Por dentro da cabeça de Francis Ford Coppola
Não é fácil ser o realizador de O poderoso chefão. Muito menos ser o homem que desmoralizou a guerra do Vietnã. O cineasta americano Francis Ford Coppola é esse homem. Nos anos 70, quando concebeu suas obras primas, foi muito ativo. Nos anos 80, uma década de extensão para os mestres americanos (De Palma, Scorsese, Spielberg e o próprio Coppola) dos anos 70, também foi prolifero. Lançou, em média, um filme a cada dois anos.
O homem que tem em seu currículo Oscars, globos de ouros, Palmas de ouro, leões de ouro e tudo quanto for prêmio que você possa imaginar, não consegue arranjar financiamento para seus filmes. Na década passada só rodou dois filmes e penou para conseguir financiamento para eles. Antes de Youth without youth (2007) e Tetro (2009) seu último filme, O homem que fazia chover, data de 1997. Mas por que Coppola tornou-se tão recluso? Durante o tempo sem filmar, o diretor se retirou na Argentina (onde desenvolveu o roteiro de Tetro) e pôs-se a repensar sua posição como homem de cinema. Queria um tempo. Era o momento de fazer uma análise e voltar a colocar as coisas nos eixos. Como de Apocalipse Now passou a Jack (mal fadado filme família estrelado por Robin Willians)? A fita de 1996 foi a última tentativa de Coppola de tentar realizar um cinema mais comercial. Mas o desempenho de Jack nas bilheterias mostrava que ninguém tinha interesse em ver um Coppola comercial. A critica também apontava a todo tempo que Coppola já não era mais o mesmo. “Um cineasta que não tem mais nada a dizer”, vaticinavam alguns críticos mais ferozes à época. Tanto que seu filme seguinte, O homem que fazia chover (1997) foi profundamente subestimado. O drama estrelado por Matt Damon era um poderoso exercício de metalinguagem orquestrado por Coppola sobre sua inadequação. Depois da frieza com que o projeto foi recebido, Coppola se retirou. Aceitou supervisionar os trabalhos de alguns amigos e protegidos. Marcou presença na cerimônia do Oscar de 2004 em que sua filha Sofia foi um dos principais destaques, também esteve lá para prestigiar outro renegado histórico, Martin Scorsese, em 2006. Foi consultor de Spielberg, Sean Penn e outros amigos em projetos diversos como A.I–inteligência artificial, A promessa e Supernova. O cinema era apenas uma paixão naquele momento, como profissão era preciso dar um tempo.
O diretor com o elenco e a equipe de produção de Tetro na Argentina
O tempo foi passando e as pessoas começaram a se perguntar por onde andava Coppola. Aquele gênio de O poderoso chefão e Apocalipse now. Suas obras primas se impuseram a seus infortúnios e foram a elas que os críticos recorriam para justificar por que era importante Coppola retomar seu cinema. Não se sabe se esse clamor, que se deu principalmente na Europa, foi decisivo, ou mesmo se exerceu alguma influência, no retorno do diretor. Fato é que em 2007, Coppola estava de volta a Veneza com Youth without youth.
O filme não agradou. A critica, por sua vez, não foi tão massacrante com Coppola quanto vinha sendo nos anos 90. Dois anos depois, dessa vez em Cannes, Coppola apresentou Tetro, seu último filme, e novamente não agradou a critica. À sombra de suas obras famosas, Coppola continua com o estigma de diretor que não tem mais nada para dizer.
O filme não agradou. A critica, por sua vez, não foi tão massacrante com Coppola quanto vinha sendo nos anos 90. Dois anos depois, dessa vez em Cannes, Coppola apresentou Tetro, seu último filme, e novamente não agradou a critica. À sombra de suas obras famosas, Coppola continua com o estigma de diretor que não tem mais nada para dizer.
O documentário O apocalipse de um cineasta, realizado em 1991, mostra o inferno que foram as gravações de Apocalypse now. O filme que muitos pensaram que Coppola não terminaria. No ínicio da década passada, Coppola lançou uma edição restaurada e com 30 minutos a mais de sua obra prima, chamada Apocalypse now redux
Não sou fã do Francis, não vi muitos de seus filmes, mas suas obras primas a trilogia do Poderoso Chefão já tive a chance, quanto a essa do Vietnã, tenho essa ultima versão Redux, mas ainda não vi.
ResponderExcluirFrancis Ford Coppola é um grande cineasta. Ironia suprema é que, talvez, fosse melhor se não fosse o diretor desses "pequenos" filmes. rsrs Vale a pena assistir o redux. Ficou melhor do que o original. ABS
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