A força de George Clooney
Há quem acredite que o star power, (o poder de apelo que as estrelas de cinema exercem) está próximo do fim. Para os defensores desta teoria, os avanços da tecnologia, personagens cada vez mais bem escritos, a incessante onda das adaptações de outras mídias pelo cinema e o desgaste proporcionado pela celebrity gossip têm minado o poder de atração de estrelas que outrora reinavam nas bilheterias. É só pegar o último verão americano em que se verifica que filmes que contavam única e exclusivamente com seus astros como chamarizes fracassaram (Comer, rezar e amar, Encontro explosivo e, até mesmo, Salt). Não é possível negar por completo a teoria. É óbvio que Angelina Jolie exerce um senhor apelo junto ao público. Acontece que as expectativas sempre altas dos executivos de estúdio esperavam que ela exercesse mais. Salt custou algo em torno de U$ 150 milhões e rendeu pouco mais que isso nos EUA. Não chega a ser um sonoro fracasso, mas passa longe de justificar os U$ 20 milhões entregues a Jolie pelo filme.
O independente e parado O americano alcançou o topo das bilheterias em seu fim de semana de estréia
É nesse cenário que um nome como George Clooney reluz. A nova fita estrelada pelo astro, Um homem misterioso, é uma produção independente dirigida por um diretor alemão desconhecido vindo do mercado de videoclipes. A única fita prévia de Anton Corbjn é Control (2007), sobre a vida de Ian Curtis, líder do Joy division. Um homem misterioso, que custou algo em torno de U$ 25 milhões, tinha um cronograma de lançamento modesto. A focus (estúdio que distribui o filme) programou a fita para 460 salas no início do outono americano na expectativa de se beneficiar da entressafra verão/outono. De quebra, o lançamento ocorreu na semana seguinte a homenagem que Clooney recebera na entrega dos prêmios Emmy. Estrela boa também precisa de timing. Um homem misterioso estreou em primeiro lugar (o que surpreendeu críticos e analistas de mercado) superando estréias manjadas como Machete (1.200 salas) e Amor à distância (1.300 salas). A bilheteria, é bem verdade, não foi um arraso, mas os U$ 15 milhões computados no primeiro fim de semana, além da discussão em torno do filme, foram para lá de benéficos.
Esse caso mostra três fatores muito importantes em relação ao star power. O primeiro diz respeito a George Clooney. É necessário ter, além de carisma, simpatia. Genuinamente. Em contraposição à Angelina Jolie que só é simpática em entrevistas promocionais. O segundo aspecto revelador desse caso é que se o star power é hoje um conceito mais frágil do que há 15 anos e, incomparavelmente, mais diminuto do que na era de ouro hollywoodiana, é porque os estúdios ou desaprenderam a investir em um ator/atriz ou não fazem questão de fazê-lo. O tratamento que a Focus deu a Um homem misterioso (o filme não entusiasmou a crítica) mostra que um ator ainda é decisivo na hora do público médio escolher o filme do fim de semana.
O terceiro ponto deriva diretamente do segundo. Um ator precisa ser bom e carismático para convencer o público a preferi-lo ao invés de ceder a um blockbuster genérico. George Clooney confia no seu taco e o público, ao levá-lo ao primeiro lugar em um fim de semana com estréias maiores, mostrou que confia também. E muito.
Esse caso mostra três fatores muito importantes em relação ao star power. O primeiro diz respeito a George Clooney. É necessário ter, além de carisma, simpatia. Genuinamente. Em contraposição à Angelina Jolie que só é simpática em entrevistas promocionais. O segundo aspecto revelador desse caso é que se o star power é hoje um conceito mais frágil do que há 15 anos e, incomparavelmente, mais diminuto do que na era de ouro hollywoodiana, é porque os estúdios ou desaprenderam a investir em um ator/atriz ou não fazem questão de fazê-lo. O tratamento que a Focus deu a Um homem misterioso (o filme não entusiasmou a crítica) mostra que um ator ainda é decisivo na hora do público médio escolher o filme do fim de semana.
O terceiro ponto deriva diretamente do segundo. Um ator precisa ser bom e carismático para convencer o público a preferi-lo ao invés de ceder a um blockbuster genérico. George Clooney confia no seu taco e o público, ao levá-lo ao primeiro lugar em um fim de semana com estréias maiores, mostrou que confia também. E muito.
George Clooney, que também é produtor da fita, usa seu prestígio para jogar luz em projetos que não despertariam naturamente o interesse do americano médio
Vi hj Amor sem escalas
ResponderExcluirClooney está ótimo
!!
As celebridades deveriam ficar mais atentas a esse resultado do Clooney e pensar seriamente em seguir o exemplo. Cada uma cuida da sua vida, um tantinho do mundo, rsrsrs e se esforça pra fazer bons trabalhos. Acho q o público já reconhece um certo "padrão Clooney de qualidade".
ResponderExcluirAh, Marcelo, também adorei "Amor sem escalas".
Eu acho que os "astros" ainda conseguem chamar o público, porém tem vários fatores que contribuem para um sucesso ou não, como a crítica e o filme em si, gosto de Jolie, mas vendo sinopse de "Salt" eu não conferi ao saber que era apenas mais um filme de espião. Gosto bastante de Clooney, acho ele um bom ator e carismático, quero ver este filme dele!
ResponderExcluirEu gosto bastante do George Clooney e acho que ele SEMPRE funciona, independente do papel. Mas, ele não consegue se livrar da própria imagem. Quando eu assisto um filme com ele, enxergo George Clooney em cena, não um personagem...
ResponderExcluirPuxa, não havia parado pra pensar nesse assunto abordado no começo Rei. É verdade, um ator sozinho, mesmo que esse seja um de peso, não é mais sinônimo de sucesso de bilheteria.
ResponderExcluirAgora é diferente quando um filme reúne um elenco de peso né? Tiro por mim, quando vejo um filme á lá Os Mercenários, com uma pensa de astros, o diretor, o roteiro, pode ser tudo furreba, mas pra mim, vale á pena :)
E o George....ah, o que dizer? Ele me liga TODOSANTODIA, mas eu já falei pra ele desencanar, já falei que não rola o nosso romance sabe? Pobrezinho .....
rs
Beijoss
Marcelo: Está sim. Aliás, eu teria dado o Oscar para ele esse ano.Apenas Colin Firth por Direito de amar estava em nível equivalente. abs
ResponderExcluirAline:Disse tudo. Percebeu bem a "moral" do artigo e acrescentou a "moral" que lhe faltava. bjs
Alan: É a tese que eu defendo. Os astros chamam público. Sempre chamaram e sempre chamarão. Aponto no artigo o pq da mudança dessa percepção e aponto tb o caminho para que seja retomada a prolífera era de ouro de hollywood e deixo claro pq Clooney, nesse contexto, está um passo a frente. abs
Matheus:Entendo esse ponto de vista Matheus e respeitosamente discordo dele. Mas muita gente compartilha dessa sua posição. De qualquer maneira, esse fato não interfere na questão tratada no artigo. Abs
Laís: O próprio Clooney foi capitão do time dos filmes de Danny Ocean que reuniram elencos estrelados. Esse é um tipo de projeto que sempre deu certo em Hollywood e continuará por um bom tempo. Não há fórmula que subjugue o poder de atração de um time de estrelas.
Quanto a Clooney te perseguindo, rsrs, dá uma chance para ele vai... rsrs
bjs