Imagem: nerdsontherock
O verão americano de 2013 ainda não acabou. Ainda restam
alguns filmes de médio porte para serem lançados no mercado americano como Kick
Ass 2, Paranoia, Jobs (todos lançados neste fim de semana), entre outros, mas já é possível extrair alguns
ensinamentos de uma temporada com altos e baixos bem mais proeminentes do que
se poderia imaginar. O raio x do verão, como já tradicional aqui em Claquete,
será publicado em setembro, mas vencedores e vencidos já são de conhecimento
público.
A maior derrotada da temporada é a produção de grande
orçamento. Os fracassos de filmes como Depois da terra, Círculo de fogo, O
cavaleiro solitário, O ataque e R.I.P.D mostraram que produções gigantes nem
sempre são a melhor alternativa para se assegurar o lucro, como vem sendo a
praxe em Hollywood há alguns anos. Curiosamente, fracassaram justamente as
produções que, se não essencialmente originais pelo menos não faziam parte de
franquias estabelecidas, o que oferece um contraponto dentro do mesmo
argumento.
Outro aspecto que acusa a necessidade de relativização é o
número que o saldo das bilheterias da temporada já arranha: U$ 4,15 bilhões
segundo reportagem da Variety, publicação norte-americana que cobre o mundo do
entretenimento. Esses números colocam o verão de 2013 abaixo apenas do verão de
2011 em matéria de arrecadação, mas ainda há um mês de movimentação no box
office americano que pode levar 2013
a ser a temporada mais lucrativa dos últimos seis anos.
Como é possível?
Em parte pelo êxito de produções de médio porte como Truque
de mestre, This is the end, Invocação do mal e The purge e da força de
franquias baratas como Meu malvado favorito 2 e Velozes e furiosos 6.
Cartaz de This is the end: ideia original de Seth Rogen que agradou na temporada |
Reside justamente aí a raiz dessa equação. Estúdios de
cinema estiveram ávidos por produções gigantes que pudessem fisgar o interesse
da plateia. Mas com esses filmes cada vez mais caros, o rendimento precisa ser
cada vez mais elevado. Todos os grandes lançamentos da temporada, incluídos os
sucessos (Guerra mundial Z, Homem de ferro 3, os que não fizeram feio (O homem
de aço, Wolverine: imortal) e os fracassos (O cavaleiro solitário e
Círculo de fogo) custaram U$ 200 milhões ou mais. O lucro passou a ser uma
variante arriscada. “Eles fizeram um filme sobre dois homens a cavalo no
deserto ao custo de U$ 225 milhões”, disse Mark Wahlberg sobre o prejuízo de U$
200 milhões que O cavaleiro solitário dará à Disney depois de render pouco mais de U$ 200 milhões até agora. “Para onde o dinheiro está
indo?”, indagou o ator.
É esse o questionamento na cabeça dos grandes executivos de
estúdio neste momento. Principalmente quando uma mudança capital, como o acordo
da Legendary com a Universal (para saber mais clique aqui) promete mudanças
radicais no sistema de capitalização para grandes lançamentos.
As animações continuam imunes a essas variações de humor do
mercado e representam um alento para os estúdios. Com a Pixar fora de sua
melhor forma (Universidade monstro, terceira sequência do estúdio em quatro
anos, está longe de ser uma unanimidade) todos os estúdios beliscam uma boa
fatia das bilheterias com animações que fisgam um público cada vez mais amplo.
Spielberg disse há algum tempo atrás que acreditava que ocinema no futuro só exibiria filmes de grande orçamento. Essa profecia está
agora em choque. Há
dois caminhos a serem seguidos no curto prazo: ou se investe mais nesse tipo de
filme, inflacionando ainda mais o custo dessas produções se aproximando do cenário previsto por Spielberg ou se abre para as
produções de médio orçamento favorecendo uma mescla no portfólio de cada
estúdio na temporada. O verão de 2015, que já conta com um sem número de
grandes lançamentos, talvez enseje uma resposta mais definitiva à pergunta que
abre esta reportagem.
Excelente panorama, Reinaldo, como sempre.
ResponderExcluirMas seria 2013 um ano atípico em termos de blockbusters? Afinal, filmes que ninguém esperava fizeram muito dinheiro, como os que tu citou (The Purge, The Conjuring, Truque de Mestre...) e projetos considerados certeiros em bilheteria acabaram por naufragar (O Cavaleiro Solitário e, triste dizer, Pacific Rim). Bem curioso.
Talvez isso venha a mudar mesmo a concepção das produtoras, sim, e eu acho isso bem positivo, até pela veia autoral e o resquício de liberdade que diretores poderão gozar, tendo um filme de baixo/médio orçamento como aposta. Acho que mesmo se tais filmes menores forem "apostas", o peso da necessidade de fazer dinheiro será menor... e talvez isso dite uma nova tendência nos verões futuros. Vamos aguardar...
Abs!
Obrigado meu caro. Pois é, acho que 2015 com sua leva monstruosa e desde já histórica de megalançamentos será decisivo para os rumos dessa conversa. Mas a sementinha está plantada. E lembre-se: vc viu primeiro aqui! rsrs
ResponderExcluirAquele abraço!