quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Oscar Watch 2012 - É meia-noite em Paris?



Muitos analistas estão classificando este ano como o da volta de Woody Allen. Mas não foi 2005, quando apresentou Match point- ponto final? Ou então, 2008, com Vick Cristina Barcelona? O que faz de Meia-noite em Paris tão especial? A melhor pergunta, talvez seja, o que faz desse ano de 2011 melhor do que os outros para o alardeado retorno de Wooy Allen?
Depois da consagração do academicismo no ano passado com a vitória de O discurso do rei no Oscar após total domínio do verborrágico A rede social nos prêmios preliminares, Hollywood, nesta temporada, presencia uma nostalgia pelo próprio cinema. Há dois anos, Avatar apontava para o futuro e um dos principais filmes da temporada aponta para o passado. O francês The artist é praticamente mudo, rodado em preto e branco e versa sobre o impacto da chegada do som no cinema. É uma figura de linguagem interessante sob tais circunstâncias. Paris também é base de A invenção de Hugo Cabret. Um filme que também fala das origens do cinema, mas vale-se dos recursos mais recentes para tal.
Em comum com Meia-noite em Paris esses dois filmes, que concorrem ao Globo de ouro de melhor filme e estão bem colocados na disputa para o Oscar, têm esse sabor de volta ao passado. Parecem imbuídos de prover perspectiva a quem faz e quem aprecia cinema hoje. Não à toa foram realizados por um francês e dois dos cineastas americanos mais importantes de todos os tempos.  
Voltando a Meia-noite em Paris, uma de suas maiores qualidades é conseguir ser, ao mesmo tempo, ode ao passado e culto ao presente. Esse preciosismo narrativo é um dos destaques do texto arejado de Woody Allen.
O filme recebeu especial atenção no Globo de ouro com nomeações para filme em comédia/musical, direção, ator em comédia e roteiro. Allen, portanto, concorre em três categorias. Meia-noite em Paris também foi lembrado pelo sindicato dos atores que o nomeou para a categoria de melhor elenco do ano. Um forte indício de que o filme é apreciado pela classe dos atores, maior colegiado entre os votantes da academia.
Já The artist que é sobre Hollywood propriamente dito e sobre uma maneira de fazer filmes relegada ao passado, goza de mais prestígio nessa etapa da temporada de premiações. É líder de indicações tanto no Globo de ouro quanto no Critic´s Choice Awards e o filme mais premiado pela crítica até o momento.
Resta saber se no momento da entrega das estatuetas do Oscar, o relógio ainda estará marcando meia-noite.

4 comentários:

  1. Sabe que eu gostei mais de Meia-Noite do que poderia imaginar? Estou torcendo para que o filme consiga algumas indicações, mas não sei se chegará com forças... Enfim, vai saber.

    The Artist parece que vai arrebatar todas, rs

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  2. "Meia-Noite em Paris" merece todo o reconhecimento que está recebendo. Se levar o Globo de Ouro ou até mesmo o Oscar em qualquer categoria, vou fazer uma festança aqui em casa. rsrsrs. Fã de Woody Allen fellings... rsrs. Ele merece!

    Beijos! ;)

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  3. Merece tudo que vem recebendo - e muito mais! Como bem frisou, é um forte sentimento de nostalgia, que deixa o espectador com uma sensação muito agradável. Sou fã de Woody Allen e ao lado do citado Match Point, é meu favorito deles, do século XXI. Se ganhar, não fico triste - mas fico feliz mesmo se Hugo levar os prêmios.

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  4. Alan: Não acho que chegue com forças tb, mas acho que as indicações estão bem encaminhadas. E, quem sabe, uma vitória não pinta no globo de ouro? A sustância das indicações permite a especulação.
    Já The artist não sei se vem com toooda essa força não. Vamos continuar observando.
    Abs

    Mayara: Em termos de Oscar, acho que é o roteiro mais forte de Woody Allen em anos. Acho que há sim chances de vencer o globo de ouro. Vamos ficar de olho.
    Bjs

    Júlio Pereira: Acho que Hugo ainda está melhor posicionado do que Meia noite em Paris nessa corrida.
    Abs

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