segunda-feira, 31 de maio de 2010

Movie Pass

Antes de qualquer coisa, a licença para homenagear uma lenda vida do cinema. Clint Eastwood completa hoje, dia 31 de maio, 80 anos de idade. Esbanjando vitalidade e categoria, Eastwood continua prolífero e ressonante como cineasta. Como ator, encerrou sua carreira com Gran Torino (2008). Segundo Clint, ele abandonou a carreira de ator porque não vê muitos papéis para ele nesta idade. Não deixa de ter razão. Contudo, sua justificativa deixa aberta a possibilidade para que o vejamos como ator mais adiante.
A seção Movie Pass deste mês, em homenagem a essa icônica figura do cinema, destaca um filme fundamental da filmografia do ator e cineasta. As pontes de Madison (The bridges of Madison County, EUA 1996) é essencial para entender o cineasta Clint Eastwood e sua transformação de ator de westerns e filmes B de ação em mestre autoral do cinema mundial.
No filme, atípico até então na carreira de Eastwood tanto como ator quanto como diretor, Eastwood vive um fotógrafo que se apaixona por uma dona de casa interpretada por Meryl Streep. A história de amor vivida pelo discreto Robert Kincaid e por Francesca (mulher casada que só naquele momento vislumbra um ranço de plenitude) é das mais fortes já concebidas pelo cinema. Não há muito que se possa dizer sobre o filme sem se alongar ou ser estraga prazeres. Uma obra que atesta a sensibilidade de Eastwood como cineasta e antecipa o caminho que ele seguiria irreversivelmente após Sobre meninos e lobos (2003). Um cinema mais autoral, focado nos dilemas de seus personagens e permeado por questões existenciais – ainda que elas não estejam no centro de seus filmes. Seja em um romance ou em um filme de guerra, essas questões estão lá.
Mas o que torna As pontes de Madison cult é o fato de Eastwood, auxiliado por uma das melhores performances da carreira de Meryl Streep conseguir tangenciar o dissabor do amor idealizado e conferi-lo perspectiva. Tal qual no espetaculoso Titanic de James Cameron (que seria lançado dali a um ano), o amor eterno só é preservado se não for vivido. Só que neste filme, o entorno dessa conclusão, além de triste e verdadeiro, é dos mais poéticos.

5 comentários:

  1. Comprei esse dvd e até hoje não vi...Eastwood é um dos melhores na direção!

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  2. Poetico e triste! Impossível não se comover com as mãos de Merryl Streep hesitando em puxar ou não puxar aquela maçaneta. Aquelas mãos talvez não merecessem o Oscar, mas a dona daquelas mãos, sim!

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  3. Vitor Silos: Prazer imenso recebê-lo aqui em Claquete Vitor. Espero que volte sempre e goste da repercussão que o cinema recebe aqui. E vc tem que ver esse filme... Abs

    Cássio Bezerra:Vc está certíssimo Cássio.Abs

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  4. Oi Rei eu adoro a Meryl ,e o Clint Eastwood é perfeito ator, diretor ,pena eu não ter assistido ainda As pontes de Madison ,mas vou coloca-lo na lista .
    beijos

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  5. Pois é Lu, tá na hora de corrigir essa omissão. Vc irá se apaixonar por esse filme. Seguramente!
    bjs

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