quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cannes updated # 8

Produção ucraniana causa furor em Cannes
My Joy, co-produção entre Alemanha e Ucrânia, dirigido pelo bielo-russo Sergei Loznitsa foi exibido na noite de ontem em Cannes. O filme impressionou a critica pela voracidade da história e pela brutalidade com que o diretor a apresenta. A fita acompanha a história de Georgy, um caminhoneiro que depois de uma batida policial abusiva, adentra uma espiral de violência. Chamou a atenção da critica em Cannes, a engenhosidade da trama, com valorosos truques de montagem, e o retrato pessimista que faz da Rússia. O filme já é cotado para prêmios. A Palma de roteiro, ou até mesmo direção, são apostas seguras.

O diretor Sergei Loznitsa, no centro, e o elenco de seu filme: sensação em Cannes

Negócio fechado
A Sony Pictures Classics, selo de arte do grupo Sony, fechou a aquisição de Another year, novo filme de Mike Leigh, que foi um dos destaques desta edição do evento e é forte candidato a Palma de ouro no fim de semana. A Sony Pictures Classics tem tradição de distribuir no mercado americano filmes europeus que fazem sucesso em Cannes e em outros festivais. Na última edição do Oscar, emplacou entre os dez filmes finalistas, outro drama inglês, Educação.

Um legítimo Godard
Dois dias depois da exibição de Film socialisme, o mais recente filme de Jean Luc Godard, o diretor francês ainda é assunto na riviera francesa. O que se fala de seu filme é que nem todo mundo o entendeu, mas ficou claro o que Godard quis dizer com ele. É mais um ataque do veterano socialista a questões capitalistas como direitos autorais, oriente médio e política.
No filme, a tradicional colagem de imagens de Godard ganhou uma “tradução” redigida pelo próprio diretor nas legendas em inglês do filme. Com passagens em francês e alemão, Godard “traduziu” para o inglês as ideias chaves dos debates aos quais se lança. Produzindo assim significados diferentes de acordo com a formação linguística de seu espectador.

A rota de Ken Loach
Ken Loach esteve em Cannes ano passado, fora de competição, com o agradável A procura de Eric. O filme, de tom esperançoso, foi tomado como uma anomalia na carreira do cineasta tão propenso ao pessimismo. Este ano, Loach foi incuído – nos últimos minutos – na competição oficial com o drama Route irish. O filme ainda não teve sua premiere em Cannes. Alguns críticos e jornalistas, no entanto, já conferiram. O crítico Kirk Honeycutt do Hollywood Reporter vaticinou: “Loach volta a falar sério sobre política em um thriller que se vale das empresas de consultoria de segurança no Iraque”. O crítico argumenta que Loach evita o lugar comum e extrai um poderoso drama sobre o luto e realiza um tenaz comentário político com seu filme ambientado no Iraque sitiado. Para o crítico, o filme se encaixa no realismo social e nas preocupações políticas que marcam a trajetória do cineasta. Ainda segundo Kirk, é difícil crer que Loach saia de mãos vazias da edição 2010 do festival.
Vale lembrar que Loach levou a Palma de ouro em 2006 por outro filme ambientado em uma guerra, Ventos da liberdade.



Xis


O cineasta egípcio Atom Egoyam (à esquerda) e o diretor brasileiro Cacá Diegues (no centro) estiveram hoje na riviera francesa. Ambos fazem parte do júri de uma mostra paralela do festival

Com agências internacionais

6 comentários:

  1. Tá aí, um belo raio-x do dia lá em Cannes. Ótimo para quem tá na correria do trabalho e não tá tendo muito tempo para acompanhar tudo de bom que está acontecendo por lá!

    ABS!

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  2. Oi Reinaldo!

    Concordo com o colega ai de cima, suas notícias e observações sobre o festival de Cannes, estão muito boas e nos dão a chance de ficarmos a par de tudo que está rolando por lá. Na falta de tempo para ler revistas, jornais e sites especializados, aqui temos notícias super fresquinhas e cobertura completa deste festival. Ponto para o claquete.

    Em relação ao festival do que vc escreveu, me chamou a atenção o fato de Javier Bardem (um grande ator para mim) ser um forte candidato a palma de ouro. Tomara que ganhe, gosto dele, apesar de ja ter escorregado feio em alguns filmes ("amor em tempos de cólera" e "entre as pernas").

    Vc falou de um diretor chamado Ken Loach que dirigiu "a procura de Eric". Ano passada vendo os comentários e dicas da Isabela Boscov sobre filmes, ela elogiou muito este e seu diretor. Fiquei tão curiosa por ele, que consegui encontrá-lo aqui na minha terra e alugar. Gostei tanto da história que cheguei a escrever sobre ele para o blog, mas, acabei não publicando. Acho que vou aproveitar a lembrança para terminá-lo e postar. Enfim, ao ler seu texto me lembrei deste fato.

    Depois eu volto para escrever mais.

    Um beijo.

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  3. Fernando: Valeu Fernando! Sabe como é, todo dia aqui em Claquete... ABS

    Cintia:Obrigado Cintia. Valeu mesmo pelo prestígio e pelas palavras. Tb torço para Bardem e, francamente, acho que ele leva a Palma de ouro. É um ator, além de bom, muito querido. E é europeu, o que tb ajuda em termos de Cannes.

    Vale a pena terminar esse post sobre A procura de Eric sim.
    Bjs

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  4. Concordo com as palavras dos dois comentários acima, rs
    Cara, tem um monte de filmes que está sendo exibido em Cannes, que quero ver e My Joy está no meio!
    PS: Li e comentei da sua resenha de "Na Natureza Selvagem"...
    Abs.

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  5. Poxa, eu não to entendendo o que ta pegando no meu blog, nos comentários. Mas eu até deixei um recado la no blog, no canto superior direito. Depois de escrever aperta TAB que aparecem as letras, pelo menos aqui foi assim.
    Vou colar o comentário que vc mandou por email ok?
    Brigadão pelo elogio no blog, mas não consegui deixar do jeito que eu queria. Não mexo nada de html então acho que ficou bom mesmo ahuauha, pelo menos as visitas aumentaram consideravelmente.

    Adorei a cobertura de Cannes...

    Um Beijo

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  6. Alan: Valeu pelo reconhecimento Alan. My Joy realmente parece ser muito interessante. Vou lá ler seu comentário no movie Pass de Na natureza selvagem. ABS

    Mila: Brigadão Milla. Sempre um prazer te ter por aqui. Bjs

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