terça-feira, 27 de março de 2012

Crítica - Protegendo o inimigo

Eficiência e ritmo

Você já viu a história de Protegendo o inimigo (Safe house, EUA 2012) várias vezes. Mas raramente viu com tamanho senso de ritmo, probidade narrativa e adensamento visual. A favor desse thriller de espionagem que não apresenta nada novo, mas se apresenta com frescor estão Daniel Espinosa, diretor sueco de ascendência chilena em seu primeiro trabalho hollywoodiano, e Denzel Washington, ator cujo carisma parece desconhecer limites.
Em Protegendo o inimigo, Washington vive Tobin Frost, um ex-agente da CIA que hoje atua como free lancer e vende inteligência para quem puder pagar mais. Frost é capturado na Cidade do Cabo e conduzido a um abrigo que a CIA mantém na cidade sul-africana, instalação sob responsabilidade do novato Matt Weston (Ryan Reynolds). Mas antes que os interrogadores possam obter algum êxito em suas tarefas, o local é invadido pelos mesmos perseguidores que já estavam no encalço de Frost antes.
A partir daí, Protegendo o inimigo adentra a seara da previsibilidade, mas jamais é maçante. Daniel Espinosa é hábil na construção de seu filme. Se se referencia na linguagem visual cunhada por cineastas como Tony Scott e Alfonso Cuáron, como fotografia saturada, montagem nervosa e câmera em constante close nos protagonistas, o sueco não faz do requinte visual um elemento de desequilíbrio. Pelo contrário, provê ritmo às atuações imperiosas de Washington e Reynolds – que depois de um 2011 temerário, reencontrou-se em um bom filme.

Denzel e Ryan em cena: atores que sustentam o interesse pelo filme


Um espectador calejado sabe exatamente para onde Protegendo inimigo ruma, mas não se impacienta em virtude dessa consciência. Um mérito que precisa ser atribuído a Espinosa, que orquestra seu filme maravilhosamente bem desde a apresentação dos personagens até às inevitáveis traições e alianças finais, e a Washington, que permanece um ímã para o público. Como um espião ambíguo e oferecendo-se como contraponto ao bem intencionado personagem de Reynolds, o ator demonstra, mais uma vez, que nem mesmo precisa se esforçar para ser um mestre da cadência. Foi ele, também produtor da fita, quem escolheu Daniel Espinosa para dirigir Protegendo o inimigo e o filme nitidamente se beneficia dessa rima de talentos.

5 comentários:

  1. Já li algumas resenhas sobre esse filme e realmente estou interessado em vê-lo, principalmente porque acho Ryan Reynolds carismático e porque acredito mesmo no poder de entretenimento desse filme. Mesmo que não seja uma grande obra - não me parece sê-lo -, acho que me divertirei.

    Dá uma passada no meu blog, tem posts especiais sobre o Oscar desse ano. :)

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  2. É um antigo clichê sobre literatura dizer que todas as grandes histórias (e também as pequenas) já foram contadas. Que hoje, o que um autor pode conquistar é criar um jeito especial de contar. Parece pouco, mas é isso que faz com que todos os dias milhões de brasileiros assistam mais alguma zilionésia versão de Romeu e Julieta pelas mãos de Glória Perez. Ok, Glória Perez nunca é um bom exemplo, rsrsrs
    Enfim, se com uma história batida, esse time conseguiu prender sua atenção e te divertir, cara eles são bons, rsrsrs

    Bjs

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  3. Luís: É aquele entretenimento que funciona muito bem Luís. Difícil desgostar.
    Abs

    Aline: rsrs. Gostei da elaboração.
    Bjs

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  4. Todo filme com Denzel Washington é bom, é só ver a cara dele que já dá vontade de assistir.

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  5. Adoro o Denzel Washington, mas a 01h14 minutos de filme, foi impossível continuar vendo esse longa. Começa muito bem, e a medida que se desenrola, os acontecimentos se passam de uma forma absurda. Então preferi desligar a TV. A atuação de Denzel é maravilhosa, como sempre, mas os exageros nas sequências das cenas, além de surreal, destroem todo o filme, que conta ainda com outros bons atores. Fiquei muito triste e decepcionada por não conseguir ver todo o filme de tão ruim.

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