domingo, 2 de maio de 2010

ESPECIAL O MUNDO IMAGINÁRIO DO DOUTOR PARNASSUS - Insight

Um louco chamado Terry Gilliam



Existem cineastas que são cultuados por suas esquisitices e existem cineastas que são cultuados pela capacidade de transformar esquisitices em arte. O americano Terry Gilliam, que já avança aos 70 anos de idade, é um dos poucos que pertencem tanto a um grupo quanto ao outro. Um dos homens por trás do cultuado Monty Python (série de TV que também rendeu alguns idolatrados filmes nas décadas de 70 e 80), é um diretor inquieto e ansioso por reproduzir os delírios mais variados. Desde que seus; de preferência. Gilliam já declarou mais de uma vez que prefere dirigir roteiros que escreva ou que, no mínimo, colabore ativamente na confecção.
Depois do período com o Monty Python e de exercitar um senso de humor ácido, o diretor balançou as estruturas vigentes na década de 80 com uma ficção científica pessimista. Brazil – o filme, estrelado por Robert De Niro e Iam Holm, foi considerado por muitos como a melhor tradução de 1984, o livro de George Orwell. Gilliam foi, inclusive, indicado ao Oscar pelo roteiro do filme.

O diretor em momento quem tem medo do lobo mau?


Seus filmes geralmente apresentam exuberância visual e são, em sua maioria, experiências herméticas. Não são filmes para um espectador amplo. Seja pela veia corrosiva do cineasta (seus filmes não obedecem fórmulas hollywoodianas), seja por sua resistência em tornar-se mais aprazível para o grande público. Um de seus maiores sucessos de público e crítica, tendo sido inclusive indicado a vários Oscars, Pescador de ilusões (1991) é o trabalho que menos se orgulha de ter feito, conforme já declarou em entrevista a revista americana Rolling Stone. Pudera. Foi este o único filme em que não esteve envolvido com o processo de roteirização.
Curiosamente, passaram-se 4 anos entre esse e o filme sequente da carreira de Gilliam. Os 12 macacos (1995), que trazia Brad Pitt e Bruce Willis em uma ficção apocalíptica e bastante elaborada, foi o segundo maior sucesso de público do cineasta. Até hoje segue como o último.
Desde então, o diretor realizou três filmes. Dois dos quais debutaram e competiram no festival de Cannes. Os dois últimos com Heath Ledger. Os irmãos Grimm (2005) e O mundo imaginário do doutor Parnassus (2009). Por quem confessa: “Me apaixonei! Era um ator completo e melhor a cada take”, relatou a Entertainment Weekly em memorial que a revista preparou em homenagem ao aniversário de um ano da morte do ator ano passado.

Gilliam abraça Heath Ledger em Veneza onde exibiram Os irmãos Grimm em 2005
Terry Gilliam há anos planejava filmar a tragédia de Dom Quixote. Finalmente, com Johnny Depp (que dirigiu em Medo e delírio em Las Vegas e em O mundo imaginário do doutor Parnassus) a bordo, o filme entrou em pré –produção. “Aos 70 anos vou realizar meu sonho de criança”, disse ao site Ain´t it cool news sobre sua expectativa quanto ao filme.
Terry Gilliam refuta o título de visionário que muitos tentam lhe atribuir. Ficou famosa uma fala sua que pode ser encontrada no site IMDB: “Um dos maiores visionários de Hollywood? Eu não sou nem mesmo um diretor de Hollywood”. Como se vê, o senso de humor continua sendo a base de Gilliam que pode ser incomum, mas não é louco. Afinal de contas, já disse que seus atores preferidos são Johnny Depp, Tom Waits e Heath Ledger. Se ele é louco, todos somos.
Gilliam em momento toda loucura é relativa...

2 comentários:

  1. Eu vi algumas imagens de O mundo imaginário do doutor Parnassus , e é simplesmente fantástico. Quero muito ver esse filme !

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  2. Eu tb Alan e se ajeite pq todos os dias dessa semana tem um post do especial Dr. Parnassus.

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