Sobre Deuses e homens
A Marvel dá o pontapé inicial no verão americano de 2011 com mais um filme que vem encorpar um dos planos mais ousados da história do cinema. Claquete desvenda o capítulo que se escreve com o lançamento de Thor
A ideia de ligar o universo Marvel exige uma engenharia artística, um conceito um tanto quanto imaginativo por definição, não tão simples quanto cunhá-lo. São necessários planejamento, qualidade administrativa, visão e empreendedorismo estratégico. Avi Arad é o homem no centro da mesa. Ao seu lado estão Kevin Feige e David Maisel, os principais responsáveis pela forma com que o universo Marvel está sendo erigido no cinema. Foram eles que fizeram da Marvel, uma licenciadora de personagens de HQ com potencial cinematográfico, um estúdio de cinema atraente para um gigante como a Disney, que comprou a Marvel (estúdio e editora) em um mega negócio de Wall Street em 2009.
O filme Thor, que chega nessa sexta-feira (29 de abril) aos cinemas brasileiros, faz parte desse projeto. E é uma parte importante. Não só porque funciona como apêndice elementar para o filme Os vingadores que materializa o Universo Marvel nos cinemas, mas porque é o primeiro filme do estúdio sem Robert Downey Jr. distribuindo charme como Tony Stark. O incrível Hulk (2008) não conta porque era uma co-produção com a Universal.
Feige e Maisel sabiam que Thor era, em suas idiossincrasias particulares, um personagem difícil de se manipular no cinema. Uma HQ que evoca a mitologia nórdica de maneira superficial e que se viabiliza sobre o cotidiano de um Deus entre os imortais. Mas Thor traz em seu cerne questões inerentes a dramaturgia clássica, como o conflito familiar no berço do poder e a necessidade de humanizar-se para compreender o outro. As falas romanceadas do personagem, os figurinos de época e a existência de universo paralelo presentes na história, em uma época de profusão de filmes de fantasia, podiam ser um trunfo ou um entrave. Era necessário equilibrar-se nessa equação. É aí que entra Kenneth Branagh. Uma escolha inusitada para dirigir um blockbuster de verão. Com um currículo enfeitado por produções muito ligadas a Shakespeare (e ao teatro), Branagh, no entanto, era a escolha óbvia para enrijecer um material frágil, do ponto de vista dramatúrgico, e agregar credibilidade a ele. “O que me motivou a fazer o filme foi a possibilidade de trabalhar com Ken”, admitiu a oscarizada Natalie Portman em entrevista a revista americana Entertainment Weekly. A atriz, que faz o interesse romântico do Deus do trovão, vivido pelo ator australiano Chris Hemsworth, repetiu a mesma declaração em quase toda entrevista promocional que concedeu sobre o filme.
Natalie Portman e Chris Hemsworth em cena de Thor: um filme que alia Shakespeare, humor e grandes ambições
Comédia e conflitos
E como o diretor de filmes como Muito barulho por nada (1993), Hamlet (1996) e Um jogo de vida ou morte (2007) enxerga um filme sobre um Deus arrogante entre mortais? “Como uma comédia com elementos shakespearianos”, declarou em entrevista a revista inglesa Empire. “Existe uma disputa por poder entre dois irmãos, uma busca por aprovação paternal e a necessidade de provar-se humilde. Sou capaz de identificar Shakespeare aí”, continuou o diretor. A trama de Thor começa com o filho de Odin sendo banido de Asgard (terra fictícia em um universo paralelo à Terra) por seu próprio pai, após reincidentes demonstrações de arrogância. Odin objetiva que seu filho se torne mais humilde e nobre e, por isso, o despacha para a Terra. Seu irmão, Loki, conhecido como o Deus da trapaça, trama para que Thor continue afastado de Asgard.
A comédia surge da necessidade de Thor em se adaptar aos costumes terráqueos. Embora já superada nos quadrinhos, no cinema essa gag ainda é inédita e deve facilitar a digestão do filme pelo público. E é importante que isso aconteça. Entre Thor e Os vingadores, que tem estréia marcada para maio de 2012, só Capitão América: o primeiro vingador. Mas isso é papo para julho.
Estou com o pé atrás acerca desse filme, e nem sei por que.
ResponderExcluirhttp://cinelupinha.blogspot.com/
Bom, não tem Robert Downey Jr. distribuindo charme, mas tem Chris Hemsworth exibindo seu belo corpo, kkkk.
ResponderExcluirBrincadeiras a parte, acho que A Marvel está apostando alto em seus Vingadores. Tomara que funcione, quanto a Thor, merecia um roteiro melhor e faltou a Kenneth Branagh criatividade nas cenas de ação, principalmente. Mas, acho que o filme diverte.
bjs
Não tenho grandes expectativas com o filme, mas sou fã do trabalho de Kenneth Branagh, ele fez uma excelente transição para a direção.
ResponderExcluirRafael W: Existem muitas razões para se ter o pé atrás com esse filme Rafael... eu mesmo poderia te elencar algumas...
ResponderExcluirAbs
Amanda: Ah que isso Amanda,esse cara é muito feio... rsrs
Bjs
Película criativa: Concordo plenamente contigo no que toca a qualidade de Branagh e a excepcional transição que ele fez para a direção.
Bjs
THOR me lembra Mestres Do Universo Reinaldo. Rs! Prefiro arriscar na home video!
ResponderExcluirAbs meu caro!
RODRIGO
Rodrigo: É... rsrs. eu já tinha lido um tweet seu a respeito. Acho que aí vc pegou um pouquinho pesado né Rô??? rsrs
ResponderExcluirAbs