terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crítica - Os descendentes


Ebulição interna!
O quê há de excepcional em Os descendentes (The descendants, EUA 2011)? A resposta para essa pergunta seria nada. Nem o final, encantador em sua simplicidade eloquente, nem a fantástica atuação de George Clooney – que revela ainda mais fragilidade e sutilezas do que já o havia feito em filmes como Amor sem escalas.
O grande mérito do quinto longa-metragem de Alexander Payne é apossar-se de um tema espinhoso (a preparação para o luto) e inflá-lo com outros temas igualmente desestabilizadores (infidelidade, caos familiar, etc) e entregar um filme leve, maduro e sutil.
Uma nova atitude: coma da esposa tira Matt King da letargia
Em Os descendentes, George Clooney vive Matt King. Ele precisa lidar com suas filhas após a esposa Elizabeth ficar em coma. Soma-se a essa situação duas notícias desestabilizadoras que Matt recebe em relação a sua esposa quase que em sequência: uma de sua iminente morte e a outra, da boca de sua filha mais velha (interpretada com força e afeição pela estreante Shailene Woodley), que sua mulher lhe era infiel.
Payne acompanha a forma um tanto desencontrada e insegura que King confronta essa nova realidade a qual foi submetido. Está no processo de ebulição interna do personagem a força de Os descendentes. No curso do filme, King irá se tornar um homem completamente diferente do que se imaginava. Sentirá raiva, perdoará a si mesmo e a esposa e se aproximará das filhas, entre outras coisas.
Acompanhar esse processo de descoberta em um filme tão elegantemente realizado é um prazer.
Payne se mostra menos sarcástico, é verdade; mas a história pedia relevo menos melodramático. O objetivo do filme não é ser sobre crises e sim sobre soluções. Por isso, o humor é um tempero tão discreto. As crises estão lá sim, mas para serem superadas. Talvez por isso não haja nada de excepcional nesse filme; a não ser o fato de iluminar o melhor em seus personagens e, também, em quem lhes deu o sopro da vida.

4 comentários:

  1. De fato, não tem nada demais, mas tem tudo, hehe, um belo filme.

    bjs

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  2. Realmente, é um filme muito simples, porém muito emocionante. O que mais me chamou atenção na obra foi a forma como o Matt King reagia aos que acontecia com ele. Fora que a performance do George Clooney, aqui, está muito boa, com ele mostrando uma certa vulnerabilidade pela primeira vez como ator.

    Beijos!

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  3. Amanda: Paradoxalmente simples assim, né? rsrs
    Bjs

    Kamila: Acho que primeira vez que Clooney se mostrou incrivelmente vulnerável foi em "Amor sem escalas" que, por sinal, eu ainda considero sua grande atuação.
    Bjs

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  4. Grande performance de Clonney, achei brilhante todo o conjunto de emoções que ele soube tão bem expressar.

    O filme é muito melhor que o romance em que o filme foi baseado.

    http://silenciosquefalam.blogspot.com/2012/02/filme-os-descendentes-descendants-2011.html

    Bons filmes

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