A ideia desse Top 10 é honrar diretores de cinema que ao
longo dos anos têm demonstrado talento e versatilidade a frente de projetos
distintos e que revelam uma gama multifacetada de interesses. Muitos desses
diretores são louvados em seu meio enquanto outros são menos conhecidos, mas
igualmente qualificados. Alguns apresentam maior atividade em um gênero
cinematográfico, mas aparecem em outros gêneros vez ou outra; alguns se
exercitam em superproduções e no cinema independente; outros favorecem
experiências estéticas diferentes em cada projeto ou alternância de linguagem.
Enfim, todos fazem por merecer seu lugar nesse ranking.
10 – Bill Condon
Aos 57 anos, o diretor americano, que também é roteirista,
prova a cada novo trabalho uma versatilidade sempre surpreendente. Desde Deuses
e monstros (1998), excelente filme sobre os últimos dias do diretor de
Frankenstein e o desejo que ele nutre por seu jardineiro, que Condon chama a
atenção. Antes disso, porém, já havia rodado a perola B Candyman 2 - a
vingança. Na sequência rodou o excepcional e ousado Kinsey - vamos
falar de sexo (2006), sobre o pesquisador que foi pioneiro nos estudos sobre
sexualidade humana. Dois anos depois, rodou o musical Dreamgirls – em busca de
um sonho, estrelado por Eddie Murphy e Beyoncé sobre alguns dos nomes mais
expressivos da música negra americana do século XX. A guinada
radical se deu com a direção dos dois últimos filmes da saga Crepúsculo. Agora,
em 2013, Condon se prepara para lançar a cinebiografia com jeitão de espionagem
do australiano Julian Assange, The fifth estate.
9 – Ron Howard
Ele até, talvez, merecesse uma posição melhor. Howard faz
comédia, drama, aventura, fantasia e ação. Mas a irregularidade de alguns
projetos força sua nona posição no ranking, apesar da longevidade de seus
trabalhos. Desde Splash- uma sereia em minha vida (1984), Howard tem provado
versatilidade ímpar alternando filmes como Willow – na terra da magia (1988),
Um sonho distante (1992), O jornal (1994), Apollo 13 – do desastre
ao triunfo (1995), O preço de um resgate (1997), O grinch (2000), Uma mente
brilhante (2001), Desaparecidas (2003), O código Da Vinci (2006), Frost/Nixon
(2008), O dilema (2011) e o inédito Rush – no limite da emoção
(2013). Ufa!
8 – Robert Zemeckis
Outro que já fez de tudo! Comédia. Ficção científica.
Comédia de ficção científica. Animação. Policial. Drama… Zemeckis é
seguramente um dos diretores mais importantes da história do cinema e sua
contribuição vai além da trilogia De volta para o futuro e de filmes
revolucionários como O expresso polar e A lenda de Beowulf. Ele esteve a frente
de filmes tão diversos como Tudo por uma esmeralda (1984), Uma cilada para
Roger Rabbit (1988), A morte lhe cai bem (1992), Forrest Gump – o contador
de histórias (1994), Contato (1997), Revelação (2000) e o recente O voo (2012).
7 – Mike Nichols
Outro diretor cuja longevidade no cinema lhe permitiu
muitas experimentações. Da crônica política à sátira, passando pela comédia de
teor sexual ao drama mais profundo com raiz teatral. Nichols caracterizou-se
pela excelente direção de atores nos mais variados gêneros. São deles os
brilhantes Quem tem medo de Virginia Woolf? (1966), A primeira noite de um
homem (1968), Ânsia de amar (1971), A difícil arte de amar (1986),
Uma secretária de futuro (1988), Lobo (1994), A gaiola das loucas (1995),
Segredos do poder (1998), Closer – perto demais (2004) e Jogos do poder (2007).
6 – Curtis Hanson
Outro diretor que trafega com desenvoltura por gêneros
diversos. Do drama biográfico com jeito de musical alternativo (8 mile – rua das ilusões) ao
modernoso thriller financeiro (Grande demais para quebrar), passando por filmes
tão diferentes e cheios de qualidades como A mão que balança o berço (1992), O
rio selvagem (1994), Los Angeles – cidade proibida (1997), Garotos incríveis
(2000), Em seu lugar (2005) e Bem vindo ao jogo (2007).
5 – Taylor Hackford
Esse é um verdadeiro mestre da versatilidade. Não à toa,
ocupa com desenvoltura a presidência do sindicato dos diretores em Hollywood. Desde
os anos 70, Hackford tem transitado por gêneros e orçamentos variados. Seu mais
recente filme, o B por excelência e nostalgia Parker (2013) não guarda nenhuma
semelhança com, por exemplo, o ótimo thriller romântico Paixões violentas
(1984) – um dos pontos altos da década de 80. Narrativas com ritmo e tempos
diferentes são sua especialidade. Um artesão de marca maior responsável por
filmes tão díspares como O sol da meia-noite (1985), Advogado do Diabo (1997),
Prova de vida (2000) e Ray (2004).
4 – Ridley Scott
Não dá para discutir com a proeminência da carreira de
Ridley Scott. Uma carreira sólida na ficção científica com ótimos exemplares de
comédia, ação e drama. Sem contar filmes épicos e de guerra que estão entre os
mais significativos da história do cinema. Uma rápida pincelada na filmografia
de Scott e temos filmes como Blade runner – o caçador de androides (1982), A
lenda (1985), Chuva negra (1989), Tormenta (1996), Gladiador (2000), Hannibal
(2001), Falcão negro em perigo (2001), Os vigaristas (2003), Um bom ano (2006)
e O gangster (2007).
3- Steven Soderbergh
Ele não poderia ficar de fora do pódio. Prolífico e
versátil, Soderbergh alterna grandes orçamentos com produções independentes,
além de experimentar linguagens renovadas com certa frequência. De Sexo,
mentiras e videotape (1989) a Terapia de risco (2013), chamou a atenção com
projetos tão diversos como Irresistível paixão (1998), Traffic – ninguém sai ileso
(2000), Onze homens e um segredo (2001), Solaris (2002), Bubble (2005), O
segredo de Berlim (2006), Che: o argentino (2008), O desinformante (2009), A
toda prova (2011) e Magic Mike (2012).
2- James Mangold
Ele só não está no topo desse ranking porque uma figura
chamada Steven Spielberg, patrimônio do cinema, reclamou a primeira posição.
Com justiça, diga-se. Nenhum diretor com um filmografia relativamente tão curta
caminhou por caminhos tão largos assumindo projetos tão distintos e
desafiadores como Mangold. De comédias românticas a biografias de lendas da
música, passando por adaptações de HQs e westerns. Mangold é um diretor de
cinema em toda a sua abrangência. São deles os filmes Cop land (1997), Garota
interrompida (1999), Kate & Leopold (2001), Identidade (2003), Johnny &
June (2005), Os indomáveis (2007), Encontro explosivo (2010) e Wolverine:
imortal (2013).
1 – Steven Spielberg
Precisa explicar? Vamos lá! O homem que inventou o conceito
de blockbuster e fez o filme de aventura que o American Film Institute
considera o mais completo e referencial (este filme é Os caçadores da arca
perdida, caso você esteja se perguntando) já fez dramas das mais variadas procedências,
filmes pequenos, filmes grandes, algumas das ficções mais celebradas da
história, comédias, aventuras, filmes de guerra e até drama político. Spielberg
tem seus cacoetes, até certo ponto indissociáveis de sua persona, mas parece
pacífico que é capaz de rodar o filme que quiser e da maneira que quiser.
Alguns pontos altos: Tubarão (1975), E.T (1982), A cor púrpura (1985), Jurassic
Park – o parque dos dinossauros (1993), A lista de Schindler (1993), O resgate
do soldado Ryan (1998), Minority report – a nova lei (2002), Prenda-me se for
capaz (2002), O terminal (2004), Munique (2005), Lincoln (2012).
Bela ideia esse Top 10. Ótimos profissionais dentro do cinema. Dos citados, gosto mto do Zemeckis, do Ron Howard e do Spielberg. Eu listaria tb o Frank Daranbont, que faz tv e cinema com extrema qualidade. Parabéns pelo espaço.
ResponderExcluirThiCarvalho: Obrigado pela visita e espero recebê-lo aqui em Claquete mais vezes. Até pensei no Darabont, mas pensando estritamente em cinema ele dirigiu muito pouco para fazer frente a essas figuras aí...
ResponderExcluirAbs
só realizadores Norte-Americanos?
ResponderExcluirE o Tarantino?
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