É inegável que este é o filme mais cultuado e mais particular de Sofia Coppola. Ainda que não seja o mais pessoal. É difícil distinguir pessoal do particular – ainda mais com o cinema de Sofia como campo demográfico. Contudo, Encontros e desencontros (Lost in translation EUA 2003) facilita a tarefa. É um filme de investigação da solidão e da erupção de sentimentos e sensações que esta desencadeia. E Bill Murray, que teve o papel de Bob Harris – o ator falido que vai ao Japão gravar um comercial e se deixa cativar pela solitária personagem de Scarlett Johansson – escrito especialmente para ele, é tão importante para o filme de Sofia quanto suas próprias experiências. É sabido, e Sofia gosta de sugerir isso com sua dramaturgia, que sua vida no mundinho de Hollywood lhe inspira como artista. E Murray expressa essa estafa de maneira sutil e, ainda assim, peremptória. Encontros e desencontros não é só sobre amarguras. É sobre o estado de sítio da alma. É pontual que a história se passe com dois americanos no Japão. Não é preciso ceder a miudezas como, por exemplo, o marido fotógrafo star de Scarlett (visivelmente decalcado de Spike Jonze, ex de Sofia) para perceber o refinamento das metáforas da filha de Coppola e a busca pela consagração de um estilo próprio e minimalista. Sofia sinaliza com Encontros e desencontros que busca falar consigo mesma através do cinema. Essa espécie de cinema terapia é referência pós-feminista ou taquicardia passional? Encontros e desencontros é um bom filme sobre temas que, de uma maneira ou de outra, são recorrentes na cinematografia mundial. O que torna o filme de Sofia especial é o despudor com que se assume nostálgico, introspectivo e minucioso em seu microcosmo. Um paradoxo que fascina e surpreende.
Ainda não vi esse filme da Coppola, mas olha, depois de ter visto "Somewhere", acho que nem estou mais tão afim hehe
ResponderExcluirAbs :D
O melhor filme sobre o monótono. Já é um clássico da sofia.
ResponderExcluirGrade Murray, arrasa em cena!
Abs.
RODRIGO
Disse tudo.
ResponderExcluirbjs
Não gosto de "Encontros e Desencontros". Ao lado de "Entre Quatro Paredes" e "Sideways - Entre Umas e Outras", o filme mais superestimado da década passada.
ResponderExcluirAlan:Esse é o melhor filme dela, mas isso não quer dizer muita coisa (#momentomaldade). rsrs.
ResponderExcluirAbs
Rodrigo Mendes: O Murray está supremo mesmo. E vc disse tudo. É um grande filme sobre monotonia...
Abs
Amanda:Valeu! Bjs
Kamila: Eu tb acho esse filme superestimado Ka. Muito. Mas não quer dizer que não seja bom...
Bjs