogos não são tão bem escritos quanto em uma modesta produção de espionagem e não são suficientemente trashs para fazer valer a alcunha de filme brucutu.

No entanto, é um deleite ver De Niro tirando onda, Statham bancando o sério e Owen fazendo um vilão com cara de babaca. A cena final não é tão climática quanto poderia ser, mas reúne os três e acaba valendo o filme.