sábado, 7 de dezembro de 2013

Oscar Watch 2014 - A morte de Nelson Mandela pode impulsionar Mandela: long walk to freedom?



O Oscar gosta de biografias. Principalmente de personalidades complexas e polarizadoras como Nelson Mandela, que já teve alguns filmes sob sua pessoa realizados. Para 2013, há outro filme – mais ambicioso do que Invictus (2009) – sobre a vida deste que é um dos maiores personagens da história da humanidade. Trata-se de Mandela: long walk to freedom, filme de Justin Chadwick (A outra). Mandela é interpretado pelo britânico Idris Elba no filme que aborda desde sua infância na área rural até o momento em que se torna o primeiro presidente democraticamente eleito na África do Sul.
A ambição do filme pode não ter sido suficiente para alocá-lo em boa posição na corrida pelo Oscar. A crítica recebeu a produção com certa frieza, apesar do esforço dos produtores em tornar o filme “algo maior que a vida”. Até mesmo première na Casa Branca, com a presença do presidente americano, o filme teve direito. Para referenciar, apenas Lincoln teve esse privilégio no ano passado. E Lincoln é um dos maiores ícones americanos de todos os tempos.
Mesmo o ator Idris Elba, antes bastante comentado para o Oscar, perdeu força. A morte de Nelson Mandela pode criar momentum para o filme e se tem alguém que sabe surfar esse tipo de onda é Harvey Weinstein, produtor responsável pela distribuição do longa-metragem.
Um misto de sensibilidade e vaidade deve provocar em Hollywood uma simpatia que inexistia em relação ao filme. Mesmo que Mandela: long walk to freedom não vá muito longe na corrida pelo Oscar, é inegável que seu tamanho ficou invariavelmente maior com o falecimento do ícone da luta contra o apartheid na última quinta-feira.
Hollywood não resiste a um hype e por mais mórbido que este seja, vendê-lo como derradeira e legítima homenagem a um dos maiores ícones da humanidade é uma alternativa digna, do ponto de vista cultural, e estratégica, da perspectiva comercial.


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