O Oscar
gosta de biografias. Principalmente de personalidades complexas e polarizadoras
como Nelson Mandela, que já teve alguns filmes sob sua pessoa realizados. Para
2013, há outro filme – mais ambicioso do que Invictus (2009) – sobre a vida
deste que é um dos maiores personagens da história da humanidade. Trata-se de
Mandela: long walk to freedom, filme de Justin Chadwick (A outra). Mandela é
interpretado pelo britânico Idris Elba no filme que aborda desde sua infância
na área rural até o momento em que se torna o primeiro presidente
democraticamente eleito na África do Sul.
A ambição do
filme pode não ter sido suficiente para alocá-lo em boa posição na corrida pelo
Oscar. A crítica recebeu a produção com certa frieza, apesar do esforço dos
produtores em tornar o filme “algo maior que a vida”. Até mesmo première na
Casa Branca, com a presença do presidente americano, o filme teve direito. Para
referenciar, apenas Lincoln teve esse privilégio no ano passado. E Lincoln é um
dos maiores ícones americanos de todos os tempos.
Mesmo o ator
Idris Elba, antes bastante comentado para o Oscar, perdeu força. A morte de
Nelson Mandela pode criar momentum para o filme e se tem alguém que sabe surfar
esse tipo de onda é Harvey Weinstein, produtor responsável pela distribuição do
longa-metragem.
Um misto de
sensibilidade e vaidade deve provocar em Hollywood uma simpatia que inexistia
em relação ao filme. Mesmo que Mandela: long walk to freedom não vá muito longe
na corrida pelo Oscar, é inegável que seu tamanho ficou invariavelmente maior
com o falecimento do ícone da luta contra o apartheid na última quinta-feira.
Hollywood
não resiste a um hype e por mais mórbido que este seja, vendê-lo como
derradeira e legítima homenagem a um dos maiores ícones da humanidade é uma
alternativa digna, do ponto de vista cultural, e estratégica, da perspectiva
comercial.
Sem dúvidas, Holywood adora essas coisas, o filme ganha novo fôlego.
ResponderExcluirbjs