domingo, 23 de maio de 2010

Cannes updated # Final Cut

A volta por cima dos asiáticos
Como previsto desde o início, a Palma de ouro foi para um filme asiático. Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul, levou a Palma de ouro neste domingo. Apesar do agito da crítica em torno de filmes como o ucraniano My joy e o inglês Antoher year, a Palma acabou ficando com a produção tailandesa que mostra um homem a beira da morte em contato com os espíritos de pessoas que já morreram.
Outro asiático também levou um prêmio de grande ressonância, o sul coreano Poetry, que foi taxado pela critica como “normal e aborrecido” ficou com o prêmio de roteiro.

A dor mais doída
Aos favoritos que ficaram sem nada, resta o consolo da aclamação crítica em um festival marcado pela obviedade. “Não tiveram grandes filmes”, escreveu a Variety que elegeu os novos de Inãrritu, Loach e alguns destaques da mostra Um certo olhar como os principais filmes da edição. Aos favoritos da crítica, em que figuravam Loach, Iñarritu, Leigh e o ucraniano Loznitsa, resta o consolo de serem os favoritos da crítica, já que saíram de mãos abanando. Com exceção de Inãrritu que viu seu protagonista, Javier Bardem dividir o prêmio de atuação masculina com Elio Germano, de La nostra vitta, considerado um dos piores filmes pela crítica.

Até que Claquete foi bem
Dos sete prêmios em que arriscou palpite, o blog acertou três. Tendo em vista que o favoritismo foi posto de lado e que candidatos que nem mesmo receberam atenção da mídia especializada sagraram-se vencedores, o blog mandou bem.

A primeira impressão é a que fica
Tournée foi o primeiro filme na disputa pela Palma de ouro a ser exibido e não despertou nenhum entusiasmo. O filme de Amalric não era apontado para nenhum prêmio pelos entendidos de Cannes. Mas os entendidos pouco entendem, e o diretor (em seu quarto filme) faturou a Palma de direção. Desbancando algumas figuras que muitos creem mereciam mais.

Um prêmio com a cara de Burton
Todo mundo diz que o presidente do júri exerce uma grande influência, para não dizer que é ele quem decide, na hora de escolher o vencedor da Palma de ouro. Quem não lembra da polêmica vitória do documentarista Michael Moore com Fahrenheit 11 de setembro no júri presidido pelo cineasta Quentin Tarantino em ano de eleição americana? O que dizer de um filme tailandês que aborda um homem que fala com espíritos como forma de abrandar o medo da morte em um júri presidido pelo incomum Tim Burton que já trouxe ao mundo pérolas como Edward mãos de tesoura e Noiva cadáver. É possível dizer que esta teoria é mais provável do que pensa nossa vã filosofia.

O francês obrigatório
E como não podia deixar de ser um filme francês saiu premiado da riviera francesa. O filme Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois, levou o grande prêmio do júri, que é uma espécie de segundo lugar no festival. Diferentemente do grande vencedor, algum prêmio para Beauvois já era antecipado pelos entendedores de Cannes.

A quase zebra
O italiano Elio Germano bem que tentou, mas o máximo de zebra no campo das atuações foi a divisão do troféu de melhor ator entre ele e o espanhol Javier Bardem. Entre as mulheres, a francesa Juliette Binoche ficou com a Palma de ouro de melhor atriz pelo filme Copie conforme.


Sem mais rodeios, os vencedores da 63º festival de Cannes

Palma de Ouro

Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul

Ator

Javier Bardem de Biutiful e Elio Germano de La Nostra Vita

Atriz

Juliette Binoche de Copie Conforme

Direção

Mathieu Amalric por Tournée

Roteiro

Lee Chang-Dong por Poetry

Curta-metragem

Un Chienne d'Histoire, de Serge Avedikian

Camera d'Or

Año Bisiesto

Prêmio do júri

Un Homme qui Crie, de Mahamat-Saleh Haroun

Grande Prêmio do júri

Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois

4 comentários:

  1. Nunca imaginava que o filme asiático iria ganhar. Bem, eu nem sequer arrisquei um palpite, pois tinha muitos filmes bons na disputa. Agora só falta eu assistir ao longa!
    E bem, fica aqui o meu PARABÉNS pela excelente cobertura que você deu á Cannes! xD

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  2. Obrigado pelos parabéns Alan. Eu já desconfiava que o cinema asiático levaria a palma principal. Principalmente em virtude da grande presença asiática na seleção, conforme postei anteriormente. Contudo, não imaginava que essa fita fosse vencer. Pegou a mim, e a todo mundo que acompanhou Cannes, de surpresa.
    Abs

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  3. Olá Reinaldo!
    Então, sinceramente, eu não fiquei tão surpreso com a vitória do filme tailandês. Os principais termômetros de Cannes não apontava essa produção, mas a crítica foi praticamente unânime em apontá-la como um dos melhores filmes exibidos na Mostra Competitiva. Até apostei nele para levar a Palma e acertei! ;)

    Fiquei satisfeito com o resultado. Principalmente por ver 2 grandes atores de peso finalmente sendo laureados com os prêmios de atuação. Só isso já vale uma reeleição de Tim Burton na presidência do júri no ano que vem xD


    grande abraço!

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  4. Elton:Fico feliz pelo seu olhometro. Mandou bem na aposta. Mas basta uma rápida conferida na repercussão internacional, tanto da crítica quanto na imprensa, para ver que passou longe de ser uma unanimidade. As outras premiações me pareceram justas e acertadas. Não me lembro de alguém ter presidido o júri por mais de uma vez. Não sei nem se é possível. rsrs
    ABS meu brother!

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